O Segundo Passo



Capitulo XV


Mais duas semanas passaram e a neve agora não dava trégua, sendo assim, poucos alunos se aventuravam pela floresta e as salas comunais estavam mais cheias do que nunca, até os corredores estavam gélidos. Entretanto há tempos Rose havia descoberto que existia no fundo da biblioteca uma lareira. Havia muitos boatos de como aquela sala era tão aconchegante e nunca ficava fria; no primeiro ano Rose até chegou a acreditar em seu primo James quando ele disse que sob o solo da biblioteca vivia um dragão que fora isolados dos outros pois espirrava muito fogo e vivia queimando as coisas, então o diretor decidiu o colocar em Hogwarts e o guardou ali embaixo, sendo assim seu fogo acidental sempre aquecia o cômodo...


Que grande lorota! O único problema é que no fundo da biblioteca ficavam os livros que ninguém lia, os mais chatos, desinteressantes e grossos, por isso ninguém ia lá atrás procurar algo. Rose descobriu aquele ambiente no terceiro ano quando decidiu investigar a fonte do calor, nunca contara de lá pra ninguém o tornando seu lugar reservado.


Ela estava ali desde a tarde e quando percebeu que a luminosidade do dia já tinha se extinguido lá fora decidiu sair dali para o jantar que provavelmente já estaria sendo servido.


- Oh, você por aqui, Weasley? – uma voz feminina a chamou de um dos corredores mais a frente na biblioteca – Onde estava?


- Eu só... – Ela começou apontando para trás já pensando em uma desculpa quando foi interrompida por Hanna, aquela sonserina.


- Bem, não importa, sabe eu estava outro dia pensando no seu segredinho – ela disse baixando a voz e ficando animada – E eu sei que vocês sempre colocam a ida a Hogsmead pro ultimo final de semana do mês, ou seja, daqui duas semanas, e como eu seu que isso tudo é um segredo – ela abaixou a voz novamente sorrindo – e vocês não podem ficar no meio da floresta no frio, queria dizer que conheço um lugar bem reservado pra vocês dois irem – demorou um pouco para a ruiva entender o que a menina estava falando, mas assim que entendeu acenou com a cabeça.


- Sério? – Rose perguntou fingindo animação – Qual é?


- Bom, se chama Reticências e é pouco conhecido pois é para pessoas que estão no último ano ou já saíram da escola e é bem exclusivo, mas pode falar que eu e Richi os enviamos que entram fácil – ela disse parecendo que planejou isso a tempos.


- Nossa, que nunca reparei em um lugar com esse nome – Rose comentou fingindo pensar.


- Como eu disse, é reservado – ela comentou.


- Vocês estão sendo tão legais conosco, não sei como agradecer, primeiro pelo silêncio e agora por isto – Rose disse com um sorriso muito convincente.


- Ai, nem precisa, adoro pensar que estou dentro de um dos segredos de Hogwarts, é tão legal! – ela continuou animada – Bem, mas agora tenho que ir, fiquei feliz em encontrá-la.


- Ok, igualmente – Rose disse meio desnorteada quando a menina saiu de perto. A verdade é que ela andava tão ocupada com as provas e testes preparatórios pros N.I.E.M.’s que até tinha esquecido desse mistério e de que, ela engoliu em seco ao pensar isso, estava “namorando” o Malfoy, claro que teve umas aulas para agirem como casal, mas no geral ele andava sumido, “Ainda bem!”, pensou ela.


- Maninho do meu coração! – ela exclamou vendo o irmão em uma das mesas e como não queria sair para o frio dos corredores, resolveu passar o tempo ali.


- Lá vem – ele disse descansando a pena.


- Nossa, que venho na maior boa vontade e você me trata assim? Pensei que éramos irmãos! – Rose disse fingindo-se magoada.


- Oh, desculpe, Ro, é só que esse trabalho de Runas Antigas estava me estressando! – ele disse voltando seu olhar para a folha.


- Vejamos – ela disse se sentando do lado do menino e vendo o trabalho dele – Hum, é pra você escrever a sequência a partir daqui – ela disse apontando para o meio da folha – Está vendo a seta? – ela perguntou sem tirar o dedo, ele afirmou e então começou a escrever a tradução que ficou muito mais fácil – Creio que estão aprendendo tradução agora, não? – ele confirmou – Então, é isso que dá não prestar atenção nas aulas de termos e pontuação de antes, cabeção.


- Eu só esqueci disso, mané – ele disse sorrindo – e obrigado.


- Disponha – ela sorriu também.


- Sabe, eu sempre me pergunto o porquê de você não mostrar pros outros que é inteligente, digo outro dia ouvi que só chamando a atenção por brincadeiras pra você aparecer na escola – ele comentou sem tirar os olhos do pergaminho.


- Primeiro: porque eu não preciso ficar me mostrando para ser notada – ela contou no dedo – segundo: porque eu não ligo pro que pensam, eu gosto é de brincar e essas línguas intrometidas, são a desculpa perfeita para isso, autodefesa – ela disse sorrindo e erguendo mais um dedo – e terceiro: não quero virar um Malfoy da vida, estressado com as notas e com a perfeição.


- Calma ai, não precisa se mostrar pra ser notada? – dessa vez ele a encarou por uns instantes.


- Bom, quando nós viramos monitores, não sei se percebeu, mas atrás da folha parabenizando-nos tem os motivos para sermos escolhidos – Rose disse – E bem, quando me tornei monitora, ali dizia que eu tinha notas exemplares, minhas idéias eram promissoras e que eu não tinha um desvio muito acentuado de caráter – ela sorriu – Já quando eu virei Monitora- Chefe, na carta dizia que minhas avaliações passadas eram mais do que exemplares, que eu tinha me mostrado aplicada nas aulas, nem me pergunte, e explicaram que um líder tem que ser carismático, possuir boas idéias, saber contornar situações fantásticas e possuir notas exemplares; pelo que dizia, eu tinha todas as características e parece que tenho um futuro promissor – ela disse dando de ombros.


- Dessa vez nem citaram o caráter – ele riu.


- Mas a questão é, não preciso chamar esse tipo de atenção, a de mostrar os meus talentos pra todos verem que eu os tenho, vê quem quer – ela disse simplesmente – Claro que às vezes fico chateada com esses comentários, mas você já cuida deles pra mim, não é, pimentinha? – Rose sorriu se lembrando nos registros de detenção que ele só existia ativamente por brigas, ela sorriu – isso me lembra, sou carismática?


- Bom, é e não, pois assim como muita gente te adora por você ser descontraída e tal, muita gente te crucifica por ser despreocupada e meio encrenqueira – ele disse colocando o ponto final no trabalho e a olhando – Mas os que não vão muito com a sua cara, adoram o Malfoy, vocês juntos tem tipo que o “controle da escola”, os que não te apóiam, apóiam o Malfoy e os que não apóiam ele, te apóiam.


- Nossa, isso parece mais coisa de eleição que de escola – Rose arregalou os olhos sorrindo – Sem contar que é muito estranho.


- É, mas a organização é mais ou menos...


- Não isso, pessoas gostarem do Malfoy – ela disse sorrindo e o irmão riu com ela – Mas enfim, cadê sua fiel amiga, a Lili?


- A ruiva? Bem, ela saiu com Victor, o único castanho do nosso ano da Lufa-lufa – ele disse dando de ombros.


- Ué, e você não está todo ciumento correndo atrás? – Rose estranhou.


- Ela disse que queria o espaço dela e que eu não sou nem irmão dela pra tanto – Rose sentiu a mágoa naquelas palavras passivas do irmão – Deixei ela então – ele disse.


- Hum, relaxa, uma hora ela volta – Rose o abraçou.


- Falando em Potter’s, cadê o seu? – Hugo perguntou sorrindo novamente e fechando a mochila, ela riu.


- O meu? – Rose levantou uma sobrancelha e o ruivo confirmou sorrindo – A ultima vez que o vi, estava conversando com Elizabeth, mas quem sabe se ele não está se aquecendo com alguém pelos corredores dessa escola gelada? Ele nunca toma jeito!


- Fazer o quê? – Hugo deu de ombros assim como a irmã.


-Ei, se a Lily é a sua Potter e o Al, é o meu, o James é Potter de quem? – Rose perguntou.


- Hum – Hugo pensou – da Domi, ele vive infernizando a vida dela – ele disse por fim orgulhoso de si, Rose riu.


- Bom, maninha, você me acompanha para o salão comunal ou vai procurar outra desculpa pra fugir do frio? – ele a encarou se levantando.


- Você sabe que eu gosto do frio – ela exclamou acompanhando o irmão.


- Não, eu sei que você gosta de se aquecer no frio.


- Quase esqueci que vivo com você desde, hum, dezessete anos atrás? – ela perguntou.


- Não, quinze, só nasci quando você tinha dois anos.


- Ah, meus dois primeiros anos, que época gloriosa! – ela disse.


- Rose, amiga, a quanto tempo! – Elizabeth chegou esbaforida de algum lugar – Então Dylan, agora eu vou ter que falar com Rose sozinha, nos vemos depois – um menino de cabelos castanhos claro, dentes perfeitos e olhos verdes.


- Hum, certo, até mais Lizie – ele disse dando um beijo na bochecha dela e saindo dali.


- Bom, eu vou indo, até mais garotas – Hugo disse saindo também entendendo que a irmã queria privacidade.


- O que foi isso? – Rose perguntou sorrindo divertida.


- Bom, ele me encontrou nos corredores quando eu te procurava e começamos a conversar, ele até tem um bom papo, mas eu estou congelando e como ele é da Lufa-luga não podemos conversar em nenhuma sala comunal, ele parecia não se importar, mas estou até tremendo! – ela disse se agarrando na amiga em busca de mais calor, Rose logo a levou para o salão comunal da Grifinória, rindo e imaginado a situação.


- Melhor? – Rose perguntou a sentando em uma poltrona, surpreendentemente vaga perto da lareira, mas só tinha um lugar mesmo então a ruiva se espremeu entre as pessoas no chão.


- Bem melhor, obrigada! – a loira disse sorrindo e esfregando as mãos mais perto da lareira.


 


.....


- Pronto, é isso? – Scorpius perguntou em sua reunião mensal com Rose para discutirem assuntos da monitoria.


- Acho que sim, detenções catalogadas, datas especiais marcados e monitoria organizada – Rose disse apontando para as três pilhas de papel por sobre a mesa.


- Certo, até mês que vem Weasley – ele disse pegando sua capa e se levantando, mas então Rose lembrou-se de algo.


- Espera – ela chamou – Tenho novidades sobre o plano do negócio de namoro – ela não pode evitar uma careta ao citar última palavra, ela não se acostumara com aquilo.


- Estou escutando – ele se sentou novamente.


- Bom, a menina, Hanna, indicou para nós um lugar bem reservado chamado Reticências, que é o lugar que tinha lhe falado – ela disse sorrindo.


- Ótimo, agora temos uma desculpa para irmos lá! – Scorpius sorriu.


- Exatamente o que eu pensei, então teremos que nos encontrar lá, escondidos – ela disse.


- Certo, nos vemos lá às dez no próximo sábado, nos encontramos naquele banco que tem perto do final do vilarejo – ele disse se despediu novamente, estava agitado para chegar o dia, sempre fora muito curioso, mas um mistério com “aparecidos” invés de “desaparecidos”, bem, isso o estava deixando sem espaços para pensar em outras coisas.


- Opa, o que aconteceu? – Brandon perguntou quando ele chegou, ainda perdido em pensamentos, perto dele, no salão comunal da Sonserina, ali era para ser bem frio, afinal estavam no subsolo em uma fala feita de pedra, entretanto aquela sala sempre fora confortável, mesmo longe da lareira.


- Como – o castanho espirrou – assim?


- Bom, no mínimo umas quinze pessoas – ele espirrou novamente – te cumprimentaram e você não olhou pra nenhuma delas ou respondeu uma por vez, como sempre faz – outro espirro.


- Eu não os vi falando comigo – Scorpius se desculpou sentando ao lado do amigo.


- Claro que não, nota-se de longe que estava perdido em pensamentos – ele espirrou – quais são eles mesmo?


- Provas, elas estão quase chegando – o loiro tinha certeza que o amigo não acreditara em sua mentira, ele podia estar nervoso como sempre, mas Brandon o conhecia de mais para saber que não era só isso – E você? Pegou um resfriado?


- Como não pegaria, você me arrastou para aquela agra congelada, voltei ensopado sabia? – Scorpius maneou a cabeça, vendo que sua distração funcionou.


- Eu também – Scorpius riu – E a Tammy, por falar, cadê ela?


- Ali, no chamego com o “Jaack” – ele imitou uma menininha falando o nome do menino e espirrou.


- Parece que ela está pior que você – ele disse notando que ela tomava algo quente, pela fumaça em cima da caneca, e seu nariz estava vermelho, ela estava com a cabeça apoiada no colo do namorado que conversava sorrindo com ela, Brandon espirrou de novo.


- Que coisa! – ele disse irritado com o nariz.


- Ficar doente é um saco, mas você sobrevive! – Scorpius sorriu, Brandon soltou um muxoxo e espirrou.



****


N/a: Ai está mais um cap, espero que gostem :)

Bjs,

Bibi.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (2)

  • Lana Silva

    Mal acabei de ler e já quero mais....Merlin....Eu tô amando, agora como eu comentei anteriormente eu acho que a Nara é a Tonks...Tá eu sou meio louca né ? Mas é quem não sabe sobre a guerra ? Ela tem 17 anos poxa todo mundo bruxo deveria saber disso e tal...Então é isso, amei o capitulo e estou esperando anciosa pelo proximo!  

    2011-11-27
  • Marcela Prince Snape

    Adorei o capítulo. E Scorpius já está começando a pensar em Rose... hum... E esse mistério do Reticências.... Continue postando! Beijos!

    2011-11-26
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.