Surpresas de Natal



A campanhia tocou, fazendo Draco resmungar ao se levantar do sofá onde se deitara acreditando que poderia descansar.

Encostou a mão no trinco, mas foi empurrado para o lado.

- Eu atendo, papai. Eu atendo! Deve ser pra mim!

Draco apenas assistiu enquanto Sarah abria a porta, soltava uma exclamação e pulava nos braços de Lucas.

- Sarah, tenha modos - tentou repreender, mas como a garota não lhe deu ouvidos, ele bufou e voltou a se sentar, enxendo um copo de whisky para si.

- Ai, ai, Sarah! Cuidado aí!

- Que bom que você veio! - exclamou ela animada. - Você está bem? Está melhor?

- Sim, sim - o rapaz afirmou sorrindo. - Eu estou bem melhor sim, obrigado. Mas era eu que deveria estar te fazendo essa pergunta, não acha?

E era verdade, ele estava mesmo melhor. Um pouco da cor voltara ao seu rosto e ele parecia bem mais saudável.

- Venha! Venha! A Maggie estava perguntando se você não chegaria nunca!

Sarah passou arrastando o garoto pela mão, que mal teve tempo de acenar um cumprimento para o bruxo sentado.

Draco riu. Nunca gostara do entra-e-sai dentro de sua casa. O seu lar. E era um pouco por isso que seu humor não estava muito bom. Entretanto, a alegria que Sarah demonstrara o dia todo graças a essa sua idéia de festa compensava o seu incômodo.

Até que a campanhia tocou de novo.

Draco não se moveu, deveria ser outro amigo de Sarah e se ela fosse empurrá-lo para atender a porta outra vez nem precisava se dar ao trabalho de levantar.

Mas a campanhia tocou de novo e nada de Sarah aparecer.

- PAPAI, DEVE SER O SÍRIUS! MANDA ELE VIR AQUI PARA A VARANDA!

Colocando o copo de whisky com um pouco mais de força do que o necessário na mesa de vidro, Draco se levantou e abriu a porta.

- Olá, tio Draco!

- Olá, Sírius. Sarah mandou você ir até a varanda.

- Ah! Ok, então!

O garoto passou por ele e, a passos largos, se dirigiu até a varanda.

Draco suspirou. Pronto. Sírius, Maggie, Lucas... A cambada estava toda aí, agora ele poderia degustar a sua bebida em paz e descansar em seu adorável sofá...

Dim-Dom!

- Que merda!


E abriu a porta com força, mas desfez a carranca para não assustar a moça ruiva parada ao lado de fora.

- Rosier.

- Eh... Oi. O Dylan está aí?

Draco olhou no relógio.

- São cinco horas. Ele ficou de chegar as seis. Mas você pode entrar e esperar com os garotos lá na varanda.

Rosier obedeceu, mas prefiriu ajudar Ammy na cozinha ao invés de esperar na varanda gelada. Draco conseguiu sentar-se em seu sofá com sua deliciosa e quente bebida por longos minuitos. Já havia quase se acalmado completamente quando novamente o barulho da campanhia o despertou.

- Ah, assim não dá! - exclamou nervoso. Dessa vez não atenderia, havia tantas pessoas naquela casa porque só ele tinha que se dar ao trabalho de abrir a porta? E quem viria enxer o saco a tarde se a ecia seria só horas depois?

Permitiu que ela tocasse por umas três vezes (o que aconteceu num intervalo mínimo de tempo) até que um grito veio lá da cozinha.

- Draco, atenda a porta, sim? Estou ocupada com o peru agora.

O homem resmungou, levantando-se do sofá com o copo de whisky na mão.

- Ainda faltam horas para a ceia! Todos que deveria ter chegado antes já chegaram! Quem será que... OH, MEU DEUS!

Ele cambaleou para trás, a expressão horrorizada enquanto o copo, em câmera lenta, se estilhaçava no chão.

- Boa tarde, Draco - disse aquele que um dia fora Lucius Malfoy. - Quanto tempo, não?

♥____________________________________________♥

- O que é? Vai me deixar aqui fora? O que houve com a educação que lhe dei?

Draco não se mexeu, estático. Lucius não se importou, entrando mesmo sem convites e olhando ao redor com um ar de fingido interesse.

- Bela casa - disse, mas pelo seu tom, Draco sabia que ele não via nada de belo.

Ao ver que Draco ainda não se mexera, Lucius ergueu sua bengala e usou-a para empurrar a porta.

- Não há nada sutil nessa sua expressão de um tolo abobalhado, Draco. Honre o seu sobrenome e comporte-se como tal.

Com isso, Draco realmente sentiu o seu lado Malfoy se despertar. Sentiu ódio daquele velho parado a sua frente lhe dizendo o que fazer.

- Quem é você? - ele perguntou endireitando a coluna e ergunedo o queixo.

Lucius soltou uma gargalhada rouca.

- Quem sou eu? Ora, Draco, o tempo apagou a sua memória? Eu sou o seu pai, aquele que te pôs no mundo e te ensinou a ser o que você é hoje.

- Não! - negou Draco. A perspectiva de ser algo que um dia Lucius julgara correto lhe dava náuseas. - Lucius Malfoy, o meu pai está morto. Ele morreu em Azkaban há 19 anos. Eu vi a notícia! Eu...

- Contudo você não foi averiguar, foi? Como pensei. Estava ocupado demais fugindo para salvar a pele para se preocupar com seus próprios pais... Você achou que realmente o Lorde das Trevas nos mataria? Você acha que é isso o que ele chama de castigo?

Draco calou-se de imediato. Fora tolo. Nesse tempo todo nunca pensara nisso e agora, via o quanto era óbvio.

- Então... Como vocês enganaram a todos? O que aconteceu de verdade?

- Ah, essa é uma longa história que eu vou ter o prazer de lhe contar. Porém não agora. Você tem póde Flú aqui? Ah, sim, já achei. Sua lareira está sendo interceptada ou algo do gênero?

- Claro que não. Mas o quê...?

Draco apenas assistiu enquanto Lucius jogava o pó-de-flú na lareira e murmurava um encantamento que fez um arrepio subir pelo seu corpo. Instantes depois, as chamas se iluminaram num clarão esmeralda e a figura de uma mulher quase tão velha quanto Lucius , porém bela, irrompeu do fogo.

- Até que enfim, Lucius, p. Estive esperando seu aviso... Ah! Draco!

Quantas e quantas vezes ele não sonharam em ter a chance de correr para os vbraços dela outra vez? Apenas mais uma vez? E agora, ali estava ela. De braços abertos, esperando por ele, com um sorriso bondoso no rosto que sempre fora destinado a ela e mais niguém...

Só que a única coisa que ele soube fazer foi dar um passo para trás, pensando estar enlouquecendo de vez.

- Isso... Não é... possível.

Narcisa diminuiu o sorriso até apagá-lo, parecendo um pouco decepcionada.

- Você não explicou nada a ele, Lucius?

- Não. Vamos explicar agora. Sente-se Draco e tome um drink.

Era a SUA casa, o SEU sofá, o SEU Drink. Lucius não podia chegar na sua vida assim de repente "depois de morto" e decidir o que ele faria. Era um homem feito, por Merlim!

- Não. - Deu mais um passo para trás e esbarrou num vaso de cristal, fazendo- cair e se estilhaçar. Ammy apareceu neste momento na sala, perguntando o que acontecera. Então viu o casal e com um berro agarrou-se ao braço do marido.

- Ora, ora, se não é a filha bastarda de Belatriz.

- Agora é a sra. Malfoy, Lucius, querido. - Narcisa corrigiu, abrindo um sorriso para Ammy. - Você está tão linda! Não parece ter mudado nada desde a última vez que a vi, no casamento de vocês!

O assombro de Ammy era tão grande que ela mal conseguiu formular uma frase coerente.

- Mas... O nosso casamento, vocês não... Como sabe? Como pode ter me visto?

- Ora, ora, se não é a filha bastarda de Belatriz.

- Agora é a sra. Malfoy, Lucius, querido. - Narcisa corrigiu, abrindo um sorriso para Ammy. - Você está tão linda! Não parece ter mudado nada desde a última vez que a vi, no casamento de vocês!

O assombro de Ammy era tão grande que ela mal conseguiu formular uma frase coerente.

- Mas... O nosso casamento, vocês não... Como sabe? Como pode ter me visto?

- Eu estava lá, querida - Os olhos de Narcisa brilharam ao se dirigir a Draco. - Eu não perderia o casamento do meu filho por nada, eu até cumprimentei vocês!

- E arriscou o nosso pescoço - disse Lucius Malfoy arrastando as palavras. - Sorte que ninguém desconfiou, francamente, Cisa! Ainda bem que o seu desfarce era muito bom.

- Disfarce? - Draco falou depois de um longo tempo silencioso. - Que disfarce? Como vocês pudera enganar a todos dessa forma? Eu exijo que se expliquem imediantamente!

- Era o que estávamos tentando fazer - Lucius disse num tom entediado, enquanto Narcisa se acomodava elegantemente numa poltrona. - Agora você vai parar de se comportar feito uma criança e prestar atenção no que temos a dizer?

Draco não respondeu, mas seus olhos faíscaram de ódio e suas mãos tremiam de um sentimento esquisito... pânico, saudade, emoção e apreenção.

Lucius suspirou, assumindo a derrota.

- Está certo. Você quer uma explicação, então terá uma:

"Depois que Severus o deixou a salvo com o conselho de que se escondesse e arranjasse um fiel para o segredo (o que, imagino eu, foi idéia dele) a pareceu alegando que você fugira, o Lorde quis nos castigar pelo fracasso. Ele tramou tudo. Tirou-me da prisão usando seus próprios métodos discretos e eficazes, ao mesmo tempo em que levava Cisa para um cárcere onde era vigiada pela própria irmã, Belatriz. Se o Lorde imaginou que simulando nossa morte você apareceria para chorar suas dores, ele se enganou redondamente e assim, o plano falhou e nós ficamos esquecidos."

Draco não evitou olhar para Narcisa naquele momento, envergonhado por ela. Mas no olhar que recebeu em troca não havia mágoa nem censura, apenas compreenção.

Claro que se ele soubesse que ela estava viva... Só Merlim sabia o que ele teria feito para estar com ela e tê-la salvado de tudo...! Mas como ele poderia ter sabido? E faria o quê depois disso? Será que ele teria ainda vindo para o lado do Bem? Será que as coisas teriam sido diferentes?

- Ficamos presos como animais gordos e velhos quando descartados depois de anos servindo o mesmo Lorde. Deixados de lado, desprezados por nossas falhas... Por uma falha sua, Draco.

- Mas eu vi o jornal - Ammy interrompeu, tão pálida quando o marido. - Eu vi a foto! Vocês deveriam estar mortos!

- O que você viu nada mais foi do que aquilo que o Lorde queria que fosse visto. - Lucius voltou a falar, seco. Não parecia gostar muito de Ammy. - As pessoas que morrem em Azkaban dificilmente têm seu corpo embrulhado num celofane amarrado com uma fita e entregue para seus parentes. Eles são imediatamentes enterrados na própria propriedade da prisão. Logo, depois que a noticia foi divulgada e confirmada por muitos funcionários do Ministério que estavam sob ordens do Lorde das Trevas, nada mais havia a ser feito a não ser comemorar a morte de mais um servidor das trevas.

- E ela? - Ammy olhou para Narcisa. - Havia uma foto. Havia um corpo! Como...

- Não era eu - Foi a vez da Sra. Malfoy falar. - O Lorde usou outra pessoa no meu lugar, sob Imperius e poção polissuco. O efeito nela durou o suficiente até os primeiros exames de corpo. Foi pensando exatamente nisso que o multilaram, para torná-lo irreconhecível.

Uma lembrança amarga voltou à memória de Draco e ele sentiu seu estômago se revirar. Não quria receber a confirmação, mas sua boca não lhe respeitou e se abriu antes que ele pudesse segurá-la.

- Quem?

Narcisa o olhou como se pedisse desculpas.

- Pansy Parkinson.

Ele devria ter sentado, assim não teria desmoronado naquela cadeira dura que era o assento mais próximo.

- Mas ela... Eu achei que... Todo esse tempo acreditando que ela estava no exterior...!

Draco se calou, vendo a frieza do pai ignorando seus sentimentos enquanto olhava ao redor com um ar de tédio e até de sua mãe, impassível e ereta em sua poltrona. A realidade de que pertencia àquela família caiu em seu coração com um peso angustiante. Ele estava, por fim, compreendendo.

Respirou fundo e tentou acalmar seu coração. Quando voltou a falar, foi com a frieza que aprendeu com eles.

- Certo, vocês já explicaram o que eu queria ouvir, agora podem dizer porque vieram aqui, sem dúvida não é para nos desejar um feliz natal.

- Prático e direto como um bom Malfoy. Gostei de ver, Draco, vejo que não perdeu os nosso costumes apesar de todo esse envolvimento com amantes de trouxas e traidores de sangue. - Ele lançou um olhar profundamente cortante à Ammy. - Pois bem, vamos ao assunto que nos trouxe até aqui. Você já ouviu falar nos ataques aos trouxas, imagino.

A cor já escassa nas faces de Draco desapareceu e ele se inclinou para a frente, como quem quer se levantar. Teria feito, se Ammy não segurasse seu ombro e o trouxesse para trás outra vez.

- Você! Então é você que está por trás de tudo! Nesse tempo todo...! Matado dezenas de pessoas!

- Eu apenas fiz um bem para a humanidade Bruxa, Draco. Você deveria me agradecer por isso.

Draco estava tão chocado que ão conseguiu retorquir. Lucius notou isso e sorriu, irônico.

- Veja que vergonhoso, Draco. Já está defendendo trouxas...

- Bruxos morreram também - o filho argumentou, notando como realmente se preocupava com os pobres trouxas e se surpreendendo.

- Um bando de sangue-ruins nojentos. E estes serão iluminados um a um se conseguirmos uma poção mais eficaz, por isso precisamos da sua ajuda.

A ficha dele demorou a cair enquanto a mão de Ammy tremia em seu ombro. Mas caiu, e ele se sentiu ainda mais enojado do que até então.

- Está... Está querendo a minha ajuda para esse seu plano diabólico? Você quer que eu me una a você nisso tudo, é isso?

- Já estamos unidos, Draco. Unidos pelo sangue. Somos uma família, não se esqueça. E agora estamos dspostas a... esquecer sua traição, se você se juntar a nós. Digamos que essa sua nova posição em poções nos interessa, e resolverá muitos de nossos problemas.

A resposta indignada (e inarticularda) que o bruxo daria foi interrompida pelo barulho que veio da porta. Imediatamente Lucius Malfoy se pôs em pé, a mão sob o casaco, provavelmente preparando a varinha.

O trinco girou e a porta se abriu. Draco só viu o reflexo de uma cabeça loira e entrou na frente do pai, que já começara a tirar a varinha, antes que uma desgraça pudesse acontecer com seu primogênito.

O garoto olhou confuso para os presentes, a porta a meio caminho de ser fechada.

- Papai? - perguntou incerto. Parecia sentir que havia um clima muito tenso ali.

Lucius empurrou Draco para o lado, andou a passos largos até bater a porta e se virou para Dylan, os olhos faíscando. O garoto buscou o olhar do pai, ainda confuso e amedrontado, mas manteve-se no lugar enquanto era inspecionado.

- Ora, ora... Malfoy Júnior... Finalmente as três gerações estão reunidas aqui.

- Draco, ele se parece tanto com você quando tinha essa idade!

Os olhos de Dylan deixaram aquele rosto cicatrizado para cravarem-se na senhora que estava sentada elegantemente naquela poltrona. Não gostou da sensação que teve.

- Papai? - perguntou de novo, agora com um tom que exigia uma explicação.

- Dylan, venha até aqui - Ammy chamou e sem esperar resposta, agarrou o braço do filho e o puxou para perto de si. - Rosier está te esperando lá na cozinha, vá e fique por lá...

- Ninguém vai sair desta sala - Luciius sussurrou, mas o silêncio era tão profundo que ele pareceu terrivelmente ensurdecedor. - Sente-se, garoto e fique quieto enquanto eu e seu pai terminamos o nosso asunto.

Dylan não se sentou, pelo contrário, ficou tão parado quando os pais, o que não pareceu agradar o ex-comensal.

- Vocês não estão facilitando as coisas. - falou.- Mas se querem assim, que seja. Draco, você vai se juntar a nós e fazer o que é certo ou vai continuar a levar a vida mesquinha que tem levado? Pense, Draco! Analise! É tudo pelo qual nós lutamos! É o que sempre queremos, o que você sempre quis! Impossível que o tempo o tenha feito mudar de idéia tão drasticamente a ponto de jogar para cima todas as suas crenças e doutrinas... E então? O que nos diz?

Dylan não se sentou, pelo contrário, ficou tão parado quando os pais, o que não pareceu agradar o ex-comensal.

- Vocês não estão facilitando as coisas. - falou.- Mas se querem assim, que seja. Draco, você vai se juntar a nós e fazer o que é certo ou vai continuar a levar a vida mesquenha que tem levado? Pense, Draco! Analise! É tudo pelo qual nós lutamos! É o que sempre queremos, o que você sempre quis! Impossível que o tempo o tenha feito mudar de idéia tão drasticamente a ponto de jogar para cima todas as suas crenças e doutrinas... E então? O que nos diz?

Dylan virou a cabeça para olhar o pai. Ammy ficou calada, sem interferir na escolha do marido, mas sua opinião era clara e Draco a conhecia. Ele respirou fundo e olhou decepionado para Narcisa.

- A senhora nunca aprovou completamente esse comportamento, porque o apoia nisso? Porque quer que eu participe disso?

- Eu não tive escolha, meu filho - ela respondeu com tranquilidade. - Nós não temos escolha, é nosso dever lutarmos pela pureza dos bruxos ou nossa raça acabará de vez. Acredite, os trouxas ainda vão dominar o nosso mundo se não agirmos enquanto podemos.

- E não queremos isso, não é, Draco? - Lucius olhou maliciosamente para Ammy. - Claro que não queremos...

- Vamos, querido, ouça seu pai. Una-se a nós! Com a sua ajuda consegiremos apriorar nossos plaos e arrasarmos de vez com a escória do mundo bruxo. Você só precisa dizer sim.

Agora os olhares todos estavam voltados para Draco. Ele tremia ligeiramente e seu coração batia forte no peito. Só ele mesmo podia saber o quanto sua mente rodava confusa e quanto sua alma parecia se partir ao tomar uma decisão... De um lado, sua família antiga: seu pai e sua mãe. Do outro, sua nova família: sua mulher, seus filhos...

- Desculpe, mamãe. Eu tenho uma nova vida agora. Eu mudei. E não era minhas as crenças e as doutrinas a que se referiu. Eram suas, pai. Sempre fora suas. Não vou me juntar a esse plano maligno e vou, ao contrário disso, me opôr e fazer de tudo para impedi-lo. Cometeram um erro ao virem aqui me pedir ajuda... Só lamento por você, mãe. Queria que pensasse como eu, que mudasse de vida já que esta lhe deu uma nova oportunidade... Mas já que você escolheu o seu caminho, eu escolho o meu. Acho que nossas vidas se separam aqui... Eu não os reconheço como minha família...

Narcisa não disse nada, apenas baixou os olhos repletos de decepção para seu colo. De Lucius, porém, emanava fúria.

- Veja o que está dizendo, Draco! Veja no que se transformou! Um mante de trouxas! Um Malfoy! Como você pode ousar ir contra mim? Esquece-se de com quem está falando? Do perigo que está correndo?

Draco ergueu o queixo.

- Eu não tenho mais medo de você, Lucius.

Olhos cinzas encaravam outros olhos cinzas. Draco não percebeu que nesse momento Lucius preparava a varinha.

- Esta é sua escolha fina, Draco?

- Sim. E não vou mudar de idéia.

- Draco... - Ammy chamou, apreenciva.

- Papai... - Dylan também percebeu.

- Que pena, Draco - Lucius sussurrou, já lhe apontando sutilmente a varinha, mas ele ainda não notara. - Tínhamos tudo para ser uma família... Tsc... Já estou cansado de me decepcionar com você.

- Draco! - Ammy gritou, tentando tirá-lo dali. Mas ele não se mexeu. Ao contrário disso, seus olhos se arregalaram.

- Você não vai ser capaz de me matar. - falou. - Não o seu próprio filho!

- Você não disse que não nos reconhece mais como sua família? Pois eu não o reconheço mais como meu filho. Avada Ke...

Um grito esridente fez-se ouvir e de repente, sem razão, Lucius foi jogado para trás a mais de dois metros de altura, batendo na parede a cima da lareira e escorregando, levando quadros, enfeites e flores consigo até o chão.

- Lucius! - Narcisa exclamou, indo socorrer o marido. Draco e os outros se voltaram para trás; Lá estava Sarah, os cabelos louros sendo jogados para trás por um vento invisível, seu rosto transfigurado num misto de fúria e confusão. Não havia nenhuma varinha em suas mãos.

- O que... estava fazendo?? - ela se dirigiu a Lucius, que com a ajuda de Narcisa se levantara.

- Sarah?

Ao ouvir a voz da mãe, a expressão furiosa desapareceu, deixando apenas a confusão nas faces da menina.

- Mãe? O que ele estava fazendo? Aquela era a maldição imperdoável! A maldição da morte!

Lucius apoiou-se na bengala, recuperando-se da queda. Encarou a garota com tanta intensidade que ela tremeu.

- A garota Malfoy... - murmurou, e havia algo em sua voz que fez Draco temer o pior. - Como fez isso? Como conseguiu?

Sarah olhou para os pais, pedindo socorro. Mas todos estavam estupefatos demais.

- Eu... Eu... Quem é você?

Ele abriu um sorriso, que naquele rosto parecia completamente macabro.

- Sou seu avô, Sarah. Lucius Malfoy. Nunca ouviu falar de mim?

Confusão transformou-se em compreenção e espanto num segundo. Sarah deu um pulo para trás. Novamente a sala pareceu ficar repleta de uma magia intensa, que vinha justamente dela.

- E você ia matá-lo! O seu próprio filho!

Dessa vez objetos começaram a sair de lugar e estilhaçarem-se no ar. Ammy e Dylan se abaixaram, mas nada parecia vir na direção deles. O alvo era Lucius, que precisou bloquear os objetos para que não os atingisse.

- Já chega - ordenou, e Sarah deu outro passo para trás, a força no ar diminindo outra vez. - Isso é explêndido! - murmurou maravilhado. - Com a sua ajuda seremos invencíveis!

Ele estendeu a mão para a garota, mas Draco se manifestou naquele momento, a varinha apontada para o bruxo que se distraíra.

- Não ouse tocar nela! Vá embora agora, Lucius, ou eu não responderei por mim! Vá e nunca se aproxime dela ou de qualquer membro dessa família!

O Malfoy mais velho olhou duas vezes para a varinha que lhe era apontada e paa Sarah, antes de dar um passo para trás e sussurrar, amargo.

- Você ainda vai se arrepender disso, Draco. Vai se arrepender muito.

E com um olhar cortante a todos da nova família, deu as costas e saiu pela porta pronto para desaparatar, sem nem olhar para trás.

Narcisa ainda olhou uma última vez para Draco, e havia naquele olhar um sentimento que ele não conseguia decifrar, antes de seguir o marido e deixar a sala numa desordem e silêncio totais.

♥__________________________ ♥

Nossa! Quanta revelação neste capítulo! Espero que tenha compensado vocês pela demora! só tentem me entender... Eu não tenho uma fic só, não posto num lugar só (Posto em quatro, pra ser mais exata), ainda tenho dois livros pra terminar o mais rápido possível, estudo (no meu ano de vestibualr), sou da comissão de formatura e ainda tenho uma casa pra limpar. Não é fácil xD

Comentem. Bjinhos.

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