Cap 3 (REV)



O SUSPIRO ANTES DO MERGULHO





Harry estava em meio a um sonho em que seus pais estavam vivos... e Sirius também. No sonho, os Dursley estavam vivos e se redimiam por tudo o que fizeram a ele. Em certo momento, Cedrico apareceu e lhe disse que foi corajoso no dia do cemitério. Mais tarde, um vulto feminino de cabelos cor de fogo começou a se aproximar. Ela chamou por ele.


-Harry, chegamos...


-Quem chegou papai?


-Harry... disse o vulto


-Mãe, quem é?


Nesse instante, James Potter disse numa voz que não era dele:


-Que palhaço...


-Cala a boca Fred! – disse a voz feminina.


De repente, Harry despertou e se deparou com Gina a sua frente e Fred a sua direita (onde, momento antes, estava seu pai).


-O que vocês fazem aqui?


-Como assim o que fazemos aqui? Viemos te buscar né cara!


-Por um acaso, foi você que disse “que palhaço” ?


-Eu disse pra você falar mais baixo Fred – censurou Gina.


-Ah maninha! Você também...


-Fred, eu o chamei... delicadamente. Não no seu tom de voz “super baixo”!


Fred ia logo replicar, mas Gina interrompeu.


-Vista-se Harry. Nós iremos pra Toca por meio de chave de portal. Ela será acionada daqui dez minutos.


Harry, então, se sentou e notou que Gina corou imediatamente enquanto Fred logo forjou uma cara de nojo. Harry nem sequer notou que estava sem a parte de cima do pijama e, enquanto estava deitado, somente o lençol o cobria.


-A noite estava bem quente mesmo, não é cara?


-É... Então, vocês me dão licença?


-Ah Claro! – disse Gina naturalmente. – Te esperamos lá embaixo.


Assim sendo, Harry vestiu uma jeans muito surrada, uma camiseta branca (já amarelada) e uma blusa preta com zíper, pegou seu malão e a gaiola de Edwiges e desceu para o salão comunal. Do alto da escada viu Fred e Gina esparramados no chão, ambos olhando para a lareira já apagada. O salão estava muito bem iluminado, e as cores da Grifinória eram realçadas pela claridade. Harry prestou muita atenção no recinto, antes de descer as escadas, tal como fizera na primeira vez que entrara no lugar.


-Venha rápido Harry - chamou Gina levantando-se – Dê a gaiola pro Jorge e sente-se em cima do malão. – e, tirando uma colher de chá do bolso, continuou – Agora toque na colher. Você também Fred.


Ambos tocaram na colher. Ficaram cerca de um minuto calados... Eles só não se viam a menos de 24 horas, e isso justifica a falta de assunto.


-Fred, onde estão Jorge e Rony? – perguntou Harry


-Jorge está na loja e Rony está em casa. Quando saímos, ele ainda estava dormindo.


-A propósito, que horas são?


-11 da manhã – disse Gina prontamente.


-Nossa... Ah é, – disse Harry – Como vai a loja Fred?


-Excelente! Estamos quase nos igualando às vendas da Zonkos... Por falar nisso, temos que te mostrar uma nova invenção que...


“Será que ele pensou na hipótese de eu não querer ser a cobaia?”


-Que bom que a loja está indo bem. – interrompeu - Mudando de assunto, alguém contou o que aconteceu pra vocês?


-Mais ou Menos. – disseram os irmãos em uníssono.


-Como assim...


-É que, papai só nos contou que você foi atacado e veio pra cá... – disse Gina.


-Portanto... DESEMBUCHA!– completou Fred.


-Bom, vamos começar do começo – e contou tudo desde que Macnair o encontrou: Como foi o assassinato, a viajem de NightBus para Hogwarts e tudo mais, menos o jantar com o professor, o que poderia declarar a profecia -... Foi isso.


-Harry, notou que você é o perturbador geral da paz? – disse Fred, que como recompensa levou uma cotovelada de Gina.


-Percebeu isso agora? – replicou com raiva


-Tá bom... Ninguém precisa discutir, tá HARRY?


-OK – Ao dize-lo, Harry notou uma diferença em Gina ela estava mais segura... Mais decidida... E extraordinariamente mais espontânea... antes ela nem o olhava direito. Isso vinha se revelando desde o ano anterior.


Harry ficou perdido em seus pensamentos por alguns momentos... Até que Fred o cutucou avisando de que a chave seria acionada a qualquer momento. Harry se endireitou e pressionou com mais força a colher de chá...


De repente sentiu como se estivesse no centro de um turbilhão de cores e como se um gancho o puxasse pelo umbigo. 2 segundos depois, estava na cozinha dos Weasley, a mesma cozinha sem um milímetro de diferença.


-Olá Harry, querido... Como está? Bem, é claro! Não, muito pelo contrário... Ah meus pêsames... Vai ficar tudo bem! – disse a senhora Weasley precipitadamente.


-Aí cara... Quanto tempo hein? – disse Rony.


-Ah sim, claro... um pouco menos de 24 horas... Onde está o restante da família?


-Percy e papai estão no ministério, Jorge está na loja e Gui e Carlinhos você já sabe onde estão.


-Harry Querido, quer comer alguma coisa?


-Não obrigado... Bom, ahn, e as coisas com Percy, como estão?


-Bem, muito bem! – exclamou Fred – Ele continua metido e orgulhoso, mas está de volta. Ele esteve aqui ontem, ao voltarem de Hogwarts... A propósito, como está aquela tirana? Esqueci de perguntar a você Rony.


-Ela está com uma espécie de trauma... de centauros... Não pode ouvir alguém estalando a língua que se assusta... – respondeu Gina.


-Depois vocês me contam tudo... talvez dê para desenvolver alguma coisa que... – disse Fred mais para ele mesmo do que para os dois garotos.


-Pode-se dizer que vocês são os ídolos de Hogwarts... Exceto pelos sonsos da Sonserina... idiotas! Principalmente o Malfoy! Aquele imbecil! – Disse Harry franzindo a testa.


-Bom Harry, cortando o seu assunto sobre a vaca velha, nojenta e tirana, vamos levar as suas coisas lá pro quarto?


-Ronald Weasley!


-Desculpe mamãe.


-Vamos Rony?


Ao ouvir isso, Rony pegou a gaiola de Edwiges e Harry subiu com o malão. Quando começaram a subir as escadas em direção ao quarto, Rony se dirigiu ao amigo.


-Então, como está?


-Bem...


-Nem deu tempo de se irritar com eles...


-Vendo por esse lado... Mas, quem te contou?


-Dumbledore contou pro meu pai, que contou pra minha mãe... aí eu afanei uma das orelhas extensíveis e ouvi tudinho.


-Telefone sem fio...


-Isso existe? Foletone sem fio?


-Ai, esquece Rony.


-Tudo bem... esqueço. Ah é, esse ano você vai passar o seu aniversário aqui! Vai ser bem divertido...


-Vai mesmo! – disse uma voz feminina.


-Gina? O que você está fazendo aqui?


-Ah, eu quis subir com vocês... não posso Rony? Vocês são tão tontos que nem perceberam que eu estava aqui...


-Não somos tão tontos assim – interrompeu Harry


-Ah não?


-Não.


-Se não são, porque ainda não perceberam que já passaram do quarto faz um tempão?


Harry e Rony se entreolharam e começaram a descer... Com Gina rindo sozinha na frente. Quando chegaram no quarto, Harry quase caiu para trás, tamanha a surpresa que levou. O quarto ainda estava da mesma cor, mas estava perfeitamente quadrado, e não torto como sempre... Também estava maior e mais organizado. Os Chudley Cannons sorriam para Harry de um quadro com uma moldura perfeita, como se estivessem contando vantagem sobre o quarto novo.


-O que houve com o quarto?!


-Aha! Esqueci de te contar... Minha mãe fez um feitiço de arrumação, combinado com um de “realidade alternativa”. - Disse Rony.


-Como assim?


-Esse feitiço, o da realidade alternativa, faz com que qualquer lugar seja perfeitamente regular por dentro, mas por fora continua do mesmo jeito... Tipo o feitiço que eles usam em barracas bruxas. E combinado com o da arrumação faz ele sempre estar limpo. – respondeu Gina


-E porque ela não fez isso antes?


-Ah, sei lá.


-O seu quarto tem isso Gina?


-Não, eu sou boa o suficiente para arrumar o meu próprio quarto... Né RONY!


-Tá bom Gina! Nós somos tontos!


-Nem vem com essa de nós...


-Tá, vocês são bons mesmo!


-Você que tá dizendo – disseram Harry e Gina aos risos.


-Então tá. Assunto encerrado.


Alguns momentos de silêncio pairaram sobre o trio até que Rony tomou a palavra, dirigindo-se a Harry, que de uma hora para outra ficou pálido e trêmulo.


-Harry, você tá meio esquisito.


-Por que será né Rony! A família dele... Como posso ter um irmão tão tonto! Eu não mereço!


-É que de repente você ficou pálido... Harry! Harry! Alou... Alguém está nesse corpo que a momentos atrás estava vivo?


Harry estava focalizando a janela com uma expressão de horror... Estava vendo um brilho verde flutuando no céu claro da manhã. À volta do brilho o céu estava escuro... Somente naquele ponto. Já tinha uma idéia do que era, mas não queria que fosse real. Não mesmo...


-Rony, você ainda tem aquele onióculo que eu te dei na Copa Mundial?


-Sim, acho que sim.


-Me dá ele... Rápido!


Quando Harry recebeu o onióculo, meteu-o nos olhos e deixou-os cair quase imediatamente. Ao mesmo tempo sentiu-se cair e, involuntariamente, apertou, com as duas mãos, a cicatriz e começou a berrar de dor. O corpo latejava e a cicatriz ardia como nunca! Sua respiração ficara ofegante e os berros de agonia ecoavam cada vez mais alto pelo quarto.


-Harry! – berrou Gina – Rony, veja o que é que ele viu!


Rony se abaixou, pegou o onióculo e pousou seus olhos na figura brilhante. Ao vê-la titubeou e disse com uma voz horrorizada:


-A Marca Negra!


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