Epílogo



Epílogo


- Rick! Dylan! Que bom que vocês chegaram! - Gina já gritava de cima da escadaria, Richard ainda mal aparatara. Soltou Ellen e largou o malão; viu Dylan dar um suspiro de felicidade. Sorriu para a mãe, agora já à frente deles.


"Atualmente, meus filhos Richard, Dylan e Erika estão na escola. Erika está no terceiro ano, enquanto Rick está no sétimo e Dylan no sexto. Richard sempre foi aluno modelo e este ano foi promovido à monitor chefe. Inesperado? Não. É segredo absoluto a identidade do pai deles - exceto para Harry, que é o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas (já me mandou várias corujas reclamando que 'essas crianças não devem aprender todas essas Artes das Trevas em casa') e por Dumbledore, que foi o principal responsável pelo anonimato de Tom no nosso mundo - e agradeço por isso, já que a nossa comunidade ainda não conhece que ele continua vivo.

Foi uma surpresa quando Richard me escreveu uma carta, no meio do ano, contando que estava namorando - uma garota chamada Ellen Stringfellow, sonserina até a alma. Eu pensava que Dylan seria o primeiro à arranjar uma admiradora. Ele pediu permissão para a namorada vir passar as férias de Junho em Basilisk Hall, e eu permiti, contanto que os pais dela também permitissem. Não fiz questão de segredo, porque, alias, quem acreditaria se uma garota dissesse que o pai do namorado fora um dia o bruxo mais procurado do mundo?
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- Ah, esta deve ser Ellen - disse Gina, radiante, adiantando-se. - Rick me escreveu contando que viria.

- Ellen, essa é minha mãe, Gina Weasley - apresentou-a à namorada. Ellen sorriu e apertou a mão de Gina.

- Muito prazer, Sra. Weasley - disse simpaticamente.

- Como foram de viagem? - perguntou Gina, interessada.

- Ótimo. Da estação até aqui, principalmente, uns três segundos - comentou Dylan, sorrindo. - Como estão todos?

- Maravilhosos. Apenas Gabriel capotou da escada Leste ontem, mas fora isso, nada de interessante anda acontecendo por aqui.

- Duvido - disse Rick, lançando um olhar significativo para a mãe, com um sorrisinho. Foi engraçado vê-la corar. - À propósito, onde anda aquele velho safado? Quero ver se consigo pegá-lo pelas costas ainda hoje...

- Rick! - censurou a mãe, mas retribuiu um sorrisinho. - Não fale assim do seu pai. - Mas completou: - Deve estar jantando agora.

- Perfeito! Harry me pediu para dar-lhe um soco por ele - falou baixinho. Ellen deu uma risadinha abafada. Gina olhou para ela.

- Você entende esses garotos? - perguntou, rindo-se.

Dylan deu uma palmadinha no ombro do irmão.

- Acalme-se, Richard, irmão - falou, com um sorriso. - Você não devia competir assim com seu pai, sabia? Além disso, você se lembra da última vez, não?


"Tom e Rick tem algum tipo de obsessão assassina um pelo outro, mas sei que é só da boca para fora. Até se dão bem, embora nenhum dos garotos se dê tão bem quanto Erika com o pai. Seria obvio: a única herdeira que fez justiça ao seu nome e foi para Sonserina. E sem dúvida é a mais rebelde. Não sei mais o que fazer com ela, mesmo sendo a 'queridinha do papai'.

Rick, como na outra vez, tornou-se um Corvinal; Dylan foi para Grifinória, para total perplexidade de Tom. Mas, embora esses pequenos detalhes, o Lord das Trevas não renunciou às suas antigas paranóias e fez questão que todos os filho começassem a aprender defesa pessoal e ataque aos cinco anos de idade. Loucura? É... Fazer o quê...?

Richard, talvez por ser o primogênito, é o mais afetado com isso. À cada dia Tom lhe dá desafios mais e mais difíceis, e Rick encara à questão de resolver todos eles como 'um desafio pessoal'. As vezes Tom é severo demais com ele...
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E pegou o malão, deu uma piscadela divertida para ele e saiu para a escadaria da Ala Leste.

- Dylan, não se esqueça da janta! - disse Gina em voz alta.

Dylan fez sinal de positivo com o polegar sem se virar e Gina tornou a voltar-se para os dois, o rostinho bonito emoldurado por aqueles cabelos impecavelmente lisos e ruivos. Ela piscou as pálpebras de cílios claros, um sorriso estampado na face, mostrando os dentes muito brancos.

- E então, onde está Erika? - perguntou numa voz suave.

- Ah... - Ele apelou para Ellen, que deu um sorrisinho torto. - Ela, hum... está... acho que está, er... se despedindo - completou, tornando a olhar para a mãe novamente.

- Despedindo? - repetiu ela, desconfiada.

- Sim.

- De quem?

- Ah, Sra. Weasley... - disse Ellen, segurando o riso. - Ela está apenas se despedindo... - mas como Rick e Gina olhavam para ela ansiosos, a garota resolveu confessar: - Está bem. É do Petterson.

- Do Roy? Por quê? - perguntou Gina, interrogando Richard com os olhos. Embora o tom de voz dela fosse sério, Gina parecia se divertir por dentro.

Rick apenas girou os olhos significativamente e então a mãe teve certeza. Ela abriu um grande sorriso.

- Não me diga! Erika e Roy? Não! - dizia ela entre risadas. - E ele se interessa por aquela pirralha?

Richard sorriu.

- Isso eu não sei - informou, solenemente. - Mas que ela vai ficar dele atrás até conseguir alguma coisa, ela vai...


"Roy Petterson é o melhor amigo de Richard e, provavelmente, o único que sabe do segredo da família. Já veio passar três férias em Basilisk Hall, e não faz objeção nenhuma de quem eu, Tom, Lúcio, Narcissa, Bella e etc. sejam. Pelo contrário, ele gosta de todos nós, e é até o que tem mais paciência com Gabriel, o irmãozinho mais novo de Draco, a nova esperança dos Malfoy de refazer sua família, já que o filho mais velho está mofando em Azkaban. Mas essa tentativa não foi muito bem formulada, hum, o garoto parece ser meio afetado, coitado. Já ouvi Tom dizendo que gostaria de dar-lhe uma boas palmadas. Mas Gabriel não é nosso filho, então não lhe cabe decidir como educá-lo, infelizmente."


Gina parecia fazer força para não rir muito. Há toda hora olhava para o arco da Ala Norte, provavelmente preocupada com que Tom pudesse estar escutando do Salão de Refeições.

- Sabe, Rick, você devia mostrar à Ellen onde ela vai ficar.

- É - falou Rick, pensativo. - Venha comigo, Ell. Temos um quarto muito bom na Ala Oeste, perfeito para sonserinos que nem você - falou com um sorriso acusador.

Ele levantou os dois malões e quase não pode sair do lugar. Ellen riu.

- Não seja bobo. Dê-me o meu.

- Ell, cavalheiros devem levar as malas das damas - disse Rick indignado.

- Eu não sou uma dama - lembrou ela.

- É mesmo... Então tome seu malão - disse com um sorrisinho sádico. - Mas temos três escadarias pela frente...

Enquanto subiam, Ellen reparava nas paredes e no teto.

- Puxa! - exclamou ela. - Sua casa é magnífica. Como disse mesmo que se chama?

- Basilisk Hall - informou o rapaz, sério.

- Basilisk Hall? - disse ela, como se não houvesse entendido. - Não é o nome daquele lendário castelo que dizia-se ser a sede da...

- Ordem das Trevas - completou ele prontamente. - É. À propósito, aqui é a sede da Ordem das Trevas.

Ela encarou-o, duvidosa.

- Você está querendo me dizer que eu estou pisando no chão onde o Lord das Trevas pisou? - perguntou ela, com um sorrisinho irônico.

Ele sorriu.

- Está. - Ele deu um suspiro. - Mas também está namorando o filho dele faz sete meses, então creio que isso não seja tão espetacular...

Ellen deu um passo em falso e quase caiu. Ficou parada olhando-o.

- Conta outra, Richard - falou ela, mas seus olhos pareciam estar pelo menos parcialmente crédula. - Essa foi a maior mentira que já ouvi na minha vida.

Rick deu um sorrisinho triste.

- Eu sabia que você ia dizer isso... Aliás, Lord Voldemort está morto, não é? - perguntou, insinuante. Mas Ellen empalideceu. - Ah, Ellen, não me venha com essa. Você é da Sonserina; sonserinos não podem temer esse nome. E se acha que eu vou chamar meu pai de "Você-Sabe-Quem" pode ir tirando o cavalinho da chuva...

- Mas... Mas... Sua mãe não...! Ela não poderia... - argumentou Ellen, espantada. - Ela... ela é nova demais!

Richard deu uma risada alta.

- Minha mãe é G.W., Ellen. Aquela carinha de santa é só fachada. E ela me deu a luz quando tinha dezenove anos, já era maior de idade. Quanto ao meu pai... Ele tem seus truques - disse com um sorrisinho.

- Mas... eu sempre jurei que essa sua semelhança fosse alguma sorte do destino... - gaguejou Ellen.

Rick riu novamente.

- Ellen, como explica que eu seja ofidioglota? Ou que o Potter me odeie tanto? E que tipo de doido você acha que ensina seus filhos a aparatarem aos oito anos de idade? Ou que - ele deu um sorrisinho -, como você mesma disse, eu tenha essa semelhança toda?

Ellen boquiabriu-se.

- Apenas Roy sabe, até agora. E Harry. E o prof. Dumbledore - acrescentou.

"Só acredito vendo", ela deixou escapar, com a voz fraca.

Ele sorriu.

- Então vamos guardar suas coisas e você desce, para conhecê-lo. E também aos Malfoy, aos Lestrange, ao Challanger, à Koller, Rockwood, Dolohov... Ainda não devem ter se retirado para os quartos.

A garota parecia assustadíssima com a perspectiva de conhecer todos esses ídolos dela de uma só vez. Parecia querer acreditar, mas ainda era impedida pela lógica.

- OK, vamos logo então - disse a garota apressada, agarrando novamente a alça de sua mala. - Aonde fica esse quarto?

Ele alargou o sorriso.

- Siga-me.


"As vezes as pessoas ficam bobas quando lhe propõem conhecer as pessoas as quais cresceram ouvindo seus nomes. Mesmo que essas pessoas tenham sido perversas e cruéis, temidas e detestadas por muitos e por muito tempo. Quando essas pessoas descobrem que esses ídolos estão vivos, elas não acreditam, custam a entender e desdenham das que falam a verdade. Mas quando descobrem que o informante nunca vacilou em sua história, elas ficam sem fala... Foi assim com Ellen Stringfellow, antes de saber que viria a ser Ellen Riddle, antes de saber que seria a mãe do filho do herdeiro de seu maior ídolo.

Eu? Eu sou feliz até hoje. A família vive crescendo, ocupando os quartos do castelo, enchendo a casa de vozes, choros de bebês... Para completar a minha felicidade estonteante, Tom me deu outro filho; ou melhor, filha. Julliet é linda como a mãe, já que puxou à mim. Mamãe a adora e vem em B.Hall quase toda semana para ver a neta.

Não preciso dizer que Richard foi o melhor da turma nos N.I.E.M.'s. Por incrível que pareça, ele foi trabalhar no Ministério da Magia. Ellen e ele noivaram dois anos e se casaram, e então nove meses depois, nasce um garotinho lindo, loirinho, pequenino... Mas quem sou eu para opinar? Ele é meu neto! É a coisa mais linda do mundo.

Dylan foi o capitão do time de quadribol da Grifinória. Ele sempre se dera muito bem com Harry, graças à Deus!, e também passou com notas excelentes nos N.I.E.M's. Embora inteligente, ele sempre teve um irremediável magnetismo para atrair confusões. Mas no dia em que explodiu fogos de artifício em baixo da nossa cama ficou claro onde ele tinha-os comprado (e quem dava as idéias). Ele também era um tremendo 'arrasa corações' na escola, com aqueles negros cabelos compridos e esvoaçantes que faziam as garotas suspirarem; claro, ninguém tinha mais garotas ao pés como ele. Mas Dylan é um tanto seletivo. Acabou caindo nos encantos de Emelly Faithorne, a única que parecia não lhe dar atenção. Bem, no momento sairam para um Lua de Mel e ainda não voltaram. Faz cinco meses, mas ele ainda me escreve. Diz que foi convidado à jogar no Peru, e não pretende voltar assim tão cedo.

Erika está muito bela. Nota-se que herdou as mesmíssimas características do pai - insistente, que ela só! Mas tudo bem, eu amo minha filhinha. Acho que quando Roy e ela decidirem se casar, o homem vai conseguir por algum controle nela (aconteceu com Tom, não?). Erika ainda mora aqui, e Roy vem visitá-la todos os dias. Pretendo monitorizar esses encontros - eles estão ficando cada vez mais tempo trancados no quarto à cada dia. Isso não é bom para a imagem da família Weasley-Riddle. Quanto à Tom, ele não está gostando nada disso. Ultimamente anda seguindo Roy pelos corredores interrogando-o à todo instante. Embora eu saiba que ele está morrendo de ciúmes da filhinha querida e dessa suposta sombra de casamento, ele reafirma que não, alegando que pelo menos um de seus descendentes não vai mais levar esse 'maldito sobrenome'.

E Gabriel! Não posso me esquecer dele. Agora está com oito anos, uma gracinha. Esse nome de anjo... Bem, não é realmente. Ele melhorou bastante. Pelo menos agora não chama mais ninguém de '
seu bosta!' toda vez que encontra. Acho que finalmente aquela Cruciatus que Tom acertou nele deve ter causado algum efeito. Bom, em todo o caso, acho que ele não vai cometer a mesma maluquice que o irmão. Tom anda dando aulas à ele, e Gabriel está pegando o jeito dos feitiços bem rápido. Espero que continue assim. Eu realmente não desejo nenhum mal àquele garoto.

Falando em Tom... Eu sei que ele finalmente está envelhecendo. Embora seu rosto não aparente, eu tenho plena consciência que ele sempre fora bem mais velho do que eu, durante todos os momentos da minha vida. Quase sessenta anos de diferença não é brincadeira. A poção da juventude apenas o mantém com uma aparência mais jovem, mas não impede que suas funções vitais continuem a envelhecer.

Parece triste, parece doloroso pensar nisso... Mas não é. Eu sei que talvez daqui mais algumas décadas, terá que chegar a hora onde eu terei de dizer adeus à ele novamente. Mas dessa vez valeu a pena. Dessa vez eu sei que minha vida está completa; dessa vez eu tive três filhos que não tive da outra vez; dessa vez... eu consegui ser feliz. E eu não me arrependo... Nunca.

Talvez a gente possa viver ainda muitos e muitos anos. Sempre gostei de pensar que eu fosse chegar aos cento e vinte e ele aos cento e setenta. Mas se isso não acontecer... É apenas a vida, continuando. Talvez eu até me vá antes dele, eu não saberia dizer. Só o que eu sei é que o amo, e esse amor vai continuar para sempre, independente de qualquer coisa.

Mas uma já coisa é certa: seja qual for que dirá adeus primeiro, deixará muitas saudades.


Gina Weasley.
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Finalmente, FIM. Mas, é claro, não o fim completo. O fim completo está na próxima fic, ainda sem nome mas já com sete capítulos. Provavelmente vai ser a maior de todas, pois ainda estou no começo e já escrevi 54 páginas. Bom, em todo caso, espero que tenham curtido a fic. Agora, se quiserem um final feliz para Tom e Gina, acho bom que tomem "O Dragão Negro" como um fim, porque garanto que a terceira parte da trilogia não vai terminar realmente bem.

Agora, se gostaram da fic, eu só peço um comentário e indicações ^^', por favor. Eu sei que eu sou chata nisso mas eu fico muito feliz quando alguém deixa uma comentáriozinho na minha caixinha de entrada...

Bom, pessoal, beijos e até a próxima!

Arkanusa ;D

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