De volta ao Largo Grimmauld



8> De volta ao Largo Grimmauld

Hermione olhou para os amigos, assustada. Como seria possível três pessoas sonharem a mesma coisa numa mesma noite? Isso, com certeza, não era um sinal lá muito bom. Harry também entendia o medo de Hermione. De alguma forma, os quatro estavam sendo afetados por alguma força desconhecida, provavelmente algum bruxo das trevas querendo amedrontá-los. Ele sempre enfrentava os problemas de frente, não iria fugir agora e, muito menos, iria pedir para que os amigos ficassem fora dessa. Estavam no mesmo barco, o pacto que haviam feito tinha que valer alguma coisa.
Gina, entrementes, parecia mais curiosa do que assustada. Seu olhar calculista rondando a cozinha, como se procurasse uma placa em néon com todas as respostas. Esse sonho não era um simples pesadelo. Gina, que ainda colocava as engrenagens de sua cabeça para funcionar, falou:
_ Dizem que, o sonho idêntico de dois ou mais bruxos, significa um presságio, entendem. Um fragmento do futuro.
_ Ou do passado. – completou Hermione.
Por alguns segundos, ninguém ousou dizer nada. Todos pareciam pensativos, buscando alguma resposta.
_ Harry, e se... – Gina virou-se para o namorado – e se, de alguma forma, esses sonhos tivessem alguma relação com a voz?
_ Que voz? – perguntou Hermione, ainda mais assustada.
_ Acho que... – Harry continuou fingindo não ouvir a pergunta suplicante da amiga – tudo isso está entrelaçado. Acho que os Comensais, os sonhos e as vozes... Tudo tem alguma ligação.
_ O que estão... – Hermione perguntou, uma irritação mesclada de pânico.
_ Mais um motivo para firmarmos a idéia de fazer a viagem. – interrompeu-a Gina – precisamos entender o que tudo isso significa.
_ Céus! – berrou Hermione – O que estão dizendo? Que maldita voz é essa?
_ Shiiiiiii! – fez Rony – querem que acordem e nos ouçam conversar? Se minha mãe souber de todas essas coisas, vai nos amordaçar até tirarmos essa idéia de viajar.
_ Eu, err... Desculpem... – Hermione reduziu sua voz em um sussurro e continuou – que voz é essa que vocês tanto falam?
Gina e Harry trocaram olhares furtivos. Não poderiam ocultar nada, não depois de tudo que passaram juntos. Harry foi explicando tudo desde o início. Os sonhos que tinha com freqüência, a voz que dizia ter salvado sua vida no Térreo de Londres, a mesma voz que Gina ouvira lhe pedindo que protegesse Harry. A quem, afinal de contas, pertencia essa voz, ninguém sabia. Mas Gina assegurava que, fosse quem fosse, era muito jovem.
_ Uns 16 ou 17 anos. – falava ela – 18 talvez. Mais do que isso, não.
Rony também não parecia muito tranqüilo com a idéia de saber que tanto sua irmão quanto seu amigo, ouviam as mesmas vozes.
_ Isso pode ser alguma cilada de Comensais. – retorquiu o ruivo.
_ Isso é só uma teoria. – falou Hermione, mostrando sua habitual expressão pensativa – Mas, pode ser que essa voz, ou melhor, o homem por trás dela, esteja realmente querendo te ajudar.
Harry também levara aquela hipótese em consideração. Mas ainda tinha a carta que recebera no dia em que Edwiges morreu. Teria alguma ligação? Por que apenas ele e Gina poderiam ouvir as vozes? Talvez o autor da carta fosse o dono da voz. E, ao que parecia, Rony pensava o mesmo.
_ Já pararam pra pensar que a carta e a voz são a mesma pessoa?
_ Todas essas teorias são válidas. – falou Hermione, mordendo o lábio inferior, indecisa – esse é, justamente o problema. Precisamos buscar respostas.
_ Podemos levar em conta que tudo isso são pistas deixadas de propósito. – falou Gina – Bem, o Ministério já esteve no poder de Voldemort uma vez. E se algum Comensal ainda tivesse alguma influência sobre aquele lugar? Não acharam estranho demais Percy ter trazido Edwiges assim, de repente? E, se ela foi estuporada tantas vezes como disseram, seria bem difícil voar até o Caldeirão.
_ Aonde você quer chegar com isso, Gina? – perguntou Harry, mas entendia muito bem as insinuações.
_ Todas essas hipóteses podem ser uma forma de nos distrair. Talvez nos tirar do caminho certo. – concluiu a garota.
_ Agora, mais do que nunca – falou Harry – precisamos fazer essa viagem, pessoal.
_ Eu sugiro que não percamos tempo. – falou Hermione em tom de urgência – Vamos antecipar essa viagem. Amanhã, quando o sol estiver se pondo, nós iremos.
_ Acho que deveríamos ir agora. – argumentou Rony – não podemos perder mais tempo.
_ Não, Rony. Hermione está certa. – falou Harry – Estamos muito cansados. Precisamos descansar um pouco.
_ e preparar nossa família para a notícia. – completou Gina.
Estava decidido, então. No dia seguinte, no sol poente, sairiam de casa, em busca de resposta. Por mais que quisessem dormir, no entanto, não conseguiam pregar os olhos. A expectativa era tão grande que os deixava com os nervos à flor da pele. A mente de Harry estava a mil. Onde poderiam ir? Até ode poderiam chegar, em busca de respostas? Harry só poderia pensar em dois lugares que restaram com grande capacidade para o mal: a residência dos Malfoy e a loja na Travessa do Tranco, Borgin e Burkes. Harry ficou repassando alguns feitiços mentalmente, no caso de encontrarem algum Comensal e precisarem lançar um ataque rápido.Rony, ao seu lado, também parecia muito alerta. Não conseguia dormir. Harry sabia o porquê. O medo de Rony em perder a irmã se tornara grande desde o dia em que ela se viu dominada por Tom Riddle, o Voldemort quando jovem. O diário transformara Gina em uma escrava das vontades das trevas. Ela quase morreu. Mas Harry havia salvo a sua vida e, se fosse preciso, daria a própria por ela.
Naquele mesmo instante, Harry se levantara, assustado. Ouvira a voz novamente, ecoando em sua cabeça, insistentemente:
_ Harry...
Rony olhou-o assustado mas, no mesmo instante, compreendera o olhar gélido de Harry. Ouvira mesmo Harry chamar a si mesmo?
_ Harry... Hogwarts...
_ O que tem Hogwarts, Harry? – perguntou Rony, amedrontado – o que está dizendo?
Harry voltou sua atenção para o amigo e, em seguida, falou:
_ Você também consegue ouvir, Rony?
_ Claro que sim! – falou Rony, confuso e trêmulo – foi você quem falou! Você acabou de dizer “Harry” e “Hogwarts”!
_ Como assim, eu? – Harry se mostrou indignado, provavelmente achando que o amigo o chamara de louco – eu não...
_ Harry, eu vi seus lábios se movimentarem. Mas, a voz, de alguma forma, tinha mudado...
_ Olha aqui, Rony! – vociferou Harry – eu não estou ficando louco! Eu...
_ Cala a boca, Harry! Eu sei que não está louco! A voz realmente não era sua! Mas ela saiu de sua boca! Alguém falava por intermédio de você... Não havia percebido isso antes?
Harry parecia frustrado e tão amedrontado quanto o amigo. Como era possível? E se algum Comensal estivesse dominando seu corpo? E se alguma força das trevas estivesse tentando controlar suas ações? Rony precipitou-se pela porta e, em menos de um minuto, voltara com Hermione e Gina em seus calcanhares. Os três olhavam Harry, apreensivos. Gina foi a primeira a dizer:
_ Você ouviu, Harry? Ouviu a voz de novo?
_ Si-sim... – gaguejou ele, temendo dizer mais do que realmente queria dizer – Rony disse que... era eu quem estava falando, mas a voz não era... não era minha...
_ Eu também ouvi a pouco... – sussurrou Gina – a voz me chamou e mencionou Hogwarts. Repetiu a palavra “cócegas” milhares de vezes. Disse, também que a escola estava em perigo. O que isso quer dizer?
_ Bem, até o dia 1 de setembro, não haverá ninguém lá. A não ser... Hagrid e Filch. Talvez a McGonagall.
Os quatro se entreolhavam, assustados. As coisas estavam ficando feias e, deitados ali, descansando enquanto algum perigo rondava. Seus olhares se cruzando já dizia tudo. Estavam decididos a partir naquele mesmo instante. Se realmente a escola estava em perigo, precisavam descobrir o quão perigoso era. Deveriam informar àqueles que estavam na escola que fossem muito cautelosos e, enquanto isso, buscariam respostas para suas incontáveis dúvidas. Trocaram os pijamas e pegaram a pequena mochila enfeitiçada e algumas outras mochilas com comida e outras utilidades. Estavam dispostos a vencer o poder das trevas mais uma vez.

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Estavam com tudo que precisavam em suas mãos. Se queriam mesmo fazer aquilo, nem mesmo eles poderiam dizer. Mas sabiam que era o certo. A parir de agora, dependia de eles derrubarem os Comensais antes que eles se reerguessem. Harry temia algo muito maior pela frente, como um mau presságio. Não poderiam pestanejar, hesitar ou voltarem atrás.
Hermione, sentindo-se culpada em deixar a casa durante a noite e preocupando os Weasley, deixou uma carta presa à porta de Gina e outra à porta do quanto de Rony. Sair sem dar nenhuma satisfação seria muita ingratidão mas, se esperassem amanhecer, poderia ser tarde.
Saíram pelas portas dos fundos. Poderiam até aparatar, mas as proteções colocadas n’A Toca impediam o grupo de desaparecer. Precisariam caminhar uma distância de oito quilômetros, o raio quilométrico máximo do feitiço. A caminhada seria a pé, pois, se usassem uma vassoura, certamente algum trouxa veria, além do fato de Hermione não conseguir manipular tão bem uma vassoura quanto o restante do grupo. Caso fossem atacados, ela poderia ficar para trás.
_ Pessoal, precisamos ficar muito atentos. – falou Harry, preocupado, ainda atravessando o portão d’A Toca – os Comensais sabem onde estamos. Se nos encontrarem, devemos estar preparados para revidar um ataque.
Gina parecia mais apreensiva, não por sentir medo, mas por estar preocupada com Harry. Sabia que, se encontrassem algum seguidor das trevas, Harry seria o primeiro alvo de uma maldição imperdoável. Para a pior das hipóteses, eles acharam melhor manter as suas varinhas bem próximas das mãos. Gina já estava segurando a sua e Rony não tirava a mão do bolso onde guardara sua varinha. A caminhada seria longa e, por decisão de Harry, o primeiro lugar onde iriam era a casa número doze no Largo Grimmauld.
_ Por que quer ir lá, Harry? – perguntou Hermione, intrigada – Você sabe de alguma coisa que devíamos encontrar lá?
_ Preciso ver uma coisa por lá. – respondeu ele – a última vez que eu fui até lá, lembro-me de, várias vezes conversando sozinho, vi meu próprio reflexo meio que conversar comigo.
Hermione o olhou, achando estranho o comentário.
_ Sinceramente, Harry... Nunca ouvi falar em espelho que fizesse isso.
_ Eu sei. – disse ele – e, pensando bem, aquela não foi a primeira vez. Algumas vezes, eu tinha a impressão de ver meu reflexo me responder, sabe. Acho que, de alguma forma, ir até lá pode espairecer minha mente. Me ajudar a entender algumas coisas.
Harry não conseguia explicar o que, exatamente, ele queria fazer no Largo Grimmauld e, na verdade, nem ele sabia o que realmente queria. Apenas sentia que deveria ir até lá. Hermione decidiu não discutir o assunto. Não poderiam perder mais tempo. Fora do jardim d’A Toca, eles começaram a seguir uma estradinha de terra que sumia na noite obscura.
_ Lumus! – bradou os quatro e, da ponta de suas varinhas, brotaram enormes bolas de luz.
Imediatamente o caminho se encheu deu uma luz dourada, cujo brilho provocava nas sombras dos galhos das árvores imagens fantasmagóricas. Uivos e ruídos bastante peculiares penetravam por entre o capim alto e chegavam medonhos até o quarteto. Harry, porém, se mostrava confiante, disposto a fazer o que fosse preciso para derrubar o legado de Voldemort, deixado para seus servos desprezíveis. Gina segurava firme, as mãos do namorado, e Hermione, as de Rony que. O céu estava coberto por espessas camadas de nuvens negras, não havia nenhum sinal de lua ou estrelas no céu. O clima quente e seco estava se convertendo em um ar úmido é frio, o vento gélido cortante em seus rostos. Os olhos lacrimejavam, o tempo parecia estar se enfurecendo.
_ Não acham que devíamos voltar? – perguntava Rony de hora em hora – Isso deve ser..
_ Parte da proteção que seu pai colocou na casa. – falou Hermione, confiante – é um feitiço que mexe, principalmente com a mente da pessoa. A mudança climática é apenas um fator. O feitiço consiste, principalmente em desequilibrar o invasor emocionalmente. Se souber, no entanto, como enfrentá-lo, ele não o afetará.
_ Isso quer dizer que... – continuou Rony, um pouco mais aliviado – que esse medo é induzido pelo feitiço do papai?
_ Isso mesmo. – respondeu Hermione – Mas, agora que sabem que é apenas um feitiço, não precisam se preocupar.
Dito e feito. De acordo com que iam caminhando, seus corpos iam se aquecendo e começavam a ficar mais confiantes. O feitiço parecia não estar resistindo à firmeza do grupo. Em pouco tempo, o céu se abriu e revelou um belo luar acompanhado de estrelas muito douradas. Logo, não precisavam mais do que uma varinha para iluminar o caminho.
_ Bem, papai sabe mesmo como proteger uma casa. – falou Gina – mas eu acredito que esse não seja o único feitiço que ele colocou, não é mesmo, Hermione?
_ Certamente. – respondeu ela e, em seguida continuou – Mas não precisamos nos preocupar. Os outros feitiços são para os invasores que percorrem o sentido inverso da estrada. Como estamos no sentido contra A Toca, o feitiço nos identifica como sendo um dos moradores da casa. Além do mais, esses feitiços foram feitos apenas para impedir a entrada de bruxos, não de trouxas. Como eu estou com vocês, nenhum outro feitiço irá nos impedir.
_ Ah, claro. – exclamou Gina com seu tom de voz dedutor – Como os Comensais são formados, exclusivamente, de bruxos puro-sangue, papai não teve que se preocupar com os trouxas.
_ Exatamente. – Hermione, nesse instante, tomou uma expressão de preocupação – exatamente por isso estou preocupada.
_ Como assim? Preocupada em meu pai ser inteligente? – retorquiu Rony.
_ Não seja idiota, Rony. – falou Harry – não tem nada de mau em seu pai ser inteligente. Mas, pense. Seu pai é brilhante. Por que, raios, ele seria rebaixado?
Rony ainda não parecia entender.
_ Harry chegou no ponto certo. – falou Mione –O fato de não quererem um funcionário tão eficiente nos altos cargos do Ministério é, justamente...
_ Porque não querem ninguém interferindo na ação dos comensais! – falou Gina, estupefata – Céus! Isso significa que Percy pode estar sob o controle deles!
_ Claro! – falou Rony – Percy não tinha motivos para estar tão furioso com a família.
_ Maldição Imperius... – falou Hermione – é assim que estão controlando cada ação do Percy. Por isso ele veio até A Toca. Queria verificar por onde andava Harry. Tonks me disse que ele havia feito muitas perguntas, mas o Sr. weasley se recusou a responder.
_ O que é um alívio. – completou Gina – se Percy está, realmente sob um feitiço Imperius, então temos um grande problema. Eles têm a mente dele, agora.
O restante do percurso se seguiu em completo silêncio. Caminharam quase uma hora sem trocarem nenhuma palavra, apenas absorvendo informações que tiveram nos últimos sete anos. Os domínios do feitiço do Sr. Weasley já estavam se distanciando. Caminharam por mais algum tempo até, finalmente, saírem da área protegida por magia. Aliviados, com os pés cansados, estavam prontos para desaparatar.
Estavam desprevenidos. Haviam se esquecido que qualquer um poderia caminhar tranquilamente onde estavam. Harry só pode ver um brilho verde intenso refletir na lente de seus óculos. Num ato impensado, atirou-se sobre Hermione e Gina, a maldição os errara por pouco. Harry buscou Rony com os olhos e o encontrou, jogado no chão, se arrastando até os amigos.
_ Estão escondidos nas árvores! – gritou ele e, em seguida, estuporando um Comensal – Estupefaça!
Hermione se levantou e viu um dos Comensais vindo em sua direção, a varinha apontada para a garota. Ela foi mais rápido, tirando a própria varinha do bolso e bradando contra o inimigo:
_ Impedimenta!
O homem encapuzado foi lançado para trás, inconsciente. Hermione, erguendo a varinha para o alto bradou – Avis! – e, da ponta de sua varinha, pássaros dourados de bicos muito finos conjuraram no ar e, apontando a varinha para um grupo de Comensais e ordenou:
_ Oppugno!
Imediatamente, as aves atacaram o grupo de homens, fazendo-os perderem os alvos de foco.
_ O que espera com isso? – gritou Rony para Hermione, enquanto estuporava um Comensal – acha que um bando de passarinhos vai impedi-los de decepar nossas cabeças?
_ Foi uma distração! – falou ela, retirando de sua bolsa um minúsculo aro prateado com fios dourados envoltos.
Hermione lançou os aros contra os comensais, ordenando:
_ Engorgio!
O aro ampliou seu tamanho, caindo sobre o grupo e, quando Hermione se certificou de que o aro os envolvera, anulou o feitiço. O aro se reduziu, prendendo os Comensais um no outro.
Gina se erguera novamente e, com sua varinha apontada para dois Comensais que a pouco lhe erraram uma maldição, ordenou com sua varinha:
_ Alarte Ascendare! Impedimenta! Estupefaça!
Vários estampidos e luzes saíram de sua varinha simultaneamente, atingindo, não apenas dois, mas cinco comensais, deixando-os completamente desacordados. Hermione, percebendo o momento perfeito, decidiu que era hora de fugirem do duelo e aparatarem no Largo Grimmauld.
_ Isso vai atrasá-los! – falou ela – para o número doze!
Todos, ouvindo a amiga falando, abandonaram seus postos de batalha. Harry abraçou Gina e, no mesmo instante, tudo ficou escuro, e eles rodopiaram. Quando tudo se tornou visível, enxergaram o número doze à frente da casa e as escadas que davam para a porta da frente. Correram até a porta, certificando-se de que ninguém os observava e, juntos, entraram na casa. O lugar estava desprotegido de magias. Finalmente a casa de Sirius se tornara segura novamente, com a morte de Severo snape. Harry se jogou em uma poltrona, coberta por uma fina película de poeira, Hermione e Gina deitaram, exaustas, no sofá e Rony se estatelou no carpete encardido. Assim que todos acalmaram os ânimos, Harry, enfim, comentou:
_ Você foi excelente, Gina!
_ Hermione também foi muito bem. – falou Gina – aquela idéia foi muito legal, usar um anel para prendê-los. Hei, Mione. Aquilo parecia até uma aliança. O que era?
Hermione lançou um olhar assustado ao namorado e, ele percebendo o olhar entendera tudo. Levantou-se, nervoso, e saiu, batendo os pés.
_ Ótimo! Retrucou ele – aquilo não era nada, afinal de contas! O que valia quilo, não é mesmo, Hermione?
Rony subiu as escadas, com os nervos à flor da pele. Gina e Harry, depois do choque, olharam para Hermione, estupefatos.
_ Você... Ele te deu uma aliança... De compromisso? – gaguejou Gina – Se eu soubesse... Hermione me desculpe... Eu não...
_ Não se preocupe, Gina. Está tudo bem.
Antes que Harry pudesse dizer o que estava pensando, o grito de Rony ecoou pela casa. Alguma coisa lhe acontecera. Os três saltaram de seus assentos e subiram as escadas aos tropeços.
Ao atingirem o patamar principal, seguiram a voz de Rony. Vinha do antigo quarto de Sirius. Ao entrarem lá, depararam com uma criaturinha cinzenta de olhos do tamanho de bolas de golfe olhando, furiosamente, para Rony, enquanto mordia seu tornozelo. Harry se jogou diante do elfo e, com um chute certeiro, bradou contra ele:
_ Monstro! Pare já com isso!
O elfo encolheu-se, sua expressão patética estampada na cara cansada, e rosnou alguns palavrões contra seu dono.
_ Harry! – Hermione ralhou, sentindo compaixão do elfo – Ele esteve aqui sozinho esse tempo todo! Como pode fazer isso com ele? Pobrezinho...
_ Sangue-Ruim! – rosnou Monstro – sua sangue-sujo! Como ousa sentir pena de Monstro! Monstro não quer compaixão de trouxa sangue-ruim!
_ Monstro, fecha essa matraca! – ordenou Harry.
O elfo engoliu em seco. Seu rosto estava inchando, um desejo terrível de despejar todas as ofensas sobre Hermione, misturado ao seu dever de obedecer fielmente ao seu dono.
_ Harry! Pendura a cabeça dele junto daqueles outros lá embaixo! É o lugar dessa besta! – vociferou Rony, tentando estancar o sangue do tornozelo com um lençol empoeirado.
_ deixa que eu cuido disso. – falou Gina, apontando sua varinha para o ferimento do irmão – Episkey!
O ferimento desapareceu e seu tornozelo ficou como era antes. Hermione, enquanto isso, tentava se aproximar de Monstro, na tentativa de confortá-lo, enquanto o elfo se esquivava dos movimentos da garota, se segurando para não ofender sua herança sangüínea.
_ Monstro. – falou Harry, bruscamente – vá nos preparar algo para comer. E que seja bom!
O elfo, quase rachando de frustração, desapareceu do quarto, deixando uma fina nuvem de poeira onde estava a pouco. Hermione, indignada com o tratamento que Monstro recebia, falou:
_ Ele só está com medo! Ele não pode...
_ Medo de quê? – vociferou Rony – de comer o meu pé e ter uma indigestão? Ah, sim! Isso é lamentável!
Harry, entrementes, não estava prestando a menor atenção à discussão dos dois. Seus olhos estavam fixos em uma foto jogada sobre uma mesinha de mogno. Na época em que estivera ali, a foto não estava ali. Harry pegou-a e observou os personagens que a compunha. Num canto da foto, Sirius estava com seu braço acima do ombro de Tiago, e ao lado deles, um jovem muito parecido com Sirius, porém menos vistoso, sorria e abraçava o irmão. Régulo? O que ele estava fazendo naquela foto? Conhecera o pai? Chegaram a ser amigos um dia? Harry observava a foto, incrédulo. No pescoço do irmão mais novo de Sirius, o medalhão escrito R.A.B. brilhava impecavelmente, mesmo a foto estando tão surrada e envelhecida. Seu pai, Tiago Potter, era amigo de Régulo Arcturo Black.




PS> Pessoal, eu já postei 8 capítulos, mas eu só tive 2 comentários até agora. Por favor, leiam e comentem. Não existe razão de fazer uma fic com tanto esforço se ninguém se interessa, não é? Me desculpem se estou parecendo presunçoso, nada disso. É que, realmente, eu preciso de saber se essa fic está agradando vocês. Então, por favor, comentem.

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