Quando Rivais se Unem



I


Harry observava calado aos homens estranhos que surgiam de todos os lugares à sua frente. Uma maldita idéia de que fora enganado lhe aflorava à mente… mas Gina não faria isso com ele, não poderia fazer isso com ele…

Um homem alto e forte chegou à sua frente. Os outros três que o acompanhavam, todos seguravam espadas afiadas, embora a do rapaz fosse um pouco maior do que a das moças. Uma coisa que lhe chamou atenção era que todos tinham cabelos brancos como neve, embora não fossem velhos, e assim como seus olhos. Os cabelos do homem à sua frente chegava quase aos cotovelos e eram cinzas claros.

Seus olhos de pupilas brancas esquadrinharam a raiz de seus cabelos, dando a conhecida verificada na sua cicatriz. Harry revirou os olhos verdes por trás dos óculos; sabia quem era a pessoa que se encontrava na sua frente.

- Você sabia, Arkehon Montrihmer, que já tem uma pena de prisão perpétua em Azkaban? - perguntou-lhe Harry, só para provocar. O que via no Ministério da Magia era todos os registros de gente internacionalmente procurada, e em breve estaria ajudando à metade deles.

Arkehon sorriu, mas não respondeu.

- E sua cicatriz é uma lenda - retrucou o outro, com diversão, revelando sua voz estranhamente rouca.

Então o homem teve a bondade de olhar nos seus olhos.

- Aquele maldito do Voldemort já lhes contou o plano? - perguntou, com a mesma seriedade de antes.

Harry confirmou com a cabeça.

- Ótimo. - Ele virou-se para os outros três acompanhantes e disse, lentamente. - Já me conhecem, como percebi à pouco; este é Perseus Grek - informou, apontando com a cabeça para o rapaz -; aquela é Naihra Pantey - disse formalmente, apontando para a moça mais séria -; e essa outra é Panny Shade.

[i]Sim, cada um com duzentos anos de pena[/i], pensou Harry, tentando não demonstrar seu repúdio por aquelas pessoas, porque aquelas espadas pareciam machucar de verdade. Arkehon se virou para ele e então informou, de pouco caso.

- Harry Potter, Rony Weasley e Hermione Granger - apresentou-os, rapidamente. - Encantados - acrescentou.

Arkehon sorriu.

- Agora entendo porque Tom tentou te matar - resmungou, divertido. - Bem, é hora da ação, não acham?

Harry respirou fundo.

- Acho que sim.

O homem sentou-se na raiz da árvore em que estavam em baixo. Lá longe podia ver o castelo chamado de Basilisk Hall.

"Que tal revermos o plano?", perguntou Arkehon, num tom provocante, com um sorriso irônico.


II


Tiveram pouco trabalho para "conseguir informações" de onde Draco poderia ir. Comensais do grupo cinco que não eram suspeitos de ainda estarem acreditando que o Lord das Trevas se reergueria, sairam espalhados pelo castelo, conversando discretamente com os Comensais do grupo dois, fieis amigos do Dragão Negro; os outros simplesmente sairam sorrateiramente, junto à Tom e Gina, para [i]arrancar à força[/i] o paradeiro de Draco daqui à duas horas.

Essa parte foi comparativamente fácil com relação às outras. Havia a parte do plano onde teriam que estar onde deveriam estar, no lugar certo e na hora certa. Bellatrix e Rodolphus despacharam a carta para Arkehon, que dizia onde deveriam estar, no corujal, pois eram uns dos que podiam andar livremente pelo castelo sem levantar suspeitas. Minutos depois, a coruja voltava com um pacote na garra, que Bella escondeu debaixo da blusa. Tiveram que manter um jeito de deixar o caminho livre para a cavalaria enquanto entravam no castelo, e metade do grupo se dispersou para exercer essa função (que seria provocar uma briga no Salão de Refeições, com o cuidado de conseguirem escapulir antes que alguém reparasse). Restaram apenas Lúcio, Narcissa, Rodolphus, Bella, Tom e Gina. Estes seguiram para o lugar marcado, meia hora antes de Draco.

Entrincheiraram-se na sala de planejamentos. Alguns minutos depois, Bella e Rodolphus se separaram deles, pois, de acordo com o plano, os dois deveriam exercer a guarda de Draco esta noite, e foi o que fizeram. Tom não via o que poderia dar errado.

O pacote que a coruja trouxera fora uma capa da invisibilidade que pertencia à Harry Potter, que permitira emprestar com a condição que não fosse danificada. Agora já estava em sua posse e cobria à ele e à Gina.

À cada hora olhava no relógio. Faltava muito pouco tempo…

Então a porta se abriu. Por ela entraram dois bruxos que ele reconheceu ser os Lestrange de volta. Os dois prostraram-se silenciosamente na extremidade da sala mais próxima da porta e, profissionalmente, nem ousaram olhara para o lado. No instante seguinte, entraram um bruxo muito pálido e louro, seguido por dois brutamontes que se fixaram um de cada lado da porta.

Eram Crabbe e Goyle, e ele não prevera os dois. No entanto, à não ser que muito se enganasse, o poder mágico deles não era grande coisa, e não seriam problema para os outros. Isso, porém, não era o que fazia seu estômago revirar de raiva…

Foi apenas o rapaz chegar para ele sentir nojo. A cara pálida e entediada que mirou brevemente as duas pessoas que ocupavam duas das escrivaninhas ao fim da sala o fez ter que cerrar os punhos para não pular no pescoço deste.

Gina colocou a mão no seu ombro, e balançou a cabeça negativamente, pedindo para ele não se enfurecer antecipadamente. Ele obedeceu, respirando fundo para se controlar. Colocou a mão no bolso e segurou o pentagrama com força.

O garoto sentou-se na mesmíssima cadeira onde ele costumava sentar-se. Ficou por um tempo mirando um quadro que tinha na frente da mesa e depois retirou a capa e colocou-a sobre a mesa. Então tirou do bolso um objeto longo e pegou um pedaço de pergaminho limpo sobre a mesa. Ficou mirando-o por algum tempo, pensativo.

Draco girava lentamente uma varinha entre os dedos, sentado na cadeira de espaldar alto na sala de planejamentos. Não imaginava que estava para ser atacado à qualquer momento…

Tom observava do escuro com ódio na face.

- Tire as mãos imundas dessa varinha… - resmungou entre os dentes com raiva; reconhecera o objeto. Mas Gina cutucou-o nas costelas para mandá-la calar a boca.

Ainda tinha que esperar a hora certa para atacar!…

Lúcio estava calado. Parecia estar pensando seriamente em todo o tempo em que "cuidara" do filho, e agora… Narcissa estava imóvel em sua escrivaninha e tinha no rosto uma expressão de que fora obrigada a engolir um cubo de gelo.

Tom podia até compreender vagamente o que sentiam, mas não tinha a capacidade de perdoar. Draco Malfoy colocara um de seus maiores amigos contra ele e proporcionara o maior risco de vida de toda sua existência. Sim, Draco tinha quase conseguido matá-lo …E agora Draco Malfoy tinha que morrer.

Gina estava atenta e fixava os olhos castanhos na porta por através da capa. Ela hesitou por um momento, então olhou avidamente para ele. Dentro de sua mente ele pode ver um bebê miudinho de cabelos negros. Gina percebeu que ele invadia seus pensamentos e deu-lhe um sorriso. Um sorriso que ele retribuiu, sem esforço algum.

Ela virou os olhos para o relógio e viu. Estava chegando a hora. Tom virou-se para Bellatrix e Rodolphus, ao fim da sala, entreabriu levemente a capa que os tornava invisível e ergueu o polegar.

Nessa hora a porta se escancarou. Draco deu um salto da cadeira na cadeira e olhou. Arkehon, Perseus, Panny e Naihra entraram, ladeados por Harry, Rony e Hermione.

- O que…? - Draco, espantado, levantou-se de um salto, ao mesmo tempo que Crabbe Goyle se viravam e eram estuporados na mesma hora, mas Arkehon já apontava a varinha para ele.

- Eu disse que voltava, Dragão Negro - disse este, calmamente.

O louro se virou para Bellatrix e Rodolphus.

- Peguem-nos - ordenou, rouco.

Mas os dois apenas negaram com a cabeça, ao mesmo tempo que Lúcio, Narcissa e Tom saiam das sombras. Gina veio logo em seguida, segurando a capa da invisibilidade. Todos apontavam a varinha para ele.

O Dragão Negro percebeu a emboscada.

Engoliu em seco.

- Como?… O que… significa isso? - perguntou aos arrancos.

- Isso - sibilou Tom, friamente - significa o fim, Draco.


III


- V-vocês não podem - gaguejou. - E-eu mando nisso aqui!… Os Comensais da Morte obedecem à mim agora! - disse, quase gritando.

- Accio varinha - disse Arkehon descansadamente. Este pegou a varinha que escapuliu por entre os dedos de Draco e jogou-a para o verdadeiro dono: Tom.

Este sentiu o conhecido calorzinho formigar-lhe os dedos de excitação quando tocou na sua varinha mágica. Aquela, a única varinha que pertencera ao maior bruxo de todos os tempos, trinta e cinco centímetros, mogno, pena de cauda de fênix. Estava com posse de sua maior cúmplice e amiga de novo.

- Acabou, Draco - disse Gina, numa voz calma. - Você não sabia que os Comensais voltariam ao comando do Lord das Trevas assim que soubessem que ele estava vivo? Você transgrediu muito as regras, Draco. Você foi longe demais.

Draco virou-se por um momento e arregalou os olhos para a mãe.

- Sinto muito - disse ela simplesmente, mas não vacilou enquanto apontava a varinha diretamente para o filho. Lúcio também não deu nenhum sinal de constrangimento. Sim, eles eram Comensais da Morte de verdade.

Então o outro de virou para Harry, e fitou-o por algum tempo calado. Tom podia ver o ódio crescendo de dentro dos olhos do rapaz.

- Você também, Harry? - perguntou finalmente, furioso. A varinha que Hermione apontava para o ex-colega auror tremeu um pouco.

- Draco, um auror tem que apanhar os bruxos das Trevas, você não acha? - perguntou Harry cinicamente.

Draco fez uma cara feia. Depois deu um sorriso torto.

- Ao lado deles, você diz - falou, lentamente, apontando para os bruxos ao redor.

Harry deu um sorriso muito parecido com que Draco estava dando.

- É. Se for preciso, Malfoy, um auror tem que trabalhar junto com bruxos um pouco problemáticos - e pareceu extremamente satisfeito em dizer isso -, se têm um inimigo em comum… - explicou, pacientemente.

- Tenha maneiras, Potter - disse Tom em voz baixa, rispidamente.

- O Ministério sabe disso? - perguntou Malfoy, com um sorriso ainda maior.

Harry estreitou os olhos, ainda sorrindo.

- Suponho que não. E não será você quem vai dizer - sibilou -, já que estava trabalhando dos dois lados por três anos, não é?

- Que história é essa? - perguntou Tom, surpreso.

- Ele estava trabalhando para nós e para a Ordem da Fênix - explicou Gina em voz baixa -, por mais ou menos… uns três anos, não é, Mione?

- Acho que sim - respondeu a amiga, séria.

- Espera aí - começou Tom lentamente, cerrando as sobrancelhas. - Quer dizer que vocês sabiam que esse idiota estava dos dois lados?

Lúcio e Narcissa se entreolharam.

- Quê? - berrou ele, furioso, encarando os dois. - Você sabiam disso?

- Não! É claro que não, milorde - disse Lúcio rapidamente. - É uma surpresa para mim…

- Narcissa, você…?

- Eu também não sabia de nada, mestre - apressou-se em dizer.

- Vejam… Prestam tanta atenção ao filho que não me admira que tenha se transformado nisso que se transformou - comentou Hermione, repugnada, a varinha apontando firmemente para o rapaz na sua frente.

- Fique de boca calada, sua Sangue Ruim estúpida! - retrucou Lúcio Malfoy, fazendo um cara feia.

Houve um estalido e no momento seguinte Lúcio teve que desviar de um disparo de um feitiço Estuporante. Todos encararam, perplexos.

- Lave sua boca antes de falar com ela, Malfoy! - rosnou Rony, que apontava a varinha para o homem.

Este não deixou quieto. Desviou a varinha e atacou Rony.

- Pelo amor de Deus, vocês dois! - gritou Gina, furiosa.

Tom revirou os olhos.

- VOCÊS QUEREM PARAR? - gritou, e sairam algumas fagulhas roxas de sua varinha.

- CALE A BOCA VOCÊ TAMBÉM! - gritou Rony, fora de si. Este apontou a varinha para Tom e Gina empalideceu.

- Oh, rapazes! Não façam isso! - implorou, apaziguadora.

Tom e Rony se encaravam com fúria. Então o rapaz ruivo recebeu um jato de luz vermelha e foi atirado para trás com força.

- LÚCIO! - berrou Gina, agarrando os próprios cabelos.

Hermione virou a varinha de Draco para Lúcio Malfoy e, no instante seguinte, atirou contra este. O Comensal conseguiu desviar novamente, mas Narcissa ficou louca.

- Não ouse, garota! - gritou a loura e, largando a varinha, partiu para cima da Hermione.

Gina prendeu a respiração; Harry tentava separar as duas, mas parecia ter receio de chegar perto demais; Arkehon e os demais observavam estupefatos.

Tom encarava àquilo sem fala. Nunca, em toda sua vida, vira uma coisa daquelas. Até sua varinha abaixara, sem perceber.

Rony surgiu do canto da sala onde tinha caído e foi socorrer a namorada - acabou levando um soco no queixo e teve que ser acudido por Harry.

- Francamente… - murmurava o rapaz, enquanto chegava perto para apanhar o amigo. Narcissa pareceu pensar que ele queria entrar na briga e acabou dando-lhe um chute que fez voar no ar seus óculos.

Harry então finalmente se enfureceu. Esticou a mão e agarrara com gosto uma mão cheia de cabelos louros, e no instante seguinte a sala irrompeu em guerra.

- Não vai, não, seu maldito! - urrou Lúcio, raivoso, atirando uma Cruciatus contra Harry.

Gina partiu para acudir quem quer que fosse que estivesse precisando de ajuda. Bellatrix e Rodolphus foram socorrer os parentes. A sala de planejamentos se viu em caos total.

Mas foi quando um raio branco ricocheteou no vidro do armário e acertou Arkehon, fazendo-o cair de costas sobre a mesa, foi que a coisa ficou realmente feia.

Este ordenou que seus subordinados acertassem qualquer um que vissem pela frente, tentando endireitar-se. Gina tentou socorrer Hermione e acabou levando uma pancada de Bellatrix no nariz e Tom foi salvá-la. Rodolphus finalmente conseguira escapar com um nariz sangrando e pegara uma cadeira para substituir como arma sua varinha que se perdera no meio da confusão.

Foi quando Tom, com estrelinhas insistentes piscando diante dos olhos, depois de ser atingido na cabeça por alguma coisa que ele não vira, percebera o que tinha acontecido. Demorou um tempo para conseguir fazer todos pararem.

- Parem! Seus idiotas, parem! Parem! PAREM!

Então como ninguém deu ouvidos, ele pensou. No instante seguinte todos pararam, assustados, para ver quem quebrara a vidraça ao alto.

- Calem a boca, seus estúpidos maníacos! - sibilou, furioso, abaixando a varinha. - Não perceberam que deixamos Draco Malfoy escapar?!

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