Diálogos emocionantes





13 de setembro, sexta-feira



Diálogos emocionantes com Malfoy:
10:40 am

– Não se preocupe, Granger – ele ergueu a varinha para uma das estantes caídas no canto da biblioteca. Aquela era a última. – Um dia o Potter acorda pra vida. Wingardium Leviosar – antes que pudesse fazer qualquer coisa que seja, eu entrei na frente dele, agindo como professores quando você faz uma coisa errada.
– Não, não, não.
– Que foi? – abaixou a varinha.
– Tá fazendo errado. É LeviOsa, não LeviosAR – agindo como no primeiro ano, hein, Hermione?! Que coisa feia...
Malfoy me olhava com uma sobrancelha erguida tentando entender a situação.
– O quê?
– Rony entenderia… – provoquei. Percebi a expressão de raiva nele.
– Você é inacreditável – dizendo isso, ergueu a varinha de volta murmurando certo o feitiço.
– É um feitiço tão simples, Malfoy, como foi errar? – contive o riso, aquilo estava deixando ele louco.
– Eu te dou um apoio moral e você me trata assim?
– É LeviOsa, não LeviosAR – repeti quando a estante já estava no lugar certo.
– Garota irritante
– Idiota.
– Chata.
– Arrogante.
– Sabe-tudo metida.
– Exibido!
– Monga.
– Cretino.
– Ridícula.
– Te odeio.
– Isso é recíproco, Granger!


Diálogos emocionantes com Violet:
11am

– Vai, Draco, preciso falar com Hermione.
– E o que eu tenho a ver com isso?
– Você precisa treinar, lembra?
– Tudo bem então – ele sorriu e foi até a porta.
– Ei, temos que arrumar isso aqui, sabia? – gritei para ele que saía da biblioteca
– Temos mais quatro dias, Granger.
– Inrresponsável! – gritei novamente.
– Tchau, Granger!
– Obrigada, Violet – me virei para ela, a criatura parecia adorar a cena. Essa garota acha minha vida é uma série de TV americana! – O que você quer?
Retourner Oubliette – dissera com aquele sotaque francês dela.
– Ah?
Retourner Oubliette – ela disse um pouco mais lento, mas não abandonando o sotaque.
– Certo... E o que é isso?
– O feitiço para Dumbleore.
– Você encontrou!?
– Foi um pouco difícil, mas consegui!
– Obrigada, obrigada, obrigada! – eu a abracei meio sem jeito.
– Não me agradeça sem antes ouvir o porém da história.
– Aah o que é?
– Como nunca estudamos esse feitiço, ou seja, ele nunca foi executado, você vai precisar de um tipo de poção para conseguir resultado.
– Que poção?
– Não encontrei a segunda parte em lugar algum, só os ingredientes, e nem são todos. – ela me mostrou um pergaminho onde contia os ingredientes que seriam fáceis de achar, mas Snape nunca daria isso pra mim de bandeja. – É por isso que você vai precisar de uma Capa de Invisibilidade. – droga, vou ter que pedir a capa para Harry. Violet encarou uma pilha de livros no chão e depois se virou para me olhar – e eu sei que Harry tem uma.
– É, ele ganhou uma do... – mas a ficha caiu – Espera como você sabe disso?
– Sou Legilimens desde o ano passado – respondeu ela com um sorriso maroto. Entrei em pânico.
– Quantas vezes você já leu minha mente?!
– Uma vez só – olhei para ela como se dissesse “sério?” e ela sorriu – Ok, duas vezes com essa, mas me arrependi na primeira.
– O que eu estava pensando?
– Você xingou Draco de… – ela mordeu o lábio e eu sabia que aquilo era um jeito dela de dizer “melhor não…” – um nome feio.
– Isso não é novidade.
– Mas voltando ao assunto – revirei os olhos – Peça para Harry a capa.
– Violet? Oi! Onde esteve essa semana? Eu não estou falando com Harry, lembra?
– E essa seria a oportunidade perfeita para pedir a capa e voltar a falar com o amor da sua vida.
– Você está lendo contos de fadas demais.
– Não tanto, já que você e Draco fizeram questão de destruir a biblioteca!
– Você veio aqui para me criticar ou me ajudar?
– Hermione? – aquela voz me fez gelar. Não, ele não poderia estar ali.
Ele pareceu meio surpreso quando viu Violet ali comigo, deveria ter voltado agora do treino, já que seu cabelo estava meio molhado.
– Harry – Violet cumprimentou.
– Violet – respondeu Harry se aproximando da gente.


Diálagos emocionantes com Harry:
11:30 am

– Vou deixar vocês dois conversarem, tem muito o que falar. Depois te procuro, Hermione – joguei aquele olhar de morte para Violet quando ela se levantou e deixou um pedaço de pergaminho na mesa.

Peça a capa!

Ai que vontade eu tenho de esmagar essa francesa às vezes.
– Por que está me evitando? – perguntou Harry depois do longo silêncio quando Violet saiu.
– Não estou te evitando, Harry – tô passando muito tempo com o Malfoy, aprendi a ser cínica.
– Está sim, em que mundo paralelo você anda com sonserinos? E no grupo do Malfoy! – isso é ciúme? Seja ciúme, por favor.
– Eles não são tão ruins assim… – escutei falando.
– Hermione… – arfei, não ia conseguir fugir dessa. VIOLET, ESPERO QUE ESTEJA LENDO MEUS PENSAMENTOS AGORA, QUERIDA AMIGA, E NÃO SE SURPREENDA COM OS NOMES FEIOS QUE ESTIVER AQUI, OK?
– Foi só um dia, Harry!
– Por que está fazendo isso?
– Por nada.
– Por que não me contou?
– O quê?
– Voltei a conversar com Rony, ele me disse sobre Luna – finalmente! – Não acha que está na sua vez de me contar algo? – pense numa saída, pense numa saída, pense numa mentira.
– Tipo o quê? – ME MATEM!
– Que você gostava de mim. – ME MATEM, SÉRIO, ME MATEM!!!
– Harry, eu…
– E não negue.
– Chegou nessa conclusão sozinho? – perguntei, não tinha saída. POR QUE NÃO ME MATARAM, CARAMBA?
– Você deveria ter me falado!
– E você ia fazer o quê? Corresponder?
– Não deixaria você sofrer como sofreu essa semana. Poderia ter evitado – disse ele com calma e eu me lembrei porque tinha me apaixonado por ele.
– Não tem como evitar decepções, Harry – assim como não consegui evitar ver você e Gina juntos? Oh claro, você resolveu vir atrás de mim depois de duas semanas.
– Desculpa por… por tudo. Você estava mau essa semana por minha causa, mas, Hermione, eu não sabia! Se você tivesse me contado, eu não teria te pedido aquilo
– Não precisa de desculpar, Harry, tá tudo bem – e ele fez a pior coisa que deveria ter feito naquele momento. Me abraçou. – Harry... Humm... Não ajuda em nada você me abraçar – soltei ele com calma.
– Volta pra mim, pra Rony... Precisamos de você. – não diga isso pra mim!
– Não funciona assim. Não é muito confortável ver você e... – mas calei quando percebi o que estava falando.
– Hermione...
– Harry, por favor, eu fiquei uma semana toda te evitando e não tente mudar as coisas só por vim atrás de mim agora. Não posso, Harry, não consigo! Não quero fazer nada para prejudicar vocês e não quero sofrer. – não acredito que disse aquilo para ele, mas quando dei conta já tinha desabafado. Tinha dito o que em dias não queria admitir pra mim mesma.
– Vou respeitar isso. Mas eu ainda te pesso para voltar – ele tirou uma mecha do meu rosto a colocou no lugar. Meu coração quase saiu pela boca. Não respondi. – E, por Merlin, Hermione, nunca mais faça isso de novo!
– O quê? – é, o quê?
– Andar com um bando de sonserinos.
– Ah – sorri me lembrando da aula de Poções – Estão me tratando bem.
– Sempre estarei aqui para você, ok? – ele disse mudando de assunto, assenti quase chorando.
Harry se levantou, deu um leve beijo na minha testa e saiu.
Não pedi a capa para ele e acabei chorando ali mesmo em cima dos livros encarando o corredor que ele saíra.


Diálogos emocionantes com Rony:
12:10 pm

– Por Merlin, Rony, eu vou trancar vocês na Sala Precisa! – gritei com ele que fugia de mim pelo Salão Comunal da Grifinória.
Eu tinha acabado de sair da biblioteca quando encontrei com Rony e começamos a discutir, o assunto: Luna.
– Você gostava do Harry e nunca falou para ele! Tá reclamando do que? – o desgraçado estava atrás de um sofá fugindo de mim.
– ELE GOSTAVA DA GINA!
– Oh não me lembre disso – resmungou – Ainda não perdoei ele!
– Perdoou quem? – Gina apareceu no Salão Comunal.
– Seu namorado! – reclamou Rony se levantando para encarar a irmã.
– Gina, explica para esse garoto que ele precisa falar com a Luna! – me virei para ela, irritada, e Rony se abaixou de novo.
– Você ainda não falou com ela, seu idiota?! – ela pegou uma almofada e jogou nele, porém Rony conseguiu pegar a almofada no ar, graças ao abençoado Quadribol.
– RONALD WEASLEY, EU NÃO FIQUEI AS FÉRIAS TODAS COLOCANDO NA SUA CABEÇA PARA LARGAR DA LILÁ! ENTÃO, FAÇA ESSE FAVOR PARA A SUA SAÚDE E VAI FALAR COM A LUNA! – me esquecendo que estávamos num lugar bem frequentado, olhei em volta e notei que várias garotinhas assistiam aquela cena.
Rony ia falar alguma coisa para se defender, mas parou quando o quadro se abriu e Harry apareceu entretido com alguns papeis.
– Ah claro! Harry, né?! Tudo bem, qual é seu depoimento? O que você tem a dizer? Vamos, diga! Me jogue na forca você também!
– Francamente, Ronald, que drama, você só precisa falar com a garota! – tudo bem, Hermione, respire, calma, não mata seu melhor amigo... Ele pode fazer falta...
– Quero ver você no meu lugar. E olha que você já passou por isso! – CADÊ A MINHA VARINHA???
Sem chances.
– Já conversamos sobre isso! – minha varinha já estava apontada para o pescoço de Rony e dava para notar o estresse dele.
– O que eu perdi? – perguntou Harry, mas fora ignorado.
– Rony, me diz o por que de você não ir falar com ela – Gina já tinha se posicionado numa poltrona e brincava com uma almofada que tinha o brasão da Grifinória.
– Olha só, não é fácil chegar na pessoa e falar “eu te amo”, sabia?
– Sei sim – falei, vi Harry sorrir e Gina olhar pra gente curiosa.
– O que eu perdi? – perguntou Gina sorrindo e Harry balançou a cabeça.
– Rony, ela gosta de você! – repeti contorcendo minha gravata e ignorando o casal ao meu lado.
– Mas eu não consigo!
– Consegue sim! – Gina falou ainda mexendo na almofada.
– Vai falar com ela, Rony!
– Não!
– Vai! – insisti.
– Por quê? 
– Seu idiota – peguei a almofada que estava com Gina e joguei nele, mirei bem para ele não conseguir pegar como tinha feito antes.
Sai do Salão Comunal xingando aquele ruivo imprestável de tudo quanto é nome.


Diálogos emocionantes com Luna:
5:33 pm

– Por que a pressa, Hermione?
– Preciso falar com uns terceristas. Coisa de hoje de manhã – completei quando ela fez careta não entendendo.
– Você voltou a falar com Harry? – Luna sorriu e estranhei a pergunta.
– Quase.
– Com quem vai se encontrar?
– Com o Malfoy.
Só então tive noção do que tinha acabado de dizer, Luna ficou entre sorrir e me passar sermão, mas esperou eu repetir para escolher qual das opções.
– Com quem, Hermione? – perguntou Luna toda mança, mas como uma cobra prestes a dar o bote.
– Com o Malfoy.
– Malfoy!? – perguntou uma Luna de olhos arregalados contendo o riso.
– E claro, com os terceristas. Um detalhe muito importante nesse encontro: terceristas.
– Encontro?! – repetiu ela mordendo o lábio para não rir da minha cara. Eu tenho que começar a ter cuidado com que falo para Luna agora, principalmente sobre a doninha maldita.
– Tudo bem, eu não vou pedir explicações – disse assim que comecei com meus argumentos. – Vai lá para seu encontro.
– Que isso, garota? Encontro nenhum...
– O que Harry disse, hein? – perguntou ela me encarando.
– Onde ele se encaixa nessa história?
– Não seja estúpida, eu sei que ele sabe que você gosta dele.
Espera, como ela sabe que... Conclusão:
– FOI VOCÊ QUE CONTOU! – gritei entendendo a situação e nem precisei de resposta pela cara de Luna, ela tinha feito mesmo isso.
Posso escrever meus sentimentos em letras maiúsculas? Posso? Ah sim, obrigada.
EU NÃO ACREDITO QUE ESSA LOIRA FEZ ISSO! COM QUE DIREITO ELA SE INTROMETE ASSIM NA MINHA VIDA? O QUE ELA VAI FAZER EM SEGUIDA? ME ATIRAR DA TORRE DE ASTRONOMIA E FALAR "SOU AMIGA DELA E ACHEI O MELHOR A SER FEITO"? A CARA DE PAU AINDA CONFIRMA. FRANCAMENTE, EU PRECISO AVALIAR MAIS MINHAS AMIZADES!!! LOIRA MALDITA!!! ESTOU IMAGINANDO A CENA ONDE EU TORTURO LUNA ATÉ A MORTE. CADÊ A MINHA VARINHA?
– Por que? – foi a única coisa que conseguiu sair da minha boca que tremia de raiva.
– Você não estava atrasada, não? – ela sorriu entre dentes. EU QUERO TE MATAR, LOIRA LUNÁTICA!
– Luna Lovegood! – gritei vendo ela se afastar.
– Boa sorte com a serpente! – ela gritou de volta. – Ah claro, e com os terceristas! – nessa última parte pude ouvir a risada Lovegood dela na qual preferi ignorar.
– Vai ter volta! – gritei.
Ela não respondeu.


Diálogos emocionantes com terceristas e Malfoy:
10:30 am

– Vai você, Rita...
– Eu não! Rafael que vai!
– Nem sonhando! Já montei o plano, agora vocês se viram!
– Então vai você, Marcos.
– Tenho a ficha suja com o Filch, a Kate que é queridinha aqui.
– O Filch nem tem queridinhos, larga de ser covarde, Marcos!
– Aaaah qual é o mesmo o feitiço? – perguntou o garoto da Sonserina.
Riddikulus – disse a menina com um livro na mão.
Demorou um pouquinho para eu entender a situação. A turma de História da Magia fora dispensada mais cedo hoje e ainda tinha o intervalo entre as aulas, então resolvi ir para a biblioteca – uma vez que passo todo meu tempo livre lá –, até que encontrei um bando de terceristas no corredor indo para o banheiro do segundo andar.
Só tem uma explicação para alunos que estão indo para o banheiro da Murta: estão armando alguma. Mas, claro, só tem uma explicação para sonserinos, corvinos, lufanos e grifinórios estarem indo para o banheiro da Murta em plena sexta-feira de manhã: encrenca.
– Espionando terceristas, Granger?
Dei pulo quando senti aquela respiração na minha nunca. Ele riu.
– Ai garoto, nunca mais faça isso de novo!
– Ora, ora, lufanos e grifinórios – Malfoy sorriu, e eu sabia que ele falava do grupinho de terceristas. – Como pretende livrar seus queridinhos dessa, hein?
– Você diz isso como se sonserinos fossem inocentes de tudo que fazem – não pensei em virar para trás; ele estava muito perto de mim.
– Que orgulho dos meus meninos – não acredito que ouvi e ainda registrei isso. Revirei os olhos.
– Então... O que vamos fazer?
– O quê?
– Vamos dar detenção para eles agora? – falei meio impaciente.
– Não, não. Olha que idéia brilhante desses pirralhos!
– Francamente, Malfoy, nós somos monitores! – eu teria gritado e fiquei me perguntando por quê não tinha feito aquilo.
– Deixe as detenções para mais tarde. São dez horas da manhã e ainda não vi nenhuma pegadinha, eu teria planejado uma, mas tive que ficar na biblioteca – revirei os olhos novamente – Que idéia incrível. Soltar bichos-papões pelo castelo. Me lembre de parabenizar eles.
– Acabou? – perguntei meio irritada e Malfoy respondeu o que eu não dei trabalho de tentar entender – E nossas responsabilidades como monitores? Onde fica? Não vamos punir eles porque a idéia é brilhante? – imitei ele nessa última parte.
– Deixem eles se divertirem – ele me puxou para fora do banheiro, mas não sem antes olhar para o corredor e conferir se não havia alguém por perto. – Você só está falando isso porque quer voltar a ser a queridinha da McGonagall.
– É, eu também preciso recuperar os pontos que perdi por causa da biblioteca – olhei para os lados para me certificar que ninguém mesmo nos veriam saindo juntos do banheiro.
– E os pontos que o Potter e a Weasley perderam...
– Não precisa me lembrar disso a cada minuto! – É UM PRAZER NA VIDA DELE ME IRRITAR!!!
– Preciso sim... Você tem que entender que tá avulsa nisso, Granger!
– Virou meu conselheiro agora, é?
– É estressante ouvir suas lamentações, sabia?
– Que lamentações? Eu até que tô encarando a situação muito bem... – ele me olhou como se dissesse “sei…” e isso me fez lembrar que passamos juntos a semana toda na biblioteca. – E você não tem nada a ver com isso!
– Tenho que te lembrar o por que disso? – não, não precisa, já que aquela cena na festa da Corvinal ficou a noite toda martelando na minha cabeça.
– É tão difícil assim cuidar da sua própria vida?
– Quem tem problemas amorosos aqui é você, Granger.
– Sério? E o resto da população feminina que dão em cima de você... – mas não deu tempo de eu continuar, pois Malfoy colocou a mão na minha boca e me arrastou para trás de um pilar ali mesmo. Pensei em xinga-lo quando me livrei da mão dele, mas notei que os terceristas saiam do banheiro cautelosos e conversando entre si. – Droga, Malfoy, por que não deixou eu dar detenção para eles?
– Porque sabemos sobre o plano deles e, bem, podemos pega-los no flagra. Mas vamos deixar eles soltarem o bicho-papão antes…!
– Sabemos sobre o plano deles? – me perguntei se tinha deixado passar esse detalhe no banheiro enquanto brigava com Malfoy.
– Sabemos – dizendo isso me puxou de trás do pilar – Depois da última aula eles vão se encontrar para enfeitiçar o bicho-papão ali mesmo no banheiro da Murta.
– E...?
– Estaremos aqui enquanto todos estão se assustando com os bichos-papões.
– Por que não entramos eles agora pra McGonagall?
– Porque Hogwarts precisa de um sustinho de terceristas nessa sexta-feira 13. – ele deu aquele sorriso irônico e seguiu pelo corredor. – E esteja aqui, hein! Caso contrário eu posso até me juntar a eles nesse plano!
Revirei os olhos e segui meu caminho para a biblioteca onde encontrei a doninha terminando de arrumar uma das estantes. Só mais uma. Só mais uns dias aguentando esse garoto me passando lições de moral.


Mas, enfim, meu dia se resumiu nisso. E se tem uma coisa que desacredito é eu, Hermione Granger, ter ido ao tal segundo andar onde a doninha sonserina me esperava.
– Oh! Ela veio! – dissera Malfoy que acabara de aparecer em um corredor.
– Estou pensando seriamente em dar meia volta, porque te aturar na biblioteca já é estressante – falei parando de frente com ele.
– Você diz isso como se fosse horrível passar esse tempo comigo.
– Já ouviu falar em modéstia? – ergui a sobrancelhas.
– Você já deveria ter se acostumado, é a mais nova amiguinha dos sonserinos. – dissera ele olhando para os lados – Não sei onde aqueles manés estão com a cabeça de te aturar.
– Convivem com você! Já é uma vitória na vida.
– Mas, afinal o que querem com você, hein, Granger?
– Dá um tempo, garoto. – vi ele revirar os olhos e abrir a boca para protestar, porém fui mais rápida – Quieto! – ele fez careta e mudou de assunto, porque eu sabia que não era sobre isso que ele ia falar.
– Fico me perguntando qual seria seu bicho-papão.
Gelei.
Mudei de assunto.
– Cadê os pirralhos, hein?
Ele riu.
– Não, não. Não mude de assunto.
– Por que a curiosidade?
– O que será? O Potter e a Weasley se beijando?
Cala. A. Boca.
– Me obrigue. – disse cruzando os braços. Olhei para ele com os olhos semicerrados, o matando mentalmente.
– E qual será seu bicho-papão mesmo? Voldemort? Sua tia? – notei que seus ombros se encolhiam aos poucos, como se magoasse pela acusação – Seu pai? – ele trincava os dentes e mantia o punho cerrado como se estivesse se segurando para não me atacar. – Do que você tem mais medo, Malfoy?
Cala. A. Boca. Sangue-ruim.
Aquilo doeu. Havia um tempo que ele não me chamava de sangue-ruim. Claro, ainda brigávamos e ele me xingava de rata da biblioteca, mas não voltava a me chamar de sangue-sujo.
Respirei fundo e resolvi usar o mesmo argumento que ele:
– Me obrigue.
– VOCÊ NÃO SABE DE NADA! NÃO SE INTROMETA – agora ele gritava.
– Por que você sempre se intromete na minha vida? – e eu estava no mesmo tom que ele. – É ruim ouvir a verdade, né? – ele abriu a boca para falar, mas eu o interrompi em provocação – Qual seu pior medo? Terminar sozinho? Ser outro comensal sonserino de Azkaban? – eu sabia que estava indo longe de mais e deveria parar ali, mas parte de mim queria continuar essa discução, queria ver Malfoy se rendendo, ele sabe coisas que eu não contaria a Rony... então por que não posso saber uma crueldade dele?
Eu achava que ele poderia protestar, gritar comigo, me xingar, usar Harry pra se livrar do assunto, mas ele só deu as costas e seguiu pelo corredor escuro. E eu fiz outra idiotice: fui atrás dele.
Aquilo foi executado pela maldição Imperio! Só pode! Por que eu fui atrás dele? Eu não queria brigar quando o segui pelo corredor. Então por que fui atrás dele? Mesmo assim, o que eu iria dizer?
Então, obviamente, o silêncio reinou e depois de um tempo, Malfoy se virou pra mim. E ele não estava nem um pouco calmo.
– Me diz uma coisa, Granger, por que você ainda insiste no Potter sendo que ele está com a ruivinha lá?
– Você precisa amar alguém – falei com um sorriso. Mas aí percebi que estava sorrindo e parei. – Se tivesse amado uma pessoa, saberia o por quê. – quando notei que ele só me encarava e que não iria responder até estar satisfeito com meu argumento, apelei para o "amor impossível Malfoy" – Mas e a Parkison? Vocês ficaram juntos um bom tempo...
– Há uma diferença entre atração e amor. – revirei os olhos – Uma coisa é se envolver com uma pessoa, outra é se relacionar.
– Legal, hein – levantei o polegar num "jóia".
– Olha só! A Granger sabe ser irônica!
Eu ia discutir, mas um grito de pânico ecoou pelo corredor. Já haviam libertado os bichos-papões.
– Agora sim. Vamos! – dissera ele com um sorriso divertido me puxando dentre o corredor.
Paramos de frente pra o banheiro, onde duas meninas do grupo que fizera a pegadinha estavam.
– Preciso avisar sobre as detenções? – falei com as mãos na cintura e as duas me olharam como se eu fosse o bicho-papão.
– Tá aprendendo, hein, Granger – sussurrou Malfoy no meu ouvido e se virou para as meninas: – Detenção e detenção – ambas abaixaram as cabeças – De quem foi a idéia? – dei uma cutuvelada nele, mas ele nem ligou.
– Não podemos falar – responderam elas juntas.
– Espertinhas... – ele sorriu – Torçam para McGonagall não descobrirem. – outra cutuvelada que ele ignorou, já que tinha a atenção no fim corredor.
– Não estamos encrencadas? – perguntou uma delas que eu reconheci, pelo uniforme, ser da Corvinal.
– Luna vai cuidar de você – respondi. E me virei para a outra menina que era da Grifinória – E você está de duas detenções.
– Foi idéia dos meninos... Só pode... porque no banheiro eles... – dizia Malfoy para si. Achei engraçado a cena, por isso comecei a rir, o fazendo parar e me olhar. – Que foi?
– Nada. – balancei a cabeça e falei em voz baixa para as meninas não escutarem – E qual a segunda parte?
– Parabenizar o resto do grupo. – respondeu ele com outro sorriso. Ele fica tão lindo quando sorri... Tá, parei. Ele é Draco Malfoy! Hermione, você não pode ficar assim quando ele sorri! Pode parar!
Balancei a cabeça e vi aquela multidão perdida no corredor.
Eram alunos misturados correndo dos seus medos, mas depois os bichos-papões se transformavam em algo engraçado automaticamente e aquilo parecia aterrorizar ainda mais algumas meninas.
Parecia até uma cena engraçada... Se a própria McGonagall não entrasse no corredor desesperada não sabendo para onde apontava sua varinha.
– Vamos sair daqui... – sussurrou Malfoy.
– É... Em compensação do que aconteceu da última vez ficamos banidos da biblioteca.
– Se ela nos ver aqui, estamos ferrados – eu o olhei sem entender – éramos os únicos que não estavam no Salão Principal.
– Eu ainda não sei porque eu confio em você!
– Sério que confiou em mim?
– Cala a boca, vamos sair daqui.
Segui quieta para outro corredor, só se via alunos esteáricos sendo perseguidos por bichos-papões, mas no meio do caminho Malfoy reconheceu o corvino e o lufano terceristas que forjaram o plano. Detenção para os dois – e Malfoy insistiu em tirar 10 pontos da Lufa-Lufa.
Enquanto ele tentava convencer os meninos a dizer de quem foi a idéia e que ele não iria colocar o indivíduo em detenção, vi Rony sendo perceguido por uma aranha enorme. Ele parecia calmo, mas andava em passos largos, só parou quando viu uma porta entreaberta – que reconheci ser a Sala Precisa.
Depois vi Luna sendo perceguida por uns bichos azuis voadores que faziam um zumbido irritante. Já minha adorada amiga estava com as mãos cobrindo os ouvidos e não parecia nada calma. A porta da Sala Precisa não havia surgido para ela, então resolvi colocar meu plano em prática.
– Ei, Luna! – gritei e quando ela olhou, fui até ela.
– Eles... Eles... Oh meu Merlin, tirem eles daqui...!!!
– Calma, calma.
– NÃO ME PESSA PARA TER CALMA, HERMIONE GRANGER! – ela se virara pra mim de olhos arregalados.
– Oh meu Deus, não precisa me bater, Luna!
– Ai, desculpe, é que eu odeio isso. O que tá acontecendo!? – ela disse ainda com as mãos tapando os ouvidos.
– Coisa de terceristas.
– E como eu me livro disso?!
– Ai, desculpe... mas talvez resolve... – mordi o lábio e uma porta de madeira surgiu ao nosso lado, deixando minha amiga sem entender. – Não faça perguntas! Vai! – peguei Luna pelo braço e a empurrei para dentro da sala, fechando a porta antes dela perguntar algo. Fiquei pensando em uma tranca nessa porta para o casal não sair de lá tão cedo.
Então, Merlin, você me deve essa, né? Faz esse casal se dar bem.
Quando me virei, percebi que Malfoy me olhava com um sorriso maroto.
– Que foi?
– O que você tá aprontando? – perguntou ele indo em minha direção.
– Isso não é dá sua conta.
– Bem observado.
– Então... – falei tanto mudar de assunto, mas ele me interrompeu.
– Não foram eles.
Balancei a cabeça e sai com Malfoy para outro corredor que também estava uma bagunça. Reconheci Lilá correndo atrás de Samuel ignorando seu bicho-papão. Vi Brian, Paul e Zabine empoleirados em um pilar assistindo o desespero dos outros e de Samuel. Algustus e Violet estavam discutindo um com o outro e Niall presenciava a briga dando risada.
– Heeey, Dracooo!
Ah, claro, também tinha aquela garota lufana – que Malfoy ia ficar ontem – fugindo do seu bicho-papão, acho que passou pela cabeça dela que Malfoy poderia ser seu herói, tanto é que ela já tinha se entrelaçado no pescoço dele. Segurei a risada quando vi o Malfoy se contorcer.
– Que bom que você chegou! Eles... – tudo bem, admito, ela parecia aflita.
– Alice, estou meio ocupado, depois nos falamos, ok? – dissera Malfoy tentando tirar as garras... digo, braços da garota do seu pescoço.
– O quê? Tá me dispensando? – perguntou ela jogando aquele olhar de “peça desculpas agora!”.
– Depois eu falo com você, Alice... – dissera ele, mas fora interrompido.
– Não acredito!
– Alice...!
Já estava difícil segurar a risada, mas acabei me distraído com a discussão de Algustus e Violet, por isso não notei que a lufana passou por mim com aquele olhar de “morre, vadia” em mim. Acho que ela ia chorar, não sei, e Malfoy nem se importou direito quando falei para ele “dar um jeito”.
– Olha ali a grifinória e o sonserino que estavam no banheiro. – ouvi Malfoy dizer pra mim e olhei na direção que ele apontava. Os dois terceristas estavam entre dois pilares, praticamente se escondendo para não serem notados pelos bichos-papões. – Nossa! Já vejo que o garoto tem mal gosto! Com uma grifinória... Vou ter que tirar pontos da minha própria casa? Francamente!
– Você... é um idiota.
– E você...
Mas eu não prestava mais atenção em Malfoy, minha atenção estava no casal no fim do corredor se beijando, o moreno alto com a ruiva prensada na parede. Aquele embrulho no estômago voltara assim como a vontade de chorar.
– Ok, saímos daqui. – dissera Malfoy me puxando.
– Não, vamos falar com aqueles dois – eu disse me referindo a grifinória e ao sonserino.
Malfoy não discutiu e foi até eles. Eu não prestei atenção no sermão que ele passava, minha cabeça doía e os bichos-papões pareciam que me viam como alvos, já que a cada minuto um se aproximava de mim.
– Volta pra Grifinória. – Malfoy começou quando estávamos voltando para o segundo andar – Pode deixar que eu termino com isso aqui, coloquei eles de detenção amanhã.
– Não, eu tô bem...
– Você não mente muito bem, sabia? – ele se virou pra mim com um sorriso de lado – Sei que tá assim por causa da Weasley e do Potter.
– Foi só um bicho-papão – eu não tinha tanta certeza. Não sabia o que era pior: que isso fosse meu bicho-papão ou que, não, o que eu vi não era meu bicho-papão e aquilo aconteceu mesmo.
– E isso é ruim, não é?
É, eu não ia me livrar dessa.
– Ok, você venceu.
– Ok.
– Pára com isso!
– Com o quê?
– Dizer “ok” pra mim!
– Ok.
Draco!
– Hermione...

Trinquei os dentes.
– Eu já disse que te odeio hoje?
– Só falta o dia em que você admite que me ama.
– Hahaha Nunca!
– Nunca mesmo?
– Mesmo.
– Por que? Sou tão ruim assim?
– Você é um cretino, masoquista, arrogante, egoísta, estúpido, imbecil... – parei de falar quando vi a expressão de tédio dele. Segurei a risada.
– Acabou? – ironizou ele.
– Idiota.
Foi quando notei que havíamos chegado nas escadas da Grifinória, mas Malfoy não foi até o quadro da Mulher Gorda.
– Vai, vai. Vai dormir – disse ele num tom irritante e me deu as costas seguindo pelo corredor de volta ao Salão Principal. – Garota irritante. – dissera ele baixinho.
– Eu ouvi isso! – gritei.
– Que bom! – gritou ele de volta, mas não se virou.
Eu odeio esse garoto, diário. Ele é irritante e metido, se acha o dono do pedaço. Grande coisa. “Eu sou um Malfoy, um loiro e lindo sonserino. Me ame”. É... Ele é lindo e tal... Francamente, tenho que colocar isso até no meu diário? Enfim, ele é lind... Bonito! É, ele é bonito e não está sendo 100% idiota ultimamente, estamos tendo conversas civilizadas, fora as partes que ele me chama de boba por gostar do “Santo-Potter” e as brigas e eu xingando ele e eu falando para ele deixar de ser intrometido e ele me chamando de boba de novo e eu xingando ele de novo e a gente discutindo por eu ter xingando ele. Em outra palavras, evoluímos um pouco, né? Não tem mais essa coisa de Granger Sangue-ruim. Mas ele é tão irritante!
O que tem de lindo tem de te irritante.

– Quem é irritante? – perguntou alguém atrás de Hermione, fazendo a garota dar um salto da cadeira em que estava.
– Oh Merlin, PAUL! Que susto, garoto! – dissera ela com a mão no peito.
– A culpa não é do nosso amigo aqui que você está na biblioteca à uma da manhã, Granger – logo, Hermjone notara, Samuel ia saindo de uma das estantes com Niall e Brian atrás.
– Certo, culpem as estrelas – dissera Brian pegando o livro trouxa que estava na mesa de Hermione.
– Nossa, Brian, essa foi boa, aliás ótima, vou até tatuar – Violet disse se aproximando do grupo.
– Achei que sua primeira tatuagem fosse a Marca Negra – dissera Samuel sorrindo, mas recebeu um olhar ameaçador de Violet, que o ignorou logo em seguida.
– Você já foi melhor com piadas, priminho
– Priminho? – perguntou Hermione surpresa. Violet e Brian primos?
– Ah, Harmione, vai dizer que nunca notou? – Violet puxou Brian para perto dela, deixando seus rostos mais pertos. Passou a mão pelo cabelo do garoto e prendeu os dela para Hermione poder notar a semelhança.
– Brian não é francês – argumentou ela, lembrando do sotaque britânico dele.
– Mas minha tia é – respondeu Violet.
– Ah. – murmurou Hermione fitando o chão – O que estão fazendo aqui à essa hora?!
– O que você está fazendo aqui à essa hora, Srta. Granger?! – disse Paul.
– Perguntei primeiro.
– Espertinha. – ele sorriu
– Atrasamos com o trabalho de História da Magia. – disse Niall se sentando na cadeira ao lado de Hermione, assim como Brian e Samuel.
– E a gente só veio perturbar – completou Paul respondendo a pergunta silenciosa de Hermione. – Mas então, morena, quem é irritante?
– Malfoy.
– Draco?
– Não, Violet, o Tio Lúcio – Samuel zombou, e Violet fez careta.
– Deixa ele saber que você chama ele de tio.
– O que nosso amigo Malfoy fez de errado? – perguntou Brian desviando a briga da francesa com o moreno.
– Nasceu.
– E o que Draco tem a ver com você está na biblioteca à uma da manhã? – perguntou Violet.
– Tava sem sono.
– E o que é aquilo que você estava escrevendo? – perguntou Paul.
– Ah, meu diário.
– Você tem um diário? – Niall fez careta.
– Não, mané. – ironizou Samuel – Se ela tava escrevendo que Draco era irritante no diário dela é porque ela tem né.
– Uau, Samuel, sua ignorância tá evoluindo a cada dia. – respondeu Violet.
– Ok, gente, vou voltar pra Grifinória, não destruam a biblioteca, tá? – Hermione disse se levantando e reconhendo suas coisas.
– Tchau, Hermione – disseram eles em coro.
Hermione caminhou cautelosamente dentre os corredores para a Grifinória pensado nos diálogos que tivera esse dia. Malfoy falando de Harry, Violet sobre o feitiço de Dumbledore, os terceristas fazendo o plano do bicho-papão, o sermão em Rony, a conversa rápida com Luna, a conversa com Harry...
Não tirando esse assunto da cabeça, a morena deitou em sua cama, ainda sem sono, voltou-se a encarar o teto.
Uma coisa ela tinha que admitir: Malfoy estava mudando.
Logo adormeceu. Fora um sono leve, embora tenha pensado em muitas coisas antes de dormir, havia esquecido de um deles que não a preocupou tanto na biblioteca: Gina e Harry. E, para Hermione, já era uma certeza, Malfoy fazia ela esquecer desse detalhe.
Malfoy estava mudando.

 **
Lumus
Malfoy está mudando... O que acham disso, hein? 
N/a: hey, peoples! Eu sei, demorei para postar eu capítulo (que não tá grande coisa), mas para ser sincera não tinha idéia de como ia fazer ele, estava lendo outra fic e terminado Harry Potter e As Relíquias da Morte. Tem 3 comentários que eu queria agradecer/responder que é da...
"Molly" que acompanha a fic desde o primeiro capitulo (eu acho, e espero que não tenha desistido).
O comentário de "Déia Santos": não se preocupe com a narrativa que logo logo eu passo como terceira pessoa, e espero que tenha gostado dos outros capítulos :)
Nox. 

 

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