A mansão Malfoy



Capítulo 10 = A mansão Malfoy

Sírius já se julgava desesperado com os deveres quilométricos que os professores passavam e com os treinos quase diários que Robert marcara a medida que outubro se encerrava e novembro lhes dava as boas vindas com um frio de bater dentes. O tempo passara tão depressa e havia tanta coisa a ser feita que nenhuma atividade extra como desvendar cartas misteriosas pôde ser encaixada entre os intervalos das aulas e as raras noites livres.


- Mas que merda! - Sírius gritou no salão Comunal, enquanto tentava fazer alguns dos deveres atrasados antes do primeiro jogo da temporada. - Porque Diabos eu preciso saber quas dessas plantas esquisitas tem os tentáculos mais venenosos? Não é como se eu fosse simplesmente ir dar um abraço de feliz natal nelas! E como é, por Merlim, como é que eu consigo transformar um tênis num caderno sem deixá-lo com os cadarços? E ainda por cima, QUAIS são as cinco maiores fontes de comuninicação entre os trouxas? Como é que eu vou saber disso, caralho!

Sarah lhe lançou um olhar profundamente reprovador.

- Você me parece bem capaz de lembrar dos palavreados totalmente sem classe, deles. Mamãe provavelmente disse isso na sala, o que estava fazendo que não prestou atenção?


Sírius não respondeu mas realmente não precisava, já sabia que havia chegado no ouvido da amiga que ele cochilara na última aula de E.T.

- E você? Já traduziu seus textos de Runas? - perguntou amargo.

- Oh, não - Sarah abriu um sorriso. - O profº Clark não tem nos passado deveres, sabe? Na verdade não estamos fazendo muito na aula dele, ele tem andado meios estranho...
- Dane-se - disse Sírius, grosso. - A menos que ele saiba me dizer os cinco maiores...

- Televisão, rádio, teleforne e jornais. - Maggie falou baixinho da outra poltrona. - Tenta não dormir na próxima vez, Ammy já avisou que será obrigada a te dar uma detenção.

- Obrigado, Maggie.

Assim que ele passou a limpo as respostas ergueu os olhos para a cabeça de Lucas deitada no colo de Maggie.

- Ele está dormindo?

- Profundamente, pelo visto.

Sírius franziu as sobrancelhas, parecendo estranhar algo.

- Sabe que nessa época do ano o estado dele piora... - Sarah comentou, olhando com pesar para o amigo adormecido.

- Mas eu pensei... Ele já não tomoou a última poção?

- Acho que sim, mas... O efeito não é instantâneo né, Draco falou que ele poderia sentir até o fim do mês.

Sírius olhou no relógio.

- Vou ter que descer para o campo... Ele vai assistir ao jogo, não vai? É melhor acordá-lo.

Lucas abriu os olhos devagar depois das suaves cutucadas de Maggie.

- O que foi? - perguntou com a voz fraca. - Já está na hora do jogo?

- O Sírius vai descer, nós vamos daqui a pouco. Você vai?

- Claro. - Lucas se levantou tentando esconder uma careta, mas os amigos notaram a mão que ele levou até o peito.

- Lucas, você está bem?

Ele teria respondido se não tivesse começado a tossir de repente, o rosto se avermelhando e o olhar a lacrimejar.

- Lucas...

Tentando afastar os amigos que tentavam a todo custo se aproximar ele conseguiu apenas pôr uma mão na frente do corpo e se levantou cambaleando, se aproximando da lareira.

- Estou... - Mas a crise de tosses já estava tão forte que ele não conseguiu terminar a frase.

- Vá chamar uma enfermeira, rápido! - Sarah disse para um calouro que parara para ver o que acontecera. O garoto saiu correndo no mesmo instante.

- Lucas... - Maggie sussurrou em desespero. - Lucas...

- Fiquem... Longe... - Ele ainda conseguiu dizer, enquanto se dobrava de tanto tossir, o rosto parecendo se arroxear a cada instante com o sacrifício para respirar.

Foi preciso apenas alguns instantes, muito menos do que eles esperavam, assistindo aquela tortura, porque logo o quadro da mulher gorda girava e aquele calouro que fora encarregado de chamar alguém alguém entrava com Edilaine o seguindo logo atrás.

- Afastem-se - ordenou, séria, e mudando seu tom para um mais carinhoso se aproximou do garoto. - Oi, Lucas, sei que você está com falta de ar então não me responda e nem force seu pulmão, quero que se sente aqui e tente se acalmar, quanto mais você tossir mais terá vontade continuar tossindo. - Isso, sei que é difícil, mas quero que tnete se acalmar e respirar fundo.

Enquanto ele claramente tentava obedecer, Ed começou a passar a varinha pelo seu tórax em movimentos circulares, trângulares e em X. Conjurou um copo d'agua sem parar os movimentos e ainda por cima com a mão esquerda - o que efz os queixos caírem admirados - e o entregou a Lucas.

Aos poucos ele foi se acalmando. A respiração voltara e as tosses não passaram de umas poucas fracas, diminuindo a cada pequeno intervalo de tempo.

- Melhor ficar aí, ruivinha - Edlaine alertou sorrindo quando Maggie fez mensão de se aproximar. - Sabem que é contagioso.

Uma luz verde vinda da lareira chamou a atenção de todos, instantes depois Madame Ponfrey coberta de cinzas aparecia na frente deles.

- Recebi seu patrono, Edlaine. Ah... Vejo que já cuidou da situação.

- O efeito é temporário, teremos que levá-lo até a enfermaria. Foi sorte eu estar andando por aqui.

- Muito bem. Como se sente, sr. Willes?

- Eu... acho que... Bem.

- Está doendo? Aí?

Ela apontou para o peito que o rapaz apertava.

- É...

- Venha, levaremos você para a enfermaria e se o seu estado continuar será bom passar uma temporada em casa.

Lucas olhou desamparado para os colegas.

- Sinto muito, sr. Willes, mas é a ordem que recebemos de sua mãe. Ed, ajude-o a levantar.

A mulher obedeceu, sorrindo para encorajá-lo. Maggie recebeu um olhar tranquilizador de Luacs antes que os dois fossem engolidos pelas chamas esmeraldas. Antes que Madame Ponfrey as seguissem, porém, ela interrogou:

- Por favor, Madame Ponfrey! Se forem mesmo levá-lo para casa irão nos avisar, não é?

- Certamente, srta. Weasley, mas receio não poder garantir que avisaremos antes. Dependendo do seu estado poderá ter que ser levado imediatamente. Com licença.

Mais uma explosão verde e ela desapareceu. Os três amigos ficaram a encarar o fogo até que ele voltasse à sua coloração normal, em silêncio.

Sírius quase desistiu de jogar, mas as meninas foram contra quando ele colocou essa idéia em voz alta. Não tinham um apanhador reserva e Lucas ficaria muitíssimo chateado se a Grifinória perdesse por causa dele.

Por isso, quase que obrigatoriamente ele se arrastou até o campo de quadribol e jogou o que pareceu, jogo de quadribol mais demorado de sua vida. Pegou o pomo quase que automáticamente, sem nem reparar que a Grifinória já estava há quase 100 pontos de vantagem.

Como não via nem Sarah, nem MAggie no meio da multidão, fugiu dos muitos braços que o parabenizavam e foi o mais rápido que podia até a enfermaria. O pai também dissera que iria assistir e ele não o viu lá, será que Lucas piorara e Harry tivera que fazer alguma coisa? Mas o que Harry teria a ver com isso?

Sírius sacudiu a cabeça e virou um corredor, estava tão preocupado qe sua mente se confundia com os pensamentos mais simples.

- Ei, garoto! Olha por onde anda!

Sírius deu um pulo para trás, assustado. Por um triz não trombara com aquela figura a sua frente, tão distraído estava.

- D-desculpe... - pediu, dando um novo passo para trás quando reparou nas cicatrizes daquele rosto. Sentiu um arrepio.

O homem bufou, antes de continuar o seu caminho, apoiado numa bengala em madeira talhada. Murmurou algo como "crianças" e desapareceu mancando pelo corredor que levava às masmorras.

Sírius ainda olhava para aquele ponto quando duas vozes femininas chegaram a seus ouvidos.

- Isso é realmente péssimo... Estranho que Clarck não esteja se descabelando...

- Eu confio em Treachers. Sei que se ele aceitar presidir esta missão fará um bom trabalho. Não me leve a mal, não estou dizendo que não confio em seu marido, só que conheço Marco há bastante tempo...

A outra, que tinha uma voz mais suave e desconhecida soltou uma risadinha. Estavam se aproximando e Sírius não desgrudava os pés do chão.

- Ok. Todos estava se decepcionando com Clarck mesmo, ele não tem feito o trabalho direito, coitado, parece tão cansado com tudo isso! Anda tão abatido! Pelo menos o seu cálculo estava certo, já começaram os ataques em Hogsmeade - Um suspiro, já se via a sombra das duas nas paredes de pedra. - Espero que os dois saibam trabalhar em dupla para que tudo acabe logo...

Antes que ele caisse na real e saísse correndo, as duas entraram em seu campo de visão. Sírius prendeu a respiração enquanto os três permaneciam parados, se encarando.

- Oi, Sírius! - Edilaine cumprimentou, de repente, sorrindo. - Imagino que estava indo para a enfermaria? Seu amigo não está mais lá, o mandamos para casa apenas por precaução, mas ele já parecia bem. Achei que suas amigas te diriam...

- Eu não as vi - Sírius respondeu, olhando admirado para a morena ao lado dela. - O jogo acabou agora e eu vim direto...

- Ah, o jogo! - Sírius quase riu com a empolgação dela. - Diga, quem ganhou?

- Nós...

- Ed?

Pela terceira vez naquele dia, Sírius levou um susto, agora com a voz masculina atrás de si.

Blaize Zabini estava parado ali. Ele olhou para Sírius e dele para Edilaine com um olhar curioso e Marisa com um olhar frio. Voltou-se para a namorada com a expressão dura.

- Estava procurando você para a reunião - disse num tom esquisito, soara quase magoado. - Não imaginava que estaria com ela.

Sírius quase riu. Parecia até que o homem estava com ciúmes daquela morena!

- Que bobagem, já estávamos indo. Você ouviu? Grifinória ganhou, acho que deve 10 galeões!

Zabini não pareceu nada contente com a informação e quando ele olhou zangado para Sírius, suas vestes de apanhador da Grifinória e a vassoura na sua mão, o garoto achou que era hora de sumir dali.

Agradeceu rapidamente a Edilaine, deu um sorriso para a morena bonita e saiu apressado em direção a torre da Grifinória. Precisava contar para as garotas o que ouvira... Ataque em Hogsmeade? Ai, ai... Seus pais deviam estar louquinhos atrás de uma solução...

♥______________________♥

Draco apertou o passo ao notar a sombra atrás de si. Olhou emburrado e bufou ao ver Potter.

- Que saco - murmurou cansado.

- Draco!

Ele não respondeu, continuou andando, os portões não estavam muito longe, era só andar um pouquinho mais e poderia desaparatar... E livraria-se do Harry-chato-carrapato-Potter!

- DRACO!

Ele se virou, irritado.

- Mas que saco, Potter! O que você quer?

- Eu vou com você.

- Não vai, não.

- Claro que vou.

- Não vai.

- Não seja tonto. Já disse que não precisa fazer isso sozinho.

Draco girou os olhos.

- Que palavras comoventes. Adoraria continuar aqui trocando filosofias Lufanas com você mas já estou entediado só com a idéia. Com licença, Potter.

Ele deu as costas pronto para ir embora.

- Eu ouvi sua conversa com Treachers antes da reunião.

Draco empalideceu e parou. Maldito intrometido!

- Merda, Potter! Será que você não pode deixar uma pessoa se fuder em paz?

Harry sorriu. Aproximou-se o suficiente para tocá-lo no ombro.

- Já me acostumei a dar uma de herói... Olha, eu sei que você não assumiria aquilo para alguém como Treachers se não fosse verdade... Agora eu compreendo porque você não quer vender a casa... Eu sempre achei que você não houvesse tido uma infância muito feliz.

- Todos acham, mas isso não é verdade. Em cada centímetro daquelas paredes estão registradas as minhas lembranças... É onde vivi metade da minha vida. Sabia que a casa foi completamente reformada quando ela se mudou para lá? Aquilio é a sua imagem refletida numa construção...

- É a única lembrança que tem dela?

- É a única lembrança que tenho, Harry. Dos dois.

Houve uma pausa.

- Você sente falta deles - Harry afirmou compreencivo. - Eu entendo completamente. É por isso que vou com você, já disse que não tem que enfrentar isso sozinho...

Draco o olhou pelo canto dos olhos.

- Ninguém te merece, Potter. Eu disse que não estava afim de uma consulta psicológica e aqui estamos nós. - Ele o encarou antes de bufar e voltar a andar.

- Venha logo!

Sorrindo satisfeito, Harry o acompanhou e aparataram juntos até os portões da casa Malfoy.

- Isso não está parecendo realmente uma mansão - Harry comentou tentando descontrair.

- Devia ter aparecido aqui há vinte anos atrás - o outro respondeu, murmurando um feitiço desconhecido no cadeado enorme e enferujado.

O portão negro de mais de três metros de altura rangeu terrivelmente ao abrir, deixando um espaço suficiente para cinco Hagrids passarem.

- Tente não pisar na grama - Draco falou com um sorrisinho.

Harry parou, olhando o caminho de concreto estreito e todo o mato da sua altura que ocupava todo o seu campo de visão.

- Você sequer vem cuidar desse capim todo? Deve ter a´te onças aí no meio...

- Não seja exagerado, Potter.

Com a varinha, Draco ia abrindo um caminho em cruvas entre aquela "grama", enquanto Harry quase pisava em seus calcanhares para acompanhá-lo.

- Havia um feitiço no jardim que impedia a grama de crescer. - Draco exclareceu. - Na verdade era mais uma praga... Deve ter se desfeito depois de tantos anos.

Quase cinco minutos caminhando depois, eles avistaram uma parte da casa. Oito, e enfim, o verde foi se dissipando até estarem outra vez numa parte de concreto, uma pequena escada de pedra empoeirada era o início de uma construção que já fora deslumbrante e agora mais parecia mal assombrada.

Havia dois pilares com a tinta descascada em seu fim, e outros seguindo a extensão da casa, tornando o que seria uma varanda confortável, agora empoeirada. A casa tinha três andares, grandes portas, grandes janelas, grandes chaminés. Tudo o que ali havia era grande e sofisticado, se não fossem algumas rachaduras aqui, pedaços de madeira carcomidas ali, pinturas velhas e desbotadas... Estava realmente num estado lamentável.

- Seja bem vindo - falou Malfoy, irônico, subindo as escadas de pedra.

Harry preferiu não comentar.

Quando Draco ergueu a varinha para murmurar um novo feitiço esquisito e nada aconteceu, ele franziu as sobrancelhas.

- O que foi?

- Estranho... - Ele estendeu a mão para tocar o trinco, mas desistiu e deu um passo para trás. - Faça você.

- O quê? Abrir?

- Vamos! Abra!

Harry obedeceu, confuso. O trinco girou, facilmente.

- E então?

Draco parecia preocupado, empurrou a porta e entrou no lugar, apressado.

- Draco, o que foi? - Harry o seguiu.

- A porta - respondeu ele, cruzando toda o gigantesco saguão em passadas largas e entrando num novo cômodo. Neste havia várias poltronas enveludadas e uma lareira. Draco passou a mão por uma delas e sua expressão ficou ainda pior.

- O que que tem a porta?

- Essa casa tem uma proteção, Harry. Ou ao menos tinha. Ninguém poderia entrar sem o feitiço de segurança, como eu fiz no portão. O feitiço da porta... Você pôde abrir, ele foi desfeito.

Os dois se encararam.

- Ele não pode ter se desfeito com o tempo? - Harry sugeriu, inseguro.

- É... Talvez. - Draco encarou a mão que passara na poltrona e a mostrou para Harry. - Veja isso.

- É poeira - Harry falou ao olhar. - A casa está mesmo empoeirada, não sei o que...

Draco praticamente enfiou a mão empoeirada debaixo do seu nariz.

- Você está espirrando? Porque eu não estou. E eu tenho uma alergia aguçada, lembro-me de quando estava foragido... - Ele hesitou. - A questão é que isso - Ele assoprou o pó da sua mão, que se limpou na hora, mas nada apareceu flutuar no ar. - Não é poeira de verdade. É artificial.

Harry piscou.

- Você está dizendo...

Alguém esteve aqui.

Os dois se encararam outra vez.

- Mas... Quem?

- Isso é o que nós vamos ver.

- Isso é o que nós vamos ver.

Draco se aproximou de uma prateleira de livros no canto. Puxou um dos maiores de capa negra e a prateleira girou, abrindo uma passagem.

- UAU... - falou Harry.

Draco deu um sorrisinho, fazendo sinal para que o seguisse.

Era apenas uma sala com dois archotes mágicos em cada parede, e uma escada simples no fundo. Draco foi até ela.

- Isso era pra ser um segredo - explicou. - Mas o ministério descobriu na época da guerra e a notícia se espalhou.

O primeiro degrau se transformou em pó assim que ele o pisou.

- Não vou subir nisso daí, está se desmanchando! E se eu cair de lá de cima?

- Murmure um feitiço amortecedor, oras. Não é um bruxo?

Harry resmungou, pisando de mancinho na madeira apodrecida daquela escada.

- Como se eu fosse me lembrar de um feitiço amortecedor na hora de cair...

Draco bufou.

- As vezes você é tão irritante, Potter!

- Ora, estamos tendo um progresso, então! Da ultima vez você me julgava inteiramente irritante!

- Você é. Eu estava sendo sutil para não te magoar.

- Sonserino idiota - rosnou Harry, mas havia um sorriso em seu rosto.

Draco se limitou a sorrir. Haviam chegado ao fim da escada, de frente a uma porta. Harry se adiantou para abrir mas o trinco queimou sua mão.

Soltou um palavrão.

- Acho que o feitiço daqui não foi desfeito. - Draco falou, rindo. - O que, pensando bem, não devera me surpreender tanto, o feitiço de segurança deve estar registrado nas anotações arquivadas dos au...

Draco parou, de repente sério. Ele olhou para Harry, que depois de um tempo pareceu compreender.

- Não! Você não acha que... ? Os arquivos são confidenciais, ele não ousaria...!

- Não gosto de Treachers. Harry. Ele parece ter alguma coisa contra mim e eu não digo apenas pelo fato de eu não querer ceder e vender essa casa. Ele parece que me odeia!

- Isso não faz sentido, porque ele te odiaria?

- Eu gostaria de saber.

Mais irritado do que gostaria, Draco desfez o feitiço e entrou no cômodo. Era um aposento vazio com excessão de uma poltrona patéticamente largada no centro e um pequeno balcão numa das paredes.

- O que era isso? - Harry perguntou, curioso.

- O lugar onde Lucius escondia seus pertences ilegais - Draco respondeu desinteressado. - Por isso ser tão escondido.

Ele deu uma olhada ao redor mas não apreceu encontrar nada interessante. Um vento frio jogou seus cabelos para trás e, resmungando, ele se aproximou da única janela naquele aposento, escancarada, e tentou fechá-la.

- Ei, Potter! Venha cá!

- O que foi?

- Veja isso.

Harry se aproximou das portas das janelas ao ver que era isso que Draco lhe apontara. Pareciam coladas na parede.

- O que acha que fez isso? - perguntou, cortando um dedo ao passá-lo numa parte onde faltava um pedaço do vidro.

Draco não respondeu, já tendo virado as costas. Harry o olhou.

- Draco?

O professor de poções estava agaixado, vendo algua coisa no chão que Harry não conseguia ver.

- Draco? - chamou de novo.

O homem se levantou, levando a mão ao bolso. Quando ele se virou de frente para Harry outra vez havia algo completamente diferente naquele olhar. O rosto estava pálido... Tão pálido! E ao invés de cinzas era olhos de um azul-escuro que lhe encaravam.

- Temos que ir.

- Tá tudo... bem com você?

Ele pareceu distante por um momento.

- Vamos embora...

Notando o tom perturbado do colega, Harry desconfiou que fora demais para ele num dia só. Não demonstrou resistência alguma e o seguiu para Hogwarts outra vez, chupando o dedo que sangrava e tentando, mas não conseguindo, encontrar algo que pudesse consolá-lo para dizer.

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