A Guerra: A Fênix e a Serpente



A manhã chegou rápida e foi anunciada pelo canto de uma ave mágica. Fawkes sobrevoou todos os lugares em que os membros da Ordem estavam. Seu canto inspirava ânimo e coragem.
Bruxos e bruxas de todas as partes do mundo se preparavam para combater o exército do Lorde das Trevas. Cada um a seu modo, tomaram um belo café da manhã, preparado antecipadamente pelos elfos domésticos. Dobby instruiu cada um dos elfos a preparar a comida com um pouco de mágica, para que todos se sentissem bem depois da refeição.
Alimentados, eles começaram a cuidar das armaduras, espadas, arcos e varinhas. Poliam, limpavam, deixavam tudo perfeito.
Gui e Lupin tinham saído antes mesmo do sol nascer, seguindo o conselho de Arthur Weasley. Eles se encontrariam pouco antes do anoitecer.
A Lua Cheia teria sua força máxima às 19h17min. Horário em que teriam que estar em combate, para impedir Voldemort de realizar o ritual. Assim, combinaram de sair todos juntos da cidade lá pelas 16h. Gastariam mais de uma hora a pé, pois mesmo que as armaduras fossem leves, eles não deveriam se cansar a toa.
Vendo que todas as suas coisas estavam arrumadas, Harry retirou um pacote de uma mochila e foi atrás de Draco. O rapaz conversava entretido com o anão que fizera sua armadura.
_ Você garante que isso vai funcionar? – perguntou o jovem bruxo.
_ Se você não esquecer as palavras certas, vai funcionar sim! – respondeu o anão, parecendo ofendido com a pergunta.
Harry fez um movimento mais brusco para chamar atenção e Draco se virou.
_ Ah, oi Potter! Faz tempo que está aí?
_ Acabei de chegar! Escuta, eu preciso conversar com você. Sobre uma coisa muito séria.
Draco olhou Harry nos olhos e entendeu que não era nada que pudesse ser adiado. Concordou com a cabeça e seguiu Harry, que procurou um banco numa praça perto dali.
Eles se sentaram e Harry começou a falar.
_ Você sabe que o exército de Voldemort é forte...
_ Sei – interrompeu Draco amargurado – tenho marcas na pele até hoje.
_ Então – continuou Harry – sabe o quanto precisamos da sua ajuda. Você sabe qual é a sua missão.
_ Não se preocupe, Potter. Já disse no Concílio que estava do lado certo agora.
_ Mas não é só isso, Draco. Tem mais coisas. Eu, quer dizer, todos nós tememos por você. Se Voldemort ou sua tia, ou qualquer outro seguidor fiel dele o encontrar durante a batalha, é quase certo que tentem lhe matar. E não duvido que consigam no meio de tanta confusão.
_ Mas ele não sabe que eu estou do lado de vocês, Potter!
_ Sabe sim, Draco. Por que acha que seu pai não voltou? Porque Voldemort o prendeu para forçar você a se juntar a ele.
_ Agora não tem mais jeito. Eu jurei para Ada, para Nandriel. Não posso mais voltar atrás. E quem garante que meu pai não está lá por vontade própria? Ele sempre foi partidário de Você-sabe-quem.
_ Seu pai mudou muito, Draco! E eu tenho certeza que ele está preso.
_ Como pode ter tanta certeza assim, Potter? Você o viu num dos seus sonhos esquisitos?
Aquela era a hora. Harry precisava contar a verdade sobre Narcisa. Não achava justo que Draco não soubesse. Ele sabia como era ignorar a verdade sobre os pais.
_ Eu soube da prisão do seu pai quando...
_ Quando o quê, Potter? – impacientou-se Draco.
_ Quando os membros da Ordem receberam uma caixa mandada por Voldemort e por sua tia.
_ O que tinha na caixa? – perguntou o bruxo loiro sentindo que era alguma extremamente ruim.
_ O corpo... da sua mãe – finalizou Harry numa voz sumida.
Draco olhou para o chão. Não queria bancar o covarde na frente de Harry Potter que tinha perdido os pais com apenas um ano, vivido da pior maneira possível e ainda tinha enfrentado Voldemort várias vezes e de uma certa maneira sempre levava a melhor. Mas sabia que o rapaz ali tinha razão. Até seu ex-amigo Crabbe o tinha torturado, quando estava preso.
_ O que você sugere? – disse num esforço sobre-humano para não chorar - Que eu vá escondido em alguma caixa ou coisa parecida? Ou então que algum professor me transforme num animal ou objeto fácil de ser carregado?
Harry percebeu o quanto aquela situação era difícil para Malfoy.
_ De jeito nenhum, todas essas possibilidades poderiam prejudicar o seu dom. Ou atrapalhar o seu cabelo – falou tentando descontrair um pouco.
Funcionou, Malfoy riu sem jeito e Harry continuou a conversa.
_ Eu vim aqui emprestar uma coisa para você. Algo que foi do meu pai e que agora eu acho que vai ser muito útil para proteger você e nos ajudar a vencer essa batalha.
Harry entregou o embrulho e Malfoy o abriu. Lá dentro estava a Capa da Invisibilidade.
_ Eu vou ficar invisível?
_ Isso, e só vai aparecer quando os Inferis começarem a atacar. Só precisa ter cuidado com os dementadores. Eles podem ver através da capa.
Draco sorriu. Experimentou a capa do pescoço para baixo e Harry brincou:
_ Você ficaria bem mais bonito se cobrisse a cara.
Os dois deram uma boa gargalhada, mas ficaram sérios imdediatamente.
_ O que vai acontecer depois dessa batalha? – perguntou Malfoy.
_ Depois que impedirmos o ritual vai ficar mais fácil destruir Voldemort. O exército dele vai ter um belo desfalque. Principalmente depois que você aparecer e acabar com os inferis.
_ Mas e “ele”? Vai ser destruído?
_ Não – respondeu Harry – pelo que eu sei, parece que ele tomou algumas providências para que isso não aconteça.
Diante da cara de dúvida de Draco, Harry completou:
_ Ele é como um gato, Draco. Tem sete vidas.
Os dois seguiram em silêncio para a casa onde estavam as coisas de Harry. Todos esperavam por eles. Fizeram uma reunião antes de sair e o Sr° Weasley falou:
_ Chegou a hora pela qual esperamos ansiosamente. Não há mais como voltar atrás. E nem há razões para que isso aconteça. Somos muitos! Somos fortes! Mas acima de tudo somos o bem! E eu não me lembro de uma única vez, desde que o mundo é mundo, em que o bem não tenha vencido o mal. O mal pode persistir! Pode tentar quantas vezes quiser, mas nunca, ouçam bem, NUNCA irá ganhar. Enquanto houver criaturas humanas ou não que desejem que esse mundo seja um bom lugar para se viver, o mal não terá vez.
Bruxos, anões, elfos e todas as criaturas presentes, inclusive Grope, ouviam o discurso do pai de Rony.
_ Hoje eu peço a vocês que lutem por Dumbledore, para que tudo o que ele fez nesses últimos anos tenha valido a pena.
Os presentes prorromperam em aplausos frenéticos, enquanto muitos gritavam palavras de incentivo e ânimo.
Quando todos estavam saindo, os gêmeos Fred e George Weasley saíram da casa com grandes caixas e pediram que esperassem.
_ Temos algumas coisas inúteis que podem ser muito úteis – falaram ao mesmo tempo os dois rapazes.
E começaram a distribuir bisnagas de bolhas, que provocavam grande bolhas cheias de pus fedorento onde espirrassem; mal-cheiro expresso, o próprio nome já dizia, bastava abrir a caixa e ninguém conseguiria ficar perto (vinha com máscaras anti-odor) e mais outros apetrechos muito criativos.
Eles finalmente partiram e como previsto, cerca de uma hora depois avistavam a planície em que se encontrava o Altar dos Portais.
O movimento ali era intenso. Comensais corriam para todos os lados, dementadores cercavam o local. Lobisomens eram comandados por Fenrir, que exibia uma bela cicatriz deixada pela espada de Gui, e mancava um pouco ao andar.
Todos os bruxos da Ordem se posicionaram de acordo com o combinado. Lupin e Gui ficaram mais atrás. O sol estava quase sumindo no horizonte e os relógios marcavam 18h.
_ É agora – falou Arthur Weasçey, que tinha assumido o controle da Ordem nos últimos dias.
Os elfos dispararam flechas na direção dos comensais. Muitos foram atingidos, e como as pontas tinham sido forjadas pelos anões os ferimentos eram graves. Três caíram mortos com as flechas trespassadas na cabeça ou coração.
Os outros que estavam perto deram o alarme e todas as criaturas vieram socorrer.
Voldemort já estava presente no local, mas parecia não se importar para aquilo. Sua atenção estava totalmente voltada para o Portal do Véu que estava sendo colocado no centro do Altar.
Os comensais apontavam suas varinhas na direção de onde tinham vindo as flechas e lançavam toda sorte de feitiços que conheciam.
Logo os bruxos da Ordem começaram a revidar e foram mostrando a cara. As fadas lançavam feitiços estranhos que deixavam os adversários atordoados e facilitava o trabalho dos anões.
Grope tentava pisotear todos os seres de capuz que encontrava em seu caminho. Hagrid ia junto, visto que resistia a maior parte dos feitiços.
O meio-gigante aproveitou que um comensal havia sido estuporado por quatro bruxos ao mesmo tempo e pegou-lhe a varinha “emprestada”. Agora poderia lançar todos os feitiços que sabia. Não eram muitos, mas era mais que seu guarda-chuva cor-de-rosa podia fazer.
A lua apareceu detrás de uma nuvem e todos os lobisomens começaram a uivar. Lupin passou correndo entre os bruxos e se juntou aos de sua espécie. Gui foi atrás, apesar de não ser um lobisomem completo, sentia necessidade de ir para lá. Aquele uivo era um chamado para ele. E o melhor, ele podia se comunicar com os lobisomens apesar de manter a forma humana.
Era impossível dizer quem estava ganhando até que uma imagem marcou o céu. A fênix colorida, criada pelo Fortiori, bateu suas asas sobre o campo de batalha.
Em seguida, um comensal revoltado berrou:
_ Morsmordre!
E a caveira com língua de cobra também apareceu, dando a todos a certeza de que a luta estava apenas começando. E não ia terminar tão cedo.

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