Ligações Misteriosas



7> Ligações misteriosas

Uma semana havia se passado desde o acontecido. Harry já estava muito melhor, mas ainda não admitia que Edwiges tinha sido assassinada por um Comensal. Muitas horas de conversa, Harry já havia dito a Rony, Hermione e Gina que,na semana seguinte, sua última semana antes do início das aulas, iria procurar informações mais precisas sobre a atividade dos comensais. Sabia muito bem onde seria o primeiro lugar: Borgin e Burkes.
Hermione insistia que, talvez, fosse melhor esperar um pouco mais. Rony, por outro lado, compreendia a urgência de Harry. Perdera seus pais, o padrinho e Dumbledore, um grande amigo, nos últimos sete anos, e agora sua coruja, que fora fiel ao dono, estava morta. Não poderiam culpar Harry pelo desejo de vingança, não depois do que lhe ocorrera. Harry, por vezes, lia e relia a carta deixada por edwiges e ficava se perguntando se era realmente confiável.

“Caro Harry Potter,

Sinto lhe enviar essa carta assim, tão de repente. Sua coruja é muito inteligente. Ao me ouvir mencionar o seu nome a um amigo meu, seguiu-me até o Ministério. Consegui identifica-la através de uma foto do Profeta Diário, em que você, sua coruja, uma bruxa que nasceu trouxa e a família weasley aparecem comemorando a vitória contra Aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Saiba que, a partir do dia 1 de setembro, irei trabalhar em Hogwarts. Descobri um segredo que Percy e o chefe dos aurores querem ocultar do mundo todo: os Comensais estão de volta. Encontraram a marca negra sobrevoando a casa dos Malfoy. Não havia ninguém. Draco dizia muito assustado, mas não me convenceu. Saiba que, aconteça o que acontecer, você tem um aliado dentro de Hogwarts.

Um amigo secreto”

Harry não sabia se poderia confiar na carta, não depois de ser ver traído por tantas pessoas. Por outro lado, se fosse verdade o que o homem (ou mulher, como dizia Hermione) estava dizendo, eles não poderiam ignorar o fato dos Comensais estarem tentando se reerguer.
Harry, por outro lado, decidiu aproveitar seus últimos três dias “sem preocupações” antes de sair para buscar novas informações. Diante de tantos acontecimentos, talvez fosse bem provável que a carta estivesse certa.
_Ou talvez seja algum Comensal tentando conquistar sua confiança. – advertiu Hermione.
_ Eu sugiro confiar desconfiando. – falou Gina – é óbvio que alguma informação nesta carta está certa. Isso significa que, ou teremos um aliado em Hogwarts...
_ Ou um inimigo. – concluiu Rony, pesaroso – ta vendo, mais um motivo pra eu ter que ficar com vocês e...
_ Não. – falou Harry – vocês não podem se meter, é muito perigoso e sem contar que...
_ Ah, Harry! Cala essa sua boca! – falou Gina, impaciente – Não começa, ta legal! Desde quando a gente te deixou ir sozinho pra algum lugar? Para de bancar o forte, Harry! Você sabe que precisa da gente. E enquanto ao nosso pacto?
Harry ficou pensativo, observando o nó dos próprios dedos. No fim, falou:
_ Tudo bem, pessoal. Mas, saibam... se algo acontecer... eu serei capaz de dar a minha vida para salvá-los.
_ Todos nós o faremos, Harry. – falou Rony, dando um tapinha amigável no ombro de Harry – esse é o nosso pacto.
Depois daquela conversa, Harry passou a se sentir bem melhor, deixando aquela carta de lado, afinal, não precisava se preocupar. Se seus amigos estavam com ele, nada iria derrubá-los.
Hermione decidira arrumar as bagagens com antecedência. Por ser uma bruxa cautelosa, sabia que a missão que tinham pela frente não seria fácil. Ficou um longo tempo em seu quarto, ou melhor, no quarto de Gina, arrumando alguns livros e poções que seriam importantes para a semana de descobertas. Harry não sabia como ou porquê, mas sentia que havia algo muito maior no meio de toda essa história. Por que os Comensais estariam atacando? Era impossível trazer Voldemort. Seus sete fragmentos de almas foram destruídos. Eles tinham um plano muito maior, talvez... um novo mestre.
Hermione estava no quarto de Rony, quando gritou os três amigos, pedindo ajuda para empilhar os livros.
_ Qual é, Hermione. – falou Rony, debochado – nenhum Comensal vai esperar você ler esses livros. Isso se conseguir carregar todos.
_ Isso é bem simples. – falou a garota e, apontando a varinha para uma pequena bolsa, bradou: Compacto Compartis!
Um fiapo de luz azul saiu de sua varinha, envolvendo a bolsa. Nada mais do que isso, e Rony se via na dúvida de rir do feitiço mal feito ou perguntar que diabos ela tinha tentado fazer.
_ Veja com seus olhos. – retorquiu ela.
Hermione pegou um livro de título “Como enfrentar um Espírito Agourento” e outro chamado “Lidando com criaturas selvagens”. Lançou-os dentro da bolsa que, aparentemente, suportava apenas um livro de tamanho médio. Jogou ainda alguns frascos de poções que julgara útil e uma outra mala com sacos de dormir e algumas roupas e lençóis. Rony ficou boquiaberto, mas Harry já esperava tal eficiência da amiga.
_ Sempre surpreendendo, hein. – falou Gina, rindo-se da cara do irmão.
_ Bem – continuou Hermione, mais confiante – preciso que me ajudem a escolher o que vamos precisar, sabe, o que julgarem ser de crucial importância.
_ Bem... – Harry abriu sua mala e, tirando alguns objetos, entregou à Hermione – minha vassoura, o espelho de Sirius (que ainda não sabemos para quê serve) e o mapa do maroto. Ah, minha capa de invisibilidade também.
_ Bem... – Rony remexeu em algumas gavetas e em caixas sob a cama – acho que esse livro seria útil. “Poções de Cura e Regeneração de Órgãos Superficiais”. Deixe-me ver... Ah, sim. Harry, o medalhão seria útil.
Harry, lembrando-se do medalhão falso que recebera há alguns anos, abriu novamente seu malão e o entregou à Hermione. Eles sabiam que havia algo de especial nele. Talvez não fosse tão importante, mas certamente poderia ser útil. Vários outros livros foram recolhidos, os que pareciam mais importantes. Hermione colocara “Hogwarts, uma história” sobre toda a pilha de livros. Preparara poções polissuco, veritasserium e algumas poções bastante eficazes.
_ Hei, será que eu posso levar esse exemplar de “Quadribol Através dos Séculos”? – perguntou Rony.
_ Sinto muito, Rony, não pode. – respondeu Hermione.
_ Isso é muita injustiça. Só porque você não gosta...
_ Rony! Não podemos levar porque não cabe. Ou você acha que com esse meu feitiço a bolsa vira um buraco sem fundo? Não tenho tanto poder assim, Rony! Simplesmente não cabe.
Desapontado, Rony joga o livro sobre sua cama, resmungando palavrões que Gina condenou ao ouvi-los. Haviam algumas roupas, livros, poções e sacos de dormir na bolsa magicamente ampliada. Aparentemente, tudo estava pronto. Mas ainda tinham dois dias para aproveitar ao lado da família Weasley e os outros integrantes da Ordem da Fênix. HArry não conseguia para de pensar nos detalhes da viagem. Ano passado fizera uma viagem à procura dos horcruxes e, agora, não tinha muita noção do que, realmente, procurava. Só sabia que os Comensais da Morte estavam se reagrupando, prontos para realizarem uma investida contra ele a qualquer momento.
Entrementes, a Sra. Weasley preparava uma ótima refeição para a família e seus convidados. O Sr. Weasley desistira de estudar televisores e, agora, estava ajudando Carlinhos a polir as cadeiras que seriam usadas no casamento de Tonks e Lupin. Harry pediu mil perdões por não poder participar do casamento, assim como Rony, Gina e Hermione. Lupin, por outro lado, sabia que não poderia pedir que eles ficassem. Harry, a partir do momento em que nascera fora marcado para lutar contra as forças das trevas e, seus amigos, a partir do momento que cruzaram seu caminho, foram marcados a segui-lo e serem fiéis custe o custasse.
A mesa já estava posta no jardim. O banquete estava impecavelmente organizado sobre a mesa, emanando um gracioso cheiro de carne de carneiro com batatas e frango assado, além do inconfundível cheiro de torta de maçã, especialidade da Sra. Weasley. Todos se se sentaram à mesa, famintos. Na extremidade da mesa, o Sr. e a Sra. Weasley estavam assentados, enquanto o restante do pessoal se acomodava. Harry havia se sentado ao lado de Gina e Rony, que estava ao lado de Hermione.
Harry se serviu de uma porção considerável de tortinhas de frango, enquanto experimentava um pouco do uísque de fogo, predileto de Hagrid. Rony se servia de um amontoado de torradas e fritas com passas, bebendo um copo de vinho das cordilheiras. Hermione, que sempre fora mais moderada, apreciou um bom e simples pedaço de frango assado com molho de picanha, e suco de abóbora para acompanhar. Gina se servira do mesmo.
O Sr. Weasley estava empolgado com a sua promoção. Não era o cargo melhor que já tivera mas, com certeza, era melhor que o anterior.
_ Acho que não lhe contei, Remo. – dizia Arthur – estou trabalhando agora na Seção do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas. Bem, não é como na Seção para Detecção e Confisco de Feitiços Defensivos e Objetos de Proteção Forjados, mas, posso lhes assegurar, é um cargo bem melhor.
_ Aquele infeliz do Percy. – retrucou Fred – sempre foi todo pomposinho, posando de bom samaritano. Vejam no que deu todo esse mimo. Está contra todos nós.
_ Fred! – exclamou Sra. weasley, com certo remorso em sua voz, provavelmente em viver protegendo Percy e condenando Fred e Jorge – Não diga isso! Ele é o seu irmão!
Realmente, Molly Weasley sempre encobertara o filho Percy não importa o que acontecesse. Talvez por se mostrar o mais promissor, ela o protegia das implicâncias dos irmãos, das provocações de todos que ousassem criticar o filho modelo. Mas, naquele momento, a Sra. Weasley percebeu que de nada adiantou todo o carinho que ofereceu ao filho. Ele simplesmente saiu de casa um dia com raiva dos irmãos e dos pais.
_ tanto faz. – retorquiu Rony – antes não fosse. Vocês tinham que ver como ele foi indiferente com a perda da Edwiges... Ah, desculpa, mãe! Mas ele não merece seu respeito. Nem te mandou uma carta no último natal, ou mandou?
_ Sinceramente, Rony – comentou Tonks – as pessoas mudam muito. Ele é apenas um jovem que acabou de sair das fraudas. Uma notícias dessas mexe com a cabeça de qualquer um. Vai chegar uma hora que o cara vai perceber a burrada que fez e, sem dúvida, vai voltar correndo pra casa.
_ Você acha mesmo isso, Tonks? – falou Sra. Weasley, esperançosa.
_ Com certeza. – confirmou convicta – isso se ele já não estiver arrependido. Com certeza ele veio trazer a coruja de Harry pessoalmente com o pretexto de ver a família.
_ Duvido muito. – respondeu Gui – Eu conheço aquele lá. Sempre se preocupou consigo mesmo. Com certeza está fazendo bonito só para mostrar alguma coisa de interessante no Profeta Diário.
_ Isso é verdade. – falou Jorge, rindo – a única matéria que saiu sobre ele no jornal foi “Percy Weaterby Será mesmo competente como diz ser?”! Foi hilário! Imagine aquelas orelhas de abano vermelhas de vergonha.
_ Espero que ele pegue aquele Ministério todinho e coloque bem no...
_ Rony! – exclamou Hermione, irritada – Francamente! Estamos comendo!
_ Ah, desculpe-me. Nem tinha percebido. Achei que estávamos fazendo tricô.
Hermione, furiosa, virou a cara para o namorado e, durante todo o jantar, não conversou mais com ele.
_ Às vezes eu fico aqui, pensando comigo... – falou Gina, sonhadora – eu me lembro da primeira vez em que eu fui à Hogwarts. Foi o dia mais incrível da minha vida.
_ É sempre especial, o primeiro dia. – falou Carlinhos – foi um dia inesquecível.
_ Não se esqueça, Gina – começou Sra. Weasley – que, naquele mesmo ano, você quase... Bem... Não gostei muito.
_ Foi uma época boa. – respondeu Harry vagamente. Todos o olharam – Eu ainda podia contar com Dumbledore. Tinha a Edwiges do meu lado... Talvez... Se eu soubesse de Sirius a mais tempo, quem sabe eu não teria aproveitado a companhia dele a mais tempo... Tentado tirá-lo daquele buraco.
Harry percebera que, se tivesse buscado verdadeiramente alguém que fosse ligado a ele no passado, encontraria Sirius antes do esperado. Percebeu, então que, desde o dia em que lhe disseram que era órfão, nunca chegou a procurar nenhum parente, além dos Dursley. Será que seu pai era filho único? E se tivesse primos? Um avô vivo, ou sabe-se lá quem. Não, nunca procurou. A idéia de vencer Voldemort se tornara tão fixa em sua mente, que não pensou em buscar nenhum outro objetivo. E quando vencesse todos os Comensais e poder das trevas? Seu objetivo de viver acabaria? Sirius ou Dumbledore poderiam lhe ajudar nessa questão... Mas estavam mortos... porque se preocuparam em salvar a vida de Harry.
Ninguém dissera uma palavra. Todos estavam tentando digerir as palavras de Harry, proferidas de forma tão intensa, que chegou a marejar os olhos de Hermione com lágrimas. O jovem bruxo, percebendo que o clima pesara, resolveu mudar o assunto rapidamente, sentindo-se culpado em quebrar o clima de harmonia.
_ Mas e aquela Dolores, hein! – falou ele forçando um sorriso bem autêntico – Que foi aquilo? Aquela sapa gorda infernizou a nossa vida!
_ Nem me diga. – falou Fred, rindo-se – Morcega velha! Mas graças a ela, Gemialidades Weasley se concretizou. Plantamos nosso próprio negócio em cima do couro fedido daquela ratazana medonha!
_ E o Lockart? – comentou Hermione, ainda zangada com Rony – Aquilo sim foi uma figura inesquecível.
_ O pior – dizia Rony, rindo – é que ele realmente se achava o máximo.
_ Até modificar a própria memória. – lembrou Harry, não se agüentando de tanto rir.
_ Bons tempos, aqueles. – falou o Sr. weasley, se espreguiçando depois de uma boa refeição – bem, eu estou acabado. Acho que vou dormir.
Todos, concordando com Arthur e compartilhando do mesmo cansaço, se juntaram para arrumar a mesa e lavar os pratos. Enquanto Harry e Rony arrumavam as mesas e cadeiras em seus devidos lugares, Hermione e Gina lavavam os pratos. Em menos de dez minutos, todos já estavam se aprontando para dormir. Tonks e Lupin se despediram do grupo e aparataram. O restante dos Weasley se dirigiram aos seus respectivos quartos e, os quatro amigos, depois de muito conversarem, preferiram dormir àquela hora, ansiosos para o dia seguinte.

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A noite se passou vagarosamente. Harry acordara diversas vezes no meio da madrugada, sentindo-se mal com os sonhos que andava tendo. Sonhara com uma mulher encapuzada suplicando perdão e dois vultos grotescos ao lado dela, gargalhando maldosamente.
Nervoso com todos esses sonhos, Harry se levantou, não conseguindo pregar o olho. Consultou seu relógio. Eram quase três horas da manhã. Harry desceu as escadas, vagarosamente, em direção à cozinha. A única coisa que poderia acalmar os seus ânimos era um copo com leite até a borda. Ao chegar à cozinha, topou com Gina, sentada á mesa, muito pensativa.
Harry pegou o copo de leite, silenciosamente, e se sentou perto da namorada. Os dois ficaram ali, ora se encarando, ora observando os nós dos próprios dedos. No fim das contas, Gina resolvera falar com ele:
_ Harry... Tenho andado muito preocupada.
Harry olhou seu rosto cansado. Era evidente que Gina deixava suas expressões ansiosas e preocupadas aflorarem quando mais ninguém estava olhando.
_ Diga, Gina. O que houve. – perguntou Harry num sussurro.
_ Eu tenho... Bem, eu tenho... Ouvido algumas vozes ultimamente.
Harry fitou-a, seu olhar perplexo. Gina também ouvira vozes. Isso significava que, possivelmente, naquela noite, a voz que o chamara não era fruto de sua imaginação.
_ Como... Como é essa voz? – perguntou Harry.
_ Você sabe, Harry. – respondeu ela, cansada – Você também a ouve. Ele me contou... ele disse que precisávamos salvá-lo.
_ Como, Gina? Desde quando você passou a ouvir essa voz?
_ Desde o dia em que fizemos aquele pacto. – respondeu ela – depois disso, esse homem, acho que é alguém muito jovem... Ele tem pedido para que eu fique do seu lado... Ele tem me pedido que protegesse você.
_ O que... – Harry parecia confuso demais para entender. A voz queria que ela o protegesse? – como assim, me proteger?
_ Eu não sei, Harry. A cada dia, eu tenho entendido menos o que ele diz. Um dia eu o ouvi dizer “cócegas”. Se não me engano, ele me disse isso ontem, pela manhã. Depois disso, ele simplesmente parou de falar comigo.
Harry ficou observando a namorada, atônito. Havia algo de muito estranho acontecendo. Que voz era essa que se comunicava com eles? Quem poderia estar fazendo isso? Seria algum polter-giest rondando pela casa, pregando peças nos outros? A voz dissera a ele que o salvara na noite do Quadribol. Mas, e se fosse alguma cilada. “Nunca confie em nada que pense se você não pode ver onde fica o seu cérebro!”, Harry se lembrara das palavras do Sr. Weasley. Palavras sábias. Por diversas vezes, harry passara por situações similares e, cedo ou tarde, algo terrível acontecia. Não poderia confiar naquela voz, assim, tão facilmente. Ela precisava provar sua lealdade primeiro.
Naquele momento, Hermione e Rony estavam descendo as escadas. Juntos, procuraram a jarra contendo leite e despejaram uma quantidade considerável do líquido branco em dois copos. Rony acenou a cabeça preguiçosamente e Hermione deu um “alô” que soou como um rosnado de um pequinês enraivecido.
_ Parece que não fomos os únicos que resolvemos fazer uma boquinha. – comentou Gina, tentando descontrair o ambiente – achei que não acordariam tão cedo.
_ Bem, eu não consegui dormir. – falou Hermione.
_ Eu, muito menos. – concordou Rony, exausto.
Harry ficou se perguntando se deveria contar sobre as vozes que ele e sua namorada andavam ouvindo. Se era algo de grande importância, seus amigos deveriam saber. Por outro lado, Harry sabia que, ao contar algo preocupante como isso à Hermione, ela diria aos pais de Rony no mesmo instante. Não que Hermione fosse ruim em guardar segredos. Ela apenas se sentia no dever de contar coisas que poderiam por a vida de seus amigos em risco. Isso, harry sabia, não poderia ser usado para julgar Hermione como uma pessoa ruim, e nem poderiam culpá-la por agir assim, depois de tantas vezes passarem por situações parecidas.
Esconder um segredo à Hermione causava em Harry um sentimento de culpa ainda maior. Mas não poderia se dar ao luxo de permitir que uma situação dessas o impedisse de buscar respostas em relação ao reaparecimento dos Comensais. Havia algo de muito estranho em tudo isso. Harry não sabia como, mas a voz e a volta do poder das trevas parecia ter alguma ligação, tudo isso somado aos estranhos sonhos que tivera nos últimos dias, o que o deixava ainda mais preocupado. Seus sonhos sempre tiveram uma repercussão importante no desenrolar das tramas mais obscuras que surgiam em seu caminho. Harry tinha de falar com os amigos. Não poderia privá-los da verdade. O pacto que fizera os unira tão intensamente que, mesmo se quisesse, Harry não conseguiria esconder nada dos amigos.
Mas, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Gina virou-se para a amiga e perguntou:
_ Hei, Mione. Por que acordaram, afinal de contas? Você parecia dormir como um anjo.
_ Bem...Eu tive um sonho. – Hermione falou.
Rony olhou a namorada com um pouco mais de consideração e, em seguida, falou:
_ Eu também tive um sonho.
Harry, naquele momento, despertou de seus devaneios e, com uma expressão de compreensão, virou-se para seus amigos, muito curioso, e perguntou:
_ Sonho, é? Que tipo de sonho era esse?
_ Bem... – Hermione pensou e, em seguida respondeu – não me lembro muito, mas era bem ruim. Haviam dois homens rindo, sabe. E havia uma mulher muito arrependida por algo que fez.
Rony virou-se para Gina, Harry e Hermione, exclamando:
_ Hei, eu também sonhei isso!
_ Ah, Rony! Pare com essas brincadeiras. – indagou Hermione.
_ Ah, esquece, viu! Você acredita, não é, Harry?
_ Sim, acredito. – ele fez uma breve pausa e continuou – Porque eu tive o mesmo sonho!

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