A criança que nascerá em Julh



Capítulo XIV: A criança que nascerá em Julho...

Assim que a pora bateu, Sarah perdeu um pouco da pose aLtiva e cambaLeou, com uma fraqueza repentina. Em duas passadas Draco já estava lá e acolheu-a em seus braços. Houve uma confusão.

- Caracas, Sarah! - exclamou Dylan, admirado. - Como é que você fez isso?

Sarah não respondeu, olhou para o pai com dificuldade, os olhos nublados por uma dor visível. Parecia esperar que ele respondesse. As dúvidas do irmão eram as mesmas que as suas.

Mas naquele momento Rosier e os outros entravam na sala, com olhares interrogativos.

- O que houve? Porque havia tanto barulho aqui?

Draco passou Sarah para os braços da sobrinha mais velha e falou:

- Cuida dela. Rosier, pois Sarah não se sente muito bem. Depois ela responderá às perguntas de vocês. Dylan, vá com eles.

- Mas, papai...

- Vá com eles, Dylan e não discuta. As suas perguntas também serão respondidas em breve. Porém, antes... - Draco trocou um olhar com Ammy. - Preciso de respostas para as minhas.

Insatisfeito, mas resignado, Dylan seguiu os outro que saíam da sala e deixou os pais a sós.

Assim que os jovens obedeceram-no, Draco demoronou numa poltrona e passou os dedos por entre os fios ainda louros e belos, apesar de sua idade, os bagunçando. Mas não ficou muito tempo assim, logo ele começou a andar de um lado para o outro, perturbado.

- Draco...

- Não. Espere... Tantas revelações! Tantas coisas num único dia, de uma vez só! Não está certo, não pode estar...

- Draco...

Mas Ammy desistiu de chamar, pois ele parecia não escutar.

Então, aparentemente tomando uma decisão, Draco jogou pó de flú na lareira e com a cabeça nas chamas murmurou alguma coisa. Ammy esperou.

- Potter! - Ela o ouviu chamar, a voz apenas um eco. - Preciso que venha imediatamente para cá. Trapa sua penseira e a lembrança da profecia. Não discuta! E chame Weasley também.

E, sem ter esperado uma resposta, Draco cancelou a ligação. Só então permitiu-se respirar fundo e (tentar) se tranquilizar.

- Eles virão... Daqui a pouco estarão aí... Agora só temos que esperar.

Mas ele continuou parado, tenso, os olhos no chão. Apesar de toda a situação e da angústia que também era sua, Ammy sentiu seu coração repleto de compaixão e ternura pelo marido. Caminhou até ele e segurou sua mão. Guiou-o até o sofá e o fez sentar, abraçando-o, sem dizer palavra alguma.

Ficaram em silêncio, e foi um Draco mais controlado que recebeu os Potter e os Weasley, as expressões curiosas e a aparência desleixada; pegos de surpresa no conforto de suas casas.

- Bem, aqui estamos, Draco - disse Harry, os cabelos mais bagunçados do que nunca. - O que houve?

- Sentem-se - Draco convidou. - E não sejam como eu que não o fiz. Sejam mais sensatos, pois a conversa é complicada.

Rony e Harry se entreolharam, mas não contestaram e todos eles obedeeram, a expressão no rosto dos amigos era razão suficiente para isso.

♥__________________________________________♥

- Não, não, não! Isto não está certo! Não está nada certo!

- Acalme-se, Harry. E é melhor que volte a sentar por favor. Por Favor, Harry.

Harry respirou fundo várias vezes antes de, vagarosamente, obedecer ao apelo de Hermione. Saber que Lucius estava vivo e que era ele o responsável pelos ataques trouxas o desequilibrou. Saber ainda que Sarah, a criançaque ele menos ofereceu vigilância e proteção era justamente a criança que eles procuravam acabou com sua última fostaleza de controle emocional.

- Veja bem - Hermione continuou em um tom bondoso mas autoritário. - Não podemos dizer que excluímos Sarah da lista de suspitas. Sempre desconfiamos que seria um dos três. Agora, sabendo quem é, podemos proporcionar uma proteção ampla e satisfatória. Principalmente agora que... Sabemos quem... está por trás.

Ela lançou um olhar hesitante para Draco que estava impassível.

- Não, Hermione, você não entende! Não pode ser Sarah! Não encaixa com as informações que temos!

Draco ergueu uma sobrancelhas assim que Harry se levantou outra vez.

- O que o incomoda, Potter? Não ser o seu filho? Ou, contrariando isso, ser um Malfoy? "A família de servos mais fiéis ao lado das trevas."

Todos, com excessão de Ammy que virou o rosto para o outro lado, olharam para Draco com as expressões perplexas.

- Acho que rever sua família não foi bom para você, Malfoy - Rony se manifestou de cenho franzido. - É melhor cuidar dessa cabeça.

Draco foi se levantar, mas Ammy segurou seu braço.

- Senhores - disse ela. - Será que vamos poder continuar conversando? Temos um assunto de extrema seriedade pare resolver.

- Ela tem razão - Gina apoiou. - Foi você quem ouviu a profecia, Harry. Porque não pode ser Sarah?

- Sarah nasceu em Junho. A profecia é clara. Diz: "Aquele com o nascimento previsto para Julho."

- Diz previsto. Sarah nasceu em Junho, mas estava prevista para...

- Agosto - interrompeu Ammy. - Não encaixa, Harry está certo.

Foi a vez de Hermione se levantar e andar de um lado para o outro.

- Não entendo... Como uma informação dessas pode estar errada? Há como uma profecia acertar apenas parcialmente? É mesmo Sarah a criança? E se houver uma outra?

- Impossível. O que ela fez aqui vai além das habilidades de uma adolescente de 14 anos. - disse Draco.

- Então... - Hermione parecia frustrada. - Se descartamos essa idéia, a única seria a da informação er...

Ela parou, encarando o chão. Os amigos a observavam sem piscar, até que ela ergueu os olhos até Harry, parecendo triufante.

- É claro! A informação não está errada! Foi você quem errou!

- Eu! - Harry deu um passo para trás, indignado. - Ora, Hermione! Como assim, eu errei?

- Trouxe o frasco? A lembrança?

- Claro que sim.

- Dê-me aqui. Eu vou entrar e confirmar.

- Você não vai entrar nas minhas lembranças! Eu vou!

- Você pode ter visto errado uma vez, nada impede que veja e novo. Vamos os dois.

- Esperem aí! - Draco também se levantou. Não esqueçam que a suspeita gira em torno da minha filha! Eu também vou!

- Todos nós temos que ir - afirmou Gina.

- É muita gente - avisou Hermione. - Isso vai virar uma bagunça, não é necessário todos irem. Vamos Draco,
Harry e eu...

Rony não gostou de ser deixado para trás, mas se calou. Quando a penseira estava pronta os três mergulharam na lembrança daquela noite de 24 de dezembro.


♥_________________________♥

- Merlim, professora, a senhora me assustou...

- Vamos chegar mais perto - Hermione sussurrou, mas Trelawney começou a falar e o barulho de passos poderia atrapalhar. Ela mandou-os pararem.

- Aquele coom o nascimento previsto para...

Hermione gritou nessa hora, assustando-se com o barulho de vidro quebrando-se.

- O que... foi isso?

- Psiu!

Mas a parte principal havia passado.

- Vamos voltar. Depois colocamos de novo.

De volta à sala de Draco, depois de explicarem que ainda não haviam visto nada, Hermione virou-se para Harry.

- O que foi aquilo?

- Aquilo o quê? O barulho?

- Sim.

- Não sei, veio da cozinha, alguém havia quebrado algo lá embaixo.

- Isso havia aconteceido no dia?

- Claro que aconteceu caso contrário não apareceria na lembrança, Hermione.

- Só estou confirmando. Vamos voltar lá e dessa vez não façam barulho.

Draco girou os olhos.

- Como se o barulho tivesse sido nosso.

- Merlim, professora, a senhora me assustou...

- E com razão, não? - Draco sussurrou. Hermione lançou-lhe um olhar de censura, inclinando-se para mais perto da professora.

Harry e Draco a imitaram.


- Aquele com o nascimento previsto para...

Foi então que Harry teve sua surpresa. Já preparado, não se distraiu com o barulho na cozinha e, próximo como estava, pôde ouvir claramente:

- ... Junho cuja áurea de poder natural...

Alguém tocou o seu ombro.

- Podemos ir, Harry. Já conseguimos a informação que precisávamos.

- E que informação! - falou Draco, assim que pôs os pés em sua sala. - Como é que você pôde entender tudo errado?

- Eu não entendi tudo errado! - retorquiu Harry. - Entendi uma paravra errada! E você também, na primeira vez que escutou!

- Claro, com aquele grito estridente em meu ouvido! E com a lembrança à disposição nem para conferir!

- O que está havendo? - Rony quis saber.

Hermione explicou tudo o que viram, interrompendo a discussão.

- Acho que se houve algum culpado e quem ele é não importa agora. - Falou Gina. - O que deve ser tratado aqui já que se tornou claro que Sarah tem poderes excepcionais é a segurança dela. Ela corre risco de vida.

Draco desabou no sofá, suspirando. Era a imagem viva de um pai preocupado.

- Eu sei. Lucius não vai descansar enquanto não estiver com a amplitude desses poderes a seu favor.

Gina hesitou. Ela mordeu os lábios e encarou o marido. Harry pigarreou.

- Draco, hum... não é desse tipo de perigo que Gina falou, especificamente.

Draco e Ammy encararam-no; ainda não haviam entendido.

- O que eu quero dizer é... Precisamos fazer com que Sarah aprenda a controlar esses poderes urgentemente. Já tivemos duas amostras de onde eles pode chegar. Ela pode acabar se ferindo gravemente ou até mesmo... Ferir alguém.

Por um segundo Draco ficou impassível, mas logo em seguida seu rosto pareceu se contorcer por uma revolta imensurável.

- O que você está dizendo?! Sarah não seria capaz de machucar ninguém! Nunca!

- Claro que ela seria incapaz de machucar propositadamente, Draco. Não é isso o que estou dizendo. Mas em momentos como o vivido há algumas horas em que ela perde o controle e não tem conhecimento do limite de seus poderes, uma trajédia pode acabar acontecendo. E sim - acrescentou ao olhar interrogativo. - Acho que já podemos ter certeza de que poderes como o dela podem matar mais rápido do que um Avada Kedavra e serem mais cruéis do que um Cruciatus.

Por apenas uma pequena fração de segundo, eles se encararam. Sem aviso, Draco teve um sobressalto e um gemido de dor deixou seus lábios.

- Draco?

Sem ligar para os rostos confusos e preocupados, ele se levantou, deu a volta pelo sofá e começou a correr pelo corredor. Com apenas uma troca rápida de olhares, todos o seguiram. Alcançaram-no quando ele parava em frente à uma porta do segundo andar, junto com os adolescentes que falavam ao mesmo tempo.

- Se trancou lá dentro!

- ...mandou pra fora sem nem explicar...

- ...tentei perguntar, mas ela parecia furiosa!

Ignorando-os, Draco deu um chute na porta, que se soltou e caiu. A imagem da garota sentada a um canto da cama, abraçando os joelhos, os cabelos louros mordurando-lhe o rosto molhado comoveu a todos. Tanto que ninguém além de Draco se atreveu a entrar.

Ela olhou-o perturbada.

- Deixe-me ir até aí, Sarah. - Draco pediu, surpreendendo a todos. Só então eles perceberam a fina camada de ar, quase como uma suave neblina que havia ao redor da garota, e que barrava a aproximação dele.

- É me-melhor ficar lon-longe de mim. - Ela soluçou. - É melhor to-todos vocês fica-rem longe. Vai que eu aca-cabe matando alg-alguém...

Quando Draco se virou para as pessoas na porta, havia uma fúria gigantesca deformando o seu rosto belo.

- Eu pensei que podia confiar em seus feitiços impertubáveis, Weasley! - ele berrou para Hermione, que pareceu indignada. - DYLAN! Porque a deixou descer? Eu não pedi para que ficassem com ela?

Somente frente ao gesto de ser acusado injustamente foi que o garoto conseguiu voz para enfrentar o pai.

- Eu não a deixei sair! Nem sei do que o senhor está falando, Sarah não saiu deste quarto!

Draco demorou um pouco para assimilar a resposta. Quando por fim o fez, virou-se apressado na direção da filha outra vez. Sarah chorava e parecia ainda mais desesperada.

- Eu est-tava tão con-confusa - Explicou, os olhos fixos no chão. - Tudo o q-que eu queria era sab-ber o que... o que estava acontecendo comigo.. Eu que-ria saber o que vocês fa-lavam e aí eu comecei... comecei a ouvir a voz do t-tio Harry na minha cabeça... Ele dizia... Ele disse... eu não qu-quis mais ouvir... não qu-quis...

Draco apoiou as mãos na barreira invisível, Harry passou o braço pelos ombros de uma Ammy abalada. A dor de Sarah pareci a única coisa que ultrapassava a barreira mágica.

- Eu não entendo... - ela continuou. - O que eu s-sou, afinal? Que ti-tipo de monstro eu sou?

- Sarah, você não é nenhum monstro! É uma bruxa super poderosa, isso sim!

- Eu não quero ser uma bruxa su-super poderosa! Eu quero ser n-normal!

Sírius invadiu o quarto, pondo-se ao lado de Draco.

- Sarah...! Não diga isso, Sarah, por favor! O fato de ter grandes poderes não faz de você uma má pessoa! Diga a ela, papai! Você vai ajudá-la, não vai? A conviver com esses poderes?

- Claro - Harry respondeu dando um passo para frente. Sarah o encarou. - Com todos esses poderes sob seu controle você só terá a ganhar com eles, Sarah.

- Eu n-não... Não vou machucar n-ninguém?

Era quase infantil a maneira com que a esperança soava em sua voz.

Harry sorriu bondosamente.

- A menos que você queria, Sarah. E eu sei que não quer.

- N-não. - Ela sussurrou, enxugando as lágrimas. - Eu não quero.

Hou ve um momento de silêncio. Depois dele, conforme a respiração da jovem ia se acalmando, a barreira que ela mesma havia criado foi se dissolvendo, tornando possível que Draco se aproximasse e a acolhesse em seus braços.

- Sarah? - ele chamou depois de um tempo.

- Hum?

- Eu queria saber... O que você fez para que eu... sentisse o que você estava sentindo? Logo após ter ouvido nossa conversa?

Sarah desvencilhou-se dos braços do pai e, antes de responder, olhou ao redor. Todos haviam se retirado e deixado-os a sós.

Ela deu de ombros.

- Eu não fiz nada... Isso é muito esquisito, fazer essas coisas assim... Só estava querendo vê-lo...

- Porque a mim?

Ela pareceu um pouco envergonhada.

- Não conta pra mamãe. Só que eu acho que você me entendo melhor do que ela.*¹

Draco sorriu. Então deu-lhe um breve abraço e um beijo na testa.

- Não vou contar. Agora acho melhor você dormir um pouco. Ainda temos uma ceia hoje, esqueceu?

O rosto de Sarah se iluminou.

- A ceia! Quase havia me esquecido!

- É, mas você não vai a lugar algum sem estar descansada. Venha, deite-se aqui. Vou ficar com você até dormir.

Sarah fez uma careta engraçada, mas obedeceu.

- Vai me contar uma história pra dormir também? - perguntou, cética, deitando-se com a cabeça no colo do pai.

Draco começou a acariciar seus cabelos.

- Achei que estaria cansada de histórias.

Silêncio.

- Tem razão - ela disse, sonolenta. - Chega de histórias por hoje...



=¹Acho a Sarah mais imocionalmente parecido com os Malfoy do que Dylan. como Dylan é fisicamente e orgulhosamente. Mas no lado emocional acho que as coisas se invertem à aparência. Sarah é a versão de Draco e Dylan da Ammy, na hora do aperto. Como vocês ainda vão ver. Achei legal explicar isso agora. ^^


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