Simas Finnigan




Gina acordou com um embrulho no estômago.

“Merlim, por que eu estou tão nervosa?” – ela suspirou lavando o rosto no banheiro e olhando-se no espelho logo em seguida.

Ela já tinha um plano montado. Tinha enrolado as amigas por uma semana até que Luna perdeu a paciência e a mandou entrar em ação.

E era isso que ela ia fazer. Iria encontrar Malfoy, teria que fazer com que ele quisesse marcar um encontro com ela. Ela, uma Weasley. Isso não ia ser nada fácil.

Foi então que ela pensou como essa aposta não tinha sido justa. Malfoy não detestava Luna e muito menos ela odiava ele. Eles podiam até não ir um com a cara do outro, mas não se odiavam.

Definitivamente aquela aposta não era justa, mas Gina não podia perder essa chance. Se ela ganhasse, sua recompensa faria valer todo seu sacrifício. Não pôde deixar de sorrir ao pensar nisso.

Sem falar que ela poderia mostrar para as duas amigas que ela não era tão chata e careta quanto a chamavam.

Seria naquela noite que Gina iria “sem querer” encontrar a doninha em um restaurante bem chique de Londres, o “Charming Mermaids”.

Ela sabia que o oxigenado iria jantar lá devido a sua amizade com Simas Finnigan. O homem havia se tornado o maior economista do mundo bruxo, por isso cuidava das finanças de Malfoy.

No dia seguinte ao episodio de Luna e do tal Bond, Gina encontrou o amigo casualmente andando na rua. Em uma breve conversa, que se revelou bem pertinente para a ruiva, Simas havia comentado do jantar de negócios com o loiro.

Esse fato a fez acreditar que a sorte estava ao seu lado.

“Ai Merlim, que essa sorte ainda esteja comigo” – pensou antes de aparatar para o trabalho.

A mulher, assim como Malfoy, também era advogada. Já havia disputado casos contra advogados da empresa do loiro e ajudado ex-empregados a processá-lo, mas nunca havia enfrentado o homem na corte. Ele só advogava em casos muito importantes e desses Gina não chegava nem perto. Não por falta de vontade dela.

Depois de um dia normal de serviço, ela voltou mais cedo para casa. Tinha que estar simplesmente linda naquela noite.

“Espero que valha a pena” – pensou ao lembrar do preço salgado do restaurante.

Já não era pobre como tinha sido boa parte de sua vida. Seu trabalho a fez conseguir juntar um bom dinheiro. Dessa forma, ela poderia pagar por aquele jantar.

Arrumou-se nervosa, pensando no que ia falar e em como ia agir.

Vestiu uma roupa simples, porém elegante. Usava uma saia que pertencia a um de seus terninhos e uma blusinha levemente decotada. Parecia realmente uma pessoa rica e importante. Exatamente como ela queria.

Seus cabelos estavam parcialmente presos e ligeiramente ondulados. Ela estava completamente elegante.

Elegância. Essa seria a arma que Gina iria usar para conquistar Malfoy. Iria mostrar para ele que não era mais a “Weasley pobretona” que ele conheceu nos tempos de colégio.

Aparatou na porta do restaurante, que ficava escondido dos trouxas por uma fachada de uma velha sorveteria fechada.

Ela nunca tinha ido naquele lugar e achou tudo muito bonito. O salão era bem amplo e muito bem decorado.

A ruiva caminhou para sua mesa, já reservada, e esperou. Não tinha convidado ninguém para ir com ela, sentaria sozinha. Tudo parte de seu plano.

Tomou uma bebida. Foi tempo suficiente para ver Simas e Malfoy entrando pelo salão. Sentaram-se em uma mesa, aparentemente já engajados em uma conversa complexa.

Gina esperou mais, até perceber que eles já não pareciam tão concentrados no que o outro falava. Quando ela viu que, por um instante, eles ficaram em um silencio, que pareceu desconfortável, soube que era a hora de agir.

Pagou sua conta e se levantou calmamente de sua mesa, passando “sem querer” perto da mesa que os dois se encontravam.

- Gina? – ela escutou Simas chamar seu nome e virou como se não soubesse quem a chamava.

- Simas? – disse com um sorriso amigo – Que surpresa boa! – e então fingiu que via Malfoy pela primeira vez, fez uma careta, mas o cumprimentou educadamente – Malfoy.

- Pobretona! O que você esta fazendo aqui? Trabalha na cozinha? – comentou com o típico sorrisinho irritante dele.

Gina ignorou-o.

- Foi muito bom te ver novamente, Simas.

- Já vai embora ou acabou de chegar? – perguntou Finnigan.

- Já estou indo. – disse sorrindo.

- Uma pena. – a conversa seguia como se Malfoy não estivesse presente – Espero que tenha gostado da comida, então, já que fui eu que te recomendei o restaurante.

- Olha, seu eu te falar que não jantei, você não vai ficar chateado, não ne? – ela comentou ainda sorrindo.

- Sabia que tinha alguma coisa estranha. Você comendo nesse restaurante... No mínimo você teria que vender aquela pocilga que você chama de casa. E era bem capaz de você ainda ficar devendo. – Malfoy insistia em alfinetá-la.

Ela tinha que se controlar, mas a sua vontade era gritar com ele ali mesmo, esbofetear aquela cara branca azeda. Ao invés disso apenas disse calmamente.

- Achei que, por você ser dono de empresa, seria mais bem informado. Já não moro na casa dos meus pais há muito tempo e tenho dinheiro suficiente para comer aqui todos os dias da semana. Mas isso não é da sua conta, é? – virou novamente para Simas – Vamos marcar de nos encontrar em um outro dia.

- Posso saber o que você fez para conseguir dinheiro? Roubou Gingotes ou o seu namorado testa-rachada te dá uma mesada?

- Se você só consegue dinheiro fazendo coisas ilegais ou dependendo dos outros, problema é seu. Eu consegui dinheiro trabalhando. Sabe? Por mérito próprio, e não por uma herança dos meus pais. – disse fingindo um sorriso educado. Já o sorriso de Malfoy desapareceu. – E só para sua informação, nesse momento, gosto tanto do Potter quanto você.

- Impossível, por mais estranho que pareça – ele disse ironicamente – eu não sou apaixonado por ele.

- Que bom que você entendeu o que eu quis dizer. – ela completou agora sorrindo de verdade.

Silêncio.

- Posso saber por que você não quis jantar? – Simas foi o primeiro que falou.

- Não fui eu que não quis. Eu ia me encontrar com meu assistente para discutir um caso, mas ele descobriu uma prova importante e não pôde vir. – ela fingiu estar meio aborrecida.

- Caso? Por acaso a pobretona é advogada? – Gina notou que o tom dele era diferente. Já não era a ironia usual. Era uma certa curiosidade. Poderia ser admiração?

- Para você é Sta. Weasley, Malfoy. – ela novamente virou-se para o amigo – Bom, já incomodei demais. Gostei mesmo de te ver. Agora tenho que ir.

Simas olhou para Malfoy, que fazia uma cara horrível, e para Gina que sorria belamente.

- Está com pressa? – perguntou olhando esperançoso para ela.

- Na verdade, não muito. – ela olhou para ele tentando entender. Ele a estava convidando para ficar?

- Com fome?

- Um pouco. – definitivamente era um convite.

- Bem. Malfoy, se você não se incomoda, já terminamos nossa conversa, por isso já vou embora também. – virou-se para Gina – Que tal um jantar?

Gina ficou nervosa.

“Ai, Merlim! O que eu falo? Era para o Malfoy me convidar e não o Simas! Deu tudo errado.” – ela pensou, ainda lembrando do desastre que foi o encontro com Draco.

- Na verdade, eu me incomodo sim. – Draco falou, para a surpresa de todos.

- Desculpe? – Simas parecia confuso.

- Eu não vim para jantar sozinho. A não ser que eu esteja com amnésia, eu não jantei ainda, então eu me importo, sim. – respondeu secamente.

- Você está querendo dizer que... – o moreno estava incrédulo.

- Você entendeu muito bem. E se você faz tanta questão de jantar com a cabeça-de-fósforo, ela pode ficar também. – disse o loiro, indiferente.

- Draco Malfoy me convidando para jantar? Por essa eu não esperava. – ela disse sorrindo, disfarçando seu alívio.

Ele apenas bufou, fazendo a mesma cara indiferente.

- Olha, Malfoy. – Simas começou – Eu acho que a Gina...

Mas ela o interrompeu.

- Eu acho que a Gina pode falar por ela mesma. – disse olhando para o amigo, aborrecida. Só faltava ele estragar tudo – Eu acho que isso pode ser bem interessante. – disse sentando-se em uma cadeira.

Simas, meio a contra gosto, sentou-se também.

- Você ainda não respondeu. – Draco disse subitamente, olhando para Gina.

- Não respondeu o quê? – ela respondeu curiosa.

- É advogada?

- Ah sim. Sou sim. E tenho que dizer que sou muito boa. – ela disse rindo.

A ruiva se assustou com a risada que Simas deu com seu comentário.

- Você está rindo de mim? – ela perguntou meio zangada.

Ele pareceu assustado.

- Não, não, Gina. Que isso?! Eu só achei bonitinho o jeito como você falou. Não duvido da sua competência. – ele disse acariciando a mão dela. Gina tirou a mão rapidamente, nitidamente incomodada com o gesto do amigo.

- Vamos pedir logo esse jantar. Já estou com náuseas dessa ceninha melosa. – e com um gesto simples chamou o garçom, enquanto Gina fazia uma careta, indignada.

O resto do jantar passou de uma maneira estranha.

Os dois homens contaram como começaram a trabalhar juntos e depois os três começaram a conversar assuntos sem importância.

Draco, às vezes, dava uma provocada em Gina, que se controlava e respondia a ele calmamente.

Simas dava em cima de Gina descaradamente e ela, não mais discreta, demonstrava sua falta de interesse nele.

Mas, em alguns momentos, eles conversavam como se realmente fossem amigos. Chegaram até a rir de comentários engraçados. Sem ironias nem falsidades.

A ruiva realmente não esperava que ela realmente pudesse se divertir com Malfoy.

Depois do jantar Malfoy pediu a conta. Gina logo procurou a bolsa para pegar suas moedas.

- Não, não. Mulheres não pagam. – disse Simas empurrando de volta para ela o montinho de galeões que ela tinha posto na mesa.

- Quando que você virou tão machista, Simas? Eu comi tanto quanto vocês, então eu também tenho que pagar! – ela disse empurrando seu dinheiro novamente para a mesa.

- Eu faço questão de que você não pague. – o moreno insistiu.

- E eu insisto em pagar. – a ruiva estava com muita raiva do amigo naquele momento.

Os dois encararam Draco, como se ele fosse o juiz que iria decidir aquela discussão.

- Se a Weasley faz questão... – e não disse mais nada.

Gina deu um sorriso vitorioso. Sua alma grifinória não aceitava derrotas muito bem.

Na hora de ir embora, os três caminharam juntos para a área destinada a aparatação.

- Não acham frescura ter uma área reservada só para aparatar? – Finnigan reclamou.

- Na verdade, não. – o loiro respondeu secamente.

- Imagina a barulheira que ia ser o restaurante se todo mundo pudesse aparatar onde quisesse. E ainda iam ter as pessoas que iam sumir sem pagar a conta. – Gina explicou com um ar entediado.

- Nunca tinha pensado nisso. – o moreno disse, por fim – Você não quer que eu te acompanhe para casa, Gina?

“Não!” – pensou a ruiva desanimada - “Será que eu vou ter que passar a noite toda inventando desculpas pra ele sair no meu pé?”

- Eh... Bem... Eu... Na verdade não será necessário. – disse ela finalmente – Eu ainda vou ao sanitário. – e abaixou o tom de voz – Estou tão apertada que se aparatasse agora poderia acabar parando em um banheiro público.

Gina ainda se surpreendia quando Malfoy ria das coisas que ela falava.

- Foi muito bom encontrar vocês nessa noite. – ela disse, despedindo-se dos dois.

Mas Malfoy, ao invés de se despedir, falou.

- Esqueci minhas luvas na mesa. Tchau Finnigan, espero que você resolva os problemas que a gente discutiu.

Simas olhou para Gina e Malfoy. Os dois dando desculpas para voltarem para o restaurante. Amarrou a cara e, sem dizer mais nada, aparatou.

- Tomara que você encontre suas luvas. – Gina sorriu, preparando-se para aparatar.

- Você não ia ao banheiro?

- Na verdade não estou com tanta vontade.

- Então, na verdade, você estava querendo se livrar do Finnigan.

- Ah, não, é que... – ela estava completamente sem graça.

- Eu não estou te recriminando, não. Pelo contrario. – ele disse sorrindo.

Gina olhou para ele meio curiosa, meio confusa. Ele continuou.

- Achei bem engraçados os foras que você deu nele. Na verdade, achei você bem engraçada.

- A cada segundo que passa, eu fico cada vez mais sem-graça. – disse ela mexendo no cabelo.

- Você está bem diferente, Weasley.

- Acho que posso dizer o mesmo de você. Por incrível que pareça, foi bem legal encontrar você hoje. – Gina sorriu – Agora está ficando realmente tarde. Tenho que ir. – e deu um abraço rápido em Malfoy.

Gina Weasley tinha acabado de abraçar Draco Malfoy?

Depois de um rápido momento de constrangimento, Draco falou.

- O que você acha de a gente repetir esse nosso encontro, mas sem o Finnigan para encher a paciência?

Gina ficou atônita.

- Ok, isso foi muito inesperado. – disse sorrindo.

- Isso é um “não”?

- Isso foi um sim. – os dois sorriram.

- Então eu te mando uma coruja marcando o dia.

- Parece ótimo. – sem dizer mais nada, Gina aparatou para casa.

Até que sair com Malfoy não tinha sido tão ruim.

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N/A: desculpem a demora, amores, mas a pobre autora estava viajando! ai esta o cap 5... espero que voces tenham gostado!! =D
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COMENTEM!!!
quanto mais rapido voces comentarem mais rapido sai o cap 6...
bjao
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