Morte Misteriosa



Capítulo 7
Morte Misteriosa

'Milhares de mentiras me fizeram mais frio
E eu não sei se eu posso ver isso da mesma maneira.'


Após alguns minutos, Hermione entrou desesperada no dormitório.
- Mel! Pelo amor de Deus! O que eu aconteceu? Te procurei pelo castelo inteiro!
Ela não obteve resposta.
- Mel! Por favor! Fala comigo! O que aconteceu pra você sair correndo daquele jeito? – perguntou Hermione sentando-se na cama, acariciando os fios do meu cabelo que ficaram molhados com as lágrimas.
- Não aconteceu nada! – respondi.
- Como não! Mel, pode confiar em mim!
- Mione, não leva a mal não, tá? Mas eu preciso ficar um pouco sozinha... Depois eu te conto! – falei, e em seguida levantei da cama e rumei para fora do quarto.
Hermione não pareceu ter ficado chateada. Mas ela ficou com uma expressão de dúvida no rosto.
Àquela hora, o castelo estava totalmente vazio. Todo mundo já estava em seus dormitórios. Rumei para o único lugar que desejava ficar. O jardim.
Estava frio. Um vento cortante. Sentei-me sobre a mesma árvore que gostava de ficar. Tinha uma visão ampla do lago Negro. Fiquei observando a Lula Gigante brincar com alguns passarinhos que passavam por ali. As lágrimas continuavam a cair de meus olhos.
De repente, um grito ecoou e em seguida um lampejo verde. Vinha direto da floresta. Sabia que era proibido entrar lá, mas precisava saber o que havia acontecido.
Corri pelos gramados, e entrei na floresta escura. Estava silenciosa agora. Exceto por alguns galhos que ao serem pisados emitiam sons.
- Ora, Ora! Como foi fácil fazer você vir para cá! – falou uma voz que ecoou pela floresta.
- Quem está ai? – perguntei.
Silêncio. Não havia ninguém até onde minha visão alcançava.
- Lumus! – ordenei a varinha para iluminar o meu caminho.
Mais alguns metros e observei um vulto caído no chão. Mantive minha varinha em punho.
Cheguei mais perto, bem lentamente. Era uma garota. Já a havia visto. Era Pansy Parkinson. Da gangue de Malfoy. Peguei no pulso da garota e descobri o que mais temia. Sem pulsação.
Sem olhar para os lados, percebi que não estava sozinha.
- Crucio! – ordenou alguém as minhas costas.
Desviei por pouco. Virei-me para descobrir quem acabara de cometer um crime, e não havia mais ninguém ali.
- O que a Srta. está fazendo aqui? – perguntou Severo Snape.
- Professor! Acabaram de cometer um assassinato aqui!
- Acabaram ou você acabou? – ironizou o professor. Ele não estava sozinho. Dumbledore e a professora McGonagall acompanhavam-no.
- Como assim, professor? É claro que não fiz isso!
- Bom... Temos certas evidências, não acha?
- Como por exemplo?
- Sei muito bem que a Srta. sabe praticar as três maldições imperdoáveis!
- Isso não vem ao caso! Eu não seria capaz de praticá-las em alguém!
- Nem em alguma inimiga?
- Chega Severo! Está claro que a Srta. Bittencourt poderá nos explicar o que estava fazendo na floresta a esta hora! Mas antes, vamos levar o corpo da aluna para o castelo! – falou Dumbledore – Por favor, Melissa, será que pode me encontrar no meu escritório?
- Claro, diretor. – respondi.
- Ah, a senha é acidinhas! – o diretor dera uma piscadela sem vida.
Antes de saírem, encarei Severo Snape sem piscar por alguns minutos.
Logo depois, rumei para o castelo, até a gárgula de pedra. Era um belo escritório. E tinha uma linda fênix.
Em menos de dois minutos o diretor entrou pela porta do escritório.
- Desculpe a demora, Melissa! Sente-se, por favor! – pediu o diretor.
Continuava chocada com a cena, e desapontada com Olívio Wood. Ainda tinha raiva de Snape.
- Agora, conte-me o que aconteceu realmente! – pediu o diretor.
- O.k. Eu fui ao jardim, por que... Hum... Para dar uma volta e sentei-me sobre uma árvore – comecei a narrar exatamente – depois eu ouvi um grito e um lampejo verde vindo direto da floresta, então resolvi ver o que tinha acontecido!
- Hum... Creio que a Srta. tinha motivos pessoais para passear ao jardim à noite! – Dumbledore sorriu.
- Sim. Depois que eu entrei na floresta, ouvi alguém dizer alguma coisa que tinha sido fácil me levar para lá, e eu andei mais alguns metros e descobri o corpo da Pansy Parkinson! Depois, percebi a presença de mais alguém lá, que tentou lançar a maldição Cruciatus em mim! Quando fui olhar para ver quem era, tinha desaparecido! Talvez tivesse aparatado ao perceber que o senhor estava chegando! – terminei – Mas eu quero deixar bem claro para o senhor que não cometi este crime, como disse Snape!
- O professor Snape, Melissa! É claro que eu acredito que você não cometeu isto! Agora, pode ir descansar! Obrigada.
- Ah, senhor, como é que o professor Snape sabia que eu posso conjurar as maldições, se a única pessoa que sabia disso era o senhor?
- Eu não sei, Melissa, como Severo descobriu! – respondeu o diretor parecendo sincero.
- Obrigada, e boa noite senhor!
- Boa noite!
Sai do escritório ainda um pouco atordoada. Por que tudo aquilo em uma noite só? Primeiro Olívio, segundo, a morte de Pansy Parkinson, e agora, Snape descobrindo meus segredos? Era muito esquisito. Os corredores estavam agora cheios, todos comentavam a morte de Pansy. Não falei com ninguém. Passei pelo buraco no retrato e me deparei com Harry, Rony e Hermione sentados nas poltronas. Fitaram-me por algum tempo. Não disse nada. Resolvi subir direto para o dormitório, mas ao tentar fazer isso, Harry me impediu.
- Mel! O que tá acontecendo? Por favor! Conte-me! Eu sei que tem alguma coisa que você não quer me contar! – sussurrou no meu ouvido.
- Tá, OK! Primeiro vocês já souberam da Parkinson? – perguntei.
- Já... O Simas me contou! – afirmou Rony – Você estava lá não é?
- Estava.
- Acho que não é só isso que você tem para nos contar não é?
- Não. Está bem. Eu não vou conseguir esconder nada de vocês não é? – tinha de ser direta. Mas será que deveria contar aos três sobre o que Snape descobrira?
- Ta... Então começa! O que aconteceu depois que você falou com o Cedrico? – perguntou Hermione.
- Ah não! Você ainda tá falando com esse cara? – admirou-se Rony.
- Rony! Chega! Não começa! – bradou Hermione.
- Então, Mel? O que foi que o Cedrico te contou? – perguntou Harry.
- Ele me contou que... - respirei fundo e deixei uma lágrima rolar pelo meu rosto – Encontrei o Olívio beijando a Alicia no saguão ontem!
- O QUE? COMO ELE PÔDE FAZER ISSO? EU VOU MATAR AQUELE IDIOTA! – bradou Harry.
- Harry Pára! – bradou Hermione.
- PÁRA NADA! EU CONCORDO COM O HARRY! VOU ENCHER A CARA DELE DE PORRADA, VOCÊ VAI VER! – afirmou Rony.
- Dá pra calarem a boca vocês dois? Ah, Rony, quem vê pensa que você tem essa coragem toda! Pára que você só fala! – começou Hermione – Vocês não tão vendo que a Mel não está bem? Parem de brigar!
O silêncio se fez novamente. Levantei-me da poltrona em que estava sentada e enxuguei uma lágrima que havia acabado de cair, uma que acabara de ser substituída por outra, em seguida. Caminhei até as escadas e comecei a subir degrau por degrau.
- Viu o que vocês fizeram?! – afirmou Hermione.
- Nós? Pronto, Harry! – falou Rony.
- Rony! É sério! Acho que a Hermione tem razão! A propósito, Mione, tem alguém no dormitório feminino? – perguntou Harry.
- Acho que não, todo mundo saiu pra saber da Pansy! Por quê?
- Porque eu vou conversar com a Mel! Mas acho melhor eu ir sozinho, OK?
- OK! Depois volta e conta, tá? – falou Rony.
- Ronald Weasley! Ela pode contar ao Harry coisas que não quer contar a nós, portanto se ela pedir ao Harry para não contar ele não vai contar!
Hermione nem terminara de falar e Rony já lhe agarrara e lhe dera um beijo.
Harry empurrou lentamente a porta do quarto e se certificou de que não havia mais ninguém ali.
Estava na cama, com o rosto afundado no travesseiro. Harry sentou-se em minha cama.
- Mel? Olha pra mim, vai! Vamos conversar!
A única coisa que obteve foi um soluço.
Sentei-me na cama e fitei Harry. Com certeza estava com os olhos muito vermelhos e inchados.
- Olha Mel! Eu sei como que é difícil, mas...
- Harry! Tem mais uma coisa que eu preciso te contar! – falei. Podia confiar em Harry.
- Pode falar, é mais alguma coisa sobre o Wood?
- Não. Sobre Snape!
- Snape?
- É... Quando eu estava na floresta hoje, Snape me acusou de ter assassinado Pansy!
- O quê? Não acredito!
- Espera... aí, ele descobriu uma coisa que só Dumbledore sabia, e Dumbledore me garantiu que não disse nada a Snape! Ele não pode ter usado Legiliminencia contra mim, afinal, eu pratico Oclumência muito bem!
- Que estranho... E o que era esse segredo? Ah desculpa... se você não quiser contar...
- Não, tudo bem... Eu sei conjurar as três maldições imperdoáveis, por que eu tive aulas em Beauxbatons.
- O quê?
- Calma, Harry! Mas eu não seria louca de usá-las em alguém!
- Não, eu sei disso! Mas como Severo Snape descobriu isso? Se só você e Dumbledore sabiam?
- Isso é o que eu gostaria de saber!
Ficamos um instante em silêncio.
- Você está muito triste com o Olívio, não é?
- Estou.
- Mas, olha, Mel, ele não merece uma lágrima que você está derramando por ele! Ele não te merece!
- Eu sei... mas vai ser difícil, Harry! Acredite! Escuta! Deixa eu te fazer um convite!
- Um convite?
- É... um convite! Não, sério... nas férias de Natal, eu vou para a França! E depois irei para a Alemanha.
- Que legal! Mas você vai com quem?
- Bom, meus pais já haviam planejado esta viagem para a Alemanha, e como eles... Bom, aí eu vou com uma excursão... Mas vou sozinha!
- Tem certeza de que não quer passar o Natal em Hogwarts?
- Não... Eu tenho que voltar para a França e tenho que ir para a Alemanha! Você vai ficar em Hogwarts?
- Vou...
- Escuta... Eu tenho três passagens para a França, tirando a minha, pra levar alguém! Então, quero saber se você quer ir comigo para a França! – esperei um minuto - Então? O que você acha?
- França? Eu? – Harry estava meio sem noção.
- É... Vou convidar você, a Hermione e o Rony! E então, você topa passar o Natal na minha casa na França?
- O quê? Hã? Claro que eu quero!
- Que bom... mas não fala nada por enquanto pro Rony e nem pra Hermione deixa eu contar a novidade pra eles, OK?
- O.k.! Bom... Deixa-me ir então, porque daqui a pouco as meninas começam a subir e não vão gostar de me ver aqui!
- É... Melhor mesmo!
- E vê se melhora hein? – dizendo isso Harry me deu um beijo na bochecha.
Cinco minutos depois, Hermione e o resto das minhas colegas de quarto entraram no dormitório.
Não disseram nada. Apenas deitaram e dormiram. Hermione veio até a minha cama.
- Você está melhor?
- Não.
- Ah, Mel, não fica assim vai! Por favor! Você tem que partir pra outra! Olha só você é linda e tem muitos garotos muito mais legais e mais bonitos do que o Olívio!
Não disse nada. E quando ela fez menção em sair da minha cama perguntei:
- Mione! Você quer ir para a França?
- O quê? – ela parecia não ter ouvido direito, mas sua expressão fora muito parecida com a de Harry.
- É... Ir passar as férias de Natal na França!
- Ah, bem que eu gostaria, mas meus pais estão viajando e eu não tenho dinheiro pra pagar a passagem! Então vou ficar aqui em Hogwarts mesmo! – tinha um ar triste no rosto de Hermione.
- Ah sua boba! Eu estou te convidando para ir para a França comigo e com o Harry! Você não precisa pagar! Eu vou te dar a passagem!
- Não! Você está brincando, né? O Harry também vai?
- Vai... E eu também vou convidar o Rony... Aí a gente vai e fica lá em casa!
- Ah, eu vou mandar uma carta para os meus pais, mas eu quero ir sim!
- O.k., não conta pro Rony! Deixe-me contar!
- OK! – Hermione parecia animadíssima com a viagem.
Por que será que eu não estava? Iria voltar para casa!
Não demorou muito para que eu adormecesse.

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