O que ele fez dessa vez ?

O que ele fez dessa vez ?



"Então, você não vai nos dizer o que James disse?" perguntou Mary enquanto Lily lavava o rosto na pia do banheiro feminino do sexto ano da Grifinória.


"O que te faz dizer isso?"


"Bem, você não abriu a boca desde que subiu há dez minutos," disse a morena. "Exceto, abre aspas, ‘Eu odeio aquele idiota!‘ O que só podemos presumir ter sido uma referência a James."


"E foi," admitiu Lily, secando-se antes de as duas voltarem ao dormitório feminino. "Ele me culpou por ‘levar o crédito‘ pela briga."


"Você está brincando," surpreendeu-se Marlene, que estava escovando o longo cabelo loiro diante do espelho. "Ele não disse isso! Ele não diria!"


"Diria e disse," respondeu a ruiva. "Ele disse que eu estava bancando a ‘Joana d‘Arc.‘"


"Como é que ele sabe quem foi Joana d‘Arc?" Mary quis saber. Lily sacudiu a cabeça para indicar que não sabia.


"Quem é Joana d‘Arc?" perguntou Donna, a única sangue-puro do grupo, curiosa.


"Uma mártir trouxa," respondeu Marlene. "Isso é estranho. Porque ele ficaria furioso com você por tirá-lo de apuros?"


A pergunta pairou no silêncio do dormitório por quase um minuto, antes de Michelle Mumps – a quinta colega de quarto – entrar. "Foi um banquete adorável," disse ela. "Eu amei a torta de morango! Vocês não?"


Michelle – ou Shelley – Mumps era uma garota branca, com um corpo roliço e natureza temperamental. Não particularmente próxima das outras quatro, a melhor amiga de Shelley era a última companheira de quarto delas, a ausente Carlotta Meloni.


Shelley notou que as outras pareciam um tanto contemplativas e indagou: "Qual é o problema? Aconteceu alguma coisa?"


Donna revirou os olhos. "Apenas drama, Shelley. Apenas montes e montes de drama."


"Ah, bom!" gritou Shelley. "Vou trocar de roupa e escovar os dentes – então vão ter que me contar tudo sobre isso." Ela pegou alguns itens do malão e correu para o banheiro. Marlene terminou de escovar os cabelos e foi sentar na cama de colunas que escolhera para si.


"Sabe o que eu não consigo superar", comentou a loira após um tempo. "Não consigo acreditar que Luke Harper já disse ‘eu te amo‘."


Lily começou a rir. "Mar, depois de tudo que aconteceu hoje, é isso que ainda está te incomodando?"


Marlene assentiu. "É que é tão engraçado! E ele não terminou com você quando você não disse o mesmo."


"Não pude dizer o mesmo," corrigiu Lily.


"Mesmo assim," concordou Mary. "Temo que tenha se juntado à gente no grupo de ‘garotas malvadas‘, Ruiva."


"O que quer dizer?" indagou a monitora.


"Garotas boazinhas dizem ‘eu te amo‘," disse-lhe Mary antes de subir na cama. Lily suspirou, também subindo na dela.


"Estou feliz que esse dia tenha acabado. Estou com Dumbledore nessa – espero que tudo se acalme de agora em diante."


"Me pergunto onde nossa sexta colega de quarto está," divagou Mary distraidamente.


Donna bufou. "Sério? Carlotta ocupou mais camas nessa escola que qualquer outra pessoa solteira na história de Hogwarts." Carlotta Meloni era conhecida. "Ela provavelmente está com algum cara." Na verdade, ela não estava, mas falaremos disso mais tarde.


"Boa noite, gente," disse Lily às outras. "Durmam bem, e que amanhã seja melhor que hoje."


"Saúde," disseram Mary e Marlene em coro. As quatro estavam dormindo quando Shelley voltou do banheiro.


O destino trabalha de forma engraçada às vezes.


Elas foram acordadas mais cedo na manhã seguinte por um grito penetrante.

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