Monitor Chefe?

Capitulo I

Era um dia ensolarado e quente, entretanto uma corrente um pouco mais gélida se fez notar na tão movimentada Londres, um local em especial estava mais lotado que de costume, era a estação de King Cross, não a normal, que se vê todo dia, o lugar movimentado era um espaço especial em que se entrava passando pelo pilar que ficava entre as plataformas 9 e 10, era a plataforma 9 ½, a plataformas para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Dentre as muitas pessoas que passavam por lá, uma menina e seu irmão recebiam as ultimas recomendações de sua mãe.

- ... Juízo e tomem cuidado! – a mulher de cabelos castanhos volumosos terminava de enumerar os avisos nos dedos depois de ter enchido sua mão cinco vezes.

- Anotado mãe, pode deixar! – o menino disse notando que sua mãe tinha terminado o discurso, durante toda a fala ele tinha se concentrado em contar quantos tijolos tinham na parede atrás de sua mãe (1427 até agora).

- É, tudo memorizado! – a menina ruiva disse aproveitando a deixa de seu irmão, ela também não prestou muita atenção, estava vendo olhando o movimento em volta da estação.

- Certo então – a mulher disse suspirando ao ver a desatenção dos filhos que estavam de dispersando agora – Hugo, parabéns pela monitoria, novamente e boa sorte nos N.O.M.’s Rose, você...Rose! – ela então se lembrou de algo e assumiu sua cara séria.

- Xi, boa sorte maninha! – o menino disse agradecendo a mãe e saindo dali rapidamente.

- Boa sorte e atenção pros N.I.E.M.’s e, por favor, me prometa que esse ano será sem detenções! – a mulher disse quase que implorando.

- Ah mãe, você sabe que eu não posso te prometer algo assim, e se o louco do Heldre (Lê-se:Réldrê) me castigar por nada? – a menina se justificou.

- Você é uma monitora chefe, tente dar o exemplo, ou pelo menos prometa que irá tentar! – a mulher disse no tom de suplica novamente.

- Certo, eu prometo! – Rose disse dando-se por vencida, Hermione a abraçou e foi conversar com sua cunhada e melhor amiga Gina.

- Rose, vem aqui um minuto? – um homem ruivo a chamou para um pouco mais a frente onde ele conversava com vários outros homens, quase todos ruivos também.

- Que foi papai? – ela perguntou dando um suspiro prevendo uma nova lição de moral.

- Bom é que eu não pude deixar de ouvir sua conversa com sua mãe e...

- Claro que não, o Roniquinho não deixava de prestar atenção em vocês! – um dos ruivos disse rindo para o irmão menor.

- Quieto Jorge! – o homem disse com as orelhas vermelhas – A questão é que você poderia dar uma folga das detenções, digo, ao invés de pegar uma no primeiro dia da escola...

- Orgulho do tio Jorge! – Jorge comentou novamente, Rony o olhou mortiferamente e então voltou sua atenção para a filha que sorria divertida pro tio.

- Enfim, espere pelo menos um mês, combinado? – ele estendeu a mão.

- Hum – a menina olhou duvidosa para a mão estendida, e então sorriu – Combinado pai! – ela apertou a mão e o pai a puxou para um abraço.

- Sei que Hermione já disse tudo, mas repito, tenha juízo mocinha! – ele diz se separando dela.

- Sempre papai! – ela piscou.

- Agora vou procurar seu irmão, onde se viu sumir assim sem despedir do pai! – o homem disse olhando em volta enquanto a menina ria.

- Hum, tio Harry, será que você viu o Al por ai? – a menina perguntou olhando em volta depois de um tempo.

- Bom, a ultima vez que eu vi seu primo ele estava atravessando o portal pra chegar aqui, então se achá-lo fale que quero pelo menos me despedi antes dele ir – o moreno de olhos verdes disse passando a mão pelos cabelos os bagunçando ainda mais.

- Claro tio – a menina garantiu e então saiu à procura do primo.

- Ei, não cumprimenta mais a melhor amiga, não? – uma menina loira de olhos azuis chamou a atenção de Rose pouco tempo depois de ela se distanciar da família.

- Lize, claro que... uau! – Rose completou quando virou para olhar a menina que sempre foi gordinha, entretanto esse ano estava bem mais esguia – Certo, agora pode me passar já o segredo dessa transformação!

- Gostou? – ela perguntou dando uma volta pra amiga ver – É isso que acontece quanto meus pais decidem que eu vou passar o verão inteiro com meus tios vegetarianos; sem contar que meus primos não paravam um segundo, era um “Vamos brincar de corrida Liz?” pra cá e “Duvido que você me pega!” pra lá, o que acabou resultando nisso!

- Mas você disse que não tinha problema em passar o verão lá, eles estavam sentindo sua falta – a mãe de Elizabeth, Dorothy, disse levantando a sobrancelha.

- Eu sei mãe, só que foi cansativo aquela viagem! – ela disse sorrindo.

- Sem contar que quando voltou não só tivemos de comprar roupas novas como eu tive de agüentar o assanhamento desses meninos pela rua! – o homem, de cabelos morenos e olhos azuis, se pronunciou chateado e Rose olhou com uma cara de pergunta para a amiga.

 - É que estávamos no shopping trouxa fazendo compras e uns meninos não paravam de nos encarar – ela apontou para a família inteira – quando nos encontrávamos, papai quase bateu em um dos garotos quando eles passaram por nós pela terceira vez – a menina disse sorrindo – Falando nisso, eu adorei sua dica de ir naquele lugar é muito legal!

- É, meus avós moram perto de um e eu vou lá quase sempre, sabia que você iria gostar – Rose piscou para a amiga – Hum será que agora você me ajudaria a achar aquele garoto moreno de olhos verdes?

- Claro, até mais, mãe, até mais pai! – a menina disse abraçado seus pais – E se comporte senhor Dylan, vejo vocês no natal! – Elizabeth então foi puxada por Rose pela estação até que encontraram duas pessoas se beijando em um canto escuro dali, pra Rose só poderia ser três pessoas, mas o menino não usava óculos então.

- Albus! – a ruiva disse em um tom alto assustando os dois que se separaram em um ímpeto, a menina ficou vermelha e o menino apenas olhou feio para as duas.

- Hum, tenho que me despedir dos meus pais Al, depois nós no falamos! – a garota corada disse saindo rapidinho dali.

- Por Merlin Al, nem chegamos na escola ainda! – Rose disse colocando as mãos na cintura.

- Por Merlin Ro, deixa eu viver a minha vida em paz? – o menino disse com uma cara desafiadora e então se virou para a outra menina – E posso saber quem é... Liz, é você? – o menino completou reparando bem na loira.

- Em carne e osso – ela disse sorrindo divertida.

- Mais osso do que carne, não? – ele disse analisando a menina.

- Mesmo assim estou aprovada? – ela disse dando uma volta.

- Por mim, com certeza, entretanto pra minha vó... – o menino disse fingindo uma cara de pesar – Ela adora você justamente por que você dava exemplo de como ser saudável agora...

- Depois eu falo com ela, Al – Elizabeth disse sorrindo.

- Se você se garante! – ele disse dando de ombros – Agora me explica, sua cenourinha ambulante, por que estavam me chamando?

- Bom, eu queria que você me ajudasse a achar a Liz, mas isso eu já fiz e falar que seu pai está te chamando – ela disse numerando dois dedos.

- Então vamos lá, afinal ninguém vive sem mim, certo? – Albus disse passando a mão pelos ombros de Rose e de Elizabeth e as puxando pela estação – Onde eles estão mesmo? – e as meninas riram.

Enquanto isso, um pouco mais adiante na plataforma um menino loiro também se despedia dos pais.

- Nem acredito que é seu ultimo ano, ‘to ficando velha Draco! – uma mulher de cabelos dourados dizia primeiro olhando para o menino a sua frente e depois para o homem ao seu lado – Será que vai aguentar ficar comigo até quando eu tiver mais rugas que outra coisa no rosto?

- Claro que sim, sem você eu estaria perdido! – o homem de cabelos platinado disse beijando a face de sua esposa delicadamente.

- Mãe, pai, aqui não, por favor! – o menino quase idêntico ao pai disse fazendo uma careta.

- Ai filhinho, o que é a vida sem um pouco de diversão? – ela disse levantando uma sobrancelha – Por falar, acho que você devia se divertir mais, ficou o verão inteiro naquele quarto com aqueles livros, bem que você podia ter saído com seus amigos.

- Eu já disse mamãe, se eu quiser ser um bom Medi-bruxo que tenho que estudar e...

- Blá blá blá, só papo furado, e você precisa se alimentar mais, está só pele e osso, meninas não gostam de rapazes pele e osso – ela disse cruzando os braços, seus olhos castanhos estavam extremamente sérios.

- Mãe! – ele disse adquirindo uma leve coloração rosa, raramente se poderia ver esse menino assim, sua mãe era uma das únicas pessoas que conseguiam esse feito.

- Mas eu não estou mentindo, veja eu, eu só me interessei pelo seu pai porque ele tinha esse peitoril lindo e...

- Sem detalhes, fazendo o favor!

- Ai Scorpius, é verdade e você sabe disso, concorda Laninha? – a mulher perguntou para uma menina de cabelos castanhos e olhos iguais ao da mulher que a segurava pela mão, a menininha apenas assentiu divertida, estava ali só para ver como era a ida para a escola que frequentaria no futuro – Viu, até sua priminha de quatro anos sabe disso.

- E você só ri, não é Sr. Draco, olha aonde você foi nos meter! – o menino disse apontando para sua mãe e sua prima.

- Sem comentários, isso é com você filho! – o homem disse com um mínimo sorriso nos lábios, considerando que esse homem era de natureza discreta e séria, esse sorriso era como uma gargalhada contida.

- Ei, tia Astória – a menininha puxou o braço da mulher – Cadê o Lobinho? – Lobinho era um apelido do filho mais novo dos Malfoy, era um garoto com vários problemas de saúde e só ficava em casa, o apelido era devido ao seu animal favorito ser um lobo branco.

- Quem? Ah, o Árcade? Bom, ele está um pouco doente e teve que ficar em casa – a mulher respondeu sorrindo – Se bem que ele está com os pais do meu marido, que são um pouco malas – ela completou, a ultima parte bem baixo para só a menina ouvir, mas claro que os outros dois também ouviram, Scorpius segurou o riso e Draco fechou a cara – Por falar nisso, quando você estiver na presença deles tente ficar séria, e arrumar a postura, isso é , caso você não quiser ouvir uma lição de moral.

- Para com isso, Astória, eles estão cuidando do seu filho mais novo! – Draco disse fechando a cara e nessa hora o trem apita indicando que o tem já vai partir.

- Verdade amor, acho que foi o que eu acabei de falar – a mulher ironizou e então abraçou Scorpius – Até mais filinho, pense no que eu te falei sobre a comida e tenha um bom ano letivo.

- Boa sorte, Monitor Chefe, nos encontramos no natal! – Draco estendeu a mão para o filho com um sorriso orgulhoso no rosto.

- Até pai! – Scorpius abriu um enorme sorriso pro pai e se abaixou para falar com a prima – parabéns pela mágica e cuida bem do meu irmão, apesar de ser uma semana mais velho que você ele é menos ajuizado! – o garoto completou, a ultima parse sussurrando e então piscou para a menina e entrou no tem, não sem antes ouvir:

“- Que implicância você tem com os meus pais, heim amor!

- Ah, eles são legais, mas aquela fala de pureza e classe é puro desperdício de tempo, mas pensando bem até que sua mãe se supera e...

- Quando chegarmos em casa posso passar a tarde inteira com o lobinho?”

O menino riu consigo mesmo, ele sabia como sua família era rígida nos tempos de seu pai, ainda eram em algumas ocasiões, mas sua mãe chegou e bagunçou tudo, como dizia seu pai, o caso era que Astória foi criada na alta sociedade, mas ela nunca se encaixou lá, nunca teve freios na língua ou reparou muito no que pensam dela, sabe se comportar, mas extravasa quando pode.

Ainda sorrindo se dirigiu com seu malão para o compartimento de carga no final de trem, pelo peso que aquele objeto demonstrava o menino pensou se sua mãe não teria razão sobre seu corpo, depois de um tempo chegou ao seu destino e teve sorte de achar um lugar mais embaixo, desconfiava que não conseguiria levantar aquilo nem se quisesse.

- Mas e se alguém ver? – ele ouviu uma voz masculina ali perto, estava um pouco ofegante.

- Essa que é a graça do negócio, Sam! – outra voz ofegante, dessa vez feminina, se pronunciou, o menino então fechou a cara reconhecendo a segunda voz.

- É, isso é realmente engraçado, Sam – Scorpius disse contornando uma pilha de malas e encontrando Rose Weasley e Sam Phelk com cabelos despenteados, roupas amassadas e lábios inchados olhando culpados para ele, com meio metro de distancia entre eles.

- Ah, é só você Malfoy – a menina disse debochadamente suspirando aliviada.

- Bem Scorpius eu estava, bem, indo! – o menino disse saindo depressa pela porta, Scorpius era respeitado como monitor justamente por respeitar as regras e não abrir trégua pra ninguém.

- Covarde! – a ruiva gritou para o menino que já tinha saído da sala.

- E quanto a você Weasley...

- Quanto a eu nada Malfoy, você vai sair daqui e parar de me encher o saco enquanto eu vou para outro lugar que esteja bem longe de você!

- E quem você pensa que é pra mandar assim em mim?

- Sou a Monitora Chefe, se você não notou e você é apenas um... – ela olhou bem para o menino e viu algo brilhando no peito do menino, algo bem parecido com um broche que ela própria estava usando.

- Monitor Chefe também, Weasley, não sei como você conseguiu entre...

- Nem eu sei, imagina se você saberá! – ela o cortou.

- Pare de me interromper, você sabe que eu odeio isso! – o menino disse se irritando.

- Exatamente por isso que eu faço! – ela sorriu, seus olhos castanhos adquirindo um tom de desafio, mas nesse momento dois sapos prateados apareceram e pularam nos dois.

- Caro(a) monitor(a) chefe, queira ter a gentileza de comparecer a reunião de monitores no primeiro vagão! – os dois falaram em uníssono com a vós de Neville Longbottom e se desfizeram.

- Cara esqueci completamente! – disse Rose batendo a mão na testa e se levantando do chão.

- Teria chegado a tempo se não tivesse um problema chamado Weasley! – o loiro disse se levantando também e saindo correndo dali, Rose estava ao seu encalço tentando arrumar sua roupa e seu cabelo no caminho.

- Que bom que resolveram aparecer! – o professor Longbottom saudou depois que Scorpius bateu na porta da sala de reunião, ele se encontrava com as mãos no joelho tentando recuperar o fôlego e Rose estava encostada na janela do trem.

- Desculpem... o atraso! – disse o menino respirando fundo e entrando na sala logo depois da ruiva, a sala que entraram coninha uma grande mesa cheia de papéis com apenas três lugares vazios na cabeceira onde os planos de monitoria do primeiro mês eram feitos sob a supervisão do vice-diretor da escola, ele instruiria o trabalho dos novos monitores chefe e encorajava os mais novos.

- Bom agora que já estamos todos aqui, – o professor disse observando olhando de esguelha os atrasados do dia – Queria parabenizar os novos monitores por terem ganhado essa honra e parabenizar também os novos monitores chefes pelo distintivo e orientá-los para essa viagem de trem e os primeiros dias na escola, no resto do ano falem com os monitores chefes que eles saberão o que fazer, lembrando que o quinto ano não pode aplicar detenções – e o professor continuou a falar pro um tempo – Por agora, creio que está tudo bem, Sr. Baron e Srta. Astrid começarão monitorando os vagões finais e Sr. Weasley e Srta. Laguel farão monitoria dos vagões mais a frente, dispensados – todos se levantaram – Menos os dois atrasados! – ele completou.

- Legal! – exclamou Scorpius sarcástico se sentando novamente.

- Certo, sobre a chefia – o professor começou quando o ultimo aluno fechou a porta e entregou uma prancheta com uma página pra Rose – Essas são as tarefas que vocês irão dividir entre os monitores e ao final de cada mês quero um relatório de quantos pontos cada casa perdeu pelos monitores e o relatório de todas as detenções e os motivos para eu arquivar, bom, boa sorte pros dois e não se esqueçam que eu confiro tudo depois! Agora vou deixá-los a sós, até mais.

- Deixa eu ver isso – disse Scorpius pegando a prancheta que Rose largou na mesa e dando uma rápida lida – Monitoração do primeiro andar da hora do toque de recolher  até uma hora depois do mesmo; Monitoração do segundo andar da hora do toque de recolher  até uma hora depois do mesmo; Monitoração do terceiro andar da hora do toque de recolher  até uma hora depois do mesmo... Enfim, monitoração do castelo todo e... bom, levar os alunos do primeiro ano pra sua respectiva casa.

- Ah, isso é fácil de fazer, e já está tudo pronto durante o mês, bom, te vejo em duas semanas Malfoy! – ela disse e então saiu da sala.

Como aquela menina tinha virado monitora ele não sabia, entretanto os pensamentos do garoto não ficaram nisso, sem saber como esse menino é apaixo... sente uma forte atração pela ruiva desde o quinto ano, sorte que anos vivendo em disfarçando seu comportamento pra sociedade bruxa o ajudou a saber direitinho como esconder esse sentimento e o guardar em um ponto bem fundo de si, o problema era que se a menina continuasse ficando tão lin... chamativa a cada ano ele não saberia se controlar muito mais, ele sabia que eram completamente opostos no que mais importava, a personalidade, sendo assim ele já tinha descartado esperanças há muito tempo. Preferia ficar com seus relacionamentos curtos e secretos que eram mais certos do menino não correr riscos; Scorpius sorriu com esse pensamento e saiu da sala com a prancheta na mão a procura de seus amigos.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.