Cap 2 (REV)



CALMARIA





-Harry, você poderia entrar na minha sala para nós... conversarmos?


-Claro professor. Mas e o...


-Vou levá-lo para minha sala. Lalau, você pode ir, mas antes traga a bagagem de Harry... Ele ficará aqui esta noite.


-Com certeza Alvo Dumbledore. Até mais Harry. - Harry somente acenou com cabeça.


-Então, vamos Harry.


Dito isso, Dumbledore apontou a varinha para Macnair, que sumiu, disse a senha, já que a gárgula havia voltado a sua costumeira posição, e finalmente subiram a escada circular. Dumbledore se adiantou e abriu a porta de sua sala. A sala, naturalmente, não mudara nenhum milímetro desde a última vez que Harry a visitara. Bom, desconsiderando que quase a destruiu. Encostado, de pé, a uma parede, estava o comensal ainda desacordado. O diretor se sentou e conjurou uma cadeira para Harry se sentar. O rapaz se acomodou e, antes que pudesse dizer qualquer coisa, o diretor tomou a palavra.


-Como você está Harry?


-Não exatamente tão bem.


-Harry, antes de qualquer pergunta, me conte tudo o que aconteceu.


Sendo assim, Harry contou tudo o que havia acontecido desde que saíra da estação até a chegada a Hogwarts. Após Harry ter dito tudo, o diretor o mirou nos olhos por mais ou menos um minuto antes de recomeçar a falar.


-Bom Harry, creio que Macnair fez isso a mandato de Voldemort...


“Não Diga!... Ops, tomara que Dumbledore não ouça pensamentos...”


-...Por que ele queria acabar com a sua proteção de sangue... Acho que isso é fácil de deduzir. Bom, temos de tomar alguma providência. Harry, você ficaria aqui em Hogwarts ou gostaria de ir para a Toca?


-Que pergunta..., mas será que...


-Arthur ficaria muito feliz em recebe-lo. – disse o diretor como se estivesse lendo a mente do garoto - Hoje ele me enviou uma coruja pedindo que eu deixasse você ir a Toca. Bom, ainda não enviei resposta. Minha vontade era que você ficasse na casa de seus tios para sua própria proteção, mas como isso é impossível agora, você poderá sim ir para a casa dos Weasley. Mas antes disso, gostaria que me dissesse o que você está sentindo.


-Bom... Culpa. Eu não vou conseguir carregar esse fardo... é tão...


-Pesado. Sei disso Harry, mas você tem de ser forte.


-Eu já cansei de ser forte. Primeiro meus pais, depois Cedrico, depois Sirius e depois minha única família. Eu não gostava muito deles, mas eles eram minha família! – A raiva que mantinha em seu coração estava começando a ebulir – Quero ver os corpos deles! Certamente alguém recolheu os corpos não?!


-Não. Os corpos não foram recolhidos.


-Como não! Sabia que Cornélio Fudge era “cego”... mas nem tanto! Qualquer trouxa poderia ver aqueles corpos estirados no chão! Qualquer um!


-Harry... os corpos não foram encontrados.


-Como... Eles... não... – disse Harry pausadamente, mas como se uma onda de raiva o cobrisse, explodiu mais uma vez – MAS QUE INCOMPETÊNCIA! EU QUERO OS CORPOS!


-Harry, acalme-se. O Ministério já está trabalhando nisso. Certamente alguém notou o acidente e, provavelmente, os obliviadores agiram. Não direi mais nada por enquanto... Afinal não quero que destrua minha sala novamente - disse calmamente – enviarei uma coruja a Arthur dizendo que você irá a Toca. Você dormirá aqui esta noite. A senha da sua casa é Leprechaun. Descanse. Seu malão já está no seu dormitório. – Harry não entendeu como o diretor tinha tanta certeza disso, mas dirigiu-se a torre da Grifinória sem dizer nada ao velho diretor. A simpatia que mantinha por ele começava a cair por terra.


Ao chegar a sala comunal da Grifinória, sentou-se em frente à lareira. Eram 19 horas. Não queria dormir tão cedo. Ao pensar no acontecido, uma lágrima rolou sobre sua face. Ele não poderia se envolver com ninguém mais, senão, essa pessoa poderia morrer. A solução era se isolar. Era triste e difícil, porém menos difícil e triste do que ver mortos aqueles que ele ama.


Durante todo o período em que ficara no salão comunal, Harry ficou admirando as chamas que crepitavam alegremente na lareira. Um calor aconchegante se desprendia do fogo. O sono começava a invadi-lo... Estava prestes a adormecer...


-Senhor Harry Potter – chamou uma voz esganiçada – O Prof. Dumbledore está chamando o senhor para jantar, Harry Potter.


-Dobby?


-Sim senhor... Agora, vá para o grande salão que o jantar será servido.


Harry assim o fez.


Ao chegar no salão, encontrou, sentados a uma mesa redonda, Tonks, Lupin, Snape, Moody, Dumbledore e Profª McGonnagal. Harry se sentou em uma cadeira vazia entre Tonks e Lupin. Todos (incluindo Snape, para a surpresa de Harry) lhe disseram “meus pêsames”. O jantar foi bem tranqüilo. Ao fim do mesmo, McGonnagal conversava aos cochichos com Dumbledore enquanto Tonks conversava animadamente com Lupin por cima da cabeça de Harry. Harry, Snape e Moody não estavam fazendo nada, até que Harry fez uma pergunta que sempre o atormentava a Olho-Tonto.


-Profº Moody, posso lhe fazer uma pergunta?


-Sim “filho”, mas nunca fui seu professor.


-Voldemort, onde ele está? Vocês têm alguma pista?


-Prefiro não responder Potter.


-Porque? Eu preciso saber.


-Harry, você não pode fazer nada... por enquanto – interrompeu Dumbledore intrometendo-se.


-Bom, mas vocês descobriram alguma coisa relativa ao plano dele, já que a profecia foi quebrada... não é?


- Harry, você não pode saber – disse Dumbledore.


- Ah, ótimo… aquele lance de eu estar sendo possuído de novo!? Ele não está invadindo minha mente! Não mais!


- Potter, não brinque com Ele... – balbuciou Snape com frieza.


- O Senhor ainda não aprendeu a dizer o nome dele...Professor.


- Escolha melhor as palavras Potter, A educação é bem valorizada por mim – dizendo isso, se retirou.


“mas não parece”


- Harry – disse a profª McGonnagal autoritariamente – Não fale desse modo com um professor.


-Minerva – interrompeu Tonks – Harry não fez nada de mais. Snape é que tem que acalmar os nervos... depois do que aconteceu...


Passados alguns minutos, Dumbledore tomou a palavra.


-Bom... Acho que todos podem se retirar. Harry, podemos conversar um pouco antes de se ir?


-Claro professor. – respondeu ainda nervoso.


-Bom... – Começou antes que Moody e Lupin tivessem se retirado. – pra começar, você faz as perguntas que você quer, depois eu as respondo na medida do possível, e, para isso, Moody e Lupin podem me ajudar.


-OK. Bom, Não sei se vão me responder mas repito o que eu perguntei antes: O que ele planeja?


Um longo silêncio pairou, durante o qual Harry prestou atenção nas batidas ritmadas de seu próprio coração... como se todo o seu corpo estivesse atento e preparando-se para a resposta.


-Alvo, acho que Harry deve saber... – disse Lupin depois de um longo suspiro.


-Bom Harry, suspeitamos que Ele esteja procurando alguma coisa. Um poderoso Artefato mais precisamente.


-Que artefato seria?


-Ninguém sabe – foi a vez de Moody dizer.


-Como alguém pode suspeitar que uma pessoa está procurando algo poderoso se não sabe do que se trata?


-Bom Harry, tratando-se de Voldemort, o artefato só pode ser poderoso. Contamos também com lendas que dizem que há um grande poder no suspeito lugar em que Voldemort está procurando a “coisa”. É uma região rodeada de mitos e uma mitologia muito forte.


-Espera um pouco! – Depois de pausar a interjeição prendendo o ar, soltou-o de uma só vez - Voldemort foi visto?


-Não Harry... Mas alguns de seus Comensais. – disse Moody com aspereza.


-Do jeito que vocês falam parece que “Mal” é igual a “Voldemort”. Parece que os Comensais e Voldemort são uma coisa só.


-Isso de certa forma é correto. Voldemort está nos comensais. – disse Lupin.


-Você tem razão Remo. – Concordou Moody – Depois do que o professor Snape nos falou... não duvido de mais nada.


-Porque? Do que ele falou?


-Snape já foi um comensal, portanto revelou detalhes muito importantes . Parece que Voldemort faz uma espécie de trato com os comensais, em que eles lhe dão fieldade em troca de uma coisa...


-Que coisa?


-Snape não quis nos contar e, bom, entrevistamos alguns comensais presos... Contra a vontade do ministério. Mas nenhum disse também.


-Fudge ainda está contra nós?


-Não exatamente...


-Esclareceram muita coisa com isso...


-É que, ele tem medo de se aproximar... sabe, ele não quer admitir que estava errado.


-Ah claro...


-Algo mais Harry? – perguntou Dumbledore


-Bom, tenho outra pergunta. Que poder que eu tenho que Ele não tem?


-Isso você vai descobrir sozinho. Não podemos revelar porque também não sabemos ao certo. Só tenha ciência de uma única coisa. Você é único rapaz... não se deixe dominar pela angústia.


-Certo... Acho que agora eu vou dormir...


-Espere um pouco Harry. Seus NOM’s estão aqui comigo – Dumbledore disse isso e fez um movimento com a varinha para materializar os NOM’s – Aqui, tome. Tomei a liberdade de dar uma olhada. Parabéns... Você teve a melhor nota de Defesa Contra as Artes das Trevas da escola este ano. A segunda melhor nota foi de Neville Longbottom junto com a senhorita Granger.


-Verdade!? Que Bom!


-Parabéns Harry - disseram Lupin e Moody em uníssono. O primeiro tinha um sorriso maroto no rosto.


-Obrigado, mas o mérito maior é de Neville, ele melhorou muito...


-Harry – começou Dumbledore – Parabéns novamente. Suas... aulas... foram um sucesso. Espero que continue com a AD... a propósito, obrigado pela homenagem.


-Não há de que. Bom, Boa Noite. Ah, porque vocês todos estavam aqui, quero dizer, Tonks e vocês?


-Assuntos particulares.


-Ah claro... Bom, já vou indo... Tchau.


Dizendo isso, deixou o salão e se dirigiu a torre da Grifinória. Estava ligeiramente mais feliz, afinal, seus esforços na AD compensaram alguma coisa. Ao chegar no salão comunal, sentou-se diante da lareira e viu suas notas. Não foi nada mal. Estava apto a continuar as aulas necessárias para se tornar um auror... Passou raspando em Poções e Transfiguração. Decidiu levar os estudos mais a sério.


Com esse pensamento, subiu ao dormitório e se olhou no espelho. Sua face estava lisa, porém manchada e pálida. Também notou que crescera bastante desde a última vez que se olhara no espelho. Estava, também, mais forte do que quando começou o ano letivo anterior. De súbito, seu reflexo começou a fazer movimentos que o verdadeiro Harry não estava fazendo.


-Você mudou bastante, não é Harry?! – Indagou o reflexo.


-Pode-se dizer que sim.


-Pois é. Faz tempo que não mais se deu ao trabalho de se olhar né?


-É.


-Bom, você pode arranjar uma garota agora. Seu corpo mudou razoavelmente.


-Eu vou mostrar a mudança razoável pra você! – disse brincando.


-E quem disse que eu quero ver?!


-Bom, o que eu tenho você tem...


-Ah, já cansei de você.


-Porque?


-Você não presta atenção em nada.


-Porque? – Perguntou preocupado


-Por que só você não vê que tem uma pessoa que gosta de você e você não ta nem aí!


-Quem seria essa pessoa?


-Descubra sozinho – disse o reflexo desconversando.


-Vá te ca...


-Não mesmo. Olha, ás vezes você precisa de um espelho que mostre o seu coração... Você nem dá atenção às profundezas dele...


-Até eu me dou uma lição de moral... Você ta parecendo a Mione...


-Ah... Bom, você vai ter um belo sonho hoje.


-Como você sabe?


-Pressentimento.


-Sabe... Você é um chato de vez em quando...


Depois da breve conversa, Harry despiu a roupa que estava usando e vestiu somente a parte de baixo do pijama... A noite estava muito quente. Antes de se deitar tentou limpar a mente.


“Não sei porque ainda não desisti de fazer isso”.

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