As Obras das Trevas



- Capítulo Oito -
As Obras das Trevas

A euforia invadiu a mente de todos aqueles que estavam na Toca e eles não pensavam em outra coisa senão manifestar a sua alegria seja gritando, sorrindo, pulando, cantando, se abraçando. Harry nunca vira os Weasley mais felizes. Choravam de alegria, beijavam e abraçavam o Sr. Weasley que estava com as orelhas tão vermelhas que Harry achava que todo o seu sangue se concentrava ali.

- Discursa. Discursa. - gritavam todos para o Sr. Weasley, que agora subira na mesa estando a vista de todos.

- Hum hum. Esse é o meu primeiro discurso como Ministro da Magia - e nisso todos bateram palmas e gritaram - e vocês, minha família, terão a honra de ouvi-lo. Somos uma família de sangue puro, mas nunca fomos tratados com respeito. Só porque sou admirador dos trouxas os bruxos que querem se achar mais do que podem, me repugnam. Sempre fomos uma família pobre - nisso Rony se inquietou um pouco -, mas nunca deixamos de gastar nossos últimos nuques para o bem estar dos nossos queridos filhos. Mesmo comprando materiais de baixa qualidade, sustentamos os nossos filhos em Hogwarts para aprenderem magia com o mestre Dumbledore. O Sr. Dumbledore é um homem de respeito. Que merece a afeição de todos, pois é alguém muito sábio e poderoso. Esse homem foi o único homem capaz de fazer uma família passar de rica para pobre em poucos instantes. E é a Alvo Dumbledore que ofereço a minha vitória.

- Não precisa de tanto Arthur. - em meio a tanto barulho, gritos e palmas, ninguém percebeu que mais alguém chegara à Toca. Dumbledore ali estava, sentado por sobre a mesa, os braços e pernas cruzados, olhos atentos em Arthur.

- Professor Dumbledore. - todos se admiravam, Marco ainda mais que todos, olhando o velho diretor de cima a baixo com os seus olhos.

- Vejo que encontrou um parente bruxo vivo, não? Eu desconfiava de sua existência, garoto. Mas não havia provas. - Harry percebeu que Dumbledore pareceu destacar essa última palavra. - Muito bem Arthur. Cumpri o que prometi e agora teremos de tratar de alguns assuntos muito sérios. - Dumbledore levantou as sobrancelhas ao dizer isso.

- Ma-mas, pensei que nós pudéssemos comemorar com o Arthur... - a Sra. parecia indignada.

- Deixa Dumbledore, só um pouquinho. - Fred e Jorge diziam em coro.

- Não, desculpem-me. A festa ficará para mais tarde. Vocês saberão quando. Se não se importam, até mais. - e nisso Dumbledore e o Sr. Weasley desapareceram com um craque.

- Que droga. De quê adianta comemorarmos sem que o papai esteja aqui? - Fred se perguntava e todos, até a Sra. Weasley, o apoiaram.

- Vamos por as coisas em ordem. Vocês duas - e se virou para Gina e Hermione - vão me ajudar em uma faxina nos quartos, e vocês cinco vão desgnomizar o jardim.

- Desculpe mamãe. Mas já que não vamos comemorar temos de voltar à loja, tchau. - e com um craque Fred e Jorge desapareceram.

- Gui e Carlinhos, por favor vão ajudar os garotos na desgnomização. - dizia a Sra. Weasley falando para os dois filhos mais velhos.

- Tudo bem, vamos. - Gui já ia saindo para o jardim acompanhado dos outros quando uma voz esganiçada falou.

- E o que Dobby vai fazer, minha senhora?

Harry virou-se instantaneamente e viu Dobby, em pé, próximo a Sra. Weasley. As mãos cobertas de luvas e os pés, que calçavam uns oito pares de meia duplicaram de tamanho. Usava o suéter que Rony dera a ele no ano anterior e parecia estar mais feliz do que Harry jamais vira.

- Que é que você está fazendo aqui, Dobby? - perguntaram Harry e Rony juntos.

- Dobby está trabalhando, meu senhor. Dobby agora trabalha para a nobre família Weasley.

- Quê? Você está trabalhando para nós? - Rony perguntava surpreso.

- Sim, meu senhor. E Dobby tem um recado para a sua mãe. O meu amo, seu pai, disse que é para os senhores irem para a sua nova casa. Uma enorme mansão com lagos, um imenso jardim e tudo que uma nobre família como os Weasley devem ter. Dobby e os outros terão o imenso prazer de cuidar de uma mansão tão bela. - os olhos de Dobby brilhavam de felicidade e os seus lábios crispavam um sorriso.

- Você e quem? - perguntou a Sra. Weasley, animando-se por possuir um elfo doméstico.

- Dobby e os outros dois elfos que vão cuidar da mansão. Dobby, Onofre e Fridow cuidarão de tudo com muita gratidão. - Dobby se alegrava cada vez mais.

- Então, você ainda continua livre Dobby? - perguntou Hermione preocupada que o elfo tivesse desistido da liberdade.

- Claro que continuo. Graças ao Sr. Harry Potter, Dobby pode respirar os ares da liberdade.

- Então, quando iremos a nossa nova casa? - perguntou Rony ansioso.

- Quando os senhores quiserem. Dobby está aqui para ajudá-los em tudo e para guiá-los à sua nova casa.

- Eu vou sentir muita saudade desse lugar. - dizia a Sra. Weasley olhando para Dobby.

- Mamãe, vamos logo. Aqui moramos em uma velha Toca e lá moraremos em uma mansão. - os olhos de Rony brilhavam de tanta felicidade.

- Mas Rony. Nós sempre moramos aqui. Tudo nosso está aqui. Nossos móveis, lembranças...

- Isso não é problema, minha senhora. Dobby pode levar os móveis para lá. Lá tem muito espaço. E Dobby viu que a casa já está arrumada com móveis, minha senhora.

- Vamos mamãe. Nós sempre sonhamos com isso. E hoje temos. - dizia Rony.

- É, e o papai não compraria uma casa só para nós dizermos que temos uma. - Gina completava.

Harry podia ver o cérebro da Sra. Weasley trabalhando, pensando em o que fazer. Todos ficaram em silêncio durante alguns segundos quando Gui falou:

- Por que não foram comigo e com o Carlinhos desgnomizar o jardim? Já terminamos, porque hoje tinham poucos. O que está acontecendo aqui? - Gui parara e olhava para cada um dos presentes na cozinha, todos olhando ansiosos para a Sra. Weasley.

- Papai comprou uma casa nova e mamãe não quer se mudar. - disse Rony rapidamente.

- Deixa de ser estúpido. Lógico que iremos nos mudar. - a Sra. Weasley disse, parecendo despertar de um sono profundo.

Uma onda de gritos invadiu a Toca e poucos minutos depois todos subiram aos quartos para arrumar os seus malões e levarem somente o mais necessário, Dobby e os outros elfos domésticos levariam todo o resto para a nova casa.

Cinco minutos depois todos estavam reunidos na cozinha da Toca, e viram uma Sra. Weasley que parecia um pouco angustiada em deixar aquele lugar.

- Vamos? - disse ela forçando um falso sorriso.

Todos responderam animadamente. Então ela se virou para Dobby e perguntou:

- Como você nos levará a nossa nova casa? - perguntou a Sra. Weasley ao elfo, que agora estava sendo observado por todos.

- Desculpe por não ter dito antes, minha senhora. Dobby esquecera completamente. O Sr. Dumbledore entregou a Dobby essa chave de portal, minha senhora - Dobby tirara um sapato de dentro das vestes - e disse que ela vai se ativar às dez horas.

- Quê? Ela vai se ativar agora, - disse Rony olhando para o relógio - faltam um minuto para as dez horas.

Ouvindo isso todos pegaram os seus malões e se aproximaram do sapato, se apertaram o máximo que puderam e tocaram, nem que fosse a ponta dos dedos, na chave de portal.

- Cinco...três...um - Harry sentiu os seus pés saírem do chão, a voz de Rony se esvair, e o costumeiro solavanco no umbigo. Então começou a se esbarrar em todos, segurando fortemente o malão, e dando giros e mais giros ainda tocando no sapato. Passado uns dez segundos, sentiu seu corpo desacelerar e seus pés tocarem em um chão gramado, sólido e firme.

O sapato caíra no chão. Harry percebera que os outros soltaram o malão no gramado sem se importar e olhavam hipnotizados para uma mesma direção. Seguindo o exemplo, Harry se impressionou com o que vira. Uma imensa casa de cinco ou seis andares, com paredes douradas e teto cor de esmeralda, situava-se a uns cento e cinqüenta metros à frente. Um gramado extenso cercava-lhe e nele situavam-se flores de todas as espécies e árvores que Harry nunca vira. Do lado da mansão havia um lago gigantesco de águas cristalinas e atrás dela havia um extenso gramado de forma ovóide com três balizas de cada lado, era um campo de quadribol.

- Uau. - Rony dizia com os olhos esbugalhados e fixos em tudo que via - Isso sim é que é uma mansão.

- E o melhor, é nossa. - gritou a Sra. Weasley, correndo em direção à mansão.

Todos fizeram o mesmo. Corriam velozes entre as flores que expeliam as suas fragrâncias quando eles passavam. As árvores pareciam querer dar boas vindas aos recém-chegados, pois balançavam em ritmo de um lado para o outro.

À medida que se aproximavam da mansão, a mesma parecia cada vez mais luxuosa e bela. Então, depois de uns dois minutos de corrida, todos chegaram em frente a uma imensa porta dourada e nela algumas palavras estavam gravadas, Harry leu: "Mansão dos Weasley".

- O papai deve está ganhando muito bem para comprar algo assim. - Rony dizia admirado.

- Ele deve está ganhando cerca de quinhentos a oitocentos galeões. - dizia Gui, olhando para a imensa porta dourada.

- Que tal entrarmos na casa? - dizia a Sra. Weasley sarcasticamente e explicitamente feliz.

- É, vamos. A Sra. que deve abrir a porta, mamãe. - Gina dizia entusiasmada.

Harry continuava a pensar no campo de quadribol que vira. Marco olhava para todas as direções parecendo fascinado, e Hermione olhava bem para a porta dourada.

A Sra. Weasley aproximou-se da porta e percebeu que não existia nenhuma maçaneta ou puxador, virou-se para todos os outros que ali estavam concentrados e falou:

- Como vamos entrar?

- Que tal empurrarmos a porta? - dizia Rony, enquanto ele, Harry, Gui, Carlinhos e Marco dirigiram-se à porta. Começaram a empurrar a porta, mas seus esforços foram em vão, então escutaram um ganido.

- Não é assim que se entra. Com licença, minha senhora. - um elfo doméstico, velho, vestido com uma roupa de mordomo aproximou-se da porta, tomou a frente da Sra. Weasley e disse:

- Sou um Weasley, posso e devo entrar. Permita-me agora nessa mansão morar... 1, 2, 3 e já: Pokopo Tikopo Motopo.

Harry achou tudo aquilo muito engraçado, mas logo a porta tremeu e brilhou fortemente e de onde havia as palavras gravadas saiu um puxador prateado encravado de diamantes. O elfo segurou o puxador e puxando-o com força, a porta começou a se mover e um ruído como de engrenagens se mexendo irrompeu o silêncio de todos ali presentes. Então a porta dourada desapareceu no nada e Harry pode enxergar um imenso corredor e muitas portas. O piso do corredor era decorado com um enorme tapete vermelho e dourado e as paredes eram decoradas com quadros e archotes. Todos as portas eram de carvalho e as suas maçanetas eram cor de prata. Haviam muitas janelas que deixavam a luz dourada do sol aquecer aquele belíssimo lugar.

- Sejam bem vindos, meus senhores. Essa é a nova morada de vocês. - e com um estralo o elfo desapareceu.

- Como vamos saber onde ficam os quartos, cozinha e os outros cômodos da casa? Afinal essa é a nossa primeira vez aqui. - dizia a Sra. Weasley olhando para as cinqüenta portas que haviam no corredor - Se ao menos tivéssemos um mapa.

Foi só a Sra. Weasley fechar a boca e todas as portas estremeceram e algumas palavras foram se gravando nelas. Harry viu palavras como: "Sala de Jantar", "Quarto de Hóspede - Luxo Médio", "Cozinha" gravadas com uma bela caligrafia nas portas de carvalho.

- O.K., por aqui fica o quarto de casal, esse será o meu quarto. Vocês dois - disse a Sra. Weasley olhando para os filhos - procurem um quarto, e Harry, Hermione e Marco, fiquem com o quarto de hóspedes mais luxuoso possível.

Os garotos se divertiam procurando entra as cinqüenta portas, qualquer dizer que indicasse que ali era um quarto. Depois de uns cinco minutos de procura todos encontraram os seus quartos. O de Harry era particularmente luxuoso. Nele havia suíte, cortinas, aquecedores, cama de casal, belíssimos quadros nas paredes e além do mais, uma piscina.

Harry girou a chave na fechadura e tirando a roupa mergulhou na piscina. A água estava tão fria que logo o queixo de Harry começou a tremer.

- Como eu gostaria que essa água estivesse um pouco mais quente. - pensou Harry.

De repente a água da piscina pareceu torna-se mais agradável, um pouquinho mais quente. Essa piscina lembrara aquela do banheiro dos monitores que Harry visitara no quarto ano em Hogwarts. Possuía muitas torneiras coloridas e Harry divertia-se abrindo-as e vendo qual fragrância derramava-se sobre a piscina, até que um aroma muito agradável elevou-se no quarto.

Harry, ainda nu, pulara na piscina e divertia-se nadando de um lado para o outro quando escutou o barulho de alguém batendo na porta. Saiu da piscina, enrolou-se em uma toalha e girou a chave na fechadura. Abrindo a porta viu Gina Weasley, que olhou surpresa para Harry usando toalha e disse:

- Pensei que aqui fosse o quarto da Mione. Desculpe então...

- Não tem o que se preocupar. Não quer entrar? - perguntou Harry, abrindo mais a porta.

Gina parecia um pouco pensativa, mas mesmo assim adentrou no quarto de Harry. Gina estava de costas, admirando o colorido da piscina, quando Harry, sem querer, deixou escorregar um pouco a toalha de suas mãos derrubando-a no chão. Imediatamente abaixou-se e foi só terminar de se enrolar que Gina virou-se para ele e falou:

- Muito legal essa piscina. No meu quarto não tem nenhuma. - Gina continuava a olhar para a toalha de Harry e ele sentia-se cada vez mais nervoso.

- O.K., vou vestir minha roupa. Espere um pouco. - Harry pegou uma roupa limpa no malão, entrou no banheiro e se vestiu. Ao sair viu Gina sentada sobre sua cama, as pernas cruzadas, e os cabelos esvoaçantes.

- Você está muito linda. - Harry deixou escapar antes mesmo que percebesse o que estava dizendo.

Gina olhou para Harry um pouco surpresa e falou:

- Obrigada. Acho o mesmo de você.

Harry sentiu-se nervoso mais uma vez e sentiu uma forte pulsação na região do baixo ventre. Então se escutou novamente um ruído de engrenagens e logo após um barulho de passos entrando na Mansão dos Weasley.

- Quem será? - perguntou Harry a Gina. Gina levantou os ombros.

Dirigindo-se à porta e saindo do quarto, Harry e Gina viram Tonks e Lupin angustiados abrindo porta por porta do longo corredor de entrada.

- Oi. É mais fácil lerem o que está gravado nas portas, não? - perguntou Harry a Tonks e Lupin.

- Olá Harry. Oi Gina. Mas que nomes que vocês está dizendo? - dizia Tonks com um longo sorriso.

- Esse aqui, olhe. - Harry dizia colocando o dedo sobre o "Quarto dos Elfos" gravado na porta de carvalho.

- Desculpe, mas não estou vendo nada. - dizia Lupin pondo o dedo exatamente sobre o nome gravado na porta.

- Talvez seja porque vocês precisem de um mapa, não é? - arriscou Gina.

- Um mapa? Como assim um mapa? - Tonks olhava curiosa para Gina.

- Não sei. Quando chegamos a mamãe pediu um mapa e apareceram esses nomes aí gravados nas portas. Hum, queremos um mapa. - falou Gina para a porta.

Harry não vira efeito algum, os nomes continuavam lá, imóveis, mas pareceu que a história era outra para Lupin e Tonks.

- Uau. Isso é fantástico. Um Feitiço Guia nas portas, muito bem planejado mesmo. - Tonks exclamava, passando o dedo pelo recém-visto "Quarto dos Elfos". - Quero saber onde se encontra o quarto de Molly Weasley - dizia Tonks e logo uma porta, no final do corredor, se abriu.

Tonks e Lupin entraram no quarto dos pais de Rony e fecharam a porta. Gina e Harry se entreolharam.

- Acho que eles vão falar algo da Ordem. - disseram juntos, um ao outro.

Harry falou "Quarto de Rony", ao mesmo tempo em que Gina dizia "Quarto de Hermione" e duas portas se escancararam entre as cinqüenta portas do corredor de entrada. Gina entrou na mais próxima, já Harry correra um pouco, passando por umas doze portas, e entrou no quarto.

- Lupin e Tonks estão aqui. Vão falar sobre a Ordem. - a voz de Harry ecoou no quarto e segundos depois Hermione Granger vinha correndo em sua direção.

- Onde eles estão?

- No quarto dos pais de Rony. Gina já foi chamá-lo.

Saindo do quarto encontraram Rony e Gina esperando-os próximo à porta do quarto em que Tonks e Lupin entraram.

- Vamos entrar em silêncio para eles não ouvirem. - murmurou Harry.

- Não precisa. Vamos para o primeiro andar. - sussurrou olhando para Harry.

- Mas para quê? E mesmo assim como chegaremos até lá? Ainda não vi as escadas. - dizia Hermione e Harry reparara que não vira nenhuma escada desde que entrara na mansão.

- É porque ela está escondida. Hum,hum - pigarreou Rony - Quero ir para o primeiro andar.

O teto e o piso tremeram juntos. Então uma escada feita de madeira materializou-se do nada a meio palmo de distância de onde os garotos estavam.

O andar de cima era idêntico ao de baixo. Possuía o mesmo corredor, com vários quadros e com o tapete vermelho, a única diferença era que as portas informavam outros nomes.

- De acordo com o meu mapa, a sala que é exatamente em cima do quarto da mamãe é naquela porta. - Rony consultava um pergaminho.

- Onde foi que você arrumou esse mapa? - perguntou Gina a Rony.

- É só pedir: "Esquematize o mapa da mansão no pergaminho". O mapa é uma espécie de Mapa do Maroto, só que da minha casa. - Rony mostrara o mapa a Harry e ele vira três pontinhos no andar de baixo (Lupin, Tonks e Molly) e ainda três pontinhos no jardim.

- Mapa do quê? - perguntou Gina.

- Alguém aqui se deu ao trabalho de me chamar? - Marco subia a escada lentamente.

- Desculpa Marco. Olha, Gina, depois nós ti explicamos. Temos de ir logo se quisermos ouvir alguma coisa. - explicava Harry rapidamente.

- É aqui. - Rony abrira a porta com o nome "Sala dos Quadros Desordeiros", e entrou - Há uma passagem atrás do quadro de Bernardo, o Sacana.

Rony dirigiu-se a um quadro onde um bruxo fazia gestos obscenos para os garotos e disse: "Saia e nos mostre o caminho", e tocou a varinha na testa do bruxo pintado no quadro.

O quadro girou como a mulher Gorda faz em Hogwarts e deu acesso a um túnel escuro.

- Quero iluminação. - disse Rony e logo o túnel iluminou-se com uma fonte de luz desconhecida.

A medida que eles caminhavam pelo túnel ouviam vozes cada vez mais altas e nítidas.

- Sim, e é por isso que Dumbledore está tão preocupado. Sete obras, Molly. Isso terá de ser logo barrado pelo Ministério ou se tornará um caos. - Lupin dizia nervosamente.

- Silêncio. - Harry dizia a Marco e Gina que estavam fazendo barulho ao se arrastarem pelo túnel.

- Eu sei que vai ser difícil para o Arthur, mas com a ajuda de Dumbledore. - Molly respondia Lupin.

- Ele já tem todos os planos feitos. Dumbledore desconfia de alguns. Acha que o primeiro será invasão de cidades, mas nada muito certo. O problema maior é que a maioria dos aurores do ministério ainda estão em greve, e precisaremos deles contra os comensais. - Lupin parecia muito preocupado.

- E o pior. Agora existem uns tais de "Peste das Trevas" que se dizem ser mais fortes que Voldemort, mas são apenas um bando de trapalhões. Prendemos três deles no verão, não são muito fortes. - Tonks parecia um pouco calma

- Diga ao Arthur que ele deve negociar com esses aurores grevistas porque iremos precisar deles. Ver uma Marca Negra do céu pode ser o início da primeira Obra. Ele está muito bem estruturado. Tem o apoio de muitos comensais e gigantes. Está mais determinado a matar o Harry. - Lupin dizia nervosamente.

Harry tremeu. Não se lembrara desse assunto durante todo o verão, e agora que isso era relembrado ele se sentiu amedrontado.

- As Obras poderão ter efeitos mais fortes do que podemos imaginar. Temos que estar prontos. Devemos proteger o garoto e proteger o Ministério. Voldemort quer algo no Departamento de Mistérios e lutará para obter isso, pode ter certeza. - continuava Lupin - Espero que ele não resolva invadir novamente a mente do garoto e descobrir o que estamos planejando, isso seria o fim.

Harry virou-se. Queria sair do túnel. Quer dizer que achavam que ele estava ajudando Voldemort? Ele que seria o senhor estraga-prazer? Ele que seria o fim da Ordem?

Empurrando Marco e Gina, Harry saiu do túnel, desceu as escadas e encontrando o seu quarto se trancou e ignorou as batidas na porta. Estava deitado na confortável cama de seu quarto quando adormeceu.

Sonhava que participava da Ordem e ninguém gostava dele. Depois o sonho mudou e ele sonhava que estava em Hogwarts, no Campeonato de

Quadribol, Grifinória ganhara. Depois sentiu novamente o beijo quente que dera em Gina... O sonho mudara... Estava tudo escuro.

Havia muita gente utilizando longas roupas negras com capuzes cobrindo-lhes o rosto. Havia uma cobra e um homem alto e magro à frente de todos, parecia ser o líder.

- Vamos. - dizia uma voz aguda e gelada.

Os bruxos encapuzados saíram em marcha, andando um ao lado do outro, braço com braço, como uma enorme parede negra, todos empunhando a varinha.

O bruxo líder apontou a varinha para cima e pronunciou:

- Morsmordre.

Um jato verde e brilhante irrompeu da varinha do bruxo e alcançou o céu formando um crânio colossal composto por estrelas de esmeralda e uma cobra saindo de sua boca. O crânio subia cada vez mais no céu, e dobrava o seu tamanho a medida em que subia. Estava agora brilhante e bem destacado no céu escuro, como uma nova constelação.

O bruxo líder chamou um dos outros bruxos encapuzados. Levantou a manga das vestes e Harry pode ver o mesmo crânio gravado em seu braço. O bruxo tocou essa marca e Harry sentiu uma dor insuportável em sua cicatriz, ele ia morrer...

Acordara assustado, já estava tudo escuro, exceto pela luz fraca emitida por alguns archotes. Era noite. Harry correu para a janela, queria tomar um pouco de ar fresco. Viu as enormes balizas no campo de quadribol agora escuro. Então desviando o seu olhar um pouco mais para cima viu uma coisa que fez seu coração parar: A Marca Negra.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.