A Família Dustin

Capitulo XXXI

- Ei, eu estava aqui olhando e eu fiz um ótimo trabalho em você, não, amor? – Tammy disse rindo, seus cabelos estavam em um tom castanho assim como seus olhos, sua aparência estava mais envelhecida e alguns traços estavam mudados.

- Não acredito que você me deixou com esse queixo estranho – Albus respondeu com os braços cruzados sua aparência também tinha sido modificada e agora seus cabelos eram loiros e seus olhos, azuis.

- Você já olhou para mim? Eu estou loira, o que poderia ser pior? – Rose disse chateada, seus cabelos agora estavam dourados como os de Albus, mas seus olhos continuavam castanhos, ela, como Scorpius, Brandon e Elizabeth tinham seus traços suavizados e mais joviais.

- Pare de reclamar, isso tudo serve para nossa proteção – Scorpius disse virando a página do livro que lia, seus cabelos estavam pretos e os olhos amendoados.

- É, irmãzinha, apenas imagine que somos espiões em um missão secreta, disfarces são vitais! – Brandon sorriu com a possibilidade, seus cabelos permaneceram castanhos, mas estavam mais escuros e seus olhos agora eram azuis.

- Bom, esse é um jeito de encarar as coisas – Tammy disse sorrindo.

- Acho que estamos chegando na estação – Elizabeth disse olhando pela janela, seus cabelos agora estavam negros assim como seus olhos que estavam atrás de duas lentes quadradas bem finas.

O plano criado por Tammy foi os seis virarem o que com certeza não iria chamar atenção, uma família passando as férias no sul de Portugal. Os pais acabaram por ser Albus e Tammy, Rose e Brandon eram os filhos e os outros, primos que aproveitariam as férias com os tios. Essa foi a história que inventaram caso alguém perguntasse. Eles também combinaram nomes falsos: Albus seria Erick, Brandon seria Clarles, Elizabeth seria Mary, Rose seria Kimberly, Tammy seria Anne e Scorpius, Nicholas. O sobrenome da família seria Dustin.

- Ok, peguem suas malas e fiquem perto, não quero ninguém perdido em um país que nem falamos a língua oficial – Scorpius disse.

- Primeiro, vamos procurar a caverna! – Rose declarou no saguão da estação.

- Não, precisamos nos ir a algum hotel antes! – Elizabeth comentou.

- Não, vamos comer algo, estou faminto! – Albus comentou.

- Calmem, se acalmem crianças, vamos fazer isso por partes, ok – Tammy sorriu notando que algumas pessoas olhavam divertidas para a confusão.

- Que tal se primeiro alugássemos um carro, tenho certeza que ajudaria na locomoção – Albus sugeriu – Estamos em uma cidade trouxa, não?

- Sim, mas como a estação é bruxa...

- Se estou lendo certo, aquele letreiro diz: “Alugam-se carros” – Albus cortou Rose com um sorriso vitorioso, já se encaminhando para lá – já volto.

- Pegue um carro grande! – Brandon gritou.

- Desde o ano passado ele está louco para dirigir – Rose bufou – Que tal se nós passarmos em um Drive-True.

- O que é Drive-True? – Scorpius perguntou confuso.

- Eu também fiquei confusa, mas eles me contaram que é um jeito de comprar comida que é mais rápido e nem temos que sair do carro – Elizabeth sorriu.

- Nossa, como se transportassem usando mágica? – Scorpius arregalou os olhos.

- Não, não é... – tentou Rose.

- Mas eu pensava que troxas não faziam mágica – Brandon disse duvidoso.

- E não fazem, mas... – Rose tentou novamente.

- Que legal, deve ser algo com aquela ciência que eles amam tanto – Scorpius comentou ansioso.

- É, eu perguntei pro Albus, mas não entendi o que ele disse, deve ser usando aquela tecnologia ou algo assim que eles fazem – Elizabeth sorriu.

- Consegui, vamos? – Albus chegou e notando que Rose estava com a mão na face balançando a cabeça negativamente e os outros sorrindo entusiasmados, completou – Do que estão falando?

- Queremos ir no Drive-True! – Tammy disse animada.

- Como? – Albus fez uma cara confusa.

- Nem pergunte, nem pergunte! – Rose disse pegando sua mala.

Então rapidamente compraram a comida e seguiram a procura de um hotel cujo folheto chamou a atenção de Albus na estação de trem.

- Olha, acho que é ali! – Albus murmurou apontando para uma pousada com aparência horrível.

- Mais uma coisa para me frustrar – Brandon reclamou, ainda estava chateado pelo jeito nada mágico que pegaram a comida.

- Oh, não fique assim Brandinho – Tammy sorriu.

- Trouxas não poderiam surpreender muito... – Scorpius comentou comendo uma última batata.

- Quando possível, Malfoy, use seu direito de ficar calado – Rose disse irritada saindo do carro.

- A não ser quando se trata de comida, essas coisas são o máximo – ele disse olhando feliz para a embalagem de sanduíche vazia, alguns no carro riram antes de descer do mesmo.

- Bom, vamos ver o que Al arrumou para a gente – Tammy disse tomando a frente. Lá dentro uma atendente dormia em seu posto, as poltronas pareciam cobertas com, no mínimo, um ano de pó e a aparência do lugar era deplorável.

- No folheto dizia para falarmos: O triste é que o guaxinim foi violeta – assim que Albus terminou de falar o lugar se transformou, muitas peassos iam e vinham, havia seis atendentes prontas para servir, o lugar virou um ambiente muito agradável e hospitaleiro – Ahá! – ele sorriu vitorioso – Vamos nos registrar.

.....

- Cadê ele? Não era para todos estarmos aqui agora? – Rose perguntou agitada enquanto esperava o primo na recepção.

- Ele já deve estar chegando – Elizabeth deu de ombros.

- Se ele estiver com alguma garota... – Rose não terminou a frase, mas bufou.

- Calma, ele...

- Vocês não acreditam o que aconteceu – Albus disse chegando perto do grupo e interrompendo Tammy – Eu estava vindo quando vi uma mulher... – Rose estreitou os olhos – Não é isso que está pensando – ele revirou os olhos – O negócio é que ela estava com vários desses – ele disse mostrando um folheto que trocava entre a foto de uma boca de caverna e as palavras em muitas línguas: “Conheçam a Caverna dos Pesadelos!”. Os olhos de todos se arregalaram.

- Uma caverna misteriosa, lugar onde apenas os mais fortes se atrevem a entrar. Isso é o que você encontra por aqui, além de uma praia exclusivamente bruxa, com... – Albus começou a ler – Daí tem uns parágrafos falando da caverna e da praia e no final nos dá o endereço do lugar onde conseguir transporte e pede para levar o folheto.

- E onde é? – Rose perguntou afoita.

- Em um lugar dessa região, não sei exatamente – Albus disse ressentido.

- Não seja por isso! – Tammy disse pegando o folheto e indo para a recepção – Pronto, ele me disse que é pertinho, só umas ruas para frente, dá até para ir a pé – ela comentou quando voltou.

- Então estamos esperando o quê? – Brandon perguntou se levantando.

.....

- Você tem certeza que é por aqui? – Albus perguntou cansado.

- Claro que tenho – Tammy disse hesitante.

- Ah, admita, estamos perdidos – Brandon disse cansado.

- Claro que não, mas admito que todos já estamos derretendo nesse calor – Tammy limpou a testa.

- Vamos àquela sorveteria para aliviarmos esse calor – Albus disse apontando para um estabelecimento.

- Oba, adoro sorvete! – Rose disse batendo palmas, alegre.

- Sorvete? – Tammy sorriu e logo todos correram para o estabelecimento já pensando no que pegariam.

- Eu estava precisando disso – Scorpius comentou abocanhando uma colherada de sorvete de morango.

- Eu também – Rose concordou.

- Vish, se esses dois concordaram, essa realmente foi uma boa ideia – Brandon brincou.

- Haha, que engraçado – Scorpius ironizou enquanto Rose apenas revirou os olhos.

- Bom, antes de irmos vou ver se o caixa sabe onde é o lugar, não adianta protestar, amorzinho, estamos perdidos! – Albus disse brincando com o apelido também, Tammy apenas cruzou os braços irritada.

.....

- Viu, eu disse que encontrava! – Albus disse vitorioso apontando para um lugar onde se via o nome da agencia no folheto.

- Que bom! Agora vamos, quero chegar à caverna o mais rápido possível – Rose disse ansiosa.

- Com licença, queremos ir para a Caverna dos Pesadelos – Tammy disse para a secretaria que encontraram ao entrar.

- Sala dois, e fale mais baixo – a mulher respondeu sem levantar o rosto de seus papéis enquanto apontava para a porta referida.

- Boa tarde, como posso ajudá-los? – uma das atendentes perguntou apontando para o grupo se sentar nas cadeiras a frente da mesa.

- Olá, viemos por isto – Tammy disse entregando o folheto.

- Hum, sinto muito, mas as nossas chaves de portal para ir só funcionan até às tres horas da tarde – a mulher disse encarando o grupo.

- Mas só passaram dez minutos desde às três, não há meio de... – Albus tentou olhando para a face desapontada da prima.

- Sinto muito, mas só temos direito de liberar chaves de portal até as três, está escrito aqui – ela disse apontando para o final da página da primeira parte.

- Acho que não olhei direito – Albus disse com uma voz de desculpas.

- Sim, mas, se quiserem, posso deixar reservado à primeira hora, às sete, para vocês – a atendente sorriu.

- Isso seria muito bom – Tammy comentou sorrindo.

- Claro que com o pagamento adiantado de 25 nuques – ela disse.

- Ah, tudo bem – Albus disse pegando uma bolsinha que continha uma parte do dinheiro guardado na casa de campo dos Malfoy.

- Por pessoa – ela completou.

- 25 nuques? Por pessoa? – Albus perguntou levantando uma sobrancelha – Não acha que é muito?

- Bom, existem as taxas pelos portais, a...

- Mas continua sendo caro, faça por 20 nuques – Albus disse a encarando – Pense nos benefícios que ganhará, afinal somos seis, pagarei agora e ainda indicaremos para todos que conhecemos.

- Desculpe, mas o preço é tabelado e...

- Pff, aposto que ganham pelo menos quarenta por cento em cima disso, e se somos oito para apenas um portal, você ainda sai ganhando – Albus a olhou avaliativo, os outros só olhavam do, agora, loiro para a atendente.

- Sr...

- Dustin – Albus respondeu a pergunta muda.

- Sr. Dustin, me desculpe, mas...

- Você só tem a ganhar, essa empresa pode... – Albus a interrompeu.

- Eu posso abaixar para 22, no máximo e... – ela disse respirando fundo.

- Nós aceitamos! – Albus disse abrindo a bolsinha em sua mão e pagando a mulher.

- Certo – ela disse preenchendo uns papeis – Muito bem, amanhã as sete basta vocês apresentarem esse papel para a secretária e ela lhes dará sua chave de portal, nenhum minuto a mais – ela disse ao entregar um papel azul para Albus.

- Muito obrigada, nossos pequenos querem muito conhecer o lugar – Tammy disse pela primeira vez.

- E espero que aproveitem, o lugar é realmente mágico! – a atendente sorriu – Creio que estão agitados pela mudança tão grande de clima, suponho que são ingleses, certo?

- Sim, você está certíssima – Albus apertou a mão da mulher – E já estamos derretendo nesse calor.

- Bom, decidiram vir no verão – a mulher comentou apertando a mão de Tammy – Enfim, espero que se divirtam, principalmente vocês, crianças – os outros acenaram não gostando desse termo – E cuidado com a curiosidade, a caverna não se chama Caverna dos Pesadelos a toa – ela piscou misteriosa.

.....

- Não acredito que não conseguimos! – Scorpius disse frustrado se jogando no sofá que tinha no quarto que aligaram.

- Como não? Amanhã estaremos lá bem cedo! – Brandon encorajou, ficaram conversando mais algum tempo, mas o cansaço acabou por vencer e logo quase todos já tinham ido para suas camas.

- Relaxa, Rose, amanhã nós com certeza achamos a caverna e o curandeiro – Tammy disse olhando caridosa para Rose.

- Eu sei e obrigada! – ela sorriu – Agora vá dormir, provavelmente está cansada da viagem.

- E você? – ela perguntou levantando uma sobrancelha.

- Eu já estou indo – Rose assegurou e a metamorfoga se foi, a, agora, loira soltou um longo suspiro enquanto se debruçava no parapeito da janela.

Ela ficou um tempo considerável apenas olhando para a praia, as vezes olhava para o lado que a praia se perdia no horizonte, outras vezes encarava o lado que acabava em uma grande montanha de pedra, e foi numas dessas vezes que pensou ter visto um vislumbre de uma boca de caverna ali, entretanto bastou piscar que desapareceu. Nesse momento Rose chegou à conclusão que deveria realmente estar cansada.

.....

No horário exato da manhã, os seis já estavam conversando com a secretária:

- Bom dia, imaginavam que viriam pontualmente! – a secretaria cumprimentou.

- Bom dia! – os outros responderam cordiais.

-Como ainda não há ninguém aqui, creio que posso falar aqui – ela disse olhando pros lados – Bem, nossas chaves de portal trabalham de um modo diferente, há um meio de aciona-lá sem a necessidade de seu horário ser estipulado antes.

- Como? – Albus perguntou confuso, assim como todos os outros.

- Bem será melhor com um exemplo. Isso – ela mostrou uma caneta – será a chave de vocês, apertem suas vezes seguidas e estarão lá – ela explicou – apertem mais duas e ela voltará para o beco que existe ao lado dessa loja, não nos responsabilizamos por qualquer pessoa que seja esquecida e ela só funciona até às dez da noite – ela disse os encarando séria e então sorriu – Tenham uma boa viagem!

Sendo assim todos tocaram no objeto e assim que Albus fez o que a moça explicou e tudo começou a girar e dois segundos depois já estavam em um lugar que lembrava uma praia cercada por rochas com vários locais bruxos ao redor. Sob uma abertura de uma das rochas grandes palavras piscavam e nelas se lia: “Caverna dos Pesadelos”.

.....

- Isso é uma missão falha já no papel, como pretende executá-la? – o homem moreno com uma postura pomposa balançou a cabeça.

- Simples, já me falaram que provavelmente sou uma das bruxas mais inteligentes da minha geração – Hermione disse séria – Já participei de várias missões, antes sequer de eu acabar a escola então acho que mereço um voto de confiança, não?

- Cla- Claro que sim, mas nosso esquadrão está muito desfalcado, não conseguiria mais de dez homens para ajudá-la na sua empreitada – ele disse limpando a testa de suor.

- Não preciso de mais, alguns notáveis amigos meus se ofereceram para me ajudar – ela disse sorrindo minimamente – e não pude fazer muito contra – o homem respirou fundo.

- Você entende que essa é uma missão muito arriscada?

- Sim, claro que sim.

- Você se responsabiliza por qualquer problema causado por essa missão?

- Sim – Hermione disse convicta.

- Sendo assim, não posso fazer muita coisa a não ser aceitar seu pedido – ele disse suspirando.

- Que bom, fico feliz em constatar que o novo Chefe dos Aurores não é um idiota tão grande assim – Hermione sorriu minimamente de novo e apertou a mão do homem.

- Obrigado, eu acho – ele disse confuso por um momento – Enfim, Sra. Weasley, aqui está sua permissão para se movimentar sem muitos problemas com as autoridades por Londres – ele disse assinando um documento – E para requisitar dez dos nossos homens – ele completou entregando a folha para a castanha.

- Obrigada, Sr. Wodsen, seus homens podem ajudar-me muito – Hermione disse pensando na execução de seu plano.

Não importa o quanto demorasse, ela iria achar Herry e Rony, claro, porque tinha certeza que ainda estavam vivos, ambos não a deixariam assim. De inicio pensou em seus filhos então decidiu apenas começar a reunir informações e infiltrar pessoas em lugares que achava propício, mas agora que tinha perdido sua garotinha (embora estranhamente sentia que aquilo não era verdade), sentia que era hora de pro seu plano em prática. Apesar de uma voz em sua cabeça continuar insistindo em que só faria aquilo para não lidar com a dor tão grande que estava sentindo.

A mulher balançou a cabeça e saiu do local pensando no que faria a seguir.





.......



N/a : Desculpe pela demora, mas ai está mais um capítulo.

É, Lana, seria horrível se fosse um dos outros cinco antes do pombo :) acho que esse capitulo não ajudou muito na sua curiosiade, mas quem sabe o próximo ;) Que bom que está gostando da fic, fico feliz. O bruxo da caverna deve ser louco??? hehe, bom, veremos ;)

Esse cap ficou mais ou menos, mas espero que gostem.

Ah, e eu fiz uma capa, espero que gostem também, hehe.

Bjs,  

Bibi. 

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