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Chegaram ao salão principal e se depararam com o local praticamente vazio. O cenário não estava mais desolador como ha algumas horas atrás, com paredes quebradas, muita poeira e escombros e corpos pelo chão. O grande salão estava quase idêntico ao que sempre foi: com as mesas das quatro casas dispostas pelo local espaçoso e a mesa dos professores mais à frente. O teto encantado reproduzia um céu muito azul com apenas algumas nuvens repolhudas e brancas como a neve espalhadas. Algumas vidraças quebradas, profundos arranhões na superfície de madeira das mesas e a bandeira de Hogwarts rasgada logo atrás das mesas dos professores eram os únicos indícios de que ali fora o palco de uma batalha.

- Ali! – apontou Gina para o fundo do local, onde se encontrava um casal ruivo sentado lado a lado no final da mesa da Grifinória – Vamos lá?

Ele acenou positivamente com a cabeça e seguiu a ruiva.

- Harry, que bom que acordou. Eu estava mesmo querendo falar com você. – cumprimentou um abatido Sr. Weasley levantando e o abraçando paternalmente – Eu espero que tenha descansado bastante. Como você está?

- Bem, tanto quanto possível! – respondeu enquanto era abraçado pela Sra. Weasley – Mas, com todo respeito, acho que no momento são vocês que estão precisados de um bom descanso. – comentou achando que jamais tinha visto o casal Weasley tão abatido.

- Faremos isso Harry, não se preocupe! – falou o bruxo mais velho tentando sem sucesso nenhum aparentar descontração e dando um sorrisinho forçado – E você querida, está melhor? – se dirigiu a filha, a abraçando.

- Bem melhor papai! – tranqüilizou o pai permanecendo abraçada a ele – E acho que o Harry tem toda razão.

- Eu também acho, e prometo que sua mãe e eu iremos descansar assim que resolvermos uma última coisa.

- E o que seria? – perguntou a garota.

- Bom, diz respeito a você, querido! – A Sra. Weasley olhou para Harry.

- Exatamente! E não podíamos ir embora sem antes resolvermos essa questão, inclusive já estávamos quase nos encaminhando para o salão comunal da grifinória para procurar você. – tomou a palavra o Sr. Weasley.

- É tão urgente assim?- indagou Harry intrigado e já com uma pontinha de preocupação. O que seria tão sério que não poderia esperar alguns dias?

- Sim! É um assunto urgente que eu e Arthur consideramos extremamente importante! – emendou Molly.

- Dá pra irem direto ao assunto? Até eu já estou curiosa! – insistiu Gina ainda abraçada ao pai.

- Bom, então vamos parar de enrolação! – o Sr. Weasley olhou para a esposa, que sorriu, e então direcionou seu olhar a Harry – Molly e eu conversamos ainda há pouco e... bom, temos uma proposta pra lhe fazer, Harry.

- Vá em frente! – incentivou Harry.

- Bem querido, é que, já que você agora é maior de idade e não precisa mais voltar para casa dos seu tios e, como você é praticamente um membro da família e Arthur e eu o amamos como a um filho, gostaríamos de lhe convidar a morar conosco. – A Sra. Weasley disse tudo isso de uma vez.

Harry ficou literalmente sem palavras. Foi pego duplamente de surpresa. Primeiro pela proposta inesperada e segundo por, em nenhum momento até este, ele havia pensado nesse assunto. Aliás, sequer lembrava que não tinha para onde ir.

Bom, na verdade não era bem assim. Ele tinha a casa do Largo Grimmauld, mas nem por um instante fugaz cogitou a possibilidade de morar ali, a começar pelo fato daquele lugar ser praticamente inabitável por natureza, mas principalmente por enchê-lo de lembranças na qual, no momento, ele preferia deixar ocultas. Mas ele ainda tinha seu dinheiro no Gringotes, o que com certeza lhe permitiria comprar uma boa casa ou um apartamento pequeno, já que moraria sozinho.

Sozinho... será que após todo esse tempo, após todas as suas perdas e após toda uma vida cheia de responsabilidades e dificuldades ele terminaria só? Não pode evitar que seu olhar procurasse o de Gina, que lhe observava atenta com um com um sorriso esperançoso. Sentiu-se um imbecil. Como ainda poderia achar que ficaria sozinho, tendo ainda tantas pessoas que se importavam com ele ali, tão próximas? Olhou para o casal Weasley e notou que eles o fitavam cheios de expectativa.

Harry se emocionou, e realmente queria encontrar palavras para demonstrar o que aquilo significava pra ele.

- Eu... eu não sei o que dizer!

- Diga sim, oras! É apenas isso que precisamos que você diga agora, Harry. – disse o patriarca Weasley sinceramente.

- Vamos meu bem, me de esse momento de felicidade. – Molly falou abrindo os braços como uma mãe fazia para receber um filho pequeno que estava começando a dar os primeiros passos.

Harry sorriu e deixou-se acolher nos braços daquela a qual seu coração sempre considerou como mãe.

- Obrigado! – foi só o que saiu de sua boca.

- Não por isso, filho!

Gina sentiu o pai a abraçar mais forte, então recostou a cabeça no ombro dele e juntos ficaram admirando a cena. A ruiva sentiu que, enfim, parecia que a vida de Harry estava entrando nos eixos e que o lugar dele, sem duvida, era ao lado dos Weasley, ao lado dela.




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Algumas horas depois...


- Então os corpos serão sepultados no cemitério de Hogsmeade?

- Sim, inclusive os dos integrantes da Ordem da Fênix e o de Fred Weasley. Resolvemos reservar um espaço apenas para as vítimas do confronto que houve aqui em Hogwarts e deixar como um memorial, uma homenagem. – MacGonagall respondeu a pergunta de Hermione.

A diretora nunca pareceu tão frágil na opinião de Hermione e até mesmo o apertado coque que ela sempre usava e que lhe davam um ar de força e imponência parecia mais frouxo.

- O funeral será amanha bem cedo e logo após seu encerramento, todos os alunos e familiares que permaneceram aqui para prestarem suas homenagens, o expresso de Hogwarts estará à espera para levá-los de volta. – informou Slughorn – Ai então poderá começar de fato a reconstrução da escola.

Era início do anoitecer e algumas pessoas se encontravam no salão principal discutindo os próximos passos a serem tomados. Entre eles estavam Harry, Gina, Rony, Hermione, Gui, Percy, e alguns professores como MacGonagall, Slughorn, Hagrid e Sprout. O Sr. e a Sra. Weasley enfim haviam cedido ao pedido dos filhos e foram para a Toca descansar.

- E professora, onde estão os alunos que ainda não foram embora? Pelo que me lembro vi alguns colegas meus da Grifinória pelo castelo ou na ala hospitalar, mas não os encontrei na nossa sala comunal. – Hermione questionou.

- Eu os distribui nos dormitórios das outras casas. – respondeu a diretora.

- E por que não os enviou para os dormitórios da Grifinória também? – Harry perguntou curioso, mas já tendo uma breve idéia da resposta.

- Achei que você e seu amigos precisavam de um pouco de sossego Potter. Imagino que as pessoas estão tão curiosas quanto eu para saber os demais detalhes da batalha. – MacGonagall tinha um olhar extremamente cansado – Mas eu sei que esse ainda não é o momento para explicações. Vocês sofreram muito mais do que qualquer um de nós e mereciam um pouco de paz e privacidade.

Harry, Rony e Hermione sorriram agradecidos.

- A propósito, daqui a pouco será servido o jantar aqui, e se vocês ainda não estão prontos para responderem perguntas embaraçosas e receberem uma enxurrada de olhares curiosos e de admiração, sugiro que se recolham em seus dormitórios imediatamente. – aconselhou Slughorn com um sorriso bondoso, encarando o trio de amigos.

- Olhares de admiração? – Rony parecia confuso.

- Ora meu rapaz, não se faça de desentendido! Você e seus amiguinhos aqui são as celebridades do momento. – disse o professor de poções com um sorriso se abrindo por debaixo de seus volumosos bigodes.

- Eu? Uma celebridade? Mas foi o Harry quem deu cabo de Voldemort! – o ruivo já não temia mais esse nome, mas alguns presentes ainda tremeram ao ouvi-lo – Eu apenas...

- Vamos meu jovem, deixe de falsa modéstia! Você é o melhor amigo de Harry Potter e Hermione Granger e junto com eles completa o trio mais procurado pelo antigo ministério. Esteve desaparecido com eles só Mérlin sabe por onde e fazendo o que. Isso é sinal de que você foi uma peça importante nessa história toda, o que me faz pensar também que dificilmente seus amigos conseguiriam sem você. Você foi muito corajoso, não é qualquer um que bateria de frente com você-sabe-quem, ainda mais sendo o melhor amigo de seu pior inimigo. Vocês provaram serem grandes bruxos, e aposto pelos pijamas de Salazar que não há uma única alma que não conheça o nome de vocês. – Slughorn se segurava na borda da mesa e encarava Rony com uma expressão faminta, como se ele fosse um leão em jejum e o ruivo fosse um pedaço suculento de carne fresca.

Rony corou violentamente. Nuca tinha recebido um elogio desse de um professor, ainda mais esse sendo o exigente Slughorn, que tinha como hobby bajular apenas alunos com influencia, ou dotados de muito talento e inteligência. “Será que algum feitiço o atingiu durante a batalha e danificou ainda mais os miolos dele?”, divagou. Mas mesmo assim o ruivo pareceu bastante satisfeito e ate estufou mais o peito.

Harry olhou de Hermione para Gina. Os três pareciam estar fazendo um enorme esforço para não rir, afinal, eles lembravam muito bem que há alguns meses atrás o professor de poções achava Rony tão interessante quanto uma bolota de mofo.

- Potter, eu tenho um assunto sério a tratar com você. – MacGonagall mudou de assunto – Conversei com Arthur Weasley e ele me informou que você quer que Snape seja sepultado junto com os nossos. Espero que você possa dar uma boa explicação para isso!

- E eu posso professora. Mas farei isso amanha. Se não for pedir demais eu gostaria de explicar a história de uma vez só e para todos. Só acho importante que vocês saibam que Snape também era um dos nossos. – Harry disse com convicção.

- Mas Harry, o Snape matou Dumbledore! Ele transformou o castelo de Hogwarts num verdadeiro quartel e maltratou as crianças. – Hagrid falou incrédulo, sua eterna lealdade a Dumbledore se fazendo presente.

- Eu sei Hagrid! – Harry suspirou profundamente – Acho que todo mundo aqui sabe que eu, mas do que ninguém possuo motivos para odiá-lo, mas se eu estou fazendo isso é porque tenho uma boa razão. – olhou para MacGonagall – Professora, você pode fazer isso? Amanhã vocês saberão de tudo e poderão tirar suas próprias conclusões.

A diretora analisou bem a expressão de Harry, e a de Rony e Hermione também, visto que os dois com certeza eram os únicos que provavelmente conheciam os motivos de Harry para uma atitude tão inesperada. E vendo a determinação estampada ali, e lembrando de tudo que eles passaram, seria até uma injustiça não confiar neles.

- Tudo bem! – cedeu a bruxa – Mas acho melhor irem logo para o dormitório. Já está na hora de servir o jantar. Pedirei que levem a refeição de vocês para lá. Ah, só mais uma coisa. Acho que estou certa em achar que vocês concluirão seus estudos esse ano.

- Pode contar com isso professora! – Hermione adiantou-se com os olhos brilhando.

Harry e Rony sorriram com a empolgação da garota, mas também estavam felizes em saber que voltariam a Hogwarts e poderiam terminar os estudos.

A diretora esboçou um sorriso parecendo satisfeita.

- O-ho! Será uma grande prazer lecionar para um grupo tão ilustre. – Slughorn parecia mais empolgado que Hermione.

Harry viu Gina revirar os olhos.

- Acho melhor se recolherem agora meus jovens. – alertou a professora Sprout notando a chegada de algumas pessoas no local que lançavam olhares curiosos para eles.

- Vou com vocês! – Percy avisou se pondo de pé junto com os outros.

- E eu vou até a Toca ver como papai e mamãe estão. – informou Gui, também se levantando.

- Ah, senhorita Weasley, você poderia ficar mais um pouco? Tenho um assunto a tratar com você. – Minerva se dirigiu a Gina.

- Hãn, claro! – respondeu intrigada e se virando para os outros – Podem ir na frente, encontro com vocês na sala comunal.




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Um clima ameno preenchia o salão quase vazio. As chamas crepitando na lareira era o único som audível no ambiente. As quatro pessoas presentes no local pareciam hipnotizadas com as chamas dançando na lareira enquanto consumia a madeira, cada uma imersa nos próprios pensamentos, tornando o silêncio quase palpável. Após certo tempo onde ninguém sequer ousou se mexer, um ruivo resolveu se manifestar, levantando lentamente da poltrona em que estava.

- Bem, acho que vou subir até o dormitório que o Jorge está. Ele não quis ir para a Toca e não saiu de lá nem um minuto e isso está me deixando preocupado. – Percy dizia já caminhando em direção as escadas que levavam ao corredor dos dormitórios – Vou ver como ele está. – e subiu escada acima.

Todos o ouviram, mas ninguém olhou pra ele. Continuaram exatamente do mesmo jeito. Hermione sentada confortavelmente em sua poltrona próxima à lareira, Rony deitado de qualquer jeito em um sofá logo ao lado da poltrona da morena e Harry sentado no chão sobre um carpete, logo em frente aos amigos. Os três olhando fixamente para as chamas vermelhas e douradas. Era possível vê-las refletidas nas íris de diferentes cores de cada um: no castanho, no azul e no verde.

- Um galeão pelo pensamento de cada um! – a voz de Gina finalmente despertou o trio do transe e os três pares de olhos coloridos se voltaram pra ela.

A ruiva estava parada de pé ao lado da poltrona de Hermione com os braços cruzados em frente ao corpo.

- Você demorou Gina! O que de tão sério a professora MacGonagall tinha pra falar com você? – Rony indagou sentando no sofá.

- Nada demais! Só queria me informar a data dos exames finais. Ela me deu um tempo para tentar repor as matérias perdidas. – Explicou caminhando para junto de Harry, deitando no carpete e recostando a cabeça nas pernas dele.

- Mas você vai precisar da ajuda de alguém já que não assiste aula desde o feriado de páscoa. – advertiu Hermione – Você perdeu muita matéria.

- É, eu sei! Achei inclusive que teria de repetir o ano. Mas a diretora disse que, no meu caso, tem como repor as matérias. Luna não teve tanta sorte. Ela deixou de freqüentar a escola desde o Natal e terá de cursar o sexto ano novamente!

- E quando vão ser os exames? – quis saber Harry que afagava os cabelos da ruiva.

- Daqui a três semanas.

- Três semanas?? Mas Gina, como você vai recuperar todas as matérias em apenas três semanas? – afligiu-se Hermione.

- Vou dar um jeito! É melhor me matar de estudar em três semanas do que perder o ano. – Informou Gina despreocupadamente.

- Nós podemos te ajudar, afinal já passamos pelo sexto ano. E ia ser bom relembrar algumas coisas antes de iniciarmos o sétimo ano, não é garotos? – Hermione tinha aquele brilho doentio no olhar que era visto apenas quando ela estava na biblioteca ou quando mencionava algum fato que tinha lido em “Hogwarts: uma história”. Os amigos responderam com o melhor sorriso amarelo que conseguiram dar.

- Valeu Mione! – agradeceu Gina – EI! – exclamou sentando-se rapidamente, como se tivesse tomado um choque – Sabe o que isso significa? – Indagou encarando os três animada.

- Que teremos de começar a estudar imediatamente e que passaremos o tempo que nos resta antes do inicio do ano letivo enterrado em livros? – arriscou Rony desgostoso.

- Não seu burro! Significa que este ano nós quatro vamos estudar juntos! – esclareceu a ruiva com um sorriso angelical, que Harry achou encantador.

Os três sorriram em resposta, realmente nenhum deles haviam atentado para esse fato.

- E Rony, você já sabe da novidade? – perguntou a garota animada e, vendo as sobrancelhas do irmão se erguerem em confusão, completou rapidamente: - O Harry vai morar com a gente na Toca.

- Sério cara? – Rony se dirigiu ao amigo sem esconder a empolgação.

- É sério! Seus pais me fizeram o convite e eu não tive como recusar. – respondeu o moreno sorrindo, recebendo um abraço forte do amigo.

- Legal! Agora você poderia passar alguns dias em casa também, Mione. Poderíamos estudar todos juntos para... – a voz do ruivo foi morrendo junto com o sorriso da namorada.

Hermione, que sorria feliz com as boas notícias, deixou seu sorriso ir se apagando assim que ouviu a proposta do ruivo. Isso a fez lembrar de uma coisa que a angustiava.

- O que houve Hermione? – Gina ajoelhou-se em frente à poltrona da amiga parecendo preocupada.

- Mione? – Rony também se aproximou, e vendo que a namorada não esboçou reação, olhou aflito para o amigo e a irmã, pedindo auxilio.

Gina se aproximou mais dela e segurou em suas mãos.

- Hermione, o que está acontecendo? Tem alguma coisa te preocupando?

Hermione viajou em seus pensamentos, mas ouvia vozes ao longe... bem longe... Foi virando lentamente o rosto em direção a voz que lhe chamava e se deparou com os olhos amendoados de sua melhor amiga. Piscou várias vezes e de repente pareceu despertar. Assustou-se com a proximidade dela.

- Aahh! – gritou, fazendo a ruiva levar um susto e cair sentada no carpete, quase em cima de Harry.

- Que viajem hein morena! Pelo menos você acordou! – dizia Gina se levantando com a ajuda de Harry.

- Oh, Gina... desculpe-me! Eu me assustei! – a morena parecia constrangida.

- Tudo bem, esquece! Mas eu não sabia que eu era tão feia assim! – brincou fazendo a amiga corar.

- Ora, não seja boba! Você é linda! – disse mais vermelha ainda, fazendo Gina gargalhar descontraída.

- Ai Mione, só você! Relaxa, ok? Mas o que foi que houve? Estávamos conversando numa boa e de repente você fica parecendo um zumbi.

- Não foi nada, eu estava apenas pensando. – a morena disse levantando e fugindo dos olhares dos amigos.

- Hermione Jane Granger! Eu até aceito que você me chame de feia, mas burra não, ok? Não insulte minha inteligência e nem ofenda nossa amizade! – Gina esbravejou apontando o dedo ameaçadoramente para a amiga.

Hermione baixou a cabeça derrotada. Gina, Rony e Harry a fitavam na espera de uma explicação que não veio. A ruiva então mandou a paciência às favas.

- E então mocinha, vai falar ou não o que foi que te deu? Nós somos seus amigos ou não? – questionou num tom de voz ameaçador e com as mão na cintura, o que lembrava irresistivelmente a senhora Weasley.

A morena correu de encontro à amiga e a abraçou aos prantos.

Gina ficou inicialmente sem reação com a atitude inesperada de Hermione, mas em seguida a abraçou carinhosamente, passando as mãos nos cabelos cor de chocolate da amiga de forma consoladora, lançando olhares preocupados ao irmão e ao namorado, mas estes pareciam mais perdidos que ela. Nunca tinham visto Hermione tão vulnerável.

- E - eu tenho t-tanto me-medo Gina – balbuciava com a voz estrangulada por soluços.

Gina a conduziu até o sofá, sentando-se ao seu lado sem dizer nada, passando um braço por seu ombros e esperando até que ela se acalmasse um pouco. Quando sentiu que era seguro e que Hermione parecia mais tranqüila, tentou descobrir o que a estava deixando assim.

- Mi, do que você tem medo? Porque ficou desse jeito? – perguntou docemente segurando nas mãos dela, que permanecia de cabeça baixa, as lágrimas encharcando sua calça jeans.

- Meus pais! Eu tenho de ir até a Austrália e traze-los de volta. – a morena tinha a voz embargada.

Gina, Rony e Harry trocaram olharem cheios de significados. O ruivo sentou-se do outro lado da morena e Harry ajoelhou-se em frente a ela.

- Mione, e por que isso te preocupa tanto? Isso deveria te deixar feliz, não é? Digo, poder trazer seus pais de volta? – o ruivo comentou um pouco hesitante passando uma mecha de cabelo dela para trás da orelha para ver melhor seu rosto.

- Eu sei Ron, mas não é tão simples. Eu tive que lançar um feitiço forte de memória neles e agora terei de desfazê-lo. E... e se eu não conseguir? E se eles não lembrarem mais de mim...e seu eu danificar a memória deles? Eu jamais me perdoaria! – ela parecia realmente assustada com isso.

- Ah, isso é uma grande bobagem! – Harry disse exasperado, o que lhe rendeu olhares reprovadores de Gina e Rony e um muito magoado de Hermione, mas ele pareceu nem se importar. Encarou o rosto manchado pelas lágrimas e o olhar desnorteado de sua melhor amiga, vendo que mesmo com toda a inteligência que possuía se sentia insegura quando o assunto era as pessoas que ela amava. Mas ela sempre se saia bem, e a prova disso era o fato de ele e Rony estarem ali, vivos, graças a ela.

Sorriu para a amiga enquanto limpava uma lágrima de seu rosto.

- Mione, se é isso que te preocupa eu garanto que é bobagem. – recomeçou em um tom ameno – Sabe por quê? Porque você é Hermione Granger, a bruxa mais brilhante que eu conheço, e não é um simples feitiço de memória que vai mudar isso.

- Mas Harry, é um feitiço muito forte. – rebateu ela.

- Que, aliás, você domina muito bem. – ponderou Rony.

- Mas são os meus pais!

- E é exatamente por isso que eu tenho certeza que você vai mandar toda essa insegurança dar um longo passeio e fazer o que ter que fazer. – disse Harry com convicção – E perfeito como só você consegue, assim como fez comigo e com o Rony diversas vezes. Se nós dois estamos inteiros aqui é graças a você, que já nos tirou de situações bem piores.

Os olhos de Hermione tornaram a se encher de lágrimas e Harry quase cai quando ela se jogou em cima dele em um abraço tão apertado que ele teve dificuldade de respirar.

- Ah, obrigada Harry! Eu não sei o que me deu. – e aos poucos foi soltando-o e tornou a sentar – Eu sou uma boba mesmo! – limpou as lágrimas com as costas das mãos.

- Nah, você não é boba. É normal que você se sinta insegura, mas não permita que isso abale tanto você, ok? Não gosto de te ver assim. – Rony dizia estranhamente sério. Hermione sorriu para ele.

- Obrigada Ron.

- Você precisa rir um pouco Hermione, se distrair, relaxar! – sugeriu o ruivo a abraçando.

- Eu acho que só conseguirei isso quando tiver meus pais de volta. – concluiu se aconchegando ao namorado.

- Hum, eu acho que não! – disse ele com um sorriso inclinado e começando uma sessão de cócegas na morena que imediatamente começou a rir, espernear, gritar e ameaçar o ruivo ao mesmo tempo.

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Harry estendeu a mão para Gina que ria da brincadeira do casal e estava sentada logo ao lado, correndo sérios riscos de levar uma bofetada de Hermione, que se debatia loucamente.

Gina viu a mão de Harry estendida a sua frente em um convite silencioso para que saíssem dali, o que ela aceitou prontamente, principalmente depois que o cotovelo de Hermione passou perigosamente perto de seu nariz. Caminharam juntos até as escadas que levavam aos dormitórios.

- Eles não vão nem sentir nossa falta. – afirmou a ruiva acertadamente olhando para o irmão e a amiga travando uma batalha no sofá.

- Ah, eles vão sobreviver sem a gente. – completou o moreno divertido, vendo Hermione cair deitada no sofá às gargalhadas com Rony ainda investindo cócegas contra as costelas dela.

- Amanha vai ser um longo dia. – suspirou Gina – Acho que vou pro meu dormitório descansar. – e se voltou ao namorado, ficando na ponta dos pés e lhe beijando de leve nos lábios.

- Boa noite ruiva. – sussurrou no ouvido dela a abraçando pela cintura, causando arrepios involuntários na garota que sorriu marota e encostou novamente seus lábios nos dele, mas dessa vez lhe mordendo levemente o lábio inferior. Sorriu ainda mais satisfeita com o efeito que isso causou nele.

- Sonhe com os anjos, moreno! – falou com um sorriso sedutor que Harry definitivamente não conhecia e lhe dando uma piscadela provocante, em seguida subiu as escadas correndo, deixando para trás um jovem imóvel e estupefato.

Depois de um tempo ainda olhando para o ponto onde Gina havia sumido, Harry sorriu enviesado e tomou lentamente o caminho de seu dormitório, pensando nos sonhos nada angelicais que provavelmente teria com uma certa diabinha ruiva.



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- Ro-Rony...haha, pa-paraaa por f-favor...eu já estou s-sem aarr – Hermione já estava arfante, deitada no sofá tentando tirar Rony de cima dela, mas ele era muito mais forte e não dava sinais de que iria desistir.

- Você fica tão linda assim, descabelada, vermelha e rindo desse jeito tão histérico! E além disso você já me fez tanta ameaça que tenho medo de te soltar e você querer me matar!– ria ele investindo seus dedos nas costelas e começando a direcioná-los para as costas dela, que começou a gritar ainda mais alto.

- Nãããoooo, hahaha...nas costas n-nããooo, haha. Nãooooo!


PAM!


Hermione rolou do sofá e desabou no chão bem em cima de Rony, que gemeu com a queda.

- Oh, Ron, você ta bem? Se machucou? – perguntou esbaforida tentando tirar os cabelos bagunçados da frente do rosto para olhar para o namorado – Por Mérlin, me desculpe, é que eu tenho muitas cócegas nas costas.

- Ta tudo bem Hermione! – o ruivo tinha a voz abafada, parecia puxar o ar para os pulmões com muito esforço; mas ao ver a careta de dor do ruivo a garota sentiu o sangue borbulhar em sua cabeça e começou a gritar.

- NÃO FAÇA ESSA CARA! A CULPA É TODA SUA, ME OUVIU? EU NÃO VOU PEDIR DESCULPAS COISA NENHUMA E... – parou ao sentir uma respiração entrecortada embaixo de si. Rony estava rindo. Não soube por que, mas sentiu seu rosto esquentar e seu sangue ferver – QUAL A GRAÇA HEIN SEU DIABRETE SARDENTO E IMPRESTÁVEL! – esbravejava dando soquinhos no peito dele.

Rony apenas ria. Era incrível como o humor de Hermione sofria mutações inacreditáveis em milésimos de segundos.

Hermione nem percebeu, mas ela já estava rindo tanto quanto o ruivo.

Os dois se olhavam nos olhos rindo abertamente da situação. Aos poucos as risadas foram morrendo, só restando uma troca intensa de olhares. Só nesse momento o casal pareceu se dar conta da posição que se encontravam.

Rony estava deitado com as costas sobre o carpete felpudo com Hermione em cima dele. As mãos dele firmes sobre a cintura delgada da morena, que tinha os braços apoiado sobre seu abdômen e as mãos espalmadas em seu peito. As pernas de ambos perfeitamente encaixadas. Os cabelos cor de chocolate pendendo desarrumados pelos lados do rosto vermelho dela e encostando no seu. Nunca a tinha visto tão adorável. Poderia passar dias ali, apenas admirando aquele rosto e sentindo o calor daquele corpo. O ruivo começou a perceber que sua falta de ar não tinha relação alguma com a queda, ou com as risadas ou com o peso de Hermione sobre ele.


“Próximo, muito próximo”, gritava a mente da morena. Ela sabia que deveria se afastar. “E por quê?”, desafiava sua consciência teimosa. E seu corpo parecia estar fazendo coro a sua consciência inconseqüente, pois ele nem se movia. Ela também não conseguia desviar o olhar. Seus olhos foram impiedosamente capturados pela maré azul a sua frente e que pareciam convidá-la a deixar-se leva pela correnteza e aventurar-se em novos ares. Ela achava que Rony estava em um estado não muito melhor que o dela, pois ela sentia em suas mãos, que estavam sobre o peito do ruivo, as batidas aceleradas do coração dele. Bom, o dela batia descontrolado já em sua garganta, parecendo inchar cada vez mais e querer sair por sua boca para saber quem era o individuo que o deixava naquele estado.

Um calafrio repentino subiu por sua espinha ao sentir as mãos dele se movimentando em sua cintura e seu corpo protestou ao notar que uma delas se afastou dali, mas logo relaxou ao ver que esta lhe acariciava os cabelos e simplesmente exultou quando a sentiu pousar em sua nuca, causando uma leve pressão ali. Taquicardia, calafrios, arrepios, respiração acelerada... uma série de acontecimento lhe passou pelo corpo ao ver seu rosto se aproximar do dele, ao ver ele entreabrir os lábios, ao vê-lo fechar os olhos cortando o contato visual, mas iniciando uma ligação ainda mais intensa.

Um borrão de cores! Estrelinhas coloridas pipocavam sob seus olhos fechados. Uma sensação de sufocamento e um frio inesperado na boca do estomago.

“Estou aparatando?”

“Claro que não! O desconforto da aparatação é rápido, e esse já dura muito tempo!”

“Desconforto? Quem falou essa asneira?”

“É verdade, nunca havia tido sensações tão maravilhosas!”

“Mas estou leve... flutuando...”

“O que está acontecendo?”

Era assim que Hermione tentava entender o que se passava com ela. Mas não foi preciso que ninguém respondesse essas perguntas, ela sabia exatamente o que estava havendo. Ela sabia que não era a primeira vez que se beijavam, mas sentiu que essa foi especial. Essa lhe deu a confirmação do que já suspeitava há alguns anos: ela, Hermione Granger, estava realmente apaixonada!

Nesse momento ela teve uma necessidade insana de senti-lo mais. O beijo leve passou a ser ardente. Lábios se sugavam com vontade, um tentando roubar o máximo de sabor do outro. Línguas explorando cada canto que lhe tivesse ao alcance. Gemidos baixos escapavam vez ou outra dos lábios unidos, de forma que apenas eles pudessem ouvir.

Hermione percebeu que já não era mais a dona de seu corpo. Nem soube em que momento seus dedos se enterraram nos cabelos do ruivo e muito menos soube quem deu ordem para que seus lábios saíssem dos dele e se fossem parar no pescoço do rapaz.Mas de uma coisa ela tinha certeza: não queria parar!

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Rony não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Seu corpo parecia saber exatamente o que fazer e reagia rapidamente as caricias de Hermione. Nunca pensou que seria tão bom estar com ela, aliás, jamais pensou que alguém pudesse lhe causar efeitos tão devastadores. Seu coração palpitava tão depressa e com tanta força que não tardaria a lhe quebrar uma costela. Seu cérebro parecia entorpecido, incapaz de formular algo sensato ou mais concreto do que Hermione, os lábios dela, o corpo dela, o cheiro dela, as mãos dela... Palavras e gemidos desconexos saiam de sua boca vindas só Mérlin sabe de onde. Um calor que nada tinha a ver com o fogo que crepitava na lareira se alastrava por seu corpo desde sua nuca, onde os dedos de Hermione brincavam de forma nada infantil, até sua mão esquerda, que estava por baixo da blusa da garota e apertava a pele macia da cintura dela.

Ele realmente era um idiota por ter perdido tanto tempo para notar seus sentimentos e mais ainda por ter demorado a admiti-lo e tomar uma atitude. Mas agora ele sabia e nada poderia mudar o fato de que Hermione o havia conquistado, e isso era só o que ele precisava saber para anunciar sua decisão.


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Foi com certa frustração que Hermione sentiu os lábios de Rony se afastarem relutantes dos seus. Abriu lentamente os olhos e viu um ruivo muito corado, completamente descabelado e lábios levemente inchados e vermelhos. Imaginou que não deveria estar muito diferente. Mas o que a chamou a atenção foi um brilho determinado naquelas íris azuis.

- Eu vou com você! – ouviu a voz rouca dele sair um pouco mais que um sussurro, mas não era uma pergunta, e sim um aviso.

Hermione processou aos poucos a informação. Piscou várias vezes um pouco confusa e sua respiração estava acelerada na tentativa de oxigenar melhor seu cérebro. Aos poucos foi entendendo onde ele queria chegar.

- Ron. – foi o único som que saiu de sua boca.

- Você quer que eu vá? – a pergunta não poderia ter sido mais direta.

Hermione afastou-se lentamente dele e se sentou no chão, se recostando no sofá enquanto tentava domar os cabelos.

- E-eu... não sei Ron! – mas ao ver o efeito de suas palavras nele tratou de explicar rapidamente – Acontece que eu não sei quanto tempo passarei lá, e também irei voltar de avião, você sabe que meus pais são trouxas. E também tem a sua família... não sei seus pais deixariam, eles precisam de você agora.

- Você também precisa de mim, além do mais eu sou maior de idade e eu sei que eles entenderiam. Eu não me importo de viajar por métodos trouxas, o que importa é que vou estar com você. Não ficaria bem se você fosse sozinha Hermione. – respirou fundo e prosseguiu – Você é muito importante pra mim e não me perdoaria se te deixasse sozinha. Não outra vez. Você gostaria que eu fosse com você? – repetiu a pergunta hesitante, mas a encarando decidido.

Hermione sentiu seu coração falhar com as palavras de Rony. Uma emoção gigantesca tomou conta dela e uma euforia maior ainda a fez sorrir e chorar ao mesmo tempo antes de responder:

- Nada me faria mais feliz Rony!

O ruivo abriu um sorriso tão grande que daria para contar todos os seus dentes.

- Ótimo! E quando vamos ent... – ele até teria completado a frase se nesse momento Hermione não tivesse voado pra cima dele o fazendo cair, convenientemente, diga-se de passagem, pela segunda vez naquela noite sobre o carpete. “Ela adora fazer isso!”, foi o último pensamento coerente que formulou.




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N/A:

* Autora limpa suor da testa*
Nooossa, esse cap. me deu um trabalinho, hein...
Espero que tenha valido a pena...
Ai gente, mais um cap R/H! Mas tivemos H/G tbm...
Acontece que eu tenho um pouco mais de pressa com o R/H, pq eles tinham de ganhar um pouco mais de intimidade, ter um pouco mais de aproximação e cumplicidade pro rony poder se sentir seguro em acompanha-la na viajem, ok?? Bom, eu sei que os amantes desse shipper não devem estar nem um pouco chateados, hein?? hehehe
E mais uma vez eu adorei escrever os momentos dessas duas figurinha que eu amo! Gente, sou fã da Hermione!

Bom, declarações a parte, estou carente de coments, povo...
comecei a fic agora, sei que ela é nova, mas colaborem, vamos!!
a partir de agora vou começar a agradecer o coments de vcs, mas desde ja deixo meu obrigado as pessoas que ja estao comentando...Não esqueçam que os coments e sugestões de voces são totalmente de graça nessa fic, ok?hahauha



o próximo cap tbm ja esta quase pronto...tbm ta dando um certo trabalinho, mas to me emocionando com ele...
ta ficando bom...*suspiro* aiai
Só posto qdo tiver mais coments...*cara de brava*

mas bem, essa nota ja está gigantesca.

se cuidem meu povo amado...
beijos e
Fui...

CRACK!


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Comentários (6)

  • Marina Layara

    Parabens sua fic ta otima e naao poderia ter imaginado uma melhor!!!!!

    2012-03-11
  • Elisa Carvalho

    Lore, não agradeça a essa pobre leitora(quase infartei quando vi que vc tinha respondido). Eu é que preciso agradecer ao conforto que essa fic proporcionou ao meu coração mutilado pelo fim de Harry Potter. Sério, sua fic é espetacular, a personalidade dos personagens estão intactas, parece que são os livros da J.K. Leio sua fic a pouco mais de dois meses, mas já a amo muitíssimo e a única forma que vejo de agradecê-la é fazendo comentários. Muito obrigada Lore!!

    2011-07-15
  • Lore Weasley Potter

    Obrigada meninas! Beijão.

    2011-07-07
  • Mônica Viana

    totalmente perfeita!!! sem folego!!!!

    2011-07-02
  • Mônica Viana

    totalmente perfeita!!! sem folego!!!!

    2011-07-02
  • Elisa Carvalho

    Mais uma vez eu digo: SUA FIC É DEMAIS!!! Estou amando

    2011-06-16
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