A correspondência



O Sol do verão entrou pela janela do quarto de Hermione, iluminando todos os cantos, e foi assim que ela acordou. Ainda atordoada pelos sonhos que tivera durante toda a noite anterior, onde milhares de Ronys a dispensavam da mais variadas forma, ela olha para seu relógio em cima de se criado mudo e percebe que está muito atrasada para ir trabalhar.

- Meu Deus, já são nove horas!

Desesperada e, pela primeira vez em sua vida, atrasada para seu emprego, Hermione saiu correndo pela casa, se arrumando de qualquer jeito e aparatando em seu escritório no Ministério da Magia. Meio furiosa com a sua própria atitude, ela se sentou em sua mesa e começou a analisar seus papéis freneticamente, procurando algo para começar a tirar o atraso de sua chegada. Olhou no relógio, já eram nove e meia.

- Christopher! - apontando a varinha para a própria garganta, ela podia se comunicar diretamente com seu assistente, em sua sala. Ele chegou sem fôlego em seu escritório.
- Desculpe-me senho... Hermione. Eu não a via chegando ao escritório hoje.
- Isso é porque eu acabei de chegar. – Ele pareceu assustado. – Por favor, o que tem para mim hoje?
- Bom, você sabe como sexta feira é um dia parado por aqui. A sua proposta foi encaminhada para a aprovação do Ministério, mas só será votada na semana que vem.
- O ministro não trabalha nas sextas, obviamente. – a ironia fez Christopher rir. – Mais alguma coisa?
- Sua correspondência chegou. – disse apontando para uma pilha de cartas que estava disposta no canto da escrivaninha da mulher. – e o guarda caças de Hogwarts deixou essa pessoalmente para a senhora. Para você, eu digo. – disse entregando uma carta com uma caligrafia fina e formal.
- Hagrid esteve aqui?
- Sim, mas parecia com pressa e disse estar em nome da diretora de Hogwarts.
- Obrigada Christopher. Parece que não temos o que fazer hoje por aqui.
- Quase todos não vieram hoje. Parece que já estão se preparando para o fim de semana.
- Obrigada Chris. Pode ir.- quando o seus assistente já saia, ela pensou que os dois deveriam ser os únicos trabalhando naquele setor durante uma sexta-feira. Ela ainda não se sentia muito bem. – Chris?
- Sim.
- Termine seus afazeres e pode ir para casa. Não temos o que fazer hoje por aqui. Eu saio logo na hora do almoço.
- Obrigado, Hermione.
- Até segunda.

Seu assistente saiu sorridente e animado de sua sala. Hermione não podia culpá-lo. Eles eram os únicos que trabalhavam no Ministério da Magia todos os dias (exceto claro, nos fins de semana) e até altas horas da noite quando um assunto urgente surgia. Ele ainda visitava Hermione em alguns fins de semana, quando se tratava de um assunto muito urgente, ou sobre o projeto dos elfos domésticos. Mesmo assim nunca havia reclamado do trabalho. E ele também era muito bem pago por acompanhar Hermione com tanta dedicação.
Hermione chegava à conclusão que havia trabalhado demais nos últimos anos, e havia se esquecido de sua vida particular. Ela estava afastada de todas as pessoas que amava e o último relacionamento que teve, ela fez questão de afastá-lo aos poucos, até que ele não conseguiu mais agüentar as pontas e partiu.
E era desse “relacionamento” que era uma das cartas que havia chegado.

“ Querida Mione,

Estive com saudade de nossas conversas ao longo desses meses. Sei que você não tem mais interesse em namorar comigo e acho que já superei toda essa história. Você sabe que foi meu primeiro amor e por isso sempre a terei comigo durante toda a minha vida.
Na verdade, agora eu estou saindo com uma garota. A Amélia, é como ela se chama, é muito divertida e companheira, além de ser uma incrível apanhadora! Ainda não posso dizer que é muito sério, mas a convidei para passar uns dias comigo ai em Londres. Acho que ela vai aceitar.
É por isso que escrevo para você. Nós, eventualmente podemos nos esbarrar por ai, e quero saber se está tudo bem por você. Na verdade, eu adoraria que você a conhecesse. Você pode ser uma ótima guia para dois estrangeiros que falam muito mal o inglês.
Espero sua resposta com carinho.

Com amor,
Victor Krum.”

Era bom saber que pelo menos alguém estava superando o passado e seguindo sua vida. Ela e Victor acabaram namorando alguns meses depois que ela começou a trabalhar no Ministério, mas ele era apenas como um amigo para ela, e ela nunca conseguiu corresponder todo o amor que ele sentia. Ela também sentia falta de ter um confidente para desabafar, assim como fazia em Hogwarts. Seria ótimo tê-lo de volta em sua vida. Escreveu uma resposta cheia de alegria e dizendo que o esperava, assim como a sua nova namorada, cheia de planos para onde iria levá-los.
Todas as outras cartas que recebera eram de assuntos do Ministério, então ela decidiu lê-las com mais calma mais tarde. Não estava com muita cabeça para o trabalho e a carta de Victor a tinha deixado ainda mais pensativa sobre o rumo que sua vida pessoal estava levando. Restara somente a carta que Hagrid havia entregado pessoalmente, vinda da Diretora McGonagall. Como a diretora de Hogwarts havia a procurado insistentemente nos últimos dias, Mione resolveu que este assunto não deveria esperar.

“ Srta. Hermione Granger,

É com muito prazer que venho escrever-lhe esta carta. Tenho tentado me contatar com você nos últimos dias, mas infelizmente sempre há algum contratempo entre nós. Então, decidi abandonar o estilo de nosso querido Dumbledore, e recorrer a você através desta carta.
Como você já sabe, o ano letivo em Hogwarts começa daqui a algumas semanas. E algo realmente inesperado acabou acontecendo. O nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Severus Snape, decidiu-se finalmente se aposentar e aproveitar o resto de seus merecidos dias em seu próprio lar.
Sei que você está em plena harmonia com seu cargo no Ministério da Magia, mas devo-lhe pedir este favor como diretora da sua escola e também como uma amiga.

Nós, da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts estamos muito honrados de convidar-lhe para se integrar ao nosso time de professores, como a próxima professora da disciplina de DCAT.

Sei que necessitará de algum tempo para me responder, mas peço-lhe que me retorne assim que estiver certa de sua decisão. Tenho certeza que podemos nos organizar para que você continue trabalhando em paralelo no Ministério, e não tenho dúvidas que você é capaz de exercer as duas profissões com muita eficiência.
Por fim, devo-lhe informar, também com muita alegria, que uma pessoa muito estimada por você, a Srta. Virgínia Weasley, também integrará nosso time de professores, lecionando Feitiços neste ano letivo.
É com este incentivo que me despeço e aguardo sua resposta. Se esta for positiva, espero lhe encontrar no dia 1º de setembro no expresso de Hogwarts.

Diretora Minerva McGonagall.”

Aquilo, definitivamente, não era o que Hermione estava esperando. Depois de tantos anos Snape havia decidido parar de lecionar sua matéria preferida em Hogwarts e se aposentar. Mesmo depois de toda a confusão envolvendo o assassinato de Dumbledore, Snape continuou lecionando em Hogwarts após sua reabertura.
Para total decepção de Harry, Snape realmente se provou fiel a Dumbledore, e acabou sendo crucial para a morte de Voldemort. Quando ele lançou o feitiço final em cima de seu Lorde das Trevas e provou que era um espião da Ordem durante todo o tempo, ele foi inocentado da morte do ex-diretor de Hogwarts.
Quando as coisas se acalmaram, o próprio quadro de Dumbledore explicou que todo aquele assassinato fora apenas uma armação para salvar Draco Malfoy de um destino cruel como Comensal da Morte, e que ele já estava à beira da morte por causa de suas tentativas de acabar com as horcruxes de Tom Riddle. E mesmo com a desaprovação de Harry, a inocência de Snape era indiscutível e ele foi reintegrado em Hogwarts.
Lecionar sempre passou pela cabeça de Hermione. Ela sempre amou aquela escola que passou toda a sua adolescência e sempre foi muito fiel a tudo que aprendeu em sua estadia por lá, sendo nomeada Monitora em seu quinto ano e Monitora-Chefe em seu último ano de estudo.

“Pode ser uma ótima mudança em minha vida. Mas, lecionar DCAT? Ora, Harry seria o mais indicado para isso. Eu nem ganhei a maior nota no meu N.O.M. Talvez eu devesse falar com ele...”

E foi com esse pensamento que Hermione voltou para seu apartamento e passou a tarde pensando na proposta que havia recebido de Hogwarts. Assim que chegou em casa, escreveu uma carta a Harry, pedindo que a visitasse se possível para um jantar e trazer Gina de preferência.
Sua resposta não demorou a chegar.

“É claro que iremos jantar com você. As oito em ponto estarei invadindo sua lareira junto com Gina. Até mais. Harry”

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Comentários (1)

  • Mi Granger

    Estou devorando cada letra rapidamente... óTIMO CAPÍTULO, PARABÉNS

    2011-12-28
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