Mistério as Avessas



Capitulo II


Era tarde, o Sol já se preparava para trocar de posto com a Lua e na estação de trem de Hogsmeade um grande trem vermelho esperava seus passageiros o deixarem vazio.


- Vamos logo Brandon, não quero ter que pegar a ultima carroça por sua causa – Scorpius gritou pro corredor do trem antes de pular pra fora.


- Qual o problema em pegar a última? Isso significa exclusividade – um menino de cabelos castanhos claros e olhos verdes bem escuros disse olhando o melhor amigo com um sorriso despreocupado.


- Não, pegar a última significa ficar espremido entre várias outras pessoas atrasadas.


- Boa colocação – o castanho disse, os dois se olharam e partiram rapidamente para o lugar das carruagens, Brandon Gale era o tipo de menino charmoso que chama atenção até de meninas apaixonadas, sem contar que o menino adora ler e sabe recitar romances muito bem, também é um dos meninos mais simpáticos, possuindo uma lábia que dobra até o mais perverso dos carrascos – olá, será que podemos dividir essa carruagem com vocês? – o garoto perguntou chegando a uma carruagem com quatro terceiranistas.


- Claro, sobe ai – o único menino do grupo disse rolando os olhos pras amigas que só davam risinhos entre elas – Eu sou...


- Theodor Bronwen – Brandon completou sorrindo simpático.


- Isso mesmo, como sabe? – Theodor perguntou levantando uma sobrancelha.


- Simples, você foi o primeiro do seu ano a ser escolhido e eu estava com Scorpius quando ele te deu os parabéns por entrar na nossa casa – o garoto respondeu simplesmente.


- Sem contar que sua irmã mais velha é nossa melhor amiga – Scorpius zombou do amigo.


- Verdade, esqueci desse detalhe – o menino disse colocando a mão nos cabelos loiros – Enfim, essas são as minhas melhores amigas, Carol, Gayla e Joan – ele apresentou uma por uma e elas riram um pouco mais – Garanto que elas não são sempre assim! – o menino sussurrou para os setimanistas.


- Tenho certeza que não – Scorpius disse – Meninas são sempre uma coisa muito esquisita pra se entender.


- Eu que o diga! – Brandon disse sorrindo – Agora me fala, algum plano pra esse ano?


- Bom eu pensei em tentar fazer teste pra batedor, a dupla saiu ano passado então espero que tenha chance esse ano.


- Bom, eu não sou capitão...


- Porque não quer – murmurou Scorpius desgostoso.


- ...mas tenho certeza que você daria a um ótimo batedor, isto é, se você for tão bom batedor quanto sua irmã na artilharia – ele completou ignorado o amigo.


- Então acho que tudo bem – o menininho disse engolindo em seco.


- Ei, você sabe onde sua irmã foi parar? – Scorpius perguntou de repente.


- Verdade, não a vi até agora! – o castanho se lembrou.


- Bom a ultima vez que a vi foi quando ela se despediu dos nossos pais, depois mais nenhum sinal – Theodor disse tentando se lembrar – Ah, ela deve ter ficado com o “Jack” – o menino disse, a última palavra com uma voz aguda tentando imitar a irmã – Se não me engano, é seu namorado novo.


- Espera ai, esse Jack é o Zabini? – Brandon perguntou alarmado.


- Acho que sim – o menino disse distraído com a paisagem.


- Agora sim essa menina chegou ao fundo do poço – disse Scorpius olhando pesarosamente pro amigo.


- Nem me fale – o amigo disse no mesmo estado – Bom, mudando para assuntos melhores, isso me lembrou que apareceu um trasgo montanhês na casa do meu amigo, tipo, do nada e a irmãzinha dele fez mágica pela primeira vez saindo voando de perto do bicho.


- Legal – Scorpius disse sorrindo.


- Hum, sem querer interromper ou me intrometer, mas o que um assunto tem a ver com o outro? – a menina de cabelos negros, Joan, perguntou timidamente.


- Sem problemas, a ligação é que as duas falas são sobre trasgos – disse Brandon rindo, logo seguido por Scorpius, a menina riu também, mas forçada pois não tinha entendido nada.


- Finalmente achei vocês! – uma menina de cabelos rosados e olhos negros parada no lugar onde as carroças paravam disse impacientemente com os braços cruzados.


- A saudade foi tanta assim, Tammy? – perguntou Scorpius com um olhar zombador descendo pro chão.


- Se bem que deve ter tido companhia nessa viagem, certo? – perguntou o outro amigo pulando da carruagem.


- Como vocês... Pirralho! – ela disse com uma cara irritada.


- Fala maninha, como ‘tá? – Theodor disse sorrindo inocente.


- Será que você não pode simplesmente cuidar somente da sua vida? – a menina perguntou alterada descruzando os braços.


- Claro que posso, mas cuidar da sua é mil vezes mais divertido! – o menino respondeu e saiu correndo pra dentro do castelo quando a irmã fez menção de pegar sua varinha, as meninas foram logo atrás acenando timidamente pros setimanistas.


- Peste! – ela murmurou com raiva.


- Voltando ao assunto, como você conseguiu ficar com aquela anta? – Scorpius perguntou sem rodeios.


- Ei, vocês nem conhecem ele – ela se defende prontamente.


- Como não? É o cara mais idiota da Sonserina! – disse Brandon estreitando os olhos.


- O que? Eu achei que a richa de vocês era com o Zabini, não com o Zack – Tammy disse confusa.


- Ah, era Zack, não Jack? – disse Brandon suspirando aliviado – Sabe, por um momento pensei que tinha trocado de lado.


- O que? Eu no lado dos perdedores? Sonha Brandinho – ela disse ultrajada.


- Enfim, desfeito os mau entendimentos, vamos, afinal temos que comemorar por Tammy não ter chegado ao fundo do poço – disse Scorpius subindo o lance de escadas pra entrar no castelo, seguido de perto por seus melhores amigos.


****


- Que tentação! – murmurou Rose enquanto sua carroça passava perto do vilarejo de Hogsmeade.


- Resista que logo passa – disse Elizabeth olhando as unhas – Pode acreditar, se eu consegui todas as vezes que meus tios passaram em frente a uma padaria ou loja de guloseimas, você com certeza consegue – a loira sorriu para a amiga – pois alem de serem vegetarianos, eles não aceitam nada que não vinha da terra puramente, são as pessoas mais esquisitas que eu já conheci! – dessa vez ela olhou para os amigos assentindo vigorosamente com a cabeça.


- E lembre-se: aproveitar a carruagem pra ir à Zonko’s no primeiro dia de escola e depois entrar dizendo que esqueceram de acordar você no trem não vai colar de novo – disse Albus desviando a atenção da prima na loja.


- Mas é injusto! Eu só me atrasei uns dez minutos! – ela disse bufando.


- Mas nesse tempo os portões e o grande salão já tinham sido fechados, você só entrou por pura sorte – disse Albus.


- Enfim, mudando de assunto, podem ir na frente hoje, vou levar todos os alunos da Grifinória para conhecer o caminho até o nosso salão comunal – Rose disse desanimada.


- Não adianta fazer essa cara, você sabe que só você é monitora aqui, ainda por cima chefe, o trabalho é só seu – disse Elizabeth entendendo o jogo da amiga.


- Hupf – Rose bufou e os outros amigos riram da cara dela – Amigos legais vocês, não?


- Os melhores! – disse Albus e Elizabeth confirmou com a cabeça, Rose também riu um pouco da cena.


- Como eu adoro chegar primeiro nas carruagens, sem ter que dividir com ninguém! – exclamou Albus colocando seus pés por sobre o banco em que ele estava sozinho.


- E como eu adoro boa educação! – disse Elizabeth tirando os pés de Albus do banco rudemente.


- Ai! Sua bárbara! – dramatizou Albus.


- Vamos, menino dramático, hora do banquete! – disse a loira descendo assim que a carruagem parou.


- Me ajude a descer, Rose, essa bruta deve ter quebrado o meu pé – o menino continuou a atuar.


- Pois deixe que eu concerto! – a loira disse com um sorriso enorme olhando chegando perto do garoto e dando um pisão no pé que ele não tinha dobrado pra trás – Pronto, quebrei  outro, ficou tudo igual!


- Ai! – dessa vez o grito de dor de Albus foi autentico, a loira saiu correndo com um sorriso brincalhão e o garoto foi atrás mancando e gritando coisas feias pra menina, Rose fechava o cortejo rindo e andando calmamente até o salão principal.


*****


O banquete já tinha acabado, assim como a obrigação de levar os novatos pro salão comunal e seus amigos já terem ido dormir e Scorpius andava pelos corredores tentando achar um quadro de um general que era sua porta para seus novos aposentos de Chefe de Monitoria quando de repente uma  voz exaltada exclamou:


- Como isso foi acontecer! – era uma voz familiar, mas ele não se lembrava de quem, o menino então se escondeu em um armário que tinha ali perto.


- Simples, o trem pegou os alunos que passaram por carroças e por uma caminhadinha até a porta do castelo e agora aqui estão – outra voz, dessa vez ele reconheceu como sendo de seu professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, disse irônica.


- Mas eu avisei milhares de vezes que esse ano letivo não devia acontecer! – a outra voz, que era feminina dizia.


- Me diz o porquê mais uma vez – o professor disse calmo.


- Por causa dos aparecimentos misteriosos...


- Que nem os aurores dão bola!


- Dos sinais...


- Que só você nota!


- E principalmente da profecia!


- Que pode ou não se referir ao nosso tempo! – o professor dizia cada vez mais alto tentando fazer com que as palavras entrassem na cabeça da amiga, nesse momento alguém apareceu cantarolando algo do outro lado do corredor, rapidamente o menino abre a porta e puxa a pessoa, a contendo com uma mão na cintura e a calando com a outra mão na boca, tarefa difícil que fez o menino repensar na fala da mãe.


- O que foi? Que sinal foi esse pra eu me calar? – a mulher perguntou com uma voz baixa, depois de um tempo em silencio.


- Achei ter ouvido algo – o professor disse em uma voz normal.


- Eu não ouvi nada, mas voltando ao assunto, que tenho certeza que estamos em perigo! – a mulher voltou ao seu discurso – Eu já te falei do olho que eu vi outro dia na minha bola de cristal, o que significa que...


- Estamos sendo vigiados, eu já ouvi! – dessa vez as vezes ficaram mais audíveis, os dois deviam estar passando pelo armário.


- Sem contar que sua borra do chá mostrava claramente uma nuvem...


- Ou mancha mesmo – disse o professor entediado.


- Que diz que você passará por tempos tempestuosos – a mulher comentou.


- Se a borra era pra mim, a bola de cristal era pra você – o homem disse com algum animo em sua voz – Você está sendo vigiada, não “nós” – ele disse com uma voz de triunfo que ficava cada vez mais baixa, eles estavam se distanciando.


- Já te falei milhões de vezes que eu estava prevendo o futuro de todos nós!


- Nós quem?


- Como assim, “nós quem”? Eu... – e as vozes sumiram por completo, o menino até tentou ouvir mais, mas tudo estava em silêncio, esperou um minuto e então lembrou que segurava alguém, soltando seus braços num ímpeto, a pessoa caiu no chão.


- Nossa, que delicadeza! – uma voz que Scorpius reconheceu imediatamente se pronunciou, ele então estendeu a mão para ajudar a pessoa no chão – e não vai me ajudar, não?


- Minha mão já está estendida, só falta a senhorita olhar para frente e aceitá-la – o menino disse rispidamente.


- Malfoy? Tinha que ser, não? – ela disse pegando a mão do menino, que a levantou som um mínimo de dificuldade – Vejo que continua magricela, não?


- Vejo que continua com uns quilos a mais, não? – isso era mentira, mas menino não iria deixar de zombar.


- Você está me chamando de gorda?


- Se a capa serviu!


- Ora seu... – a Rose disse com o rosto vermelho de raiva e a um paço de estrangulá-lo, mas então mudou de idéia e apenas saiu da sala batendo os pés com força, o menino só ria da situação, mas então os momentos anteriores caíram como um balde de água gelada nele, ele percebeu o quão perto tinha estado da ruiva poucos instantes atrás, entretanto logo se obrigou a esconder esse pensamento o que levou a outro mais sério:


“Uma conversa sobre perigo? E pessoas aparecendo? Como assim? Normalmente não seria o contrario? E os aurores sem prestar atenção? Isso realmente era algo estranho”


Scorpius lembrava que seu pai lhe contou muitas aventuras que teve quando jovem; inclusive as de quando estava ao lado do Lorde das Trevas e ele se lembrava bem que uma das coisas que o pai mais acentuava era que quando se trata do mal, qualquer coisinha deve ser levada em consideração, pensou nisso enquanto saia apreçado ao encalço de Rose.


-Weasley, ei, Weasley! – ele chamou a encontrando poucos corredores à frente.


- O que você quer, Malfoy? – a menina perguntou sem parar de andar, ainda vermelha.


- Bem, existe aurores na sua família, certo? – a família da menina era tão grande que ele duvidava que não existisse uma pessoa em cada área de trabalho existente, Scorpius sorriu com esse pensamento.


- Meu pai é um, por quê? Resolveu se confessar? – ela perguntou com um mínimo sorriso de escárnio.


- Para sua sorte, hoje não, só queria saber se ele comentou que havia algo errado no mundo bruxo? – Scorpius perguntou sério e Rose parou de supetão lembrando finalmente da conversa que acabara de ouvir.


- Não, nada mesmo – ela disse se surpreendendo com essas palavras, seu pai e tio geralmente eram os primeiros a quererem investigar casos isolados, pois sabiam da astucia que o mal possuía – Estranho.


- É mesmo! – e os dois ficaram com caras pensativas no meio do corredor, até que Rose soltou um bocejo.


- Enfim, pode queimar sua cabecinha loira a vontade, eu vou me recolher – disse Rose se virando – Meus planos eram ficar longe de você por no mínimo duas semanas, lembra-se?


- E eu estava tão feliz com eles! – Scorpius se lamentou.


- Haha, adeus! – ela disse continuando seu caminho com Scorpius logo atrás – E quer parar de me seguir?


- Meu quarto é por esse caminho também, dã – o menino zombou.


- Humfh – ela deu de ombros e seguiu seu caminho até chegar a um corredor com dois quadros grandes, um de frente pro outro, um general e uma princesa – Ei, você vai ficar ai ouvindo minha senha pra entrar no meu quarto? – ela perguntou pro menino que parou de andar, assim como ela.


- Acredite, entrar no seu quarto é a ultima coisa que eu faria – ele disse com uma falca cara de nojo.


- Então vai dar uma voltinha, anda! – ela disse cruzando os braços.


- Vai você, agora queira dar licença que eu estou com sono e vou entrar no meu quarto, você estando aqui ou não! – ele disse empurrando ela de leve de frente do quadro do general.


- Como vai, meu jovem? – o homem no quadro perguntou.


- Vou com sono – o menino disse sorrindo simpático, Rose só assistia a sena ultrajada por estar sendo ignorada.


- Claro, basta dizer a senha que uma cama te espera – o general disse no mesmo tom cordial; prevendo que o menino iria mesmo falar a senha, Rose tratou logo de sair do corredor, nem por um decreto queria saber a senha de um outro quarto.


Nessa curta caminhada de ir e voltar a menina pensou no finalzinho de conversa que ouviu, conhecia a voz do homem, seu professor de Defesa, como chamava as aulas dele, mas a mulher, bem, ela especulava que poderia ser a professora de Advinhação, mas não sabia ao certo pois nunca fizera adivinhação, preferia bem mais fazer Runas Antigas, que era no mesmo horário que a outra aula então não sabia ao certo como era a voz da professora.


Soltou outro bocejo.


Bom, a Rose estava morrendo de sono, esse perigo teria de esperar o dia seguinte para ser resolvido.


 

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Comentários (2)

  • Ana CR

    Ah, a desculpa de "não te acordaram no trem, não vai colar... de novo!" huahauahuahauahauhauahauhauahuaPessoas aparecendo? Quando li achei que você havia escrito errado, mas, e agora? Tô curiosa! hauahuahauahuahau 

    2013-07-11
  • Lana Silva

    Hum...Misterios. Amo misterios *-* Tõ amando, os encontros deles são tão...São muito legais.Pelo menos pra quem ler!

    2011-11-26
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