Cadência



Cadência


Um, dois-três.
Era ritmado, como passos de um ballet que há muito ensaiavam. Havia uma música que apenas eles dois conheciam, um ritmo só deles.


Um, dois-três.
As mãos dele acariciam seu corpo como se estivessem tocando um piano. Eram firmes, precisas, faziam com que arrepios perpassassem seu corpo no intervalo de milésimos de segundos.


Um, dois-três.
E a frequência das carícias era maior, mas o ritmo nunca era perdido. Ele tinha uma cadência ímpar, que fazia seu corpo arquear e pedir por mais.


Um, dois-três.
Um beijo leve em seu seio. Um hálito mentolado em seu pescoço. Um beijo de leve em seus lábios.


Um, dois-três.
Um riso, um gemido, um beijo em seu ventre.


Um, dois-três.
E ele a conduzia como só ele sabia fazer, levando-a a extremos, fazendo-a gemer e rir em três segundos.


Um, dois-três.
E eles seguiam a cadência da música.
Um, dois-três.
E ela se perdia na infinidade de cores por baixo de suas pálpebras.
Um, dois-três.
E ele se perdia nela.


Um, dois-três.
E era ritmado, como uma valsa que nenhum músico jamais sonhou em compôr.

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