Carta sob duras penas...

Capitulo XLI

A cabeça de Rose doía como se ela tivesse sido acertada por dez balaços de uma só vez, abrir os olhos era uma tarefa quase impossível, assim como se mexer de qualquer jeito. Tentou lembrar-se de o que havia ocorrido antes de tudo se apagar, os flashes vinham aos poucos e dolorosamente, mas assim que se recordou abriu os olhos em um supetão, o que fez com que sua cabeça doesse mais ainda e seus olhos mais uma vez foram fechados.

- Ótimo, ela está acordando! – ela ouviu uma voz de homem falar – Pode aliviar um pouco a dor? Preciso conversar com ela.

- Ok, faça-a beber isso – Rose ouviu uma voz vigorosa de mulher falando entediada.

- Faça você, filho, a ideia é sua – o homem que Rose primeiro ouviu falou novamente.

E então Rose sentiu que alguém levantava sua cabeça com gentileza, Rose estranhou, mas nada podia fazer, suas forças eram tão poucas que nem os olhos conseguia abrir.

*****

- Ainda não sei o porque de estarmos aqui! – Scorpius exclamou agitado, andando de um lado para o outro – Temos que encontrar Rose!

- Scorpius, se formos agora a chance de conseguirmos resgata-la é muito pequena, olhe o nosso estado! – Brandon disse abrindo os braços como se referisse a todos.

- Sem contar que não sabemos onde ela pode estar! – Tammy se pronunciou se sentando no sofá.

- Ou como chegar lá! – Elizabeth completou se sentando com dificuldade ao lado da amiga.

- Precisamos de alguma informação para começar... – Albus comentou sério e então olhou para o nada.

- Antes de qualquer coisa – Megara chamou a atenção – Tratem de se cuidar, vou na minha casa procurar alguns ingredientes para poções  de cura – ela disse se levantando – Scorpius, você é o melhor com essas poções, quer algo? – ela perguntou para Scorpius que estava absorto em pensamentos – Scorpius? – ela chamou – Hip? – ela o chamou pelo apelido de infância e ele finalmente a olhou – Precisa de algo para preparar uma poção de cura?

- Não, acho que minha mãe já tem bastante coisa no kit de emergência, vou pegá-lo – Scorpius disse e saiu da sala automaticamente.

- Estranho – Megara comentou – Vocês cuidam para que nada de mal aconteça com ele – ela disse se virando par o grupo – Acho que ele realmente gostava dessa garota – ela comentou para si mesma – Voltamos quando pudermos – ela disse e se dirigiu para a porta com Adam na sua cola – Cuidem-se e não façam nada até voltarmos! – ela completou sumindo pela porta.

- Do jeito que ela fala nem parece que tem a nossa idade – Brandon levantou as sobrancelhas.

- Galera, alguém pode checar se Scorpius já está vindo com o kit, logo – Tammy disse preocupada enquanto Elizabeth estava deitada em seu colo, parecia dormir – Ela esta queimando! – Albus acordou instantaneamente de seus pensamentos olhando para a amiga.

- O que ela tem? – Brandon perguntou tão preocupado quanto Tammy chegando perto das garotas, Albus já tinha sumido a procura do loiro e o tal kit.

- Acho que ela foi atingida por alguns Sectusempras - Tammy comentou.

- O quê? – Scorpius chegou nesse exato momento com Albus logo atrás, sua perna estava machucada, mas estava correndo atrás de Scorpius.

O loiro pediu para colocar a menina por sobre uma cama improvisada que haviam dormido no dia anterior. E colocou o kit ao seu lado o abrindo, pediu toalhas e tanto agua quente como gelada para os amigos que logo trouxeram atentos.

- Com licença, Liz – ele disse e a menina abriu os olhos fracamente – Vou precisar rasgar o seu vestido para ver melhor o corte no seu abdome, certo.

- Claro, só que estou com frio, então seja rápido – ela disse voltando a fechar os olhos.

- Ok – ele disse e então abriu o lugar onde já havia um corte.

Havia sangue por todo o corte que ainda sangrava, Scorpius notou que realmente era profundo e se tivesse realmente sido causado por um Sectusempra como Tammy dissera usaria o encanto Vulnera Sanentur e depois um pouco de Essência de Ditamno. Como não agiram mais rápido, Elizabeth ficaria com uma cicatriz média no local do corte, mais ou menos na região direita do abdome. Seu braço esquerdo também teve de ser tratado do mesmo modo, mas ali o corte não era tão profundo e Scorpius tinha certeza que ali a cicatriz seria quase invisível.

O ferimento na perna de Albus não estava tão grave, mas estaria menos pior se ele não tivesse forçado tanto o mesmo. Tratava-se de uma forte pancada que deixaria ali inchado e roxo por algum tempo, ele disse que tinha batido em uma perna enquanto corria até o campo mais aberto.

Tammy, Brendon e o próprio Scorpius não estavam tão machucados quanto os outros. Acontece que os Albus e Elizabeth apenas tiveram duelos na escola e lá foram ensinados a acreditar que os oponentes lutariam com o mesmo respeito que você. Já Scorpius, Elizabeth e Brandon aprenderam a sempre esperarem o pior comportamento dos outros contra você, prevendo assim jogo sujo do lado inimigo, e sabendo que as vezes recuar é a melhor solução.

- Vamos descansar um pouco – Tammy pediu.

- Provavelmente é o melhor a fazer – Scorpius disse suspirando e limpando sua mão com uma das toalhas que sobraram.

- Sim – Brandon disse, segurava a mão direita de Elizabeth e só havia a soltado quando foi pegar as coisas que Scorpius pedira.

*****

- Não me importa o que dizer, eu vou contar tudo para nossos superiores agora – Adam disse com uma voz controlada, ele e Megara estavam no jardim da propriedade de Megara – Fale pros seus pais que vai viajar ou algo assim, iremos sair de perto deles também. 

- Certo, mas você vem comigo, sua mochila ainda está no meu quarto e só você pode pegá-la – Megara disse com a cabeça baixa, sabia que tinha arriscado o emprego de ambos e ainda colocado seus amigos em risco. Esperava que ninguém estivesse acordado visto que a festa já terminara e todos deveriam estar cansados, mas mesmo assim entrou na ponta dos pés.

- Que bom que voltou para a casa, filha – Denis estava na sala, seu traje estava um pouco amassado e Dafne estava ao seu lado, ela, por sua vez, estava impecável.

- Pai! Mãe! – Megara se assustou – Por que ainda estão acordados?

- Esperando você, estávamos preocupados – Denis disse se levantando e indo até a filha e a abrasando, desde a “morte” de seu primo seus pais estavam mais zelosos. Adam por sua vez deu um aceno para os mais velhos e subiu para pegar seus pertences e alguns de sua Novata para a viagem.

- Estou bem, quem não está bem é a mãe de Adam – Megara disse pensando rápido – E ele vai ter de voltar a França para vê-la.

- Hum, ok – Denis disse com um sorriso de canto, não gostava nada de sua filhinha namorando – Mande melhoras para por ele por nós – ele disse voltando a se sentar.

- E eu vou junto – Megara disse com um sorriso amarelo.

- Como assim “vai junto”? – Denis disse voltando a se levantar – Você não precisa pedir permissão não, mocinha?

- Pai, eu já tenho dezoito anos, acho que posso decidir meu caminho – Megara disse cruzando os braços.

- Ok, mas mande notícias – Dafne disse com um tom sereno.

- Obrigada mãe! – Megara disse abraçando sua mãe e correndo para seu quarto para ajudar Adam a arrumar tudo e para se trocar.

- Mas, Daf... – Denis se virou para a esposa.

- É melhor deixar que ela faça as coisas nos contando, do que a prender e não saber o que ela faz escondido – Dafne disse sabiamente.

- Mas... – ele tentou novamente.

- Confie em mim, uma hora ela teria de encontrar seu próprio caminho – Dafne disse sorrindo um pouco, Denis sentou ao seu lado.

- Mas ainda ontem ela era uma garotinha com medo de fantasmas – ele disse se sentando.

- E hoje você já a ensinou a enfrenta-los sozinha – Dafine completou.

- Como você sempre sabe o que dizer? – ele perguntou a encarando.

- Anos de prática – ela o olhou divertida.

- Antes que comessem senas traumatizantes para mim – Megara começou chegando a sala – Estamos indo.

- Mas já? – Denis perguntou se levantando.

- Sim, a mãe dele chamou com urgência – Megara disse encarando seu pai e o abraçou, se despedindo e logo depois fez o mesmo com a mãe que a apertou forte.

- Cuide-se – ela aconselhou.

Megara viu seu pai apertando firmemente a mão de Adam que o retribuía com a mesma intensidade, eles se encaravam.

- Cuide dela – Denis disse soltando a mão do rapas.

- Tem a minha palavra – Adam respondeu e logo depois se virou para Dafne, nuca sabia como se relacionar com ela, só o olhar o deixava confuso. De repente ela o abraçou forte e disse as mesmas palavra que o marido ao soltá-lo, ao que ele respondeu o mesmo também.

- Já nos despedimos das crianças, mas não quis acordar tio Draco, mande um abraço para ele amanha, por favor – Megara falou enquanto era levada a saída por Adam – Até mais! – ela disse antes de sair.

- Não esqueça de escrever! – Respondeu Dafne alto suficiente para a filha ouvir – É, é bom que eles próprios desenvolvam seu caminho, mas não é fácil – ela disse suspirando.

- Nem me diga – Denis respondeu pegando sua mão – Mas vamos, pelo visto ainda tem três pequenos que não dormiram ainda, e neles eu ainda posso mandar – ele completou sorrindo.

Fora da casa o casal já alcançava os grandes portões de entrada, pelos quais passaram sem problemas.

- Vou chamar o chefe, quando nos buscarem deixe que conto tudo – Adam falou e Megara assentiu voltando a abaixar o olhar, o garoto estava se sentindo um pouco mal pela menina, mas contar tudo era o certo a fazer e então era isso que deveria fazer e, agora, faria.

*****

Rose sentiu um liquido descendo pela garganta e logo as dores pareciam sumir, assim como o que quer que a estava cansando; a dor em sua cintura diminuiu consideravelmente. Aos poucos foi sentindo seus dedos e braços e então as pernas, novamente abriu os olhos, os quais, desta vez, permaneceram abertos.

- Preciso que escreva uma mensagem para mim – uma voz, infelizmente, conhecida soou no ouvido de Rose e a mesma arregalou os olhos.

- Nunca – ela disse se afastando rápido até suas costas baterem na parede fria.

- Por favor – a mesma voz disse em uma suplica, Rose estranhou, mas permaneceu impassível.

- Não pedimos “por favor” – um homem com a voz forte ralhou – Use o feitiço que lhe ensinei.

- Eu realmente sinto muito por isso – Rose ouviu um sussurro da voz familiar e se arrepiou, sabia que nada bom poderia seguir – Imperio!

*****

A madrugada já estava substituindo a noite, Scorpius estava na varanda de um quarto que ficava distante de onde seus amigos estavam. Olhava para a densa floresta a sua frente, entretanto sem nada ver; seus pensamentos estavam fervilhando em sua cabeça tão rapidamente que já estava começando a doer.

- Não consegue dormir, hã? – Tammy entrou na varanda sorrindo minimamente.

- Pelo visto você também não – Scorpius disse sem parar de olhar para a floresta.

- Justo – Scorpius olhou por um instante com um sorrisinho de lado para a amiga – O que te mantem acordado?

- Pensamentos e mais pensamentos – Scorpius disse suspirando – Cofusos.

- Se contar os seus conto os meus – Tammy disse sem olhar o amigo, só queria desabafar e ouvir o desabafo de um de seus melhores amigos também não era uma ideia tão má – Você primeiro – ela disse rapidamente, Scorpius bufou e ela sorriu vitoriosa se sentando em uma espreguiçadeira – Conte para a tia Tammy o motivo de sua confusão.

- Acho que estou apaixonado – ele sussurrou como se tivesse revelado que iria morrer.

- E por que acha isso? – ela perguntou revirando os olhos, os outros já vinham comentando sobre a aproximação de Rose e Scorpius há tempos.

- Bom, antes eu tinha medo de coisas comuns, tipo, de lobisomens – ele disse se virando e olhando a amiga um pouco angustiado – Mas... bem...

- Hã? – Tammy o incentivou.

- Ela meio que me beijou e...

- Ahá! Sabia que algo tinha acontecido! – uma voz feminina soou no quarto, Scorpius fechou a cara e Tammy bateu na própria testa.

- Eu falei que ela estava alterada pelos remédios! – a metamorfoga disse – Por que a trouxeram?

- Ela disse que iria começar a berrar se não viesse junto – Albus se defendeu.

- O quê? Todos estão aqui? – Scorpius perguntou estreitando os olhos para sua amiga.

- Chega de perguntar! Continue falando de seus sentimentos! – Elizabeth mandou, ela estava deitada na cama dentro do quarto com a barriga para baixo e apoiava a cabeça nas mãos procurando o olhar melhor, Albus e Brandon estavam sentados cada um de um lado da garota e o encaravam interessados também.

- Mereço! – Scorpius disse balançando a cabeça.

- Se começou termina, ela te beijou e... – Tammy incentivou o encarando também, Scorpius suspirou.

- Me deixou extremamente confuso – ele disse se deitou no colo de Tammy olhando para o céu – Tipo, minha vida estava muito boa, me sentia bem, livre para fazer o que quiser, sem essa baboseira de sentimentos – ele disse frustrado – Agora tenho medo me arriscar, não sei se posso desaparecer quando bem puder porque penso se ela não sentiria muito minha falta e eu acabaria magoando e, não sei o porquê, mas de repente isso se tornou algo inaceitável.

“Sem contar que, também, pode não ter significado nada e eu só estar sendo um idiota aqui, entendem? – ele disse e olhou para os amigos, as meninas estavam sorrindo como bobas e os meninos estavam segurando uma risada – Ah, esqueçam, ignorem o que eu acabei de falar

- Scorp, esses sentimentos você próprio terá de desvendar – Tammy disse.

- Ótimo conselho, obrigado! – Scorpius disse emburrado.

- Bom, pelo menos você já sabe o que tem – Tammy sorriu – Meu amiguinho apaixonado, que fofo! – ela completou apertando a bochecha do amigo que reclamou massageando a bochecha logo depois.

- Sua vez, espertinha – Scorpius disse olhando para Tammy – E se ouvir uma risada de qualquer um dos cavalheiros... Melhor não tomarem realmente tudo que eu receitar – o loiro completou e Albus e Brandon se forçaram a engolir o riso.

- Estou com medo – Tammy disse de uma vez, a atmosfera ali ficou mais séria – Medo por não saber o que está acontecendo, por essa aventura ter começado tão de repente e estarmos perdidos, por saber que há alguém muito mau por ai, mas tenho medo principalmente porque são os meus melhores amigos que irão enfrentar o que quer que esteja acontecendo, de frente.

- Oh, Tammy – Scorpius se levantou e todos envolveram Tammy em um abraço coletivo, o qual todos precisavam, mesmo sem saber.

- Ei, o que é aquilo? – Elizabeth abriu os olhos e viu uma coruja com um pergaminho verde, Albus estava mais perto e pegou a carta, assim feito a coruja voou longe.

- É a letra de Rose – Albus disse estático ao abrir a carta, todos o olharam estático e Scorpius se apressou em pegar a carta de Albus e ler:

“Estejam na Morada das Garças até amanhã as dez com os artigos em mão ou não mais verão quem escreve essa carta.  Não tragam mais ninguém.”

*****

- Agora é só espera-los – o garoto disse com o olhar baixo.

- Muito bem, vou providenciar o tratamento especial para nossos convidados! – o homem disse sorrindo e se encaminhando para a porta – Ah, e muito bem, Bryan, fez um ótimo trabalho, filho! – ele disse antes de sair, Rose soltou mais um soluço ao ouvir suas suspeitas serem confirmadas. Pouco tempo depois o garoto saiu, sem olhar para a ruiva nem uma vez.





*****

n/A: Demorou, mas chegou mais um cap.

Nossa, mais uma leitora??? Adorei, hehe. Estou muito feliz que goste da fic e espero que continue a comentar. E sobre o beijo, foi o unico jeito que imagenei de alguma coisa acontecer entre eles, de supetão para ninguem se arrepender no meio, hehe

Leu tudo de novo Lana??? Uma coisa posso dizer, os livros tem sim haver com a história, e muito, hehe. Liz e Albus, assim como Tammy e Brandon, vem na minha mente como irmãos, nunca pensei de outra forma, hehe. Hum, gostei das suas suspeitas, personagens aparecendo??? Histórias mudando???? O que será que está acontecendo??? hehe. Muito obrigada pelos elogios e espero realmente que não se desaponte com a fic :)

Fico muito feliz por gostar da fic, Larissa Granger, e espero que goste do Cap ^^

Espero que gostem do capitulo...

Bjs, 


Bibi.

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