Visita



Carlotta tinha desaparecido. Metaforicamente, de qualquer forma. Os sextanistas saíram da sala totalmente entusiasmados com a aula de Defesa e com o próprio Professor Black. Lily e Donna podiam ter ficado várias horas naquele estado de êxtase se não tivessem passado pela enfermaria a caminho da segunda aula, que era Feitiços. Então, a lembrança as tomou, junto com a culpa que já tinham esquecido. As portas da ala hospitalar estavam fechadas.


"Vamos entrar?" perguntou Donna, incerta. Lily arqueou a sobrancelha, e a garota de cabelos negros rapidamente acrescentou: "Não que eu queira, nem nada."


"Me pergunto se o Curandeiro Holloway vai nos deixar vê-la," murmurou a monitora. "Será que devemos tentar?"


"Não."


"Por favor?"


"Eu e Carlotta não somos amigas. Seria estranho."


A ruiva franziu o cenho. "Mas eu e Carlotta não somos particularmente próximas também, e eu não vou me sentir estranha. Vai ficar tudo bem..."


"Você gosta das pessoas, Evans. E as pessoas gostam de você, o que é mais importante."


"Donna Christine..."


"Não use meu nome do meio!"


"Por favor?"


"Tudo bem."


Fazendo careta, Donna seguiu a ruiva até as portas, que a última empurrou para frente. De início, o Curandeiro Holloway não estava em lugar algum, mas quando entraram um pouco mais, ele apareceu com um caderno e uma garrafa de líquido amarelo-esverdeado.


"Senhorita Evans," cumprimentou o bruxo mais velho. Ele olhou para Donna como que decidindo se queria ou não dar um palpite sobre seu nome; evidentemente, decidiu não fazê-lo e apenas acenou com a cabeça para ela. "Se nenhuma de vocês duas está realmente doente ou machucada, temo que devalhes pedir para sair."


Ele realmente parecia sentir muito por isso, então Lily invocou sua melhor voz de "aluna favorita" e disse: "Mas, Curandeiro Holloway, estávamos esperando poder ver Carlotta Meloni."


"E acham que são as primeiras?" resmungou ele. "Alunos têm ido e vindo a manhã inteira tentando dar uma olhada nela. Eu não terminei meus exames, então não podem vê-la."


"Você pode ao menos nos dizer algo sobre como ela está?"


"Não."


"Mas deve saber de alguma coisa."


"Eu não disse que não sabia de nada. Só que não podia lhes dizer."


"Mas Curandeiro Holloway…"


"Carlotta Meloni está estável. É tudo que direi."


Lily apoiou o peso na outra perna e cruzou os braços. "Por favor?"


Holloway suspirou. "Tudo que posso dizer..." Donna parecia incrédula que o simples ‘por favor‘ de Lily tinha realmente funcionado, "...é que a Senhorita Meloni não foi azarada... ela não foi atingida por uma maldição, de qualquer forma. Essa espécie de magia deixa algum tipo de marca visível, e não há nenhum sinal na Senhorita Meloni."


"Então... então está dizendo que ela definitivamente agiu por vontade própria?" indagou Lily, seu coração afundando. Era um pensamento terrível.


"Não, não seja ridícula," vociferou o Curandeiro. "Não estou dizendo que ela não foi afetada por magia... apenas que não foi atingida por um feitiço, como de costume."


"Poderia ter sido uma poção," sugeriu Donna. "Ou talvez tenha sido exposta a objetos das trevas. Ou talvez..."


"Ou talvez estivesse apenas procurando atenção," concluiu o Curandeiro. "Por tudo que todos nóssabemos, foi o que aconteceu, então não quero vê-las espalhando o que eu lhes contei."


"Manteremos em segredo," jurou Lily. Donna assentiu.

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