Armando um plano



- O que aconteceu aqui?

- Estão dormindo. Ficamos tanto tempo fora assim?

- Ainda não são nem cinco horas... Será que Lily não os estuporou? Sabe como ela é geniosa e esses dois quando estão juntos...

- Não seja bobo, Rony, eles estão apenas dormindo. Acho que cansaram de esperar vocês...

- Acho que não devíamos ter demorado tanto na casa de Rony e Hermione, Harry. Será que eles já almoçaram? E Lily? Será que está em casa?

- Posso ir procurá-la, tia? Tenho a impressão de que ela está no escritório jogando xadrez.

- Como sabe disso, Robert?

- Eu não sei. Apenas desconfio, mãe. Posso ir, tia?

- Claro, vai lá. Será que não é melhor a gente acordar eles?

- Não é necessário - A voz de Sírius soou da poltrona. - A voz de vocês é tão alta que...

A parte final da frase ficou sem ser entendida graças ao bocejo dele. Olhou no relógio.

- Chegaram tarde - murmurou com a voz sonolenta. Só quando se levantou notou a presença dos tios e dos primos. - Então estão mesmo aqui... Eu pensei que estava sonhando com a voz do tio Rony.

- sonhar com minha voz? Isso é que é paixão pela família, heim?

- Ainda bem que não era sonho - Sírius riu. - Senão eu teria acordado assustado... Oh, tia Ammy! - Ele olhou desconfiado e aborrecido para os pais - Você fizeram uma reunião particular enquanto nós nos preocupávamos a toa?

Gina e Harry se entreolharam, um pouco constrangidos.

- Bem, nós tínhamos... Precisávamos... Depois da reunião...

Desistindo, Harry olhou para Gina pedindo ajuda.

- Depois conversamos sobre isso, querido. Estão com fome?

Ao aceno afirmativo do rapaz, Gina e Hermione foram até a cozinha preparar algo, enquanto os omsn e Rosier se ajeitavam na sala e Ammy se aproximava da filha, ainda dormindo profundamente.

- Desde que horas estão dormindo?

- Hãm, acho que não eram duas horas quando ela pegou no sono.

Pacientemente, como só uma mãe era capaz, Ammy acordou a filha.

- Mãe? O que está fazendo aqui?

- Eu é que pergunto, Sarah. Não tinha ido na casa de Lúcia?

- Sim, eu estava lá, mas Sírius mandou uma carta... Ah, é uma longa história. E o papai? 8 mar excluir ♥Paula ♥
- Ficou lá. Pouco antes de sairmos chegou uma carta pra ele quis ficar. Pediu desculpas a Sírius.

- Outra carta? - Ela disse tão alto que Harry e Rony se viraram pra ela. - Desculpem. Outra carta mamãe? Papai ficou recebendo cartas a noite inteira!

Sírius reparou que Ammy ficou sem graça, como também reparou no olhar que ela e seu pai trocaram. Para ter certeza de que não estava imaginando nada, virou-se para Maggie, ainda encostada na porta fechada. Ela ergueu uma sobrancelha, para depois franzir as duas. Sim, tinha notado.

- Seu pai tem negócios a resolver, Sarah... Esqueça isso, ok? É melhor você ver se Lily tem alguma roupa bruxa para te emprestar porque ele pode resolver aparecer mais tarde e você sabe o que ele pensa sobre trajes trouxas.

Sarah não mudou de lugar, tampouco deixou e encarar a mãe com os olhos apertados e desconfiados. DEsviando o olhar, Ammy falou que ia ajudar as mulheres na cozinha e saiu da sala. A garota ainda tentou interrogar o irmão, mas sem sucesso, Dylan não tirava os olhos da porta por onde Robert sumira e parecia não ter escutado nada da conversa. Suspirando, ela e os outros dois trocaram olhares, as risadas, frutos da piada que Rony contara ao lado não os atingiam, alguma coisa muito estranha havia ficada nas entrelinhas daquela conversa, e eles queriam saber o que era.





As férias de verão estavam chegando ao fim. Apesar da saudade dos colegas e da rotina escolar, ninguém queria perder o conforto cômodo dos dias sem obrigações a cumprir. E fazer as malas era sempre doloroso.

Pelo menos para Harry e Gina havia um consolo. Eles não seriam mais obrigados a se separarem dos filhos. Agora, partiriam juntos.


Harry em particular estava mais entusiasmado do que se julgava capaz aos 36 anos. Parecia que voltara aos 11, entrando em Hogwarts para ser selecionado à uma das quatro casas, rezando para não cair na sonserina. E não é preciso dizer que se sentiu muitíssimo encabulado com os olhares anciosos que as crianças em geral lhe direcionavam e com as pamas estrondosas que ecoaram pelo salão quando ele foi apresentado como professor. Quase todos, na verdade, foram bem recebidos, cada qual por sua glória, Harry suspeitava. Afinal, Blaize e Edilaine, por não serem famosos, foram aplaudidos de forma tristemente comum. Já Clark, Harry não conseguiu justificar os aplausos longos e as exclamações estridentes.

- É impressão minha, ou as garotas estraram num intrigante estado de torpor? - Lucas, na mesa da Grifinória, comentou.

Sírius olhou na direção que os olhos do amigo apontavam e viu Maggie, à sua frente, aplaudindo de maneira eufórica e suspirando enquanto observava o tal de Forrester, novo professor de Runas Antigas.

- Todas estão agindo assim! - Will, um chinêzinho que dividia o dormitório com eles, falou, indignado.

- Nem todas - Sírius corrigiu, olhando orgulhoso para Sarah, que não pareca prestar atenção em nada do que estava acontecendo.

Mas o orgulho foi substituído por preocupação quando notou as rugas de expressão no rosto da amiga.

Inclinou-se para mais perto dela.

- Sarah, tudo bem?

- Não. Quero dizer, comigo está. O problema é com meu pai, ele tem andado muito estraho ultimamente... Olha, ele nunca foi tão distraído como está agora, lá na mesa dos professores.

Sírius entendeu o que ela estava dizendo ao encontrar a imagem de um Draco Malfoy com olheiras brincando de levitar o seu garfo cinco centímetros da mesa, sem parecer perceber ao certo o que estava fazendo.

Como o silêncio voltara a ser recrutado ao salão, Sírius não se atreveu a falar até que a refeição fosse liberada. Qaundo isso aconteceu, voltou a se inclinar para mais perto, sendo logo seguido por Lucas e Maggie.

- O que aconteceu? Você sabe de alguma coisa?

- Não. Só que ele... Bem, ontem ele recebeu outra carta e eu não sei não, mas acho que é isso o que o está deixando preocupado.

- Carta? Que história é essa de carta? - Lucas que estava por fora de tudo, sussurrou. - Queme stá mandando essas cartas?

- Aí que está, nós não sabemos.

- Sei que mamãe sabe...

- E meu pai também, eu acho. Ela deve ter contado pra ele.

- E se pediu ajuda ao tio Harry - Maggie entrou na conversa. - Devem estar com problemas.

- Sem dúvida - concordou Lucas. - A julgar pela expressão de seu pai. - uma pausa. - Escute, você acha que ele tem recebido cartas aqui na escola também?

- Não sei, mas provavelmente. Porque?

- Porque estou tendo uma idéia...

Um olhar cúmplice foi trocado pelos dois. Sírius e Maggie, que não gostaram daquele gesto de compreenção que os excluía, apressaram-se a tomar uma atitude.

- Eu acho que também entendi - disse a ruiva. - Mas vamos precisar de um plano...

- E estou tendo um - emendou Sírius - Mas acho melhor conversarmos sobre isso depois para não chamarmos atenção.

Os demais concordaram e o jantar se seguiu normalmente, sem mais interrupções, cartas ou problemas.

________________________________________________________

- Não e não! Absolutamente não!

- Mas Sarah...

- Não, eu já disse! Nada de detenções, Sírius! Eu não vou deixar vocês se prejudicarem com meu pai apenas para roubar uma carta!

- Não é apenas uma carta, Sarah - disse Maggie, perto da amiga. - É o motivo do seu pai estar agindo assim! E eu não me importo de pegar uma detenção pra fazer isso!

Sírius, Maggie e Lucas estavam sentados perto da lareira no salão comunal, onde não havia quase ninguém mais. Sírius numa poltrona estreita de um lado e Maggie e lucas dividindo um sofá próximos a ele. Sarah, no entanto se encontrava de pé no meio dos três , com as mãos na cintura e olhar faiscante na direção de Sírius. Quando ouviu Maggie, porém, se voltou para a garota com tanta fúria que a coitada estremeceu.

- Você também, Maggie?! Também está concordando com essa loucura? Está maluca, não é? Esqueceu que papai considera você como uma sobrinha de verdade? Você e sírius! Ele ficaria muito decepcionado se precisasse dar uma detenção a um de vocês!

Quando Maggie estremeceu de novo, assustada, Lucas passou um braço pelos ombros dela e interferiu.

- Quando disse que tinha uma idéia eu não quis dizer bem uma detenção, mas se formos analisar, Sarah, é o único jeito.

A loira o olhou, ainda furiosa, mas Lucas estava tranquilo e não se deixava intimidar.

- Se pararmos pra pensar, o profº Malfoy não deve guardar essas cartas na sala de aula onde qualquer um pode mexer e sim no escritório. Por isso qu a detenção é um meio fácil de conseguirmos uma delas.

- Mas... - Sarah tentou protestar, sua fúria dando lugar a um desânimo. - Eles não podem! E papai nunca daria uma detenção para mim! Pelo amor de Merlim, Lucas, somo todos filhos de professores agora!

- Tem razão - concordou ele ainda abraçado a Maggie, que não parecia nem um pouco descontente. - vocês são filhos de professores, eu não. - Ele ergueu o queixo à exclamação de Sarah, desafiando-a. - Eu pegarei a detenção.

- Estão todos malucos...! - murmurou Sarah, balançando a cabeça inconformada. Depois ergueu-a e encarou-o de novo, pronta para jogar a sua última cartada. - Você parece ter se esquecido de que meu pai, faz uma poção muito importante pra você. Não acho uma boa idéia queimar a imagem de menino bonzinho que ele faz de você.

Funcionara. Lucas empalideceu e se calou.

Maggie encarou a amiga com um olhar irritado.

- Isso foi golpe baixo, Sarah.

Uma exclamação vinda da poltrona de Sírius abafou a resposta que a garota ia dar.

- É isso! - exclamou ele. - Taí a solução! Quando é que você iria buscar um novo frasco da poção, Lucas?

- Eu tenho que esperar ele me chamar mas é sempre no comecinho do mês. Porquê? Você não está querendo que eu...

- Isso! Você vai conversar com ele amanhã depois da aula e pedir pra ele te entregar a poção no escritório pra ninguém notar, porque você quer que sua doença fique em segredo...

- Sírius, isso...

- Pra não correr o risco de ele não te deixar sozinho eu vou com você. Sei onde papai guarda a capa de invisibilidade dele e a pego... emprestada, claro. Ele não vai nem notar... E então, eu dou um jeito de procurar. Pronto! Já temos um plano sem riscos!

Os três amigos o encaravam, perplexos.

- Você pensou em tudo isso nesss poucos segundos? - perguntou Maggie, espantada.

Uma camada avantajada de snague esquentou o rosto do garoto.

- Bem, a gente precisa rever alguns pontos, mas não vamos fazer isso amanhã, não é? Achei uma boa idéia...

- É razoável...

- Achei otima!

- Se meu pai pegar vocês estarão ferrados! Pensem bem, galera, eu melhor do que ninguém sei o quanto seria importante uma dessas cartas, mas é uma tremenda loucura! Se meu pai pegar um de vocês mexendo nas coisas dele...

- Não vai, Sarah! Eu vou estar com a capa! E o Lucas não vai mexer em nada, ele vai ficar quietinho e paradinho lá enquanto eu faço o que tem de ser feito. Não tem outra solução, Sarah, vamos ter que tentar.

A pose da garota desmoronou e ela soube apenas cair sentada na poltrona vazia mais próxima.

- Eu não queria que corressem riscos por mim... Mas como não poderei convencê-los, aparentemente, que Merlim os ajude.

Enquanto um vitorioso Sírius sorria, o quadro da mulher gorda girou e uma figura ruiva entrou por ela. Parou de maneira abrupta quando os avistou.

Olhou no relógio.

- Eu acabei a minha ronda - disse Lily, bem lentamente, os olhos faiscando na direção do quarteto. - E vocês, AINDA ESTÃO AQUI? ACORDADOS A ESSA HORA? SÍRIUS!

Sarah e Maggie se levantaram e correram para o dormitório, com apenas um "boa-noite" murmurado. Lucas ainda tentou dar um apoio moral para o amigo, que ficara pálido.

- Lily, nós só estávamos conversando um pouco, já íamos subir...

Os olhos da ruiva se estreitaram. Lucas deu um passo para trás.

- Conversando, não é? Que ótimo passatempo, não acha? Pois sabe o que eu fiquei fazendo? Patrulhando corredores por horas atrás de alunos inflingindo as regras! Na. Véspera. Do. Meu. Aniversário. Acho que duas detenções ainda não foram o suficiente, será que vocês também gostariam de uma?

Salvos pelo gongo, o quadro girou outra vez e um Robert zangado apareceu por ele.

- Lily, precisamos conversar.

Lucas e Sírius gemeram juntos quando a garota se voltou para o sextanista.

- Ela vai matar ele...

- É melhor você esperar até amanhã de manhã...

Robert, porém, permaneceu impassível.

- Vocês dois, subam agora!

- Não vão subir! - exclamou Lily quando eles ameaçaram obedecer. - Estou pensando em dar um detenção a eles!

- Assim como fez comigo e Anita? Francamente, Lílian! Não pode sair por aí simplesmente lançando detenções! Anita tambem é monitora! Você não...

- O problema é dela! Deveria dar exemplos e não usar os cantos do castelo para ficar se agarrando com os alunos...

- Não estávamos nos agarrando! - Robert exclamou, ríspido. - E vocês dois? Estão esperando o que para subir?

Antes que sobrasse para eles, os dois se apressaram em subir logo as escadas para o dormitório masculino, escutando ainda o final da conversa antes que a porta se fechasse.

- Vocês estavam se beijando e o corredor era escuro! Estavam se agarrando sim!

- Anita é minha namorada!

- Isso não te dá o direito de...

- Quer saber, Potter? As vezes você é insuportável! Acho bom que esteja treinando muito no xadrez porque se eu ganhar você vai pagar caro por cada segundo do que me fez hoje! Boa noite!

♥_______________________________♥

Eu, particularmente, adoro essa cena. Me desculpem por ter postado tão tarde, mas meu computador não estava ligando. Espero que gostem e comentem. Beijos.

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