Surpresas.





Sem enrolações, vamos direto ao assunto!

-------------------------------------------------




Céu nublado e escuro, uma brisa gelada anunciava o inverno vindouro, seu corpo devidamente aquecido pelas cobertas macias e pela aconchegante cama, seus novos e antigos colegas ainda dormiam tranqüilos nas outras camas que preenchiam o dormitório masculino do sétimo ano e, para coroar, estava em Hogwarts. Tudo estava perfeito? “Quase!”. Era o que Harry Potter pensava no momento. Ele até poderia considerá-lo perfeito em outro contexto, mas um pequeno grande detalhe não o permitia este prazer no momento.

Harry havia acordado bastante cedo, talvez pela ansiedade de assistir a primeira aula do ano. Ele bem que tentou dormir novamente, mas, não obteve sucesso e acabou se dando por vencido. Como seus companheiros de quarto não demonstravam o mínimo interesse em fazer companhia a ele no plano material, resolveu procurar o que fazer para matar o tempo. E foi então que o gosto amargo do fel lhe subiu a garganta, assim que olhou para seu criado-mudo, na intenção de pegar seus óculos.

Lá estava ele, impecavelmente bem cuidado, como não poderia ser diferente pertencendo a quem pertence. Mas, apesar da boa aparência, Harry, só de olhar, já o considerava tão asqueroso quanto à pessoa que o criou.
Assim como previra, Hermione realmente fez questão de adquirir seu exemplar de “A história real e detalhada de Harry Potter, o menino que venceu!”, por Rita Skeeter, e qual não foi a surpresa saber que o livro estava sendo um fenômeno de vendas na Floreios e Borrões. “Oh, eles estão aparatando de nossas prateleiras! Em poucas semanas chegou a vender mais exemplares que “A vida e as mentiras de Alvo Dumbledore” ou a coleção completa de Gilderoy Lockhart”, informou a sorridente e satisfeita balconista da movimentada livraria assim que entregou o exemplar de Hermione.

Apenas na plataforma, a caminho de Hogwarts no dia anterior, foi que Hermione emprestou o livro ao amigo, pois até então não tinha terminado de lê-lo. Quando questionada sobre o conteúdo do livro, a jovem limitava-se a sacudir os ombros com indiferença e soltar frases lacônicas, como: “É uma leitura interessante” ou “Dá pra dar umas boas gargalhadas”. Mas quando entregou o livro a Harry, ela chegou a assustá-lo quando confessou que não tinha idéia de como a megera descobrira certas coisas, e que ela se sentia obrigada a admitir que nem tudo ali era um completo lixo.

Harry apanhou o livro, pôs os óculos e deitou-se de bruços, apoiando-se nos cotovelos e tomando o cuidado de não sair debaixo das cobertas, pois o frio estava desconfortável. Acendeu sua varinha, já que ainda estava escuro, e sem muito interesse esquadrinhou rapidamente a capa do livro, o abrindo em seguida. Resolveu abri-lo aleatoriamente, então pulou as páginas iniciais, achando que os primeiros capítulos deveriam ser um deprimente e exagerado melodrama sobre sua infância conturbada. Viu o número noventa e sete enfeitando o canto esquerdo do rodapé, e coincidentemente, naquela página se iniciava um capítulo.



“CAPÌTULO 8: AMIGOS INSEPARÁVEIS?”


Como já relatado anteriormente, Harry Potter nasceu sem a presença dos pais, sendo criado por seus únicos parentes vivos (trouxas) em condições lastimáveis (ver capítulo 3). Isso até completar 11 anos e descobrir que era um bruxo, e muito famoso.

Quando embarcou no trem que o levaria até Hogwarts, nosso pequeno herói nem imaginava as mudanças que ocorreriam e sua vida e as surpresas que lhe estavam reservadas. Uma delas, por sinal, estava ali, dentro daquele mesmo trem. Foi ali, no primeiro contato de Harry Potter com o mundo bruxo que ele descobriu Ronald Billius Weasley. O ruivo de origem humilde e integrante da tradicional família de puro-sangue, os Weasley, estaria destinado a acompanhá-lo em suas batalhas e compartilhar de seus maiores segredos, pois este passou a carregar o título de melhor amigo do menino-que-sobreviveu. Felizmente, os dois acabaram ingressando na mesma casa em Hogwarts: a Grifinória, e a partir daí construíram uma sólida amizade, até entrar em cena a última integrante do “trio maravilha”.

Hermione Jane Granger, nascida trouxa, também pertencente à Grifinória, sem atrativos físicos relevantes e possuidora de um gênio potencialmente assustador, acabou conquistando a simpatia e confiança de Harry Potter e seu fiel amigo. Sua mente apurada e sua inteligência grandiosa lhe renderam o título de “sabe-tudo” nos terrenos da renomada escola de magia e bruxaria, e não é a toa que a jovem é possuidora de notas exemplares e é elogiada por praticamente todo o quadro docente de Hogwarts.

Os três, aparentemente, possuíam uma ligação forte e estável de amizade, e sempre estavam juntos, seja pelos corredores da escola, seja em meio às confusões que arranjavam por lá. Mas, como nem todo ponto dourado reluzente é um galeão autêntico, o famoso trio também teve suas desavenças, como no quarto ano deles em Hogwarts.

O polêmico torneio tribruxo, sediado pela escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, foi o fator desencadeante de uma grave crise na até então “inabalável” amizade perfeita entre Harry Potter, Ronald Weasley e Hermione Granger. A partir daí, profundas feridas começaram a macular a imagem quase fraternal que os três compunham aos olhos da sociedade bruxa.

Como não poderia deixar de ser, Harry Potter foi misteriosamente escolhido pelo cálice de fogo para compor o time de campeões que disputariam a almejada Taça Tribruxo, o que acabou sendo um fato extremamente vantajoso à Hogwarts, que passou a apresentar dois representantes pela briga da Taça, causando revolta às outras escolas participantes, que se sentiram traídos e revoltosos pela visível desvantagem em que se encontravam. No entanto, o que realmente chocou a população foram os artifícios utilizados na inscrição do jovem bruxo no torneio, visto que este era menor de idade (ele tinha apenas quatorze anos) e, por lei, proibido de participar da competição. Hoje, sabe-se que Potter havia sido inscrito por um comensal da morte que tinha se infiltrado na escola se passando por um professor, utilizando-se e beneficiando-se dos convenientes e espetaculares efeitos da poção pollissuco, e que tudo fazia parte de um plano para levá-lo até Você-sabe-quem. Mas até que o torneio se encerrasse de forma tão drástica, a participação de Harry Potter havia sido barbaramente contestada e o jovem acabou sendo alvo de horrendas injustiças e impiedosos julgamentos a seu caráter e integridade moral, além de ser obrigado a cumprir as tortuosas e cruéis provas do torneio, mesmo estando em uma grotesca desvantagem de idade e conhecimentos em magia com relação aos outros campeões. Mas todos os detalhes do torneio serão explicados mais à frente; o que vem ao caso no momento, é a grande decepção pela qual passou nosso herói.

Com todos as evidencias contra ele e sofrendo milhares de acusações falsas, restou à Harry Potter buscar apoio e força para enfrentar todas essas dificuldades ao lado de seus fiéis amigos, certo?

Errado!

Eis que a pior decepção que Harry Potter poderia sofrer veio de onde ele menos esperava, pois seu “melhor amigo”, Ronald Weasley, não acreditou nele e, assim como grande parte da população bruxa, o acusava de querer brilhar ainda mais sob os holofotes de sua fama. Só restou a Harry, então, buscar conforto junto de Hermione Granger, que acreditava incondicionalmente na inocência de seu “amigo” e que certamente já nutria uma paixão secreta pelo menino-que-sobreviveu e parecia sedenta por ocupar um posto mais importante na vida dele.




----




Harry tinha as sobrancelhas erguidas e uma expressão divertida no rosto. Nunca havia lido uma baboseira tão grande. Teve vontade de acordar Rony e convida-lo a rir com ele enquanto liam. Mas Harry parou de sorrir instantaneamente ao pensar na reação do amigo caso lesse aquilo. Rony provavelmente não acharia a menor graça, afinal, nem tudo ali era um lixo, como mencionara Hermione, pelo contrário, se lesse novamente veria que quase tudo que a Skeeter escrevera era verídico. Ele e Rony realmente ficaram brigados por um bom tempo, e o amigo, assim como a maioria de seus colegas, achavam que ele havia trapaceado para se tornar campeão do torneio, buscando atrair ainda mais atenção do que já atraia naturalmente, e contra sua mais profunda vontade, diga-se de passagem.

Harry olhou para a cama em que o amigo ainda roncava, completamente inconsciente dos seus pensamentos. Ele entendia as razões que levaram Rony a ter agido daquela forma, apesar de não achar que isso tornava o amigo menos idiota pelo que fez. Aliviado, ele concluiu que realmente não tinha mágoas quanto a isso, havia perdoado o amigo, não apenas nesse caso, mas inclusive no último episódio lastimável e doloroso pela qual passaram há alguns meses atrás. Um calafrio lhe passou pelo corpo com esse último pensamento, e com certo temor, tornou a ler o livro, desejando do fundo de sua alma que Rita Skeeter não tivesse descoberto nada sobre o último desentendimento que teve com o amigo.



Uma hora depois...



Harry já tinha lido mais dois capítulos do livro, e foi com uma grande surpresa que se flagrou absorto em sua leitura, quase gostando do que lia. Tinha de admitir que Rita Skeeter descobrira muito mais do que ele imaginara que ela tivesse capacidade e, assim como comentou Hermione, era um mistério como a repórter havia conseguido certas informações. Mas, como nem tudo é perfeito, algumas notícias ali haviam sido tão grotescamente distorcidas e outras talentosamente inventadas, que não conseguiu evitar algumas gostosas gargalhadas ao ver até que ponto chegava o humorístico e doentio ponto de vista da Skeeter nojenta. Pelo menos ela estava sendo mais condescendente com ele do que fora com Dumbledore, talvez pelo fato deste já estar morto e não ter meios de contestá-la ou desmenti-la.

Olhou no relógio e afundou a cabeça no travesseiro, praguejando baixinho ao constatar que ainda era muito cedo para acordar Rony. Resolveu levantar e ir a outro lugar para continuar sua leitura, pois seu corpo já estava dolorido e não encontrava uma posição confortável para ler em sua cama. Decidiu se arrumar e ir para o salão comunal, assim já aguardaria os amigos e Gina para irem assistir aula.

Harry já estava completamente arrumado quando começou a descer as escadas que levavam ao salão comunal. Seus livros novos e seus materiais já devidamente guardados na mochila que tinha nas costas, e levava apenas “A história real e detalhada de Harry Potter, o menino que venceu!” em uma das mãos. Estava dando um grande bocejo quando parou de descer as escadas. Apurou melhor a vista em direção ao ainda escuro salão e então constatou que realmente havia alguém ali. Franziu o cenho, afinal, quem mais poderia estar acordado há essa hora? Deu de ombros e tornou a descer os degraus, tomando o cuidado de esconder a capa do livro junto ao peito, pois não queria que ninguém o visse lendo aquilo. Aproximou-se lentamente da pessoa na penumbra e, quando chegou perto o suficiente, já estava bastante relaxado. Havia reconhecido a garota que estava sentada no chão, abraçando as pernas, aparentemente perdida em pensamentos enquanto fitava as cinzas da madeira que as chamas haviam consumido na lareira durante a noite.

- Oi! – disse a tocando de leve nos ombros, a sentindo dar um pulinho de susto.

- Harry! – falou assim que o viu, com a mão espalmada sobre o peito – Você quase me matou de susto!

- Desculpe, realmente não foi minha intenção. – desculpou-se enquanto jogava sua mochila em uma poltrona.

- Tudo bem! Acontece que eu não esperava ninguém aqui à uma hora dessas. Ainda é muito cedo. – justificou, o vendo sentar no chão ao seu lado.

- Eu também não. Aliás, o que você está fazendo aqui tão cedo? Ainda está de camisola.

- Ah, é! – respondeu um pouco sem-jeito, apertando mais as pernas junto ao corpo – Eu já ia subir, pois está um pouco frio e a lareira está apagada, então... – ela parou de falar sob o olhar desconfiado que ele lhe dava, sabia que não conseguiria enganá-lo.

- Hermione, não tente me enrolar!

- E se eu quisesse, você acha que eu conseguiria?

- Apesar de eu te conhecer razoavelmente bem, você tem capacidade pra isso!

Ela sorriu.

- Não é nada demais, Harry! Eu acho que estou um pouco ansiosa com o início das aulas. – disse calmamente e de forma comedida enquanto voltava a olhar para a lareira apagada.

Harry não disse nada, apenas olhou para o mesmo ponto que ela olhava, aguardando.

- Como você conseguiu lidar com isso? – perguntou ela um tempo depois.
Harry a olhou de forma interrogativa.

- Digo, essa pressão toda, sabe? – continuou Hermione calmamente, ainda fitando as cinzas – Eu sei que agora é muito diferente de antes, mas... bom... é tão estranho sentir os olhos de todo mundo grudados em você por onde passa! Você viu ontem durante o jantar de início de ano letivo? Todos olhavam pra gente e... – ela virou pra ele agora já um pouco exasperada – Eu sei que esse tipo de coisa é inevitável, mas será que nunca vai acabar?

- E é isso que está te tirando o sono, Mione? Logo você, que pode tirar isso de letra?

- Não, eu não sei se posso...

- Como não? É claro que pode! Você já fez isso milhões de vezes e se saiu muito bem, como em tudo que você faz! – garantiu convicto.

Hermione, um pouco corada, pareceu levemente confusa, então Harry nem esperou perguntas.

- Olha, fora o fato de ser a grande atração da escola por ser a garota mais brilhante daqui, outras coisas já aconteceram para atrair a atenção das pessoas pra você, algumas bem desagradáveis por sinal. Hermione, você sempre conseguiu superar a inveja que causa nas pessoas.

- Como pelo fato de ser a melhor amiga de Harry Potter? – perguntou a garota com um tímido sorriso.

- Não! – respondeu categórico, sem se deixar abalar – Como pelo fato de você conseguir ser incrível em tudo que faz, ou por ser elogiada por todos os professores ou por causar uma inveja ferrenha em quase todas as garotas dessa escola por...

- Eu? Causar inveja nas garotas? – Hermione riu com desdém – Eu certamente não acredito nisso nem um pou...

- O baile de inverno! – Harry a ignorou – Quero levar um coice do pônei de Sir Cadogan se existe uma garota que te viu chegar com Vitor Krum naquela festa que não teve vontade de te azarar, ainda mais quando se deram conta que você, além de estar acompanhada por um dos campeões do torneio, ainda era a garota mais linda da festa.

- A Cho estava bem mais bonita. – Hermione agradeceu por ainda estar escuro e o amigo não ver claramente seu rosto, que ardia – E a Fleur poderia ter ido de jeans, tênis e descabelada que ainda assim seria a mais...

- A Cho todos já sabiam que era bonita, e não impressionou muita gente. – Harry achou melhor dizer “muita gente”, pois alguns tinham ficado de queixo caído com a beleza da oriental, como ele, por exemplo – E a Fleur... bom, ela é descendente de Veela. – disse com simplicidade – Mas você, ninguém esperava, pegou a todos de surpresa, inclusive a mim e principalmente ao Rony.

Hermione não se ofendeu nem um pouco com as palavras do amigo, pelo contrário, admirou o esforço que ele fazia para levantar seu astral e até riu com a consideração dele.

- Oh! Muito obrigada por me informar que eu passei a ser bonita apenas do quarto ano em diante. – disse sarcástica, mas brincalhona.

Só então Harry se tocou que havia se expressado mal, mas acompanhou Hermione nas risadas, pois sabia que ela havia entendido sua intenção.

- O segredo é esse Hermione. Você mesma já se beneficiou dele. Lembra quando Rita Skeeter começou a escrever aquelas mentiras sobre você enganar a mim com o Vitor Krum e... enfim, aquelas mesmas idiotices que ela escreveu aqui? – ele suspendeu o livro que tinha nas mãos. Hermione confirmou – Então, o que você fez?

- Ignorei! O que ela escreveu era ridículo! – disse fazendo uma careta, parecendo repudiar aquelas lembranças.

- E o que você sempre me aconselhava a fazer quando eu era apontado, julgado, criticado ou difamado pelas pessoas?

Hermione sorriu, entendendo onde o amigo queria chegar, e respondeu:
- Eu te dizia para ignorá-las!

- Exato! Esse é o remédio, Mione! Pode não ser o melhor deles, mas é um bastante eficiente. Nem sempre conseguimos fazer isso, mas se ignorarmos, uma hora as pessoas acabam cansando da gente, e caso não cansem, acabamos nos acostumando. – disse dando de ombros – Pelo menos agora, a maioria das pessoas olha pra gente com certa admiração e não com repúdio ou desconfiança, e isso já é alguma coisa.

- Uau! Harry Potter me dando conselhos! – dramatizou a morena de maneira afetada e divertida – E o pior, eu o estou dando ouvidos.

- Acontece que, nesse assunto, por incrível que pareça, eu sou bem mais instruído que você!

- Não se gabe por isso!

- De forma alguma! E aí? Pronta pra ser capa do semanário das bruxas? – brincou Harry.

- Pode apostar!

Os dois riram.

- E então, o que está achando? – perguntou Hermione tomando o livro das mãos de Harry e o folheando desatentamente.

- Bem menos aterrorizante do que eu esperava! Rita Skeeter poderia ser bem mais cruel se quisesse.

- Ah, mas ela não poderia pegar pesado com o atual herói e salvador do mundo mágico! – retorquiu a garota de forma divertida, deitando-se no chão e apoiando a cabeça nas pernas do amigo, que revirou os olhos com o comentário – Não com ele vivo pelo menos! De outra forma, ela não venderia tantos exemplares.

Harry riu com o raciocínio da amiga, pois ele havia pensado exatamente a mesma coisa.

- Eu estou lendo os capítulos aleatoriamente, não estou seguindo uma ordem. Já li os capítulos oito, doze e dezenove. Você tinha razão, o livro até que não foi um abundante e desnecessário desperdício de tinta e papel. Sabe, a Skeeter poderia ser uma excelente repórter se quisesse.

- Hum, não acho que o gênero decente faça o estilo dela, não acredito que ela tenha caráter ou escrúpulos suficientes para isso. E quer saber? Não duvido por um nuque sequer que ela tenha se aproveitado novamente de seus “poderes besourísticos” para descobrir certas coisas. – a garota deu um suspiro desolado – Infelizmente, dessa vez não tenho provas contra ela, mas tenho um vidro novinho que lhe seria uma excelente moradia. – Hermione lamentou profundamente enquanto folheava o livro com displicência, fazendo o amigo rir – Ah, a Cho Chang não vai ficar nada feliz se ler isso.

- O que? – Harry perguntou assustado, arrancando o livro das mãos de Hermione para ler a pagina que ela analisava.

- Ah, é verdade! Você ainda não leu o capítulo “O valor do pomo de ouro”. Lembra de um jogo que a Grifinória jogou contra a Corvinal e que você não pôde jogar, então a Gina entrou como apanhadora no seu lugar? Então, nesse capítulo, Skeeter afirma que a Cho e a Gina fizeram uma aposta onde, nessa partida, quem apanhasse o pomo, teria o direito de lutar por você e ser a dona do seu coração, que estava livre após a decepção que eu te fiz passar. Foi um capítulo bem dramático, mas acabei dando boas gargalhadas. Gina vai adorar ler isso.

Harry sentiu a garganta secar e apenas teve consciência da gravidade deslocando sua mandíbula para baixo. Nunca tinha ouvido uma coisa tão absurdamente ridícula, mais ridícula do que imaginar a professora Minerva tomando sol de biquíni em uma praia, Hagrid fazendo a barba ou um trasgo mais inteligente que Hermione. Achou que foi o choque que não permitiu que ele risse.

- Bom, mas os seis primeiros capítulos foram bem interessantes. – emendou Hermione no meio de um bocejo, desatenta à estupefação de Harry e pegando o livro de volta – Era como se ela tivesse estado lá, prestando notas de todos os acontecimentos, desde seu nascimento até o dia de sua entrada em Hogwarts. Até mesmo a injusta condenação de Sirius foi muito bem narrada.

- Ela escreveu sobre o Sirius? – Harry parecia ainda um pouco anestesiado pelo frenesi da informação anterior.

- Sim, e foi inacreditavelmente fidedigna aos fatos reais. Praticamente limpou a imagem de Sirius com as palavras do livro. Aliás, você sabia que a megera descobriu, inclusive, que havia sido Sibila Trelawney quem havia feito a profecia sobre você e Voldemort para Dumbledore? Coisa que nem mesmo a própria Trelawney deve saber!

Harry ergueu as sobrancelhas completamente assombrado, mas logo relaxou.

- Eu não me surpreenderia se descobrisse os artifícios de que ela se utilizou para descobrir todas essas coisas. Não depois do que ela fez com Batilda Bagshot. – Hermione concordou – Mas, pensando melhor, ainda existem pessoas que poderiam dar informações bem preciosas à Rita Skeeter, como a Merina, por exemplo. Se bem que eu não consigo imaginar a Merina dizendo uma palavra. Ela deve gostar da Skeeter tanto quanto o Rony gosta de aranhas. E por falar em Rony, você acha que seria seguro deixa-lo ler esse livro? Sei lá, acho que pegaram pesado com ele; não que tenham escrito algo absurdo, mas acho que algumas coisas podem afeta-lo demais, concorda? Hermione?

Ao olhar para baixo, Harry percebeu que a amiga dormitava. O livro fechado, repousando sobre sua barriga, subindo e descendo lentamente enquanto acompanhava o ritmo da sua respiração. Harry resolveu deixa-la dormir um pouco e ficou acariciando os cabelos fartos dela enquanto velava seu sono tranqüilo.

O salão comunal já estava bem mais claro, e os tímidos raios de sol já começavam a invadi-lo sem pedir passagem, apesar de ainda estar bastante frio. Uma verdadeira sinfonia de passarinhos fazia a festa, pipilando do lado de fora das grandes janelas. O dia, enfim, havia amanhecido.

Harry já se sentia um pouco sonolento, mas não tinha como se acomodar para dar um cochilo, pois Hermione estava com a cabeça em suas pernas e ele não queria se mexer para não acorda-la. Até que ouviu passos um pouco afobados virem da direção das escadas que levavam aos dormitórios femininos. Ao olhar para trás, viu Gina já arrumada, olhando de um lado para outro parecendo um pouco ansiosa. Ao vê-lo, ela não sorriu, foi em direção a ele ainda mais tensa.

- Harry, você não...

- Shhh. – ele pediu silencio colocando o dedo sobre os lábios.

Gina parou onde estava, franzindo a testa. Só recomeçou a andar quando Harry fez sinal para que ela se aproximasse. Apenas quando passou pelas poltronas e teve uma visão mais completa do namorado é se permitiu suspirar aliviada e relaxar. Sentou ao lado dele.

- O que houve, Gi?

- Nada! Acontece que eu acordei um pouquinho cedo e me arrumei logo, então resolvi acordar a Mione também, mas quando abri as cortinas da cama, ela não estava lá e eu me assustei. Aliás, o que vocês dois estão fazendo aqui sozinhos e há essa hora? – perguntou Gina, aos sussurros, estreitando os olhos de maneira engraçada.

- Eu estava sem sono e resolvi vir pra cá, então encontrei a Hermione aqui. Ficamos conversando até que ela pegou no sono.

Gina ainda o encarou por alguns instantes e desviou sua atenção para o objeto sobre a barriga da amiga, pegando-o sem cerimônias dali. Hermione nem se mexeu.

- Ora, ora, ora! “A história real e detalhada de Harry Potter, o menino que venceu!”. O que sobre sua vida você ainda não sabe que esteja procurando por aqui, Sr. Potter? – brincou Gina – Pergunte a mim, pois tenho certeza que minha apurada clarividência poderá lhe fornecer informações com maior riqueza de detalhes e de forma mais verídica que este mundano bloco de papel. – disse a ruiva numa imitação cômica e perfeita do tom etéreo da professora Trelawney, o que fez Harry gargalhar – Ora, qual a graça? Você está ofendendo meu olho interior! O oráculo nunca mente Sr. Potter!

As gargalhadas de Harry finalmente despertaram Hermione de seu breve sono.

- O que houve? – perguntou sonolenta enquanto sentava se espreguiçando.
Gina arregalou os olhos e pôs as mãos sobre as têmporas.

- Calma, estou vendo algo. – disse de forma afetada – Vejo uma perturbação no ambiente. Uma mente conturbada está querendo se libertar. Sim, irá se libertar a qualquer momento e externalizará toda sua energia canalizada para o nosso meio, causando grande alvoroço sem o menor motivo plausível. – Gina deixou sua cabeça pender para frente, de olhos fechados.

- O que foi isso? – perguntou uma Hermione embasbacada e confusa a um Harry que ria descontroladamente.

- U-uma p-pr-profecia! Eu acho! – cacarejou, controlando-se um pouco e olhando para Gina, que sorria marotamente.

- Francamente! – Hermione revirou os olhos e então os arregalou – Gina! – guinchou, olhando para a ruiva, então para Harry e em seguida para os fortes raios de sol que incidiam pela vidraça da janela. Deu um pulo do chão, ficando de pé – HARRY JAMES POTTER! COMO VOCE ME DEIXOU DORMIR? CÉUS, EU JÁ DEVO ESTAR ATRASADA E POR SUA CULPA! – disse a morena alterada, já caminhando apressada em direção às escadas – SE EU PERDER A PRIMEIRA AULA NÃO IREI PASSAR NOS NIEM’S! VOU FICAR REPROVADA!

Harry tentou avisar que ela ainda tinha mais de uma hora pra se arrumar, mas ela sequer ouviu, e logo sumiu escada acima, mas não sem antes Harry tê-la ouvido jura-lo de morte.

- Eu disse, o oráculo não mente! – disse Gina, e logo acompanhou as risadas de Harry, aproximando-se dele – Bom dia! – completou ao sentar de lado sobre as pernas dele e dando-lhe um rápido beijo.

- Bom dia ruiva!

- E então? Ansioso? – ela tinha aquele profundo olhar analítico.

- De certa forma. – respondeu sinceramente.

- Eu entendo! – comentou a garota com um suspiro, deitando a cabeça no ombro dele – Não deve ser fácil saber que terá de assistir a todas as aulas junto comigo. Vai ser difícil manter a concentração.
Harry riu e fez cócegas nela.

- Você amanheceu bem animadinha hoje, hein?! – falou, sentindo-a se contorcer freneticamente com as cócegas.

- Okay, eu cheguei! Agora vamos acabar com essa pouca-vergonha!
Rony literalmente se jogou em uma poltrona.

- Bom dia pra você também, maninho! – disse Gina com ironia, passando a mão em sua saia.

- Cara, você ta péssimo! O que aconteceu? – Rony perguntou ao olhar melhor para o amigo, que tinha os olhos um pouco inchados e parecia levemente abatido.

- Ah, nada demais! Só acordei mais cedo que o esperado.

- Eu não acho que ele esteja péssimo! – Gina se intrometeu, achando que aqueles olhos verdes brilhando era mais que o suficiente para achar o namorado lindo.

Rony riu ao ver o amigo corar.

- Os outros devem estar pra descer. – Rony apontava para as escadas com o polegar – Quando desci, eles já estavam quase prontos.

- É, acho que devemos ir logo tomar café! – sugeriu Harry vendo alguns alunos já descendo e saindo pelo buraco do retrato, não sem antes lançarem olhares curiosos na direção deles.

- Concordo! – aprovou Gina com voracidade, ficando de pé e forçando Harry a fazer o mesmo; segurou firme a mão dele assim que viu uma garota do sexto ano encará-lo descaradamente. – Você vem? – perguntou ao irmão, mas sem tirar os olhos da loira assanhada, que acabara de sumir pelo buraco do retrato dando risadinhas.

- Podem ir na frente. Eu vou esperar a Mione!

- Certo! Vamos então, Gi! – Harry olhou para namorada e achou estranho o fato de, subitamente, ela parecer estar de mau-humor. Pegou a mochila dela e a dele e sumiu com ela pelos corredores.



Assim que viu o amigo e a irmã saírem do salão comunal, Rony, sem se importar com os olhares que recebia dos colegas de casa que iam descendo dos dormitórios, relaxou na poltrona e viu que Harry tinha esquecido no chão o livro que Hermione havia lhe emprestado. Pegou ele do chão, se encostou melhor na poltrona e resolveu saber quais loucuras sobre a vida do amigo, Rita Skeeter tinha publicado naquele livro.



-----



Um tempo considerável depois, Hermione vinha descendo as escadas, bem mais tranqüila do que quando as subira. Agora ela sabia que ainda tinha tempo suficiente para tomar seu café tranquilamente e de quebra dar uma lida no livro de poções. Seu bom humor só aumentou quando viu um ruivo largado da poltrona do salão, parecendo absorto na leitura de um livro. Aproximou-se sorridente por trás da poltrona e inclinou-se cuidadosamente até próximo ao ouvido dele.

- Bom dia! – disse baixinho, e riu ao vê-lo deixar cair o livro no chão com o susto – Nossa, eu nunca tinha te visto tão concentrado em uma leitura.

- Você poderia avisar que estava aqui, não poderia? – ele parecia um pouco irritado enquanto catava o livro do chão e tornava a sentar na poltrona.

- E perder a chance de ver essa carinha irritada logo cedo? – Hermione contornou a poltrona e sentou nas pernas dele – Sem chance!

Rony riu.

- Bom dia, Mione! Posso saber o motivo de tanto bom humor?

- Como assim qual motivo? E existe motivo maior que saber que hoje teremos um dia repleto de estudos intensivos?

- Oh, claro que não! Que pergunta estúpida a minha! – ironizou o ruivo, fazendo-a revirar os olhos.

- Você também o adotou como livro de cabeceira? – perguntou a garota olhando para o volume nas mãos dele.

- Não! Na verdade Harry o esqueceu aqui, então apenas estava dando uma lida!

- É bom saber o cuidado que as pessoas têm com o pertence dos outros. – reclamou injuriada – E então, o que está achando?

- Achando o que? – perguntou confuso.

- O livro Rony! - disse Hermione, tentando não perder a paciência.

- Ah, claro! Bom, nada mal para quem esperava um bombardeio de invenções e mentiras. Como ela soube que Hagrid é quem havia levado Harry até a casa dos tios em Surrey?

- Acho que essa não foi a informação mais difícil que ela obteve. Você ainda vai se surpreender com as coisas que ela descobriu. – disse a morena enquanto observava um aluno, provavelmente de segundo ano, entrar tropeçando pelo buraco do retrato e vir em direção a eles. Ela tratou de sair rapidamente das pernas de Rony e sentar ao lado dele.

O menino de cabelos castanhos parecia bastante excitado e envergonhado, se levasse em conta suas bochechas vermelhas. Ficou olhando para os dois, quase maravilhado.

- O que é que foi? – perguntou Rony de forma rude, fazendo o vermelho das bochechas do garoto se alastrar por todo o rosto.

- Rony! Não fale assim com ele!– ralhou Hermione, e se voltou ao menino – Você está bem? Podemos ajudar em alguma coisa? – perguntou com doçura.

O menino limitou-se a afirmar freneticamente com a cabeça, parecendo ainda mais nervoso.

- Você pode dizer o que podemos fazer? Alguém lhe fez alguma coisa? – a garota perguntava pacientemente.

O garotinho negou.

- E então? – gritou Rony impaciente, fazendo o menino quase cair pra trás e recebendo um olhar fulminante de Hermione.

- A p-pr-prof-fessora MacG-gonagall p-pediu pra lhe en-entregar isso! – disse enfim o garotinho com a voz fina e tremida, estendendo um rolinho de pergaminho à Hermione e virando as costas, saindo às carreiras e aos tropeços do salão comunal.

Hermione ficou de pé em frente à Rony, com os olhos em chamas.

- Você viu só como deixou o garotinho? Você o assustou!

- Ele ficou parado aqui, olhando pra gente como se fôssemos dois dementadores!

- Não importa! Você é monitor e não deve falar assim com as pessoas, ainda mais com um garotinho daquela idade! Você tem de dar o exemplo!

- Ok! Entendi! E então, o que a MacGonagall quer? – disse apontando para o pergaminho amassado nas mãos de Hermione, e suspirando aliviado ao ver que a atenção da morena se desviou para lá e aquela ruguinha, símbolo de perigo, havia sumido da testa dela.

A jovem deixou a expressão intrigada que lhe preencheu a face enquanto abria o pergaminho, intensificar-se enquanto o lia. Rony aguardava ansioso vendo a namorada tornar a enrolar o recado.

- E então? – perguntou curioso.

- Ela disse que quer me encontrar na sala dela antes do início da primeira aula. Mas não disse do que se trata.

- Então é melhor irmos logo se quisermos tomar café! Meu estomago já está se auto-digerindo. – disse Rony com uma careta e uma mão sobre a barriga.

Hermione deu um sorriso inclinado e sacudiu a cabeça. Tem coisas que nunca mudam.













-----------------------------------













Harry, Rony, Gina, Luna e Dino estavam sentados nas escadas de um dos corredores aguardando o horário da primeira aula. Conversavam sobre as novidades que circularam pelo salão principal durante o café da manhã.

- É verdade! Meu pai me garantiu! – insistia Luna – A diretora fez uma reunião com os pais dos alunos que teriam de repetir o ano e Narcisa Malfoy apareceu para saber da situação do filho. Meu pai disse que a diretora falou que Draco não precisaria repetir o ano, apenas estudar para realizar as provas dos NIEM’s, que durariam uma semana.

- É, foi o que Neville e Simas fizeram. Mas eles disseram que o Malfoy não tinha comparecido à prova. Pelo menos não o viram por aqui. Então achei que ele teria de cursar o sétimo ano novamente. – disse Gina, que tinha encontrado os dois amigos na escola no dia de seu teste final.

- Talvez ele tenha feito as provas separados dos outros. – disse Harry.

- Não sei! MacGonagall nunca daria privilégios a certos alunos, principalmente o Malfoy. – opinou Rony, não fazendo muito caso.

- Mas nesse caso não seria por privilégio, e sim por necessidade. – explicava Harry – Pensem só: o Malfoy era o incumbido de matar Dumbledore no sexto ano, e não tendo conseguido, fugiu. Voltou e cursou o sétimo ano, sendo um comensal da morte de Voldemort. Depois, com uma guerra perdida, ele e a família aguardavam julgamentos pelos crimes que cometeram... Como vocês acham que os alunos reagiriam ao ver Draco aqui, fazendo prova junto com eles, sendo que ele deveria estar em Azkaban, como todos os outros comensais responsáveis pela morte de seus familiares e amigos? E como seria ter ele circulando por aqui, assistindo as mesmas aulas que nós?

Um minuto de silêncio após as palavras de Harry, Rony foi o primeiro a se manifestar:

- E pensar que nós salvamos duas vezes a vida daquele ameba... – disse revoltado.

- Verdade? – perguntou Dino impressionado.

Mas se era verdade ou não, Dino não soube, pois Hermione havia se aproximado do grupo e as atenções se voltaram pra ela.

- E então, o que MacGonagall queria? – Rony questionou, parecendo o mais curioso de todos ali.

- Nada demais. Apenas me perguntou se seria do meu interesse ocupar o cargo de monitora-chefe. – disse enquanto se sentava em um dos degraus, ao lado de Dino.

- Mas a decisão da diretora não é tomada antes do inicio das aulas? Que eu saiba, o aluno recebe a notificação junto com as cartas. – observou Dino, um pouco confuso.

- É verdade, mas nesse caso ela desejava conversar comigo antes, pra saber se eu desejava ocupar o cargo. Por isso não notificou por carta!

- Hermione, parabéns! – disse Gina sorridente e a abraçando, se antecipando aos outros, que fizeram o mesmo em seguida.

- Obrigada pessoal, mas eu não aceitei! – informou sem rodeios, parecendo bastante segura de sua decisão, ao contrário dos outros ali.

- Ok, agora é oficial! Você perdeu o juízo! – Rony estava incrédulo.

- Me desculpe, mas dessa vez vou ter de fazer coro ao Rony. – disse Harry - Você sempre desejou ser monitora-chefe Mione!

Hermione mordeu o lábio inferior.

- Eu sei pessoal. – sua voz saiu meio chorosa – Foi difícil abrir mão disso. Acontece que ser monitora-chefe não é mais uma prioridade pra mim. Não a essa altura. Além do mais, não sei se teria cabeça pra isso.

- Me desculpa, mas com esse cérebro auto-inflável que você tem, duvido muito que você não conseguiria algo.

Hermione sorriu com ternura para o namorado.

- Eu aprendi que não sou capaz de dar conta de tudo desde o meu terceiro ano, lembra? – perguntou olhando significativamente para o namorado, que demorou um pouco a lembrar sobre o que ela se referia, mas quando a luz se fez nos olhos azuis dele, ela continuou - Sei que não é possível abraçar o mundo todo, então quero fazer o que no momento eu acho mais importante pra mim.

- E o que seria? – perguntou Rony, agora mais compreensivo a cerca da atitude da namorada.

- Estudar para os NIEM’s e passar com boas notas. Além do mais, ainda estou um pouco confusa sobre que profissão seguir. Preciso pensar um pouco mais seriamente sobre isso. – ela pareceu olhar para algo invisível no infinito, pois seu olhar ficou desfocado – Não sei, mas acho que vou retomar meus planos sobre a libertação dos elfos domésticos.

- Libertar os elfos? – Luna arregalou seus olhos azuis – Meu pai acha que se os elfos domésticos fossem livres, usariam seus poderes para se vingarem e escravizarem os humanos.

Hermione sacudiu um pouco a cabeça e voltou sua atenção para Luna. E com muita paciência se pos a tentar explicar algo para a loira.

- Impossível Luna! Não é da natureza dos elfos dar ordens, muito menos ignorar sua submissão natural. Eles jamais aceitariam deixar de servir aos bruxos. Eu apenas gostaria de dar-lhes condições de trabalho mais justas, com salário, direito a férias... coisas assim!

- Você tem razão. – disse a loira um pouco triste, fazendo os olhos de Hermione se arregalarem dessa vez - Não acho que um elfo seria capaz de fazer mal a um bruxo. Seria muito bom dar uma vida melhor a eles. Pode contar comigo! – decretou com um sorriso sincero.

Nos olhos de todos ali, Luna nunca pareceu tão normal como nesse momento. E ninguém precisou fazer muito esforço para saber que a loira havia se lembrado de Dobby, que tinha salvado a vida de praticamente todos eles. E nesse momento, todos perceberam o quanto Hermione tinha razão e prometeram lhe dar apoio no que ela precisasse para levantar esta causa.













------------------------------------------















A primeira aula dos setimoanistas da Grifinória foi de transfiguração, e a professora Minerva, que não deixaria de lecionar a matéria, fez um breve, mas importante discurso sobre a importância dos NIEM’s na vida que eles estavam pensando em construir, e que seus empenhos nos estudos seriam fundamentais para seu aprendizado e o fator determinante na escolha de suas futuras profissões. Fora um monólogo muito parecido com os que Hermione vinha os presenteando nos últimos dias, porém, um pouco menos histérico. A professora esclareceu ainda, que toda a atenção e dedicação que eles pudessem dispensar à matéria, seriam pouco para o grau de dificuldade que ela apresentaria nesse estágio, onde seria abordada a transfiguração humana.

Rony deu um leve gemido de desespero, ao contrário de Hermione, que parecia bastante tranqüila, e absorta nas palavras da professora, assim como Gina. Já Harry suspeitava que sua expressão devesse estar mais parecida com a do amigo.

Assim que os dois tempos, aparentemente intermináveis, de aula chegaram ao fim, MacGonagall ainda segurou Harry por uns momentos para questioná-lo sobre o início dos testes para escolha dos novos integrantes da equipe de quadribol da casa. Só então o rapaz foi liberado, e seguiu com a namorada e os amigos para a próxima aula, que para desespero deles, seria de História da Magia.

O cronograma completo sobre o treino que definiria a nova equipe de quadribol da Grifinória já estava completamente concluído antes mesmo da aula de História da Magia terminar. E para desespero de Hermione, dessa vez nem mesmo Gina estava disposta a lhe fazer companhia e prestar um pouco de atenção na aula.

- Vocês poderiam deixar para fazer isso mais tarde, não? – perguntou a morena entredentes, olhando de relance para o professor Binns, que não parava de discursar, parecendo alheio a presença dos alunos que conversavam, desenhavam, ou babavam em suas carteiras.

- Ah, Mione! Dá um tempo! – reclamou Gina – Eu continuo achando que na terça é melhor que na quarta. – disse para Rony e Harry, que pareceram considerar suas palavras.

Hermione bufou irritada e tornou a virar-se para o professor, praguejando baixinho, e resmungando ora ou outra coisas como “depois estão desesperados” ou “não vou emprestar nada”.

Quando a hora do almoço chegou, Hermione estava com o humor mais azedo que um limão verde, pra azar de Rony, que teve de fazer uso de toda sua paciência para não dar umas respostas mal-educadas para a namorada. Já Harry e Gina estavam muito ocupados se paparicando para perceberem algo de anormal, até porque, Rony e Hermione brigando era uma cena mais que comum para eles. Os quatro estavam tão entretidos um com o outro que nem se davam conta que eram o centro das atenções no salão principal.

Poções seria a última aula do dia para eles, e para surpresa geral, não foi tão desagradável como imaginavam, excluindo, é claro, a atenção exagerada que o professor Slughorn dispensava aos quatro amigos, que estavam sentados bem próximos. Mas, como não poderia deixar de ser, Harry era o mais aclamado, e com uma pontada desconfortável de desespero, o moreno descobriu que o professor não esquecera de seu “habilidoso desempenho” na matéria. Harry desejou que o livro do príncipe mestiço não tivesse queimado junto com toda a sala precisa, e se pegou quase desejoso de que Snape pudesse voltar a lecionar a matéria.

- Não foi tão ruim assim, não é? – Rony comentou com displicência enquanto caminhavam em direção ao salão comunal.

- Fale por você! – rosnou um Harry muito arisco – Não foi pra você que o Sluguinho ficou perguntando uma série de coisas que ninguém nem imaginava que existia! Que diabos é vagem de salmomboeira?

- Ele apenas levou em consideração a sua natural habilidade na arte das poções! – zombou uma satisfeitíssima Hermione.

- Pelo menos ele atribuiu a sua falta de respostas ao abalo que você sofreu durante a guerra. – Gina tentou contemporizar.

Harry ainda permaneceu de cara fechada por boa parte do dia, e apenas mudou de atitude quando começou a fazer, junto com os amigos, o enorme e cansativo trabalho que MacGonagall havia passado.

Já era quase meia-noite quando concluíram o dever e resolveram conversar um pouco antes de dormir. O salão comunal já estava praticamente vazio, com exceção dos quatro e de uma loira do sexto ano que Gina reconheceu na mesma hora.

- O que vocês acharam daquela professora de Defesa Contra as Artes das Trevas? – perguntou Gina enquanto guardava seu trabalho na mochila, seus olhos castanhos impiedosamente cravados na loira, que lia uma revista.

- Não dá pra dizer nada ainda, afinal, só a conhecemos de vista. – respondeu Harry, deitando no sofá e esfregando os olhos.

- Mas amanhã teremos aula com ela. Se ela não for uma pirada como a Umbridge, já está de bom tamanho. – comentou Rony estirado no tapete, com a cabeça sobre as pernas de Hermione.

- Aposto como deve ser uma ótima professora! Tenho certeza que MacGonagall tomou todos os cuidados ao escolher o novo professor dessa matéria. DCAT já deu muita dor de cabeça aos diretores de Hogwarts, não acham?! – decretou Hermione – Bom, eu já vou subir. A noite passada eu não dormi muito bem, e estou com sono acumulado. Você vem comigo? – perguntou olhando para Gina.

- Não, vou ficar um pouco com o Harry! – respondeu a ruiva tentando segurar um bocejo.

- Eu acho que você deveria vir logo. Está morrendo de sono. – Hermione tentou convencê-la.

- Daqui a pouco. – respondeu a ruiva meio aérea, olhando para a tal loira, que nem se mexia enquanto lia a revista.

Hermione seguiu os olhos da amiga e suspendeu uma sobrancelha. Não insistiu mais.

- Tudo bem! Te espero lá em cima. – disse enquanto se levantava.

- Vou com você! Acho melhor eu subir logo! – falou Rony de repente, parecendo bastante animadinho para estar com sono.

Harry riu e Hermione corou.

Os dois saíram de mãos dadas e Harry não se surpreendeu ao vê-los se encaminharem em direção as escadas do dormitório masculino, afinal, Rony não podia subir as escadas dos dormitórios femininos. Sorriu enviesado e sacudiu a cabeça. Até que não foi ruim ver seus dois melhores amigos juntos, e do jeito que eles demonstravam se gostar, duvidava que houvesse perigo deles romperem. Ainda ria quando sentiu o olhar de Gina cair sobre ele. Seus lábios foram desfazendo o sorriso lentamente. Era incrível como o olhar de Gina era penetrante.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou, engolindo em seco.

- Não. Só estava me perguntando se você é mais lindo sério, bravo ou sorrindo. – respondeu assustadoramente séria.

Harry sentiu se rosto esquentar involuntariamente. Aliás, muita coisa em seu corpo parecia ter reações involuntárias quando estava perto de Gina, muito perto dela, próximo demais, grudado a ela. Quando seus lábios se tocaram, Harry sentiu uma necessidade insana de dizer a ela, dizer o que sentia, o que havia descoberto a algum tempo. Precisava que ela soubesse. Mas achou que sairia naturalmente, sem que ele se desse conta disso. Por que era tão difícil? Será que ele tinha dúvidas ainda? Provavelmente não, pois seu coração lhe dava uma certeza incontestável.

- Aquela loira aguada já saiu daqui? – a ruiva perguntou com seus lábios ainda grudados aos dele.

A mente embaçada e entorpecida de Harry custou a processar a pergunta. Afastou-se da garota alguns centímetros.

- Que loira? – perguntou intrigado.

Gina olhou na direção onde a garota estava, mas não a viu mais ali. Sorriu triunfante.

- Posso perguntar do que você está falando? – quis saber Harry, olhando para o mesmo ponto que Gina.

- De uma loira assanhada que anda te cercando desde o jantar de ontem.

Harry olhou rapidamente para Gina, um sorriso divertido brotando de seus lábios.

- Você está com ciúmes? – perguntou eufórico.

- Não! É só um probleminha sério de possessividade! – disse a ruiva com um de seus irresistíveis sorrisos, que Harry tratou de tomar para ele.

Uma chuva fina começou a cair nesse momento, parecendo que leves flocos líquidos se desfaziam no ar.











------------------------------------














- Uma grande meleca de nariz de trasgo! – resmungou Rony mais uma vez, fazendo com que, dessa vez não fosse apenas Hermione que revirasse os olhos.

- Rony, será que você poderia fazer o favor de parar de reclamar da chuva! Os testes de quadribol só serão amanhã! – Gina parecia ainda mais impaciente que Hermione.

- E você por acaso acha que ela está cogitando a idéia de ir embora nas próximas quatro semanas? – indagou o ruivo, olhando desolado para a tempestade que desabava nos terrenos – Ela pareceu ter simpatizado com os jardins da escola!

- Tudo bem, Rony! Se a chuva não tiver diminuído até amanhã, adiaremos os testes, ok? Acho mesmo que será impossível realiza-los com essa chuva. – Harry constatou desgostoso.

Não foi apenas Rony que suspirou aliviado com a importante consideração do capitão da equipe de quadribol. Gina e Dino, que iria fazer o teste para artilheiro, também pareceram gozar de mais saúde após as palavras de Harry.

Os cinco jovens caminhavam apressadamente para a sala em que teriam aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, pois queriam pegar um bom lugar. Quando adentraram na sala, a professora já os aguardava, sentada em sua escrivaninha, e sorriu comedidamente para o grupo. A bruxa parecia ser jovem, com uma idade próxima a de Merina; tinha os cabelos de um loiro escuro e encaracolado, na altura dos ombros; era bastante alta e tinha o corpo esguio, mas alguns músculos muito bem definidos chamavam a atenção em seus braços; tinha olhos negros e atentos; mas sua expressão era serena, de uma mulher forte, que não perdia sua delicadeza. Não tardou e a sala já estava lotada e barulhenta, até que a voz da nova professora se fez ouvir, e o silêncio chegou a doer nos ouvidos.

- Bom dia! – cumprimentou educadamente, mas nem aguardou resposta dos alunos – Me chamo Diana Hurley, e assumirei a cadeira de Defesa Contra as Artes das Trevas. Sou ex-auror do Ministério da Magia Inglês, mas passei a trabalhar na França como treinadora e avaliadora de aspirantes a auror. Aceitei o convite de Minerva MacGonagall exclusivamente pelo meu respeito a essa escola, onde eu me formei, mas não posso negar que minha paixão por lecionar tenha contribuído bastante para me trazer de volta a Inglaterra. – a bruxa deu uma pausa e olhou atentamente para os rostos dos seus novos alunos – Tenho plena consciência dos momentos difíceis que todos vocês passaram nos últimos anos, e sei que muitas das coisas que estudaremos esse ano, vocês, infelizmente, não só tiveram de aprender precocemente, mas precisaram utilizá-las. Espero que consigamos ter um semestre agradável, e só o que cobrarei de vocês é empenho e dedicação, pois é apenas disso que vocês precisarão para desempenharem um bom papel nesta disciplina e serem bem sucedidos em seus NIEM's.



A aula acabou tão rápido que Rony chegou a exclamar “já?!”, assim que o sinal tocou. A aula foi mais que a agradável e a professora foi tão bem aceita pelos alunos que alguns até perguntaram se ela não iria passar trabalho.

- Eu não me lembro de ter tido uma aula tão boa desde que o professor Lupin pediu demissão. – comentou Dino Thomas, desatento as suas palavras, mas arrancando ruídos de aprovação de alguns colegas.

A noite chegou, e trouxe consigo ainda mais chuva, o que obrigou Harry a concordar com Rony e com metade da Grifinória, que estava inscrita para fazer os testes que definiriam o time de quadribol, e não restou outra alternativa que não fosse ir conversar com MacGonagall e adiar os testes para a próxima semana.

No dia seguinte, todos estavam no meio de uma tranqüila aula de feitiços, quando a diretora irrompeu pela porta e pediu permissão à Flitwick para levar Harry por alguns minutos, fato que intrigou não apenas o próprio Harry e os amigos, mas todos os colegas de classe, inclusive os da Corvinal, que assistiam aula com eles.

- Aconteceu alguma coisa grave, professora? – perguntou um pouco preocupado, tentando acompanhar os largos e decididos passos de MacGonagall. Pensou como seria possível que uma pessoa na idade dela pudesse ter ainda tanto vigor e disposição.

- Não se preocupe Potter! Você apenas tem uma visita. – respondeu a bruxa dobrando no corredor, com Harry em seus calcanhares.

Agora Harry tinha certeza que seu cérebro coçava de curiosidade. Quem poderia ir visitá-lo em Hogwarts? O moreno ainda estranhou o fato de MacGonagall não estar caminhando na direção da sala da diretoria, e sim rumo à sua antiga sala. Antes mesmo que ele pudesse perguntar quem estava a sua espera, já haviam parado em frente à porta da antiga sala da professora. Minerva empurrou a porta e deu espaço para que Harry, intrigado, entrasse. A bruxa não entrou e fechou a porta atrás de si.
Assim que Harry viu quem o aguardava ali, sentiu sua curiosidade borbulhar ainda mais feroz em sua veia.

- Kingsley?

- Tudo bem Harry? – o bruxo estendeu a mão ao jovem, que aceitou o cumprimento – Desculpe vir aqui e tirar você no meio de uma aula, mas esse foi o único momento em que eu consegui uma folga.

- Sem problemas. Mas, o que te trás aqui com tanta urgência? – indagou ainda um pouco temeroso, e Kingsley obviamente percebeu, pois sorriu, sentou em uma confortável cadeira e fez sinal para que Harry sentasse na cadeira em frente a ele.

- Não se preocupe Harry, dessa vez o que me trás aqui é um assunto, que eu espero, seja bastante agradável. – respondeu com simpatia. Harry assentiu, mas permaneceu em silêncio – Eu soube que você pretende seguir a carreira de auror, estou certo? – Harry novamente apenas assentiu – Ótimo, então gostaria de lhe fazer uma proposta.

- Proposta? – perguntou confuso.

- Sim, uma proposta. – confirmou.

- E o que seria? – Harry estava um pouco hesitante, mas o rosto despreocupado de Kingsley o tranqüilizava um pouco.

- Como eu já tive a oportunidade de te dizer, o Ministério está passando por uma séria reformulação, e eu venho buscando pessoas de confiança para ocuparem cargos importantes ali. Bom, me deixe ir direto ao assunto. O caso é que eu já tinha isso em mente logo que me tornei Ministro, mas depois do que eu vi e ouvi nos julgamento dos Malfoy, tive absoluta certeza.

- Continuo sem entender. – confessou Harry.

- Simples. Eu quero você no corpo de aurores do ministério! Gostaria que você se preparasse bem, pois desejo te ver na chefia do setor o mais rápido possível.

Harry paralisou de surpresa. E sua reação mais plausível no momento foi sorrir com descrença.

- Eu? Chefe dos aurores? – perguntou descrente, quase certo de que, ou estava ouvindo coisas, ou o Ministério não estava fazendo bem à sanidade de Kingsley.

- Exatamente! – Harry pareceu ainda mais estarrecido com a confirmação do bruxo – Não existe pessoa mais indicada que você pra ocupar esse cargo.

- Ma-mas... eu ainda nem prestei os NIEM’s! – balbuciou um Harry surpreso.

- E alguém tem dúvidas de que você irá passar em todos? – questionou com ironia o novo ministro.

- Acontece que eu não sei se sou apto pra assumir uma responsabilidade dessas tão cedo! – agora Harry estava começando a tomar as rédeas da situação.

- Eu entendo sua cautela Harry. E a acho até plausível o seu cuidado, pois realmente é uma grande responsabilidade chefiar o setor de aurores, mas muita dessa sua insegurança vem da sua inexperiência e do seu desconhecimento sobre o funcionamento do setor. E como eu já disse, você será muito bem preparado pra isso.

- Não sei. – Harry já aparentava estar mais maleável, e Kingsley viu nessa vulnerabilidade o momento mais propício a dar sua última cartada.

- Harry, escute! Muitos dos aurores mais experientes do Ministério não passaram por um terço do que você passou. E por mais triste que tenha sido, não dá pra ignorar o fato de que essa guerra e toda essa sua ligação com Voldemort te trouxe muita experiência e conhecimento com relação às artes das trevas. Aliás, não só a você, como aos seus amigos também. E se fosse do interesse deles, seria conveniente tê-los na corporação também. Assim, vocês seriam preparados juntos. – Kingsley viu Harry baixar a cabeça, pensativo, e esperou um pouco antes de perguntar: - E então? Posso contar com você?

Os miolos de Harry se contorciam enquanto trabalhavam e uma série de lembranças irrompia em seus olhos, sem que ele os convocasse: feitiços, maldições, horcruxes, e tantas outras coisas que poucas pessoas tinham conhecimento, e que ele e os amigos a muito custo tiveram que aprender a conhecer e superar para sobreviverem e chegar as vias de fato da guerra. Não teve contra-argumentos.

- Eu prometo que irei me esforçar para fazer jus a confiança que você está depositando em mim! – respondeu o jovem com firmeza.

- Você já provou ser merecedor da confiança de todos nós, Harry! – ponderou o ministro com um sorriso que transmitia claramente toda sua satisfação – Tenho certeza que não poderia ter tomado uma decisão melhor.

Harry apenas deu um acanhado aceno de cabeça.





----------------------********************-----------------------------



N/A:

Inhai Galera!!!

E aí? Fiz voces esperarem muito???
Pois é pessoal, mil perdões, mas a minha vida ta meio enrolada, sabe...
Pois é, to me esforçando o máximo pra não demorar a postar. Escrevo um pouco a cada dia... Mas enfim, espero não ser azarada e ter a compreensão de todos voces.!



Quanto ao capítulo...
ENFIM HOGWARTS!!!

POis é... nossos personagens preferidos enfim começaram a estudar ( que o diga a Hermione). Dá um pouco de trabalho escrever o dia-a-dia deles na escola, mas eu to me esforçando, viu? Agora, mais do que nunca, vou precisar da ajuda de voces pra não cometer deslizes muito graves! Posso contar com voces?

----------


Resposta aos comentários:

Pessoal, eu vou atualizar meus agradecimentos aos comentários de vocês, mas infelizmente não tinha condições de atualizar desde onde eu havia parado, então, irei agradecer aos comentários escritos à partir do dia 10/01/2008, ok? Espero a compreensão de todos vocês. Então, mãos à obra!



May W. Potter : *autora entra na ponta dos pés e com a varinha em punho* É seguro baixar a varinha ou você realmente está disposta a um duelo? *olhar cético* Brincadeirinha... Olha, mil perdões pela demora, mas sabe como é, né? Muitas tarefas no dia-a-dia. Eu prometo que farei das tripas coração para não demorar mais tanto para atualizar, ok? Obrigada pelo seu carinho com a fic e não se preocupe, eu tbm sei ser bem dramática as vezes!Bjus.

Lucienne Machado: ô Lu, eu num sou mal não! Acontece que, de uma hora pra outra, meu tempo apertou! Mas olha, adorei seus coments. Eu realmente procuro descrever as cenas mais calientes dos nossos heróis da maneira mais light possível. Não é minha intenção fazer uma fic NC! Brigadão pelos elogios, viu? Espero contar sempre com vc por aki!

Hermione Jean Granger: E aí, foi boa a viagem? Olha aqui mocinha...que foi que disse que os autores tiram férias? Saiba que meu pouquíssimo tempo de férias foi quase todo usado para adiantar os capítulos! Eu realmente devo desculpas a todos vocês, e só tenho a agradecer por, mesmo com a demora, vocês não desistirem da fic! Valeu mesmo! De coração. E espero continuar contando com você pra levar a fic de volta pro top 20! Bjos.

Feholy: Hum, viajando? Que legal... talvez por isso você não tenha lido a minha resposta! Acho que respondi na sua fic! Mas sim, a questão é que eu gostaria muito que você fizesse uma capa, mas não quero os atores dos filmes. Sei lá, acho melhor fazer com outras pessoas, outros atores talvez... o q vc acha? Sua opinião tbm é importante! Valeu por acompanhar a fic e aguardo um sinal seu. Bjosssssss.

Bia: Êeeee, mais uma leitora fiel!!! Não se preocupe por ter descoberto a fic apenas agora... ela ainda é novinha! O importante é você estar aqui com a gente! Beijão!

Nathy Potter: Ei, valeu pela força! Espero que tenha gostado do capítulo. Qualquer sugestão estamos aqui, ok? Bjão.

Viviane: *autora entrega um lenço à leitora Viviane e a Danielle*Que bom que consigo passar essas emoções a alguns leitores... Mas peço desculpas a você e a sua prima por tê-las feito chorar, mas é assim, foi difícil pra mim escrever tbm! E não se preocupe, que a nota 5 já está ótima! *piscadela* Aguardo seus coments dos outros capítulos.

Cláudia Teotônio Pereira Jota: Espero que tenha gostado do capítulo 14 tanto quanto gostou do 13! Aguardo seu coment. Bessos!

Shinne: Valeu pela força e assim que puder dou uma passada na sua fic, ok? Beijos...

.maari-weasley: Olha, to quase fazendo um exame de DNA pra saber se eu não sou uma reencarnação de algum antepassado da JK! Vocês estão quase me convencendo! Hehehe...E aí? Gostou do capítulo...deixe seu coment, hein...prometo que não vou cobrar nada! Espero que continue gostando do desenrolar da história!Beijão!

Lih Weasley: Mulher, você ta podendo!!!! Chega aqui na moral e faz tudo que tem direito! (E tem mesmo)! Já agradeceu, já elogiou, já surtou, já esperneou, já me ameaçou! Já cantou grito de guerra! UFA! Espero que ainda tenha fôlego pra mais coments! Parabéns!!

Bia Amorim: Bia, se dependesse só de mim, postava um capítulo por dia, masss.... é a vida! E se tudo que você escreveu no coment for verdade...NOSSA! Valeu...fico até sem-graça, pois muitas fics maravilhosas circulam por aki! Espero sempre contar com vc! Beijokas...

Mandinha Estrela: Valeu pela força e espero sempre contar com você por aqui! Beijões!

Isabella O. M.: Enfim, né? E aí, matei um pouco a curiosidade? Aguardo seu comentário sobre o capítulo! Valeu pelos elogios! *autora com as bochechas rosadas*.

Julie Weasley: …O.o ...Hum...querendo mais cenas calientes de H/G, né?*autora com olhar maroto* Não se preocupe Julie, é só acompanhar a fic, pois muitos momentos assim virão! Pode confiar. Beijos...

Duda Pirini: Ok, Duda... entendi o recado. Só espero que você também tenha gostado desse capítulo! Ansiosa pelo seu coment... beijitos na bochechita!

Maria Fernanda Patrício: Ai, tomara que você tenha tempo de deixar pelo menos um comentariozinho, né!? E aí, to aguardando!*autora olha no relógio e bate o pé*

**Jaque Granger Weasley**: Oie! Ei, enfim alguém fez uma crítica direta! Não se preocupe, aqui elas são bem aceitas, viu? Só uma coisa... O Rony nõ é submisso à Hermione, mas a relação deles é um pouco complicada, não acha? Em algum momento, um dos dois tem que ceder...às vezes é a Mione (como já aconteceu nos primeiros capítulos) e às vezes é o Ron, senão, os dois iriam acabar se matando! *autora coça o queixo* Eu acho...hehehe... Mas enfim, valeu pelos elogios, críticas, puxões de orelhas e etc... isso só ajuda a engrandecer a fic! Beijão...

Lissandra Alvarenga Swerts: Aê...já tava sentindo falta de falar com vc! E aí, o que está achando do retorno da galerinha à Hogwarts? Continue por aqui, viu? É sempre bom encontrar seus coments. Bjoks.

Amanda Weasley Potter: A mulher que mobilizou a fic! Cara, adorei você! Achei incrível você incentivando o povo pra não deixar a fic cair de posição! Demais! E não é chato que vocês cobrem atualização...voces têm todo direito...sintam-se à vontade...vc então, nem se fala...Tá com crédito comigo! Bejão!

Tailana Schreiber: Muito obrigada pelos elogios e pela forcinha de vir ler essa humilde fic! Espero contar com vc daqui pra frente! Beijão

Anne: A melhor aurtora de fics daqui? *autora coradíssima* Por Mérlin, de onde você tirou isso? Fiquei sem palavras... valeu, minha modéstia não me permite falar mais que isso: OBRIGADA!! Beijos...

Flávia Marques Carneiro: Ó céus! *autora põe a mão no peito* Longe de mim querer matar os meus leitores tão queridos...Pra quem eu iria escrever?? Beijão e aguardo mais coment.

Tety e Carol: E agora? Podemos disparar os rojões? Hehehe. Enfim o capítulo! Agora, será que o Harry realmente ficou meio lelé depois que deixou de ser horcrux? Hum, acho que não! Mas, por precaução, vou dizer pra esse fazer uma tomografia de crânio...hehehuhu...beijão!

Dany Kohn: Bigada pela força...espero ter sempre um comentário seu por aqui! Bejos...

Lana e Bia Weasley: Bia, amiga mia, eu vi hoje que tava atualizada a sua fic! Nossa, tive um choque...hehehe...vou ler urgente! Espero que você esteja bem melhor...Pronta pra outra! A vida é assim... Precisando de algo, estamos por aki! Espero não demorar mais à postar! Beijão e força garota!

Aninha Granger Weasley**: Que bom que está gostando! Espero conrinuar agradando! Valeu pelo coment. Beijos!

Fabizbrasil: Estou ansiosíssima pra saber que observações você quer fazer!! *autora roendo as unhas* Eu não su mal, juro que to me esforçando! Mas sei como é vida de leitor...voces tem todo direito de fazer uma pressãozinha! Beijok estalada na bochecha!

Clara Meira Moraes: Ó sim, pode acreditar que eu espero que você realmente continue acompanhando! Valeu pelos elogios, mas o mais importante é sua presença por aki! Beijão no coração...

Neliroca: Espero que tenha gostado do capítulo 14! E encantada estou eu, com você por aqui, acompanhando a fic! Beijos e aguardo mais coments...

Selindë Linwëlin: Que massa que você curtiu o capítulo 13. Desejo, do fundo do meu âmago, que o 14 tenha agradado tbm! Acompanho seus coments e os adoro! Beijão e abraços...

KK Weasley: Taí! Enfim o tão esperado cap. 14! Espero que tenha gostado! Prometo que passarei pela sua fic assim que puder, ok?? Beijossssssssss...

Mandy Black Veráciz: De cerejeira sua varinha? Puxa, tomara que o miolo da sua não seja de pelo de unicórnio, senão corremos o risco de ver um Piorem Incantatem! Hauhauahu... Aê, ainda virão muitos momentos especiais pros nossos casaizinhos preferidos, pode ficar relaxada. Ah, e Teddy e Andrômeda tbm têm espaço garantido! Xá comigo! Beijão!

Deusiane Potter: E aí? Consegui aplacar sua ira? Gente, me emocionei com seus coments! Se você estiver gostando tanto assim da fic, me considero feliz e satisfeita! Enquanto a suposta jogada de marketing...*autora bate o dedo no queixo* Eu realmente ainda não tinha pensado nisso! Hehehe...mas não, não me agrada fazer uma maldade dessas com meus leitores...sei o que é ficar dias e as vezes até meses esperando um atualização! Pode ficar tranqüila que eu me esforçarei pra na demorar a postar! E depois de todas as coisas maravilhosas que você escreveu...sou eu quem preciso dizer...ADORO VOCÊ!

simara guimaraes dornell will: Enfim o 14! Espero que tenha gostado! Mande sempre seus coments, ok? Beijão!

Fernando César: Assim que puder passo pela sua fic sim...Valeu pela força!

Cindy Nolte: POSTEIII!!! Espero que tenha gostado...aguardo seu coment. Bejo.

Daniel Grint Watson: Saciei um pouco sua curiosidade? Prometo que não os farei esperar tanto pelo próximo cap. Ok? Beijão e valeu a força!

Kinder granger: E aí, saiu no capricho ou faltou alguma coisa?? É só dizer... O próximo vem logo logo... Beijões!

Bibiska Radcliffe*: Oh, sim...eu aguardo...Aproveite bem a leitura! Realmente a série vai deixar saudades...*autora suspira longamente*

Fabiana: Valeu Fabiana! Espero contar com você daqui pra frente! Beijos...

Bia Nônô [Lupin]: Tomara que você tenha gostado do 14 tbm! Espero seu coment! Beijão...

Loren Black: E aí? Pows, desculpa te fazer chorar. Num é de propósito! Mas e aí? Gostou do capítulo? Vamos ver o que mais Hogwarts reserva pro nosso grupinho, né...aguarde!hehehe beijão! E adorei seus coments!

Priscila: Valeu a força Pri, mas sabia que a sua sugestão me intrigou!! Vou pensar se faço uma fic dos filhotes Potter e Weasley...Será que seria uma boa? *autora pensativa* Beijosssssss....

Lucas Sales: Mérlin! Acho que, o dia que eu escrever um terço do que a JK escreve, eu lanço um livro... Mas ainda assim, seu elogio foi lisonjeiro! Brigadão mesmo! Continue acompanhando a fic, ok? Bessos...

J. M. Flamel: Já me favoritou, é?? Huahua...ADOREI! Ei, valeu mesmo pelas dicas...realmente vou providenciar uma capa pra fic! Bigadão! Assim que puder passo sim na fic! Beijos...

renatinh_aa: Puxa, que bom que a fic agradou tanto! Vou me esforçar pra não deixar cair o nível! Beijão!

jamylle ariel sajo altheman: Ta aí Jamylle…espero que tenha gostado! Aguardo seus coments...beijokas!

Kah Potter: Uai...valeu mesmo pelo elogio! Fico até sem-jeito! Brigadão pela força e qualquer coisa é só vir aqui puxar minha orelha! Bj.

*♥*Naty L. Potter*♥*: Ah, Naty...valeu pelo coment….Olha, eu vou colocar muito mais H/G, ok…eu sou louca por eles! Agora, vamos fazer uma corrente pra ver se o Harry desembucha de uma vez o que ele sente, né? Beijão...

Bonnie Mi Weasley.: Que os cachimbos de Mérlin perdoem minha demora! Mas garota, você realmente encheu meu ego! Seus elogios me deixaram sem-jeito! Brigadão mesmo... Já o cap. 6...realmente eu tive um ímpeto inspirativo quando o escrevi! Hehehe espero que os outros tbm estejam à altura do que voces merecem! Bjos...

Hellzita: Valeus! Aguardo mais coments!

Gabriela Granger: Brigadão Gabi, e espero continuar agradando! Qualquer coisa, o espaço está aberto pra sugestões e críticas! Bjos.

Tatiane Evans: Valeu a força Tati...Olha, aguardo seu coment sobre o 14! Espero que tbm tenha gostado. Beijos.

Yumi Morticia voldemort: Nossa! Uma herdeira de Você-sabe-quem por aqui??? Hehehe brincadeira... espero que esteja gostando da fic! Beijs

Penny Lane: Ei, to sentindo falta do seus comentários...ta me abandonando??? Hum, quero saber! *autora empina o nariz* Olha, passei na tua fic...deixei meu coment lá! Bejão...

Nathália Black: Oh, alguém nos ajude a fazer um abaixo-assinado pra lixar a Skeeter! Eu tbm não a suporto. Hehehe...mas olha, espero que você continue por aki...adoro receber coments! Hehe...bj.

mari granger weasley: Desitir??? JAMAIS! Pode relaxar, que isso num vai acontecer! Beijão!

ana clara: Relax! Essa autora nem cogitou a possibilidade de desistir! Beijão!

Alêh: Valeu pela força! Continuarei sim...aguardo mais coments seus, hein? To de olho!!! Beijos...



UFA!! Nossa, quase não termino...é isso então pessoal...
Agora preciso ir que estou atrasadíssima...


Ah, claro...a boa notícia: O capítulo 15 tá prontíssimo!!! ÊEEEEeeee!!!
Mas só posto depois de receber muuuuitos coments de vocês...huhauahua
*risada e olhar maquiavélico*


Agora sim...

FUI!!

Crack!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.