Adam McKinnon



"Sei não," suspirou Marlene Price descontente, me parece que você devia ficar mais um dia."


"Marlene," começou Adam, "pela décima sexta vez: eu não tenho sequer um arranhão, estou na enfermaria por quase seis dias. Acho que está na hora de eu ir embora daqui."


Sua amiga parecia insatisfeita com essa resposta ao sentar-se no canto de sua cama naquela terça-feira à tarde. "Mas o Curandeiro Holloway nem sequer sabe o que aconteceu com você..."


"Eu já te disse: ele sabe." Adam se esforçou para parecer cansado, mas na realidade o incomodava muito, muito pouco, o fato de Marlene estar entrando e saindo da Ala Hospitalar a cada intervalo de duas horas desde que o Curandeiro permitira que os pacientes recebessem visitas. "Ele disse que o motivo pelo qual Carlotta, a garota da Lufa-Lufa e eu tentamos... fazer algo drástico foi provavelmente resultado de..."


"Exposição acidental a objetos contendo magia das trevas," concluiu Marlene por ele. "Você me disse centenas de vezes."


"Você perguntou centenas de vezes."


"Não mude de assunto."


"Isso tem tudo a ver com o assunto."


Marlene olhou feio e ele se calou. "Tudo que estou dizendo," continuou a loira, "é que até que alguém descubra que ‘objeto com magia das trevas‘ supostamente os conduziu ao ímpeto incontrolável de cortar os pulsos, pular no lago e se jogar da Torre de Astronomia – diferentes métodos de suicídio, um fato que eu, por exemplo, acho esquisito – você não deveria ter permissão para vaguear pelos corredores."


"O Curandeiro Holloway diz que seja o que for que tenha passado em nossos organismos, se foi," disse Adam, e quando Marlene pareceu menos satisfeita, ele acrescentou: "Eu prometo não ir à Torre de Astronomia, se isso te faz se sentir melhor. Porém, foi uma observação interessante sobre os diferentes métodos. Isso é estranho."


"Foi Lily quem me apontou isso," admitiu Marlene. "Mas eu fui esperta o bastante para concordar com ela." A jovem checou o relógio na parede. "Tenho aula de Transfiguração em poucos minutos..." (claramente desapontada). "Te vejo mais tarde, certo?"


"Estarei aqui até as seis da noite," assegurou-lhe Adam.


"Certo, venho por aqui na hora do jantar." Marlene hesitou. "Não, deixa pra lá. Tenho que encontrar Miles no jantar. Ele jura que eu não faço refeições com ele há séculos. É engraçado como no instante que fiquei interessada em outra coisa... quer dizer, ocupada fazendo outras coisas, ele ficou completamente apaixonado por mim novamente." Adam não estava nada satisfeito, mas tentou esboçar um meio-sorriso. "Te vejo à noite na sala comunal então, o.k.?"


"A não ser que eu pule da Torre de Astronomia nesse meio tempo."


"Não tem graça, McKinnon. Tchau." Ele acenou em resposta. "Tchau, Carlotta!" acrescentou Marlene, acenando para a bela morena, que estava em uma das camas da enfermaria. Ela também acenou, embora um pouco preocupada, rabiscando um pedaço de pergaminho. "Eu vou trazer sua lição de Transfiguração," disse Marlene ao rapaz. Ele franziu o cenho.


"Para falar a verdade, eu preferia pular da Torre de Astronomia."


"Continua não tendo graça."


"Te vejo mais tarde."


"Tchau." E apesar de alegar o contrário, Marlene saiu da ala hospitalar com um leve sorriso.


 

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