Decisões e descobertas!






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- Você tem certeza de que quer fazer isso mesmo, Harry?

- Tenho! Eu ia fazer de qualquer jeito, Hermione. Só que de outra forma.

- Eu concordo com ele. – Rony apoiou o amigo.

- Já eu não tenho como dar a minha opinião. – Gina mencionou dando de ombros.

Os quatro estavam no salão comunal e fazia algumas horas que haviam retornado de Hogsmeade. Todos os outros estavam no salão principal almoçando, porém o quarteto, mais para poderem ficar sozinhos e conversar do que por outro motivo, pediram para fazer a refeição no salão comunal.

Estavam sentados em círculo sobre o tapete em frente à lareira, cada um com um prato de comida à frente e um copo de suco ao lado. O assunto, claro, não poderia ser outro senão o alvoroço que se sucedeu ao enterro de Snape. Os repórteres, que estranhamente se mantiveram a distancia do trio durante toda a cerimônia no cemitério, não puderam mais se conter diante do estranho acontecido e, literalmente, voaram para cima dos três como urubus na carniça, disparando perguntas em cima de perguntas (algumas bem descabidas por sinal) deixando-os atordoados. A balbúrdia só se acalmou após uma intervenção enérgica do ministro da magia que pediu respeito pelos mortos e disse que aquela não era a ocasião para atitudes daquela natureza, e que as devidas explicações seriam dadas brevemente, mas em um momento mais oportuno. Mas ao dizer isso, Kingsley lançou um olhar mais que significativo à Harry, que pareceu, enfim, entender a importância do que estava acontecendo e as repercussões que isso poderia ter. Então, após refletir um pouco, percebeu que não poderia fugir de dar algumas explicações publicas, então, por sugestão do próprio ministro, aceitou conceder uma entrevista ao Profeta Diário, com a condição de que esta fosse em um local reservado e para apenas um repórter, sem câmeras, sem platéia, e sem penas de repetição rápida.

Hermione pareceu pensar um pouco antes de responder:

- Bom, não sei se essa é a melhor solução, mas sem dúvida é uma. E eu também não consigo pensar em nada melhor, pois é inegável que isso vai te privar de ficar repetindo essa história a cada um que quiser saber.

- Não sei não! Algo me diz que mesmo depois dessa entrevista eu, e vocês também, ainda seremos muito abordados com perguntas a esse respeito. – Harry confessou amargamente, amaldiçoando mais uma vez o fato de sua vida ter de ser tão exposta.

- É verdade! – Hermione tomou um gole de seu suco antes de continuar – As pessoas vão querer saber detalhes, e irão perceber as lacunas que terão nessa história, já que você não pretende contar mais que o essencial.

- U-hum! – Rony concordou com a cabeça e, assim que engoliu a comida que tinha na boca, completou: - Acho que quanto mais respostas você der, mas perguntas vão surgir. – concluiu sensatamente. O ruivo deu um suspiro pesado – Mas algumas pessoas têm o direito de saber a verdade, toda a verdade, sabe? – olhou para Harry – Eu vou ter que contar pra minha família, cara! Eles vão querer saber, e acho que tenho o dever de contar. – seu tom saiu como o de quem pede desculpas.

- E eu concordo plenamente com isso. – falou Harry, recebendo um meio sorriso do amigo – Não seria justo esconder deles. – olhou de esguelha para Gina, que também pareceu feliz com a decisão do irmão.

- Eu queria contar apenas quando chegássemos a Toca, mas não posso perder todo esse tempo, pois tenho outro assunto urgente a tratar com eles, e isso não pode esperar. – Rony disse com convicção, lançando um olhar cúmplice a Hermione, que lhe deu um sorriso vacilante, parecendo tensa.

Harry e Gina perceberam, e olharam de forma interrogativa para o ruivo.

- E que assunto tão urgente é esse que não pode esperar algumas horas? – a ruiva perguntou desconfiada.

Rony, que estava com uma colher de comida a meio caminho da boca, olhou para Hermione mais uma vez, depois para a colher em sua mão e a devolveu ao prato, pondo-o de lado em seguida e passando a encarar o amigo e a irmã.

Só então o moreno e a ruiva entenderam a gravidade da coisa, pois, para Rony por de lado um saboroso prato de comida boa coisa não vinha pela frente.

- Eu conversei com a Mione e decidi acompanha-la até a Austrália, vocês sabem, para buscar os pais dela. – falou sem demonstrar nenhum vestígio de indecisão.

- Eu juro que tentei faze-lo mudar de idéia, mas ele é teimoso demais. – Hermione parecia meio desesperada.

- Ah Hermione! Pode parar por ai! Nós já conversamos sobre isso! Além do mais, você disse que queria que eu fosse. – Rony falou como que só isso fosse suficiente para encerrar o assunto.

- Eu sei muito bem o que eu disse e continuo querendo que você vá, mas seus pais acabaram de enterrar um filho e não vão querer que outro fique longe deles! – ela disse exasperada.

As orelhas de Rony já estavam começando a ganhar tons rosados... um mal sinal.

- Eu já disse que eles vão entender! E eles já estão bem melhores agora. Você está fazendo parecer que eu vou embora de vez! – retrucou irritado.

Os dois pareciam completamente alheios à presença de Harry e Gina, que curtiam a discussão com interesse, virando a cabeça de um lado para outro como se acompanhassem uma bolinha ser rebatida pra lá e pra cá. Todos já completamente esquecidos da comida.

- Eu não estou querendo insinuar nada, estou sendo realista, pois não sei quanto tempo vamos passar lá. Só estou querendo dizer que seus pais vão ficar preocupados e...

Rony bufou alto, cortando a namorada.

- Preocupados com o que Hermione? – questionou cruzando os braços impaciente - O que de tão grave poderia acontecer?

- EU NÃO SEI, OK? – descontrolou-se.

- OK ENTÃO! – bradou o ruivo ficando de pé, olhando duramente para o rosto possesso da morena – PÕE UMA COISA DE UMA VEZ NESSA SUA CABEÇA... A GUERRA JÁ ACABOU!! ACABOU, ENTENDEU? ENTÃO PARA DE QUERER TRANFORMAR ISSO EM UMA BATALHA PERIGOSA, PORQUE NÃO É! – parou de gritar ao ver os olhos de Hermione de encher de lágrimas de pura raiva, porém resolveu dizer tudo de uma vez, só que continuou em um tom bem mais calmo – Mione, nós só vamos buscar seus pais. Só isso! Para de tentar tornar as coisas mais difíceis pra você!

Todos se prepararam para a explosão que viria, pois Hermione tinha o rosto contorcido de indignação e lágrimas de raiva escorriam por seu rosto. Seus punhos estavam cerrados com tanta força que ela parecia estar tentando perfurar a mão com as unhas.

Mas Harry e Gina, que estavam com a boca ligeiramente aberta de espanto, sentiram o queixo cair de vez ao verem Hermione murchar e baixar a cabeça derrotada. Olharam ao mesmo tempo para Rony com a mesma pergunta martelando na cabeça: “Desde quando aquele legume insensível tinha se tornado um homem mais maduro, e pior, com a capacidade de deixar Hermione sem palavras?” Nesse momento perceberam que não poderia haver companhia melhor para ela nessa viagem.


Hermione se sentiu profundamente afrontada. Um ódio sem tamanho havia tomado conta de cada partícula de seu corpo. Sentia as lágrimas quentes de raiva percorrerem alguns pontos de sua face até o queixo. Ela olhava para o rosto decidido do ruivo, ouvia as palavras firmes e cheias de certeza dele e só sentia sua raiva aumentar. “Quem ele pensa que é pra falar essas coisas pra mim? Quem ele pensa que é pra saber exatamente o que eu estou sentindo e o que estou pensando? Quem ele pensa que é pra estar tão odiosamente certo em tudo que disse?”, pensava inconformada. Sentiu raiva, uma raiva incontrolável por ele; única e exclusivamente pelo fato dele estar completamente certo. Teve raiva por ele estar no controle, por ele saber o que dizer e pior, por ele saber que ela esperava exatamente isso dele. Ele parecia saber que ela desejava que ele gritasse e jogasse a verdade na cara dela. Ela teve raiva por ele saber que ela tinha medo! Mas tão depressa e inexplicável como veio, passou... a raiva que a estava fazendo sustentar-se foi embora, e ela murchou. Ela fraquejou. A raiva por ele virou outras coisas... agora ela sentia orgulho dele, sentia mais confiança ainda nele... e... e... “Céus, eu amo esse ruivo!”, foi a certeza que caiu dentro dela com o peso do chumbo, com a doçura de uma criança e com a inocência do primeiro amor.

Sentiu as mão dele em seus ombros. Levantou lentamente a cabeça para olhá-lo e viu a preocupação estampada ali. Ela já não chorava. Não tinha por que chorar, afinal, ele estava ali, ao lado dela. Passou a mão no rosto dele para tranqüilizá-lo, e o sorriso de compreensão que ele lhe deu só a fortaleceu.

- Vamos! Temos que procurar meus pais. – disse o ruivo ficando de pé novamente e oferecendo a mão para ela – O tempo está passando e a história é muito longa.

Ela apenas acenou em concordância e aceitou a ajuda dele para levantar, e assim que o fez, o abraçou.

- Não se gabe por isso, viu? – disse Hermione em seu tão habitual tom de advertência e parecendo plenamente recuperada do ocorrido – A possibilidade de isso acontecer novamente são as mesmas de que um dia minhas calças sirvam no Hagrid... e sem ajuda de varinha!

Rony riu abertamente e a puxou para um beijo cinematográfico.

- Hum-hum! – Gina pigarreou o mais alto que pôde – Querem que a gente saia para que vocês fiquem mais a vontade?

Os dois se separaram bastante corados, mas o ruivo tratou de ocupar a mente da irmã com outro assunto.

- Ah, Gina, acho que seria bom que você viesse também! Quero contar tudo de uma vez só!

A ruiva já estava levantando quando sentiu uma mão segurar firme seu pulso.

- Não! Ela fica! – disse Harry.

- Harry, a Gina também é da família do Rony e também deve saber! – Hermione afirmou.

- Eu sei disso! Mas é pela minha boca que ela vai saber!

A ruiva deu um sorriso exuberante, e Rony não teve como não sorrir ao ver a cara da irmã. Já Hermione devaneava sobre o possível momento em que Rony e Harry haviam ficado tão sensíveis; mas despertou assim que sentiu o ruivo puxa-la em direção ao buraco do retrato, tendo tempo apenas de dar um rápido aceno para os amigos.


Gina ainda sorria quando se voltou a Harry.

- É pela sua boca que tenho de saber, é? – ela perguntou provocante, mordendo o lábio inferior e se aproximando lentamente com olhar fixo nos lábios de Harry – Vamos ver o que mais essa boca pode me proporcionar afinal... – sussurrou no ouvido dele assim que sentou de lado sobre suas pernas e passou os braços ao redor do pescoço dele, pronta a ouvir uma longa história.

Harry sentiu o corpo retesar e um calor subir por seu pescoço, o que o fez se desconcentrar completamente de qualquer coisa que não fosse uma ruiva, sentada sobre suas pernas, com lábios extremamente convidativos a centímetro dos seus e os olhos amendoados cravados nos seus. Não se segurou, e num arroubo de coragem e determinação, disse:

- Então vamos começar pelo início. – e segurou a nuca dela com força, capturando para si o lindo sorriso que ela tinha nos lábios. A conversa teria de esperar mais um pouco.

Aquele beijo cheio de desejo era algo que Gina se sentiu na obrigação de retribuir à altura. O resultado foi um aumento exorbitante na temperatura da sala comunal. Gina achava que a chama que a queimava por dentro seria o suficiente para acender a lareira, mas quando sentiu a língua dele explorando sua boca, teve certeza de que a chama incendiaria a escola toda. Não soube em que momento passou a ficar com uma perna de cada lado do corpo dele, mas aquilo aumentou a proximidade dos corpos e triplicou a vontade de senti-lo mais. Apertou-se mais a ele e arrepiou-se loucamente ao ouvir um leve gemido sair da boca dele até a sua. Achou que ia ficar louca; estava se descontrolando! As temperaturas brincavam dentro dela: calor no pescoço, algo gelado em sua espinha, seu corpo ardendo, um frio no estomago, o sangue fervendo e suas mão suando frio. Harry poderia ser o herói do mundo mágico, mas para ela, ele era uma ameaça. Uma ameaça à sua lucidez, uma ameaça ao seu autocontrole, uma ameaça aos seus sentidos. Mas nunca, nunca foi tão gostoso se arriscar. E ao sentir as mãos dele tocarem a pele de sua cintura por baixo da blusa não segurou uma lamúria. “Oh, Mérlin! Ele definitivamente é perigoso!”, constatou.


Harry nunca havia experimentado coisa semelhante. O gosto da boca dela misturado ao aroma floral que desprendia da pele macia levaram sua consciência para dar um longo passeio. Quando sentiu ela passar uma das pernas sobre ele, unido ainda mais seus corpos, ouviu um som desconexo sair involuntariamente de sua boca. Aliás, todas as reações ali pareciam involuntárias. Seu corpo parecia estar seguindo todas as ordens do corpo dela, e os dois se entendiam perfeitamente. A única coisa de que tinha plena consciência era de que ali era seu lugar, sobre aquele corpo, sobre aqueles lábios, sobre aquelas mãos que estavam enterradas em seus cabelos. Duvidou que pudesse existir sensação melhor que aquela, mas viu que estava redondamente enganado assim que sentiu uma das mãos pequeninas descer de seus cabelos e passar a arranhar de leve sua nuca. Suas mãos pareciam ter vida própria e passaram a procuram um local que pudesse lhe oferecer um maior contato com aquela pele extremamente macia; até que achou o caminho por dentro da blusa branca que ela usava, e ao ouvir o gemido abafado que saiu dos lábios dela, se deu conta do quão longe estavam indo. Nunca haviam avançado tanto. Mas se essa fosse a sensação sempre que ele avançasse um estágio com Gina, então ele queria correr, correr rápido, o mais longe possível; queria seguir com ela até o infinito.


Alguns milênios depois, o ar, ou melhor, a falta dele, fez com que os dois separassem os lábios, mas permaneceram de olhos fechados com as testas unidas, tentando acalmar a respiração, o coração, as mãos e os lábios, que protestavam pos mais.Os dois pares de olhos se abriram ao mesmo tempo.

Gina afastou-se um pouco para olhá-lo melhor, e julgou nunca ter visto um cenário tão magnificamente belo: cabelos negros mais desalinhados que o normal e boa parte grudada na testa suada escondendo a tão famosa cicatriz; rosto muito vermelho; lábios entreabertos e levemente inchados; óculos com as lentes um pouco embaçadas, mas por trás delas, completamente visíveis, aqueles lindos e instigantes olhos verdes, que a analisavam cuidadosamente. Sentiu as mãos dele saírem de sua cintura e os dedos dele embrenharem-se carinhosamente em seu cabelos. Fechou os olhos. Aquilo era extremamente agradável. Sentiu os dedos dele correrem sem pressa por cada traço de seu rosto, delinearem seus lábios, descerem por seus ombros e depois por seus braços e entrelaçarem-se nos seus. Não conseguia abrir os olhos. Tudo parecia mais gostoso assim, pois encarregava os outros sentidos de seu corpo de gravarem aquelas sensações em sua memória. Percebeu o momento em que ele levou suas mãos em direção aos lábios e beijou levemente cada uma.

- Você é linda! – ele disse, acariciando as mãos dela com os polegares.

Gina abriu os olhos lentamente. Ela realmente teve vontade de sair de cima dele e aninha-lo em seus braços, mas suas pernas pareciam ter derretido.
Nenhum dos dois sorria, apenas se fitavam intensamente, saboreando a realidade de tudo aquilo.

Harry então a segurou pelo quadril e fez com que ela saísse de cima dele para que se recostasse em seu peito, de onde poderia acariciar-lhe os cabelos. Quando se certificou que a ruiva estava devidamente confortável junto a si, começou a contá-la tudo, a começar pela profecia. Ele não queria esquecer de nada e por isso não teve pressa, e por mais que alguns momentos fossem bem difíceis de reviver (como a morte de Dobby), fez o possível para contar o máximo de detalhes. Ela merecia isso!

Gina não o interrompia, apenas ouvia atentamente. Prestava bastante atenção, pois não queria perder nenhum fato. Sabia o quão difícil aquilo deveria estar sendo para ele e não queria fazê-lo repetir nada. Uma vez já era o suficiente.

A história era realmente longa, e Harry levou quase duas horas para concluí-la. Gina estava muito quieta deitada com a cabeça em suas pernas e, ao afastar os cabelos vermelhos do rosto dela constatou que ela chorava.

- O que houve, Gi? – perguntou preocupado.

Mas Gina apenas sentou e o abraçou com ternura.

- Ai, Harry. Que bom que você não me contou tudo isso antes. – desabafou com o rosto enterrado no pescoço dele.

- E por quê? – quis saber curioso.

- Porque eu realmente iria atrapalhar.

- Como assim? – intrigou-se.

Ela tornou a se afastar e acariciou o rosto dele com uma das mãos.

- Eu não sei se conseguiria te deixar partir. – confessou.

Harry sorriu.

- Claro que conseguiria. Eu ainda estou pra ver a minha Gina Weasley se acovardar. Você teria medo, mas saberia que esse era o certo. Uma vez, uma ruiva muito bonita me disse que sabia que eu não seria feliz se não estivesse caçando Voldemort, e que talvez fosse exatamente por isso que ela gostasse de mim, lembra?

Gina sorriu tanto pela lembrança, quanto por ele tê-la chamado me “minha Gina”, mas logo sua expressão se fechou novamente.

- Você não tem idéia da dor dilacerante que eu senti quando te vi nos braços do Hagrid no dia da batalha, com Voldemort gritando que você estava morto. Foi horrível! – e o abraçou novamente, como que tentando sentir que ele realmente estava ali – E agora, saber que você realmente recebeu outra maldição da morte...

- Mas eu sobrevivi novamente! – argumentou ele – E ainda me livrei do pedaço de alma daquele desgraçado que estava dentro de mim.

Agora a ruiva realmente o aninhou em seus braços.

- Ta, mas agora eu vou cuidar de você! Chega de brincar com a sorte!

Harry riu e se aconchegou melhor naqueles braços extremamente acolhedores.




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Uma brisa fria soprava os cabelos do casal que andava de mãos dadas rumo ao salão principal. A noite estava caindo e os últimos raios de sol daquele dia já haviam dado seu adeus há algum tempo. Foi sem surpresa nenhuma que encontraram quem procuravam ali.

A família Weasley em peso vinha saindo do grande salão. Apenas um ponto marrom e dois vultos loiros contrastavam com o vermelho predominante. Encontraram-se quase na porta do local.

- Harry! Oh, Harry! – a Sra. Weasley caiu como um furacão em cima dele – Oh, querido, o Rony nos contou tudo. Estou tão orgulhosa de você... você deve ter sofrido tanto... – chorava compulsivamente – vocês passando fome e frio, se machucando, quase morrendo. Meu Rony sofreu um estrunchamento; Hermione torturada, e você... – e o abraçou mais forte, mas dessa vez trazendo Rony e Hermione junto, fazendo com que a cabeça dos três se chocassem com um baque surdo.

- Mamãe, realmente eles sobreviveram depois de tudo isso, mas se você continuar os apertando pelo pescoço desse jeito, vai acabar os matando de vez. – Gui falou sarcástico.

- Desculpem queridos! – disse desconcertada os soltando.

- É fácil sobreviver a uma guerra, mas aos abraços de Molly Weasley é quase impossível! – brincou Jorge, fazendo a mãe corar e os três rirem esfregando a testa vermelha.

- Eu apenas sinto que vocês tenham que ter passado por tudo isso. São tão jovens ainda!

- É, nunca pensei que um dia teria orgulho do Roniquinho aqui. – Jorge beliscou a bochecha de um Rony lívido – E a nossa Hermione merecia uma Ordem de Mérlin Primeira Classe por conseguir trazer vocês inteiros, - Hermione se camuflou entre os Weasley de tão vermelha – não que você precisasse da proteção, hein Harry... cara, você é um fenômeno. Sobreviveu duas vezes a maldição da morte e ainda deu fim no cara-de-cobra com um expelliarmus. Definitivamente você conquistou a simpatia de Mérlin! – concluiu assombrado, fazendo todos rirem e deixando Harry procurando desesperado um buraco para se enterrar.

- Ora Jorge, deixe de brincadeiras! – ralhou Molly – O que eles passaram foi muito sério.

Jorge olhou para a mãe com as sobrancelhas erguidas como quem diz “mas eu não estava brincando.”

- Bom, mas felizmente essa guerra já acabou e vocês estão aqui, vivos e saudáveis. – disse o Sr. Weasley.

- É, vocês deram conta do recado! – disse Percy realmente admirado.

- E agora temos três heróis na família! – comentou Carlinhos sorridente.

- Três? – perguntou uma moça loira que estava ao lado da Sra. Weasley.

- Ah, sim! Harry e Hermione são praticamente da família. – esclareceu Molly – E me perdoe a falta de tato querida, eu ainda nem a apresentei aos dois aqui. Essa é Gina, minha filha caçula. – apontou para a ruiva. E do Harry você não deve se lembrar, não?

- Certamente que sim, Molly. – confirmou a loira simpática.

- Essa é Merina Slamvic. – apresentou a Sra. Weasley.

Merina era alta, esguia, tinha os cabelos tão loiros quanto os de Fleur e um belo par de olhos castanhos. Era realmente uma mulher bonita.

A bela mulher olhou ternamente para Harry antes de sorrir e estender a mão para ele.

- É realmente bom te rever, Harry!

- Rever? Você já me conhece? – Harry perguntou. Ele a reconheceu do cemitério, mas não recordava de já tê-la visto antes.

- Sim, Harry! Eu era a melhor amiga de sua mãe! – disse sorrindo – Te vi uma vez quando você era bebê, mas mesmo depois de tanto tempo ainda seria capaz de te reconhecer, e não pense que seria por sua fama ou pela cicatriz, mas sim por seu olhos que são assustadoramente iguais aos de Lílian. E você é mais parecido com o James do que eu imaginava.

A boca de Harry se abriu um pouco com a surpresa. Há algum tempo não ouvia isso.

- Acho melhor irmos para casa. Hoje foi um dia longo e difícil, e acho que todos precisamos descansar. – anunciou o Sr. Weasley.

- Você tem toda razão Arthur! – concordou a Sra. Weasley – Tem certeza de que não quer passar a noite em casa? – se voltou à mulher loira.

- Muito obrigada Molly, mas eu realmente preciso voltar à Godric’s Hollow. Programei-me apenas para me ausentar durante a manhã e minha pequena folga já se estendeu até agora. Não confio deixar o hotel nas mãos de segundos por muito tempo. – justificou-se.

- Que pena! Mas apareça pela Toca para fazer uma visita. Harry está morando conosco e tenho certeza de que vocês tem muita coisa para conversar. E também seria uma boa oportunidade para constatar aquilo que lhe falei ainda há pouco. – comentou lacônica.

- Pode deixar, farei isso com certeza! - garantiu – Agora preciso ir. Ah, sua família é realmente linda!

A Sra. Weasley lançou um olhar compreensivo à loira e o abraço que deu nela foi quase como um consolo.

- Eu realmente espero vê-la mais vezes, Merina!

A loira apenas sorriu e se voltou a Harry.

- Foi realmente um prazer, Harry! Prometo que farei uma visita para conversarmos melhor.

- Foi bom conhece-la Srta. Slam...

- Merina! – cortou-o – Apenas Merina!

- Okay, Merina!

Ela sorriu, deu um aceno para os demais, uma piscadela para Gina e partiu.

- Vamos, Minerva está nos esperando com uma chave de portal. – informou o Sr. Weasley já andando, com a esposa ao lado, e o restante da família em seu encalço, com exceção de Gui e Fleur que se despediram e tomaram o caminho da saída do castelo, de onde poderiam aparatar em sua casa.

- Ao que sua mãe se referia quando disse à Merina que ela poderia constatar algo que havia falado? – Harry, que vinha mais atrás com Gina, Rony e Hermione, indagou confuso ao amigo.

Rony e Hermione riram e a morena respondeu.

- Merina demonstrou interesse em conhecer você, e a Sra. Weasley só disse que conviver pessoalmente com você era a melhor maneira de ver a pessoa doce, amável e encantadora que você é!

- É, quem não soubesse que falavam de você, pensaria que mamãe se referia a um mini-pufe! – encarnou o ruivo.

Harry corou e teve de agüentar as risadas e gozações até a hora de dormir.




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- Então quer dizer que ela realmente mora em Godric’s Hollow?

- Sim, e tem um hotel lá! – confirmou Rony colocando um par de meias em uma mochila.

Harry assoviou, admirado com as coincidências da vida, observando o amigo escolher uma ou outra peça de roupa.

- Eu fiquei realmente admirado quando ela falou que era a melhor amiga da sua mãe. Pelo que ela disse, elas se conheceram em Hogwarts. – o ruivo explicou enquanto jogava uma camisa azul na mochila.

Ele tinha conhecido Merina um pouco antes de Harry e ouvido algumas breves explicações da loira sobre sua vida.

- Então ela também deve ter conhecido o Sirius e o Remo. – concluiu Harry pensativo – talvez por isso ela tenha ido ao funeral, para se despedir do Remo.

- Sim, mas ela também conhecia a minha mãe, e pode ter ido para dar apoio a ela. – Rony analisou com cuidado a camisa branca em suas mãos e acabou por descarta-la, a devolvendo de qualquer jeito ao armário.

- É, talvez. – Harry disse refletindo.

- Ela me pareceu bem simpática. – comento o ruivo.

- Eu gostei dela! – anunciou Gina enquanto entrava no quarto, seguida de Hermione.

- Já arrumou suas coisas, Mione? – questionou Rony enquanto recebia da namorada um casto beijo no rosto.

- Arrumei ontem à noite, antes de dormir. – informou sentando na cama ao lado de Gina, que dava um selinho em Harry.

A manhã já deveria estar na metade e apenas agora os quatro se reuniam para conversar. Na noite anterior, todos haviam chegado tão indispostos que apenas jantaram e entraram em um consenso mudo de que a conversa ficaria para o dia seguinte.

Rony acordou mais cedo que o habitual e estava arrumando as coisas que levaria para a viagem à Austrália que, há apenas alguns minutos Harry tomou ciência de que seria dali a algumas horas.

- E então, seus pais aceitaram numa boa essa viagem? – quis saber Harry.

- Aceitar?! Eles disseram que seria um absurdo Hermione ir sozinha. – dizia divertido enquanto dobrava uma calça jeans – Acredite Harry, eles me obrigariam a ir! Quando eu disse que queria acompanha-la, mamãe apontou o dedo na minha cara e me disse que isso não era mais do que a minha obrigação depois de tudo que Hermione já havia feito por mim. É mole?

Todos riram.

Rony se virou para Hermione com a calça já dobrada nas mãos e uma expressão cínica no rosto.

- Viu doçura? Tanto grito pra nada! – Hermione respondeu com uma careta – Só quem pareceu decepcionado foi o papai. – comentou, colocando a calça na mochila.

- Por quê? – perguntou Harry curioso.

- É essa fascinação dele pelas engenhocas trouxas. Ele disse que se soubesse que a viagem seria de avião, ele mesmo teria se oferecido para acompanhar Hermione! – todos riram novamente – Claro que quando viu a cara da mamãe, ele disse que só estava brincando.

- E a sua entrevista será hoje mesmo, Harry? – perguntou Hermione.

- É, pelo menos está marcada só para o fim da tarde, assim poderei acompanhar vocês até o aeroporto. – Harry respondeu sem entusiasmo, não queria ficar pensando nessa entrevista, principalmente agora que sabia que seus amigos não estariam do seu lado para ajudar.

- Eu queria tanto estar aqui. – Hermione lamentou – Mas me prometam que irão me mandar um exemplar do jornal assim que a entrevista for publicada.

- Eu mando um pra vocês, Mione! – Gina garantiu – O papo está muito bom, mas se me dão licença, eu realmente preciso ir estudar. – disse levantando e lançando um beijo no ar, se retirando em seguida.

- Pronto! Acho que só isso já e o suficiente! – Rony fechou a mochila e a suspendeu no ar, analisando o peso.

- Só isso? – Harry ergueu as sobrancelhas irônico – Você colocou quase todo o seu guarda-roupa ai, além de um jogo de xadrez bruxo e a sua vassoura.

- Bom, mas foi só por precaução, já que nós não sabemos quanto tempo teremos de ficar por lá! – informou se jogando na cama e fazendo-a dar um rangido agourento – Aposto como a mala de Hermione deve estar arrebentando as alças de tão pesada. Mulheres quando viajam levam a casa toda.

Hermione lançou um olhar desdenhoso ao ruivo.

- É verdade, e se eu não fosse uma bruxa, provavelmente seriam necessárias umas cinco malas para dar conta de tudo que eu preciso, - ela viu Rony olhar para Harry com uma cara de “eu não disse?”, mas não se abalou – mas, como eu sou uma bruxa, uma pequena bolsa de pulso foi suficiente. E pra sua informação, não são roupas ou sapatos que ocupam o maior volume na minha bagagem, e sim os livros que estou levando.

- Livros? – Rony deu um pulo da cama.

- Sim, livros! – Hermione o observava com um olhar superior, o que fez o ruivo lembrar, com calafrios, de seu irmão Percy – Nós temos uma série de matérias pra rever, lembra?

- Ah, Mionezinha! Será que nós não podemos aproveitar as migalhas de tempo que ainda temos e nos dar umas férias? – o ruivo a encarava com uma carinha de hipogrifo abandonado na chuva.

Hermione teve de usar toda a sua força de vontade para se manter firme e não sucumbir àquele jogo sujo e injusto.

- Não adiantaria nada, pois eu também estudo nas férias! E é bom você se conformar, temos que aproveitar ao máximo o tempo livre para adiantarmos as matérias.

Rony viu que não tinha escapatória e apenas olhou deprimido para Harry, que tinha um irritante sorriso zombeteiro no rosto.

- E você também, Harry! – decretou a morena, apagando o sorriso de Harry e desenhando um, ainda maior que o do moreno, em Rony.

- Há! Se eu bem conheço a Gina, ela realmente vai pegar no seu pé. Eu já estou até vendo o Percy querendo ajuda-los a estudar! – o ruivo riu ao imaginar a cena.

Mas Harry não se intimidou. Estreitou os olhos lentamente, um sorriso diabólico inclinando-se em seus lábios.

- Ah, claro! Coitadinho de mim, pois sou eu quem está indo viajar tendo Hermione Granger e milhares de livros como companhia!

O sorriso do ruivo se transformou em uma careta e Harry saboreou a vitória; sabia que Rony não teria como sair dessa, e ficou realmente satisfeito ao vê-lo deixar os ombros caírem, derrotado.

- Eu não contaria com isso, Harry! – Jorge estava escorado na porta – É mais fácil esses dois transformarem essa viagem em uma lua-de-mel do que em um intercambio estudantil.

Rony e Hermione pareciam dois pimentões de tão vermelhos.

- Não diga asneiras seu idiota! Nós vamos resolver um assunto sério e não nos divertir! – Rony disse irritado.

- Ah Roniquinho, vai dizer que vocês não vão querer aproveitar e recuperar o tempo perdido?

- Ora seu... – Rony ia partir pra cima dele, mas Harry e Hermione o seguraram.

- Rony, não seja burro! – Hermione o repreendeu.

- Mas esse estúpido fica falando essas idiotices e...

- Talvez não sejam idiotices! – Hermione já nem estava vermelha e sim quase roxa depois que falou isso.

Rony parou de espernear na mesma hora e deixou seu queixo cair, assim como o de Harry e Jorge. Até que Jorge se recuperou e deu uma sonora gargalhada.

- É Hermione, você realmente sabe como controlar uma situação! Vamos, mamãe pediu para chamá-los para o almoço! – e se retirou ainda rindo.

- É, bom... vamos então! – disse Harry, saindo em seguida.

Rony ainda olhava para Hermione com uma expressão abobalhada.

- Hermione, eu...

- Ah Rony, não começa! Você sabe que eu só falei aquilo pra fazer o Jorge calar a boca e pra tentar acalmar você. E deu certo, então é melhor descermos porque não podemos nos atrasar para a viagem. – a morena ainda estava muito vermelha e saiu do quarto sem mais olhar para o ruivo, implorando a Mérlin que ela realmente tivesse dito aquilo só por esse motivo mesmo.





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O almoço reuniu toda a família Weasley. Todos tentavam ao máximo manter o clima ameno e natural, mas era inegável que não estava sendo fácil. A falta da figura de Fred sentada logo ao lado de Jorge, como era de costume, trazia uma leve sensação de vazio e ainda tornava aquele cenário irremediavelmente incompleto. Mas todos ali sabiam que esse era um espaço que jamais seria preenchido, e que aos poucos teriam de se acostumar com a ausência dele.

Mesmo que em alguns momentos a Sra. Weasley parecesse viajar em pensamentos, nem mesmo ela deixava de rir das brincadeiras de Gina e Gui e da implicância de Jorge com Percy.

- Eu realmente havia me esquecido como eram agradáveis as refeições na sua companhia, Jorge. – Disse um irritado e sarcástico Percy, retirando o décimo caramelo incha-língua que encontrou de dentro de seu prato.

- Ora, não se aflija com isso, meu caro. Asseguro-lhe de que será um grande prazer lembrar-lhe disso todos os dias! – Jorge gesticulou numa imitação perfeita do irmão.

Quando todos já estavam terminando a refeição, Gina notou que Harry estava muito inquieto. Ora estalava os dedos nervosamente e ora sacudia as pernas ansioso. Aproveitou que os demais estavam com as atenções voltadas para Carlinhos, que contava uma história aparentemente interessante, para perguntar baixinho.

- O que você tem?

Mas a única resposta que obteve foi um olhar misterioso.

Alguns minutos depois, quando a ruiva já estava impaciente com aquilo e ia tornar a questioná-lo, ele se manifestou.

- Eh, Sr. Weasley, eu gostaria de conversar um assunto muito sério com o senhor... e com a Sra. Weasley também.

Todos os olhos estavam em cima dele, que engoliu em seco.

- Pode falar querido! Ou tem que ser apenas com Arthur e eu? – indagou Molly.

Harry deu uma olhada pela mesa, considerando a pergunta, até que suspirou e respondeu.

- Não, não precisa!

- Então diga, filho! Do que se trata? – perguntou Arthur o fitando curioso.

- Primeiramente, gostaria de avisar que, já que estou morando aqui, vou ajudar nas despesas da casa! – não foi uma pergunta, e o casal Weasley percebeu.

- Harry...

- Por favor, Sra. Weasley! É o mínimo que eu poderia fazer e não me sentiria bem de outra forma. – argumentou.

A senhora olhou para o marido e viu que eles não tinham opção senão aceitar.

- Você não nos deixa outra opção, né? – cedeu contrariada.

Harry sorriu, mas logo tornou a ficar sério. Olhou de relance para os outros novamente e, muito vermelho, tomou coragem para fazer aquilo a que vinha pensando desde o dia anterior.

- Eh, tem mais uma coisa! Eu... eu gostaria de pedir permissão para namorar a Gina! – disse encarando com vigor o Sr. Weasley.

Seis bocas se abriram, uma outra liberou um sorriso incrédulo, um par de olhos se arregalou de surpresa e outro marejou.

Gina sentiu a boca abrir de espanto, assim como a de todos os seus irmãos. E ao olhar para os lados viu que Hermione sorria, sua cunhada Fleur parecia agradavelmente surpresa e sua mãe emocionada, mas sua atenção, assim como a de todos os outros, se voltou para as duas únicas pessoas que pareciam alheias a tudo isso. Olhou para seu pai e percebeu o cuidado com que ele analisava o moreno. Olhou para Harry. Este parecia ainda tão tenso quanto antes, mas com uma determinação palpável no olhar, o que era um feito, principalmente levando em consideração a presença dos cinco irmãos da ruiva que, felizmente, pareciam assustados demais para esboçar qualquer reação. “Então era isso? Era esse o motivo de tanto nervosismo? Por que esse rapazinho não havia lhe contado nada”?, pensava contente. Fez uma nota mental para enche-lo de beijos mais tarde.

A ruiva foi grotescamente arrancada de seus devaneios, e foi com um choque de incredulidade que ouviu a resposta de seu pai.

- Eu pensei que você não ia pedir isso nunca! – uma pontada de diversão saiu junto às palavras do patriarca da família.

- Nu-nunca? – Harry perguntou nervoso.

O Sr. Weasley soltou um muxoxo sarcástico.

- E por acaso vocês acham que nós estávamos cegos? – perguntou cético.

- Nós já havíamos percebido a proximidade de vocês; ficamos tão felizes de ver a forma carinhosa com que se tratavam... – a Sra. Weasley estava ainda bastante emocionada.

- Ah, não! Está fácil demais! – Jorge reclamou, meneando a cabeça – Sugiro um Voto Perpétuo! – disse solenemente.

- Mas, Voto Perpetue parra que? – quis saber Fleur.

- Para que se sele o compromisso de que Harry jamais encostará essa mão cheia de dedos maliciosos na nossa maninha! – respondeu Gui no mesmo tom de Jorge.

Gina bufou com as orelhas vermelhas.

- O que? Parem de palhaçada! Até por que Harry jamais faria isso! Faria? – perguntou à Harry com um olhar desafiador.

- C-Claro que não! – respondeu desesperado.

- Ora garotos, parem com isso! – O Sr. Weasley se fez ouvir – A irmã de vocês já é bem grandinha para ter um bando de irmãos ciumentos controlando a vida dela. Além do mais, acho que não é preciso nenhum Voto Perpétuo para saber que o Harry jamais manteria uma distancia inferior a meio metro da minha menina!

- PAPAI!

- ARTHUR!

Molly e Gina repreenderam ao mesmo tempo, enquanto os outros riam.

- Eu estava só brincando, Molly querida! Acontece que eu sempre tive vontade de saber qual a sensação de se torturar o namorado da filha. – sorriu brincalhão, igual a uma criança se divertindo num parque de diversões – Você lembra quando eu fui pedir ao seu pai autorização pra namorar você? Ele foi bastante cruel! – revelou desgostoso.

- Coisa que não adiantou muito, não é verdade? – retrucou a esposa – Visto que, algumas semanas depois nós nos casamos e no mês seguinte eu já estava grávida do Gui!

- Caramba! Vocês foram bem apressadinhos! – Jorge viu os pais corarem com o comentário – Mas a Gininha aqui está sem pressa nenhuma, não!?

- JORGE!!! – exclamaram o Sr. e a Sra. Weasley em uníssono.


“Pobre Harry!”, pensava Rony enquanto ria da confusão que sua família estava fazendo. Ele sempre soube que seu amigo passaria por isso assim que os outros homens da família soubessem de seu namoro com a caçula ruiva, mas também sabia que ninguém iria se opor, pelo contrário, ficariam até muito felizes, pois todos ali gostavam muito de Harry e sabiam que Gina estaria em boas mãos. Mas é claro que eles não deixariam passar a oportunidade de deixa-lo bastante sem-jeito, e realmente estavam conseguindo.


- Chega dessa confusão! – a Sra. Weasley resolveu dar um basta na balbúrdia, achavam que já tinham maltratado bastante o pobre Harry – Harry, é claro que você tem todo o nosso apoio. Nós realmente ficamos muito felizes por vocês, não é Arthur?

- Mas é claro! Só peço que tenha cuidado para não machucar a minha única princesa! – acrescentou olhando carinhosamente para a filha, que se levantou de onde estava e correu para dar um abraço e um beijo no pai.

Harry, que já estava com a pele em um leve tom esverdeado, contorceu o rosto na expressão mais próxima possível de um sorriso.

- E você, Rony? Também não tem nenhuma surpresa agradável para nos fazer? – Molly perguntou para o filho, mas olhava com um sorriso bondoso para Hermione.

Rony cuspiu metade do suco que tinha na boca e Hermione se engasgou com um pedaço de carne, o que fez Gina correr para lhe dar uns tapinhas nas costas.

Harry se aliviou profundamente ao ver que enfim, as atenções se desviaram dele. Sorriu, mais feliz do que achava que poderia estar em tão pouco tempo.




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N/A:

*sorriso orgulhoso*

Viram...promessa é divida para essa autora aqui! *aponta para si mesma*
Prometi que o capitulo viria no FDS, e ai está!!

Nossa, mas foram horas na frente do PC digitando...esse é o maior capítulo da fic até agora, e meus punhos estão inchados e doloridos...fui dormir com os barulos de"Tecs tecs" do teclado zunindo no meu ouvido..hehehe...mas num reclamo não...a recompensa chega quando leio os coments e vejo que voces gostararm do capítulo!!!

Agora com relação ao capítulo...

Ah, tadinho do Harry, né???uhehehe (adorei escrever esse ultimo pedaço do capítulo...me diverti muito).
E pros H/G de plantão...ta ai galera, um capítulo recheado de momentos do meu casalzinho favorito!! Muitos ainda virão...se Mérlin quizer!!!


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Agora os agradecimentos:



dessa potter: é...acho que nunca vamos aceitar a morte deles...mas temos que fazer como o Jorge disse, seguir em frente!!! Espero que voce continue acompanhando a fic e comentando sempre...conto com vc! Bj.

SaRa_lins: Que bom que gostou...e está aki, mais um capítulo pra vc!!
Beijos e aguardo comentários!

Fabizbrasil: Minha fã!? Uau...nossa...voce, como sempre, me fazendo derreter com seus comentários, né?! Mas não importa, eles me motivam!!! Vc se derreteu mesmo em lágrimas?? Pows, desculpa, mas vc deve imaginar que esse realmente foi um momento difícil...pra todos nós! Mas agora é secar as lágrimas e tentar sorrir com os outros Weasley maravilhosos que ficaram neste plano para nos dar esses momentos de descontração!! E ai da gente que não faça isso! Eu não quero o Fred puxando o meu pé a noite!!uahauu ! Beijos...

Clara: OIIII!!!!! Primeiro eu quero deixar bem claro que não me importo nem um pouco que seus comentários fiquem enormes!!! Eu gosto deles assim mesmo!!! E mulher, vc realmente ta gostando de tudo?? *autora cora novamente* que bom...vc ate me deixa sem palavras também! Espero realmente continuar agradando, e que vc sempre deixe esses comentarios maravilhosos de presente pra mim!!! E ta ai, um cap. cheio de H/G, espero que tenha gostado!! E desculpa ter te feito chorar, mas eu tbm precisei de muitos baldes por aki!! ...hehe...mas agora é tempo de rir mais e chorar menos!! Beijos...

carol potter: Valeu mesmo pelos elogois...eu também adorava o Fred, e acho que o Jorge foi justo na homenagem maravilhosa que fez ao irmão!! E olha, ta ai um cap. H/G...espero que tenha gostado e aguardo seus comentário do capitulo! Beijão e até mais!

THAIS DOMINGOS DOS SANTOS RODRIGUES: Pows, será que todo mundo chorou?? hehe... "Essa promete, é?" ahuahua Nossa...mas já me sinto realizada só de estar agradando tanto assim alguém!! Esse cap. foi mais H/G, mas também tiveram momentos R/H...quanto a viagem...*olhar misterioso*...aguarde...*sorriso maquiavélico*!!! Será que a Hermione só disse aquilo pra acalmar o Ron mesmo???auhuauaahu...beijosssss

Penny Lane: Tbm não me conformo!! Chorei muito quando li sobre a morte deles...!!Pelo menos nos restou o fofo do Teddy... Mas espero que tenha gostado do cap. e aguardo comentários! Beijão...

Guta Weasley Potter: Nossa, ganhei uma irmã...hehe temos o mesmo sobrenome pelo menos!!! Seja bem vinda à fic! E ta ai mais momentos H/G! Tomara que tenha gostado! Aguardo seus coments...beijocas...

Lissandra Alvarenga Swerts: *autora muito vermelha*...Olha, voce me emociona com seus comentários...seu coment. foi tão pequeno mas fez um enorme estrago em mim... hehehe...não me faz ficar convencida!!! Espero que continue curtindo a fic e sempre mande coments...beijos!!!


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è isso ai povo!!

Qualquer coisa estamos aqui...espectativa do próximo capitulo que ja esta a caminho e cheio de emoções!!!
Até a proxima...

FUI!

CRACK!!!


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Comentários (3)

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