Marco Evans



-Capítulo Dois-

Marco Evans

O que acontecera com o corpo de Mundungo, Harry jamais chegou a saber. Acordara assustado, com o rosto suado, as mãos trêmulas e com a cicatriz queimando de dor. Harry tinha certeza que aquilo que sonhara ocorrera realmente na noite anterior. Desesperado virou-se a procura de Edwiges, mas não encontrou-a em seu quarto, a única coisa que viu foi uma gaiola aberta caída no chão.

- Onde está você logo quando eu mais preciso? - disse Harry pensando alto.

A cicatriz parara de queimar e Harry desistiu de procurar Edwiges. Procurou embaixo da cama o álbum de fotos que Hagrid havia lhe dado no seu 1º ano em Hogwarts. Apoiou o álbum na janela e ficou folheando o álbum vendo foto dos seus pais; sua mãe com lindos e brilhantes olhos verdes e seu pai magro e alto, com cabelos embaraçados.

- Sou exatamente assim - pensou Harry.

Harry chegou em uma foto que nunca tinha prestado muita atenção, estava Lílian e Tiago (ora abraçados ora caminhando de mãos dadas) ao lado de uma árvore e nela estava gravado um coração com os dizeres:

"Lílian Evans
&
Tiago Potter"

Harry ficou admirado olhando para a foto, olhou pensativo para a rua através da janela e viu Marco Evans, um garoto com 10 ou 11 anos que já havia sido espancado por Duda, passava no outro lado da rua. Então Harry olhou novamente para a foto e viu o Lílian Evans gravado na árvore.

- Evans - pensou Harry. Lílian Evans... Peraí aquele garoto é Marco Evans.

Harry saiu do seu quarto correndo, abriu a porta, desceu as escadas e abriu a porta saindo em um jardim com grama recém-cortada, olhou para onde o garoto estava e viu o mesmo a uns 30 metros de distância. Correu atrás dele. Correu o máximo que pode e o acompanhou... Sem saber o que dizer, falou a primeira coisa que veio em sua cabeça:

- Seu nome é Marco Evans, não é? - perguntou Harry ofegante.

O garoto parecendo um tanto assustado respondeu:

- So-sou, por quê? - respondeu o garoto parecendo assustado.

Os olhos de Harry brilharam de felicidade:

- Então você é meu parente - soltou sem querer.

Marco pareceu está um tanto chateado ou até mesmo nervoso e respondeu:

- Por que você diz isso? Eu não tenho parentes... Quero dizer tenho sim, os meus pais adotivos. - respondeu Marco.

- O nome da minha mãe era Lílian Evans, somos parentes.

Harry estava cada vez mais feliz e esperançoso. Ele tinha um parente vivo, alguém da família de sua mãe estava vivo, Harry sabia disso. Então Harry teve uma idéia, e esperava com todas a força que não estivesse errado:

- Você recebeu alguma carta estranha esse ano? - Harry perguntou esperançoso.

- Sim recebi umas três, de uma tal de "Ogharts", mas meus pais disseram que era uma piada de alguém porque, porque... - Marco parecia está com medo de falar.

- Porque a carta dizia que Hogwarts era uma escola de Magia e Bruxaria não é? - completou Harry se atropelando nas palavras.

- Bom, foi isso que tinha escrito. - falou Marco achando que aquilo parecia um pouco idiota demais.

- Marco, isso não é piada, eu também recebi um monte delas, há cinco anos, acho. Isso existe. Escute bem eu e você somos bruxos. - falou Harry esquecendo que dizia isso a alguém que não conhecia.

- Quê? Você está maluco? Eu sei que isso é mentira, pura mentira... Eu sei que você é doido e estuda no St. Brutus para Meninos Irrecuperáveis... - respondeu Marco arrogantemente.

- Eu não estudo no St. Brutus, essa é uma invenção fajuta dos meus tios. Quer saber você devia acreditar em mim... Ah se devia... - falou Harry sinceramente.

- Então se sou mesmo isso que você falou, quero provas... - falou Marco em tom de desafio, ao que Harry respondeu:

- OK, venha hoje à noite para exatamente esse lugar e você verá que você é um bruxo - respondeu Harry...

- Olha, eu não gosto de ser enganado por ninguém. Acho que virei aqui hoje á noite, mas se você estiver me enganando vou falar tudo isso para os meus pais... - disse Marco bravamente.

- Certo, te espero hoje ás oito e meia ok? Você não vai se arrepender... - Harry girou nos calcanhares e entrou em casa.

A casa não estava em silêncio. Harry escutava gritos vindo do andar de cima... Subiu as escadas com cuidado para não produzir nenhum som e viu que toda aquela barulheira vinha do quarto de Duda.

O barulho agora estava imenso. Parecia haver alguém gritando, alguém chorando, alguém pedindo ajuda...

- Mãe... me ajude, por favor... Me solta...Me solta - gritava Duda desesperado.

Harry escutou o barulho de vidro se quebrando. Olhou pelo buraco da fechadura e avistou Duda, sem camisa, agachado e amarrado na perna da cama, as costas viradas para o teto. Tia Petúnia chorava e Duda já estava sem voz de tanto gritar... Havia pedaços de vidro no chão... Então apareceu um louco com um cinturão... Enrolou parte do cinturão na mão deixando a abotoadura suspensa há uns 40 cm de sua mão. Então reunindo forças meteu o cinturão nas costas de Duda gritando:

- Isso é para aprender a não querer ser mais do que pode - falou o louco, cuja voz Harry reconheceu, era o seu Tio Válter.

Harry nunca vira o tio assim. Ele estava com o rosto todo vermelho e inchado e os olhos roxos... Parecia não perceber que tia Petúnia estava olhando... Harry fechou os olhos ao ver o tio bater, com o cinturão, quinze vezes seguidas nas costas do filho, cada pancada acompanhada de um ganido de dor.

Por mais que ele, Harry, odiasse Duda, estava ficando com pena dele...

Harry estava ficando irritado, queria fazer com Válter o mesmo que ele estava fazendo com Duda. A mão esquerda de Harry segurou a maçaneta da porta e a direita segurava a varinha... Então alguém tocou a campainha e os choros e gritos se encerram junto com o toque... Harry correu para ver quem era, ao mesmo tempo em que Petúnia saía do quarto, enxugando os olhos. Harry chegou à porta e percebeu que os gritos pararam, abriu e pensou que alguém tivesse apertado a campainha e tivesse saído correndo, mas olhou para baixo e avistou o pequeno Marco Evans olhando para ele:

- Olá, resolvi vim um pouco mais cedo... - falou o garoto.

Harry teve vontade de dizer ao Marco que ainda eram 11:30 da manhã, mas viu tia Petúnia, enxugando os olhos, voltando da cozinha fazendo menção de perguntar quem era quando Harry saiu de casa virou-se para o garoto e disse depressa:

- Siga-me... rápido, vamos.

Harry sabia que os Dursley não deixariam nenhum amigo de Harry entrar em sua casa por isso que estava chamando o Marco para outro lugar... Harry queria no mínimo ter pego algum livro de feitiço ou sua firebolt e mal tinha planejado o que mostrar ao Marco, afinal tinha só sua varinha e ele não podia usar feitiços fora de Hogwarts.

- Bom eu ainda ia planejar o que lhe mostraria, mas já que você veio muito mais cedo do que eu pensava, vamos lá - disse Harry após ele chegarem em uma travessa escura, mesmo estando de manhã...

- Como eu já disse, nós somos bruxos. - Harry fingiu não ver o olhar irônico que o Marco fez - Olha aqui a varinha que nós, bruxos, utilizamos para praticar feitiços... - falou Harry mostrando a varinha a Marco.

Marco olhou para a varinha de Harry, não parecia muito interessado...

Harry pensava que ele diria algo como: "Isso é uma varinha?", mas Marco olhou para Harry e falou:

- Posso pegá-la?
Relut

o um pouco contra o ciúme por sua varinha, Harry permitiu que Marco recebe pegasse-a...

au! - exclamou Marco - Ele é muito leve não é? Eu senti um calor perto da minha barriga quando a segurei...

-Bom, acho que é por que esse é o seu primeiro contato com um instrumento mágico - imaginou Harry.

- Ok. - disse Marco devolvendo a varinha a Harry - Agora quero que você faça uma mágica.

Harry gaguejou e falou:

- Não tenho permissão para usar magia fora da escola enquanto eu for menor de idade, isso é lei...

- Ah tá então... - disse Marco com um tom pouco convincente - Então você é um bruxo que não pode usar a varinha, não é?

- Não é bem assim, só não posso usá-la fora da escola. Porque sou menor de idade...

- Olha para mim tudo isso é uma baboseira... - disse Marco sinceramente.

-OK! Só não vou arriscar a minha pele para ti provar que o mundo mágico existe - falou Harry um tanto ignorante.

- Então meus pais ficarão sabendo que você anda contando mentiras absurdas para mim - ameaçou o garoto.

- Ah, acredite se quiser... Você já ta enchendo... - respondeu Harry com total ignorância.

- Se é o que você acha... Eu vou pra casa então. E prepare-se por que seus tios vão ficar sabendo que você é um mentiroso de uma figa... - despediu-se o garoto.

- Para a sua informação eles sabem que sou um bruxo e escondem isso para todos. Se você quiser ir vá, pelo menos assim não terei companhia de nenhum idiota... - gritou Harry...

O garoto acabara de sair da travessa e dobrar para a direita... Harry não queria voltar para a casa agora, estava abalado... O seu único parente bruxo vivo era um garoto chato e ignorante... Harry andava em silêncio por uma rua deserta...

Então escutou um enorme estrondo de estourar os tímpanos e se jogou logo no chão por que sabia o que vinha. E não deu outra, um tremor de terra se iniciou, derrubando árvores e latas de lixo, e Harry logo escutou um grito. Olhou para trás e viu que a rua não estava mais deserta e parecia que o seu resolveu se esconder... porque tudo ficou escuro e a sua frente, a uns 90 metros, Harry viu Marco Evans caído no chão cercado de pessoas encapuzadas e vestidas com roupas longas e negras.

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