Mudança de Planos



Capitulo XLVI


- Onde você acha que estão todos? – Albus sussurrou para Tammy apertando sua mão – Não deveria ter um tipo de exército rondando a casa?


- Você ouviu os caras antes, acho que estão almoçando – Tammy respondeu, eles já tinha dado uma boa andada no andar de cima e sorriram quando perceberam que a escada do sub solo dava para duas grandes portas de vidro que provavelmente levariam para os fundos da casa – Você acha melhor subirmos ou nos contestarmos com essa saída?


- Eu não sei o porque, mas sinto que devíamos ver lá em cima também – Albus sussurrou.


- Ok, acho interessante saber quantas pessoas estamos lidando também – Tammy respondeu e assim seguiram escada a cima.


*****


Alguns minutos antes...


- Por que são de cores e tamanhos diferentes? – Daisy perguntou interessada.


- Porque nenhuma relação é igual a outra – a bruxa disse sabiamente – Mas vou te explicar cada um.


- Pode começar – ela disse tirando um bloquinho e uma pena de seu bolso.


- Primeiro o mais simples, os laços azuis – a mulher sorriu pegando um laço anil médio que saia de Nirlara – São os mais frágeis e menos significativos, aparecem entre colegas, amigos menos próximos ou entre parentes distantes. São muito fáceis de quebrar – ela disse esmagando o laço com um sorriso maléfico.


- Ei! – Nirlara protestou, sentia um leve vazio.


- Não se preocupe, essa dor passa rápido, a pessoa, seja lá quem ela for, não era tão próxima assim – a bruxa fez descaso.


- Hum, então há sequelas em quebrar esses laços? – Daisy anotava tudo.


- Claro que sim – a bruxa disse como se fosse obvio – Magias antigas, principalmente a que é incorporada tanto que nossos olhos não mais a veem, já fazem parte de nós e temos sequelas, como se fosse uma parte de nós arrancada. – a bruxa encarou sua pupila – No caso dela o que eu fiz é comparado a um corte de cabelo ou unha, não tem tanta importância, mas sente-se a falta por um curto período.


- Hum – Daisy disse anotando mais coisas.


- Agora esse prata aqui, o mais expressivo para nós – ela disse pegando um laço prata de Scorpius.


- Você precisa demonstrar tocando neles? – Scorpius disse sentindo uma profunda angustia.


- Não, mas assim é mais divertido – ela disse, mas soltou o cordão, para o alivio de Scorpius – Enfim, esses são os laços de amor, acontecem entre membros de uma família ou entre amigos muito próximos, quase irmãos.


- E aquele ali? – Daisy apontava para um prata bem grosso e com leves cordões brancos traçados.


- Esses são os laços paternos e maternos – ela respondeu com descaso – Mas são tão fortes que é impossível sequer tocar neles e a quebra desse laço causa uma profunda falta que nunca na vida se pode recuperar, enfim, são muito chatos, afinal não se pode brincar com eles – ela disse entediada.


- Da para se quebrar por magia ele? – os prisioneiros olharam para Daisy com um profundo olhar de indignação.


- Não digo que é impossível, mas gasta-se tanta energia que é melhor deixar para lá – a bruxa fez descaso com a mão, mas de repente sorriu, um arrepio se passou entre os prisioneiros – Agora vá pegar o que combinamos, hora da sua aula prática.


Não precisou dizer mais nada e Daisy já estava alegre saindo porta à fora.


- O que você fara conosco? – Scorpius perguntou com medo da resposta.


- Com você nada, com ela... Vocês verão – ela sorria maligna apontando para Rose.


- Não faça nada com ela, se não... – Scorpius começou.


- Se não o que? – a bruxa o olhou divertida.


- Se não você pode se arrepender, ela não possui tantos laços a toa – Scorpius sorriu feliz por ter dito algo.


- Realmente, você não sabe quem sou – a mulher começou a gargalhar dando as costas para o loiro ao ver que Daisy retornara.


- Pronto – ela disse animada.


- Ótimo, que a aula pratica comece – a bruxa soltou mais um sorriso maligno.


*****


Presente...


- Certo, se em cinco minutos eles não chegarem levamos essa poção para já começar a ajudar aquelas pobres criaturas – Elizabeth disse andando de um lado para o outro – Não acredito que no meio dessa confusão eles decidem dar uma volta, não é como se realmente estamos curtindo férias. Alguém pode pegá-los, alguém pode nos pegar, o ataque pode começar e...


- Liz... – Brandon chamou se aproximando da loira.


- Uma bomba nas nossas cabeças e metade dos Aurores existentes morrem e as criaturas morrem e nós morremos...


- Liz – ele disse envolvendo a garota com poucas lágrimas nos olhos em um abraço.


- E tudo porque eles foram dar uma volta – ela disse com a voz fraca abafada pelo ombro do castanho.


- Calma, eu sei que isso é assustador, mas temos que passar por isso, pelos nossos amigos presos e pelo mundo bruxo – ele disse calmo.


- Essa pressão não deveria estar nos nossos ombros – ela disse com a voz ainda abafada.


- Não, mas tinha que ser no ombro de alguém, certo? – ele sorriu um pouco.


- Não sei como Harry Potter aguentou isso aos 11 anos – ela disse indignada.


-Eu acho que ele não sabia o que estava acontecendo – ele abaixou a voz como se alguém pudesse o ouvir – Acho que até hoje ele não entende tudo que aconteceu com ele – e os dois riram, Elizabeth se afastou um pouco do abraço de Brandon para olha-lo.


- Isso não é justou, eu que deveria estar passando coragem para você, ou sou da Grifinória – ela se indignou.


- Mas eu sigo o que quero, não importa o que tenho que passar, sou uma cobra – ele disse com orgulho.


- E o que você quer agora? – ela perguntou o encarando.


- Eu quero tirar meus amigos e você desse lugar.


- Eu não sou sua amiga? – ela perguntou sorrindo.


- Te respondo quando sairmos daqui – ele sorriu de lado dando um selinho na garota e a soltando – Acho melhor irmos, quem sabe quando eles vão voltar – ele disse se aproximando de um caldeirão.


- É, vamos fazer isso – Elizabeth respondeu ainda boba o ajudando a levar o caldeirão.


*****


- Grandes portas duplas, perigo ou algo importante? – Tammy sussurrou para Albus ao encontrar uma entrada majestosa no topo da escada.


- Geralmente os dois – Albus respondeu e os dois olharam para o lado tentando se encarar sem sucesso.


- Cara, por que eles sempre fazem pouca sobremesa? – eles ouviram do corredor a direita, Tammy rapidamente puxou Albus para a esquerda.


 - Provavelmente o povo que fica perto da cozinha rouba sobremesa – eles ouviram outra voz, estavam tão quietos que quase não respiravam.


- Vamos pedir mudança de local...- as vozes foram sumindo escada abaixo, mas Tammy e Albus só ousaram se mexer um tempinho depois.


- Se acabou o almoço logo varias pessoas vão aparecer –Albus sussurrou – Entramos pela porta ou não?


- Vamos, andar pelos corredores não é mais uma opção – Tammy respondeu – Vemos e saímos.


Tammy e Albus se dirigiram sorrateiramente para a porte e tentaram usar o maior cuidado possível para abrir tais portas, mas com um novo burburinho aparecendo de onde os guardas à pouco surgiram, se apressaram em abrir a porta de uma vez, entrar e a fechar a suas costas.


- Quem está ai? – uma voz conhecida perguntou, Tammy abriu os olhos descrente.


- Tia Astória? – ela perguntou ainda surpresa.


- Tammy? – ela se sobresauou – O que Scorpius fez? – ela perguntou negando com a cabeça enquanto olhava para o chão.


*****


Um pouquinho antes...


- Vou lhe contar agora sobre esse ultimo laço – ela disse apontando para o cordão dourado que saia de Rose – Esse é um dos laços mais legais, é o que acontece entre namorados, amantes.


- Hum – Daisy sorriu pegando novamente seu bloquinho.


- É o mais legal pois quando esta numa faze inicial ou meio enfraquecido, as possibilidades de influencia-lo são inúmeras – ela disse olhando para sua pupila, e então se virou olhando de Rose para Scorpius e vice e versa – Esse casal é unido por um desses, vê? – a menina afirmou notando o cordão fino e dourado, que saia do peito da ruiva e seguia até as costas de Scorpius e o que fazia o caminho contrário, na altura do coração.


- E se não forem finos?


- Cordões dourados grossos são comparáveis aos paternos e maternos, possuem uma força imensa e são quase impossíveis de serem quebrados, mas o que os diferencia é que esses laços tem essa volatilidade, podem se afinar ou engrossar diversas vezes ao longo da vida, enendeu?


- Sim, mas há dois finos chegando à Weasley – Daisy notou.


- Esse outro é o que será sua aula prática – a bruxa a olhou a analisando – O que você pediu.


- Então esse vem do meu loirinho? – a menina ficou vermelha e acabou quebrando sua pena de tanto aperta-la – E ele disse que não havia nada.


- Bom, só há da parte dele – Scorpius aproveitou a conversa das bruxas para checar seu bolso, sentia algo o incomodando.


- A ajuda vai demorar um pouco – ele sussurrou desanimado para Rose e Nara que estavam tensas sobre o que a bruxa planejava falando desses laços.


- Mas espero que chegue logo – Rose respondeu no mesmo tom não gostando nada do assunto sobre um laço seu, Scorpius apertou sua mão para dar um mínimo de conforto, o que não ajudou muito.


- O que iremos fazer aqui? – Daisy perguntou se controlando melhor e concertando sua pena com um feitiço.


- Bom, você pediu para eu te ajudar com seu pretendente e é isso que vou fazer, aquela poção dos lábios foi só o começo, agora vamos...


- Você que fez isso? – Rose perguntou apontando para os lábios.


- Achei que já fosse obvio – Daisy disse entediada.


- Mas por quê? Nunca fiz nada para você! – Rose perguntou ainda chocada.


- Nunca? – ela perguntou irritada – Não apenas eu, mas todo mundo notava os olhares que vocês trocavam, toda hora que se encontravam era o mesmo clima, mesmo ele me namorando.


- Nunca fizemos nada! – Rose estava exasperada.


- Em questões físicas isso até pode ser verdade, mas esse cordão evidencia claramente que não em questões sentimentais – ela cuspiu as palavras – E quando você começou a namorar o Malfoy então, tenho certeza que foi só para provocá-lo.


- O quê? – Scorpius perguntou levantando uma sobrancelha.


- Lembro como se fosse hoje ele olhando para a demonstração de afeto pública de vocês no dia dos namorados e decidindo que não estávamos dando certo e que ele gostava de outra, ele terminou comigo no dia dos namorados por sua culpa! – Daisy encarava Rose com profunda raiva.


- Mas pelo que eu sabia, vocês tinham reatado logo antes de sairmos de Hogwarts – Rose dizia ainda chocada.


- Mas não é a mesma coisa – Daisy respondeu – Mas não se preocupe, logo tudo estará no seu lugar.


- Só uma ultima pergunta, como conseguiu me enfeitiçar? Teria sentido se...


- Essa maldição é por uma poção, não um feitiço.


- Colocou em meu suco de...?


- Não se bebe essa poção – Daisy sorria com as perguntas.


- Mas então como?


- Simples, não deveria deixar que pessoas esborrifem algo na sua cara sem saber o que é antes – Rose pensou um pouco e então a olhou séria.


- Emily esta metida nisso também?


- Veja bem, o bom de ser bruxo é que as vezes pode-se ser outra pessoa.


- Foi tudo você? – Rose perguntou.


- Cada parte do plano – ela respondeu satisfeita, Rose suspirou e Scorpius a abraçou.


- Isso, quanto mais fraca sentimentalmente ela ficar, mais fácil será realizar o que tenho em mente – a bruxa sorriu falando mais baixo apenas para sua aprendiz.


- Pode deixar comigo – ela respondeu – Agora, o que vamos fazer realmente.


- Simples, vamos retirar aquele laço do coração da menina ruiva e selá-lo no seu – a bruxa disse olhado Rose que ficou muito branca e quase desmaiou ao ouvir suas palavras – Não se preocupe, os que já passaram por isso só falaram que é como se tivessem tirando seu coração, logo passa – Rose, surpreendentemente ficou mais branca ainda.


*****


Presente...


- Não creio que estão aqui! – Astória levantou seus olhos para Tammy e Albus que ainda a olhavam confusos – Vocês precisam sair, há uma passagem no muro, achem-na e...


- Hum, você não vem Tia? – Tammy perguntou – Você está acorrentada, que ajuda?


- Não se preocupem comigo, querida – Astória disse afável – Encontrem meu filho e fujam daqui.


- Você não vem junto, Sra. Malfoy? – Albus perguntou.


- Já disse para não se preocuparem comigo, repetindo, peguem meu filho e...


- Não podemos fazer isso – Tammy desviou o olhar – Ele está preso nas masmorras com uma bruxa aparentemente poderosa e uma ex-colega.


- Isso não é bom – Astória se agitou.


- Dona, é hora de seu... – Bryan entrou pela porta com uma bandeja que deixou cair e arregalou os olhos vendo que sua prisioneira não estava sozinha.


- Sabia que se Daisy estava aqui, uma hora íamos nos encontrar – Albus disse levantando sua varinha para o garoto que ainda estava surpreso.


- Oh não, o que eles fazem aqui? – ele perguntou diretamente para Astória sem se abalar com Albus.


- Não sei, mas parece que meu filho trouxe amigos – Astória disse desgostosas.


- Mas o plano era para apenas os dois no calabouço – ele disse ignorando completamente a varinha levantada de Albus e se aproximando da loira, deixando a bandeja que trouxera em seus pés.


- Eu sei – ela disse refletindo – Bom, agora temos que estender para quatro...


- Sete – Albus a corrigiu e ela a olhou com os olhos arregalados.


- Sete? – Bryan perguntou com a face preocupada.


- Bem, Liz e Brandon estão aqui também e junto no calabouço está uma colega, a Nara – Tammy esclareceu.


- Não creio – Bryan levou a mão a testa – Bom, pelo menos o calabouço está livre a essa hora – ele disse olhando para o relógio da parede.


- Não exatamente, Daisy e uma bruxa velha estão lá também – Albus corrigiu novamente.


- O que? – Bryan o olhou alarmado – Não sei como tudo pode dar tão mal – ele resmungou saindo correndo do salão.


- É o seguinte, garotos – Astória chamou atenção para si, Tammy e Albus estavam perdidos nos acontecimentos, mas a olharam – Preciso que me façam um favor, saiam para o gramado e circulem o muro pressionando a terceira fileira de tijolos de baixo para cima, uma ira afundar e verão uma saída, procurem ajuda.


- Ajuda de quem, os Aurores estão trancafiados desacordados em uma sala lá embaixo – Tammy suspirou.


- Sei que acharão alguém, vão rápido! – ela disse fazendo gestos para os dois saírem dali.


Albus e Tammy se olharam confusos mas pegaram um na mão do outro e Tammy se preparou para torna-los invisíveis.


- Espera, você ainda está acorrentada a parede – Albus disse se inclinando para ir ajuda-la.


- Não se preocupem comigo, vão logo! – Astória quase ordenou.


- Mas... – Tammy tentou, Albus apertou sua mão.


- Não adianta, vamos procurar ajuda, novamente – ele deu um mínimo sorriso e fez o feitiço que os deixava invisíveis. 





******

N/a: Ufa, finalmente! Desculpem pela demora, começaram as provas... 

Beleza, luciamarcia, se der algum pau aqui vou pro Nyah, hehe ;)

Espero que gostem do cap. 

Bjs,

Bibi. 

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