O presente de Natal



A manhã da véspera de Natal chegou com muita neve e pouca animação. O castelo não era mais um lar de estudantes, mas sim um verdadeiro quartel-general e todos os habitantes esperavam ansiosamente o momento do confronto.
O clima era terrível. Nada de enfeites, comidas especiais ou presentes. As conversas giravam em torno dos mesmos assuntos dos dias anteriores: quantos haviam morridos, quando enfrentariam os comensais, quais os tipos de criatura estavam do lado de Você-sabe-quem.
Harry acordou cansado. Nos últimos dias, por maior que fosse o cansaço, ele não conseguia se sentir restaurado mesmo depois de longas horas de sono. Seu cansaço naquela manhã era tanto que ele não teria se lembrado que era Natal se não tivesse encontrado um pequeno embrulho nos pés de sua cama.
Era um pacote embrulhado com papel dourado e um laço vermelho. Um cartão dizia que o presente era de Gina. Ele desembrulhou e encontrou um bolo de frutas com calda de chocolate. Guardou para comer mais tarde. Precisava descer para ver em que pé estavam as coisas dentro do castelo.
Quando chegou ao salão principal encontrou a menina junto com Ron, Mione, Neville e Luna tomando café da manhã. Sentou-se com eles e começou a comer e conversar.
Enquanto conversavam algumas corujas chegaram com correspondências. Edwiges apareceu apenas para cumprimentar seu dono, já que não havia ninguém de fora do castelo que pudesse escrever a Harry.
No entanto uma enorme coruja negra, com manchas amarelas ao redor dos olhos, pousou em frente ao rapaz, empertigou o corpo com altivez e esticou a pata em que trazia um pequeno pacote e um envelope verde musgo, destinado a ele.
Edwiges piou indignada com a presença da enorme e esnobe coruja e saiu para o corujal. Harry pegou o envelope e abriu:

Potter,
Espero que considere isso como um presente de Natal. Consegui com um amigo meu que trabalhava no Departamento de Mistérios, no Ministério da Magia.

L.M.

_ É do Lucius – informou Harry.
_ O Lucius te mandou um presente de Natal? Não acredito! – exclamou Rony.
_ Pois é, é meio estranho pensar que ele agora está tão mudado – comentou Hermione.
_ Estranho foi ver o Draco te chamando de anjo da guarda – falou Rony.
_ Não vá me dizer que está com ciúmes do pobre coitado que nem sabe quem é!
_ Não, não tenho ciúmes dele. Tenho pena! Tá certo que ele foi bem cruel ano passado, mas não precisava ficar daquele jeito.
_ Ei, estamos esquecendo do pacote que o Harry recebeu – lembrou Gina.
Todos pararam de falar e olharam para o rapaz que segurava o pacote com uma mão. Ele começou a desembrulhar e encontrou uma caixinha de papelão. Dentro dela havia apenas um pequeno frasco com um líquido prateado.
Harry conhecia aquele tipo de líquido. Era uma memória. Por que Lucius daria uma memória de presente para Harry?
A resposta estava na etiqueta pregada no frasco. Era uma das lembranças de sua mãe. Alguma coisa que ela achou importante guardar. E que outras pessoas também acharam já que o frasco estava no Departamento de Mistérios.
_ Estranho – comentou Gina – o Ministério não está fechado?
_ Percy disse que os antigos funcionários podem entrar lá para ter certeza que as coisas estão em ordem – disse Rony.
Harry se levantou. Iria até a sala de Dumbledore procurar a Penseira para ver a lembrança de sua mãe. Mas antes que pudesse dar um passo a porta se abriu sozinha e ele se sentiu preso ao chão.
Todos os outros bruxos ficaram de pé, como se uma estranha força os movimentasse.
Um clarão invadiu o salão principal e assim que a luz diminuiu eles avistaram um ser alto, magro, que trajava vestes amarelas como o sol. Carregava uma espada muito antiga, com o cabo trabalhado em ouro amarelo e a lâmina em prata afiada. Também usava uma capa leve, laranja, bordada com fios de ouro.
Todos olhavam a estranha criatura. Não era humano. Tinha orelhas pontudas, olhos amendoados de um azul quase branco, os cabelos prateados, compridos até a altura da cintura, presos numa bem feita trança. E parecia que pesava o mesmo que qualquer um dos fantasmas do castelo.
O ser foi diretamente até a diretora McGonagal, fez uma breve reverência e falou em uma língua que eles desconheciam.
A voz da criatura era tão intrigante quanto toda sua figura. Depois de uma pequena conversa, a diretora ficou de pé e falou:
_ Peço um minuto da atenção de vocês! Hoje Hogwarts tem a honra de dar as boas vindas a Dain, senhor soberano dos elfos e um amigo inestimável que sempre nos socorre nas horas de maior aflição.
O salão irrompeu em aplausos. Todos queriam saudar o famoso Dain. Ele, no entanto, se manteve quieto, observando todos no salão.
Ele olhou para o grupo de Harry, mas ao contrário do esperado não esboçou nenhuma reação ao olhar para o rapaz.
Por esse motivo Harry simpatizou de imediato com ele.
Quando todos se acalmaram Dain começou a falar. Não um discurso comum, mas uma fala cantada, muito bonita. Ninguém entendeu nada, e ele não se importou com isso, pois não estava falando com nenhum dos presentes na sala.
A porta se abriu novamente e uma delegação de elfos entrou. Todos muito parecidos com Dain, a única diferença era a cor dos cabelos. Mais vermelhos que os cabelos de toda família Weasley. Os olhos eram cor de sangue e davam aos elfos uma expressão quase diabólica. Se não fosse a leveza com que caminhavam provocariam pânico em todos presentes.
Eles caminharam por todo salão com uma precisão incrível. E chamaram mais atenção que um grupo de veelas. Cada elfo carregava um tipo de arma. Havia espadas, lanças e arcos e flechas.
Só quando estavam bem próximos é que Harry percebeu que metade da delegação era composta por mulheres.
A diretora falou mais uma vez e anunciou que aqueles seres eram os daillings, ou elfos vermelhos, e que iriam lutar contra a força das trevas junto com os bruxos.
Apesar da notícia, o clima não melhorou no castelo. Todos estavam tensos. Na noite anterior uma reunião entre os bruxos mais respeitáveis decidiu que iriam marchar em direção ao laboratório em Londres na manhã seguinte.
Harry chamou os amigos para o acompanharem até a sala de Dumbledore. Queria ver a lembrança de sua mãe. Eles subiram correndo e, uma vez dentro da sala do ex-diretor, começaram a procurar a Penseira.
Não foi difícil de encontrar. Um objeto daquele tamanho não poderia ser facilmente escondido. Estava guardada em um armário do lado esquerdo da sala.
Harry colocou-a sobre a mesa, do mesmo modo que Dumbledore fez em todas as vezes. Abriu o frasco e despejou o conteúdo com cuidado. Deu as mãos aos amigos e indicou o que deviam fazer.
Logo eles estavam caindo e desceram até uma sala bem escura, de paredes antigas, cheias de quadros. Velas coloridas iluminavam fracamente a cena. Havia vários jovens espalhados em grupos. Era uma sala de aula de Hogwarts.
A um canto estava Lílian Evans e mais algumas amigas. Elas riam e olhavam um objeto sobre a mesa. Todos os alunos faziam o mesmo.
_ Muito bem – falou uma voz suave atrás de Harry – agora deixem suas mentes vazias. Mais vazias que de costume. E olhem atentamente. É preciso enxergar através da fumaça que a bola de cristal mostra.
Era uma aula de Adivinhação. Mas a professora não era a Sibila Trelanwey. Era uma bruxa realmente velha. Pelo Harry reparou a professora era cega e mesmo assim andava pela sala como se visse todos os alunos e falava com eles diretamente.
_ Olhem com atenção! Tenho a sensação que vamos descobrir coisas interessantes nesta aula.
Nesse momento a mãe de Harry levantou-se assustada.
_ Professora Woolbergh, depressa, Antonieta está... está passando mal.
A menina em questão tinhas as mãos coladas na bola de cristal, os olhos virados, e uma expressão de pânico nos olhos.
_ Acalmem-se, todos! Todos quietos, esse rebuliço só vai piorar as coisas. – disse a professora enquanto ia em direção à mesa da mãe de Harry.
O estado da garota era assustador. Agora ela começava a tremer.
_ Eu sabia que Antonieta daria problema se cursasse Adivinhação. Ela é muito sensível! – comentou a professora – Vamos minha querida, está na hora de ir para seu quarto.
A voz da professora ficou ainda mais suave. Mas só serviu para deixar Antonieta mais nervosa. A menina agora gritava desesperadamente.
_ Não posso! Não posso sair agora! Não sem antes avisar do nascimento! O Nascimento do herdeiro.
A professora suspirou. Sabia que agora era tarde demais para interrompê-la. Assim são as profecias, quando vêm, precisam de espaço, precisam ser ouvidas.
_ Quem é esse herdeiro, Antonieta? – perguntou.
_ Ele vai nascer daqui alguns anos. E vai provar que a lenda é verdadeira.
Muitos alunos se olhavam assustados. Outros procuravam sair de fininho da sala. Só Lílian continuava ao lado da colega, e ouviu atentamente cada palavra dela.
_ Qual lenda, Antonieta? – perguntou a mãe de Harry.
_ A lenda do filho do deus, que vai ser capaz de expulsar os mortos...
A língua da moça começou a enrolar e ela foi caindo lentamente para trás da cadeira. Antes que batesse no chão, a professora a amparou e pediu a dois alunos que estavam do lado de fora da sala que levassem a jovem Antonieta para a enfermaria.
A lembrança foi sumindo e os quatro voltaram para a sala de Dumbledore.
_ O que isso quis dizer? – perguntou Gina.
_ Não sei! Não sabia que minha mãe tinha lembranças guardadas dentro do Ministério – comentou Harry.
_ Pelo que eu sei, qualquer pessoa que presencia uma profecia é chamada ao ministério para deixar a lembrança guardada como registro. – informou Mione.
_ Você já leu alguma coisa sobre um filho de deus capaz de expulsar mortos, Mione? – perguntou Harry.
_ Não, infelizmente nunca ouvi falar nada parecido.
Rony, que até então estivera calado, se levantou e disse:
_ Eu preciso ir, preciso fazer uma coisa.
_ Aonde você vai, Ron? – perguntou Mione.
_ Vou falar com Magoriano.
E sem dar tempo para mais perguntas ele saiu da sala.
Os três ficaram se olhando sem entender. Rony andava muito estranho desde sua conversa particular com o líder dos centauros.
_ Vocês vão descer para almoçar? – perguntou Gina tirando os outros dois de seus pensamentos.
_ Nossa, é mesmo! Já está na hora do almoço! Vamos sim. – exclamou Mione.
_ Vão vocês. Eu vou ficar mais um pouco aqui – respondeu Harry olhando para o fundo da Penseira.
As meninas saíram e Harry se jogou na cadeira. Com um profundo suspiro, colocou os pés sobre a mesa (já começava a se sentir à vontade naquele lugar) e falou para si mesmo:
_ Este vai ser o pior Natal de todos. Pior até do que todos que eu passei na casa dos Dursley.
_ Isso é realmente muito triste, Potter. – disse uma voz que Harry reconhecia muito bem.
Virou-se procurando em todos os lados, mas não conseguiu vislumbrar ninguém. Ele tinha certeza que ouvira a voz de Dumbledore.
_ Você se esqueceu de olhar para cima, meu rapaz – disse o diretor.
Harry olhou e viu que, pela primeira vez, o quadro de Dumbledore estava falando, como os outros quadros.
_ O seu quadro, quer dizer, o senhor nunca falou antes!
_ Ah, eu não tinha muito o que dizer! Mas posso garantir a você que acompanhei tudo o que você e seus amigos passaram nesta sala.
_ Eu destruí mais uma, sabe, a cobra!
_ Essa é uma boa notícia, Potter! Mas ainda assim eu me preocupo.
_ Com o que, senhor?
_ Com esse clima horrível. O Natal é um dos meus feriados preferidos. O castelo todo enfeitado, com as 12 árvores que Hagrid escolhe a dedo, as comidas, a alegria. E pensar que amanhã uma boa parte dos bruxos que estão aqui vão partir para sua primeira batalha, sem uma festa de confraternização antes. Isso é triste. Realmente triste.
_ O que o senhor sugere?
_ Se eu ainda estivesse no castelo, ativamente é claro, porque eu nunca vou deixar esse lugar, faria uma grande festa, e encontraria um presente que pudesse animar todos que vão para a batalha amanhã.
_ Eu nem sei como fazer, quero dizer a diretora McGonagal acha...
_ Potter, você me perguntou o que eu faria. E eu respondi. Não disse para fazer como eu. Faça o que você acha que deve ser feito. Agora é hora de você tomar decisões sozinho, Harry. Agora eu devo descansar. Outro dia conversamos mais!
Imediatamente a imagem do quadro fechou os olhos e ressonou. Harry ainda chamou o diretor várias vezes, mas não obteve resposta.
Saiu frustrado da sala. Não entendera uma palavra da lembrança da mãe e agora Dumbledore o deixava mais confuso ainda.
Andou durante muito tempo. Não tinha fome e nem ânimo de contar aos amigos a conversa com o quadro. Mais tarde explicaria a todos.
Ele andou sem rumo e quando percebeu estava novamente no corredor do 7° andar. De repente teve uma idéia. Passou diante do que seria a parede da Sala Precisa três vezes mentalizando:
_ Preciso de um lugar para encontrar um presente que traga esperança.
A princípio nada aconteceu. Harry imaginou que seu pensamento havia sido muito vago e já dava as costas para a “porta” quando ouviu um barulho. Virou-se para olhar e viu a porta surgir.
Entrou apressado e deparou-se com um enorme viveiro de pássaros. Aves de todas as cores, tamanhos e espécies viviam ali. Harry começou a andar entre elas até que encontrou o que estava procurando. Ali, no centro do viveiro, estava Fawkes, a fênix de Dumbledore.
Ela voou até Harry e pousou em seu ombro, deixando bem claro que iria com ele. Harry notou que havia um pergaminho embaixo do poleiro em que a ave estava. Abaixou-se, pegou o pergaminho e leu. Tinha apenas uma palavra escrita: Forttiori.
Ele saiu apressado em busca dos amigos, com Fawkes voando atrás dele. Encontrou Rony no corredor que levava a torre da Grifinória.
_ Harry, é a Fawkes! Mas o que...
_ Não dá tempo de explicar, precisamos falar com Hagrid e com os elfos domésticos.
Os dois correram o mais rápido que podiam até a cabana de Hagrid. Harry explicou sua idéia e foi apoiado pelo guarda-caça e por Rony que ainda não sabia o que o amigo queria fazer.
Hagrid saiu em seguida e disse que até o entardecer tudo estaria pronto.
Harry saiu apressado novamente e foi atrás de Dobby. Encontrou-o conversando com alguns elfos vermelhos em seu idioma natural.
_ Senhor Harry Potter! Dobyy fica feliz em ver o senhor!
_ É muito bom te encontrar, Dobby. Preciso de um grande favor seu!
_ Dobby faz qualquer coisa pelo senhor Potter. Foi o senhor Potter que deu a Dobby a liberdade – disse para um elfo particularmente alto ali perto.
_ Dobby, eu preciso que você peça aos outros para preprara um jantar típico de Natal. Com bolos de frutas cobertos com calda de açúcar, peru recheado, carneiro, bombas de chocolate... Você sabe como é. Um jantar da época de Dumbledore. Será que dá tempo?
_ Tempo? Dobby e os elfos não precisam de tempo, senhor! Nós faz tudo para hoje a noite.
_ Sabia que podia contar com você, Dobby. Hoje a noite, quando eu der o sinal você deve servir a comida, combinado?
_ Combinado, senhor!
Harry saiu animado. Rony atrás dele ainda queria saber onde o rapaz havia encontrado a ave. Harry explicou tudo o que aconteceu e Rony concordou que aquela seria uma idéia e tanto.
Eles procuraram manter a ave escondida no quarto deles durante o resto do dia. Gina e Hermione também ajudaram a cuidar de Fawkes enquanto não chegasse a hora do jantar.
Quando o relógio soou dezenove horas, os quatro desceram, esperando ver o salão enfeitado, as pessoas surpresas com a riqueza das refeições e ficarem encantadas com a ave de Dumbledore. Mas a cena que encontraram foi desanimadora.
Não havia quase ninguém no salão, a porta estava escancarada e a neve entrava com o vento, deixando o chão molhado e escorregadio.
Eles foram até a porta e descobriram o que estava acontecendo. Havia uma grande confusão. A diretora McGonagal tentava controlar os ânimos, mas parecia uma missão impossível. Muitos elfos vermelhos cercaram um grupo de seres que Harry não enxergava, e falavam sem parar, indignados.
Hagrid andava de um lado para o outro e parecia concordar com os elfos. Enquanto isso os bruxos que estavam hospedados no castelo tomavam partido na discussão.
Os quatro ficaram ali ouvindo a briga. O plano de inspirar mais alegria com uma festa de Natal tinha ido por água abaixo. Irritado, Harry pegou sua varinha, mirou para o alto e sem saber ao certo o que estava fazendo, berrou:
_ Fortiori!
Na mesma hora um jato alaranjado saiu de sua varinha e formou no céu o desenho de uma gigantesca fênix, de asas abertas. Então Fawkes levantou vôo e começou a cantar.
O canto do pássaro não era um lamento triste como no dia do enterro de Dumbledore. Mas uma marcha de união e coragem. E lentamente as cabeças foram se virando para o alto e contemplaram aquela marca no céu.
Quando a discussão parou, os quatro jovens bruxos puderam ver o motivo da briga. Havia uma delegação de anões em pleno jardim de Hogwarts.
Gina deu um passo a frente, ampliou a voz e perguntou:
_ Podemos saber que bagunça é essa?
_ Os elfos e os anões não se entendem – respondeu a diretora – e estão discutindo para ver quem vai nos ajudar a derrotar Você-sabe-quem.
_ Ora, isso é ridículo! – falou Harry – Hoje é noite de Natal e vocês estão discutindo para saber quem vai lutar contra o inimigo.
_ Por favor, vamos ser sensatos – pediu Mione – quem é inimigo de Você-sabe-quem é nosso amigo.
Ninguém falou mais nada. Ficaram olhando o céu. A imagem da fênix de asas abertas não tinha sumido. Ganhava mais cores a cada instante.
O amontoado de pessoas começou a se dividir ao meio, a medida que duas figuras atravessavam o jardim entre eles e iam em direção aos jovens ainda na escada da entrada do castelo. Eram Dain e Magoriano.
_ Quem fez essa marca? – perguntou o centauro.
_ Eu – respondeu Harry – fiz a marca e trouxe Fawkes de novo. Foi um presente de Dumbledore.
O elfo falou alguma coisa em uma língua incompreensível para os humanos e o centauro traduziu:
_ Um belo presente, Harry Potter. Um belo presente!
Dain deu as costas a Harry, falou alguma coisa para os elfos vermelhos e se dirigiu ao líder dos anões. Tirou sua espada da cintura e a entregou ao homem, que não devia ter mais que 1,40m de altura, longos cabelos e barbas bem negros e usava uma roupa de couro com placas de metal.
A diretora convidou todos para a entrar, mas os anões preferiram ficar de fora do castelo e montar acampamento. Fizeram isso com uma velocidade inigualável. E logo o barulho de metal sendo trabalhado fez-se ouvir por toda Hogwarts.
Os anões, assim como Hagrid explicou mais tarde, eram ótimos ferreiros. Faziam armas e armaduras com perfeição. A própria espada de Grifindor foi feita por um ancestral daquele anão que ficou com a espada de Dain.
Quando o jantar foi servido, a surpresa foi geral. Há muitos dias não tinham uma refeição tão farta assim. A diretora chamou um dos elfos-domésticos e quis saber o que significava aquilo.
_ Foi Dobby que disse para elfos fazerem isso. Disse que foi pedido de Harry Potter.
Como era de se esperar, a diretora foi tirar satisfações.
_ Potter, como ousa dar ordens aos elfos da cozinha do castelo?
_ Não dei nenhuma ordem, diretora. Apenas pedi que fizessem um jantar digno de uma noite de Natal.
_ Mas você há de convir que não estamos no melhor momento para comemorar o natal.
_ Eu sei. E sei também que amanhã um grupo invadirá o laboratório. E todos estavam muito infelizes. Com tanta tristeza seriam derrotados em menos de cinco minutos. – respondeu decidido.
A diretora fitou-o admirada. Não era a primeira vez que Harry a enfrentava aquele ano.
_ E tem mais – disse correndo para o centro do salão aumentando sua voz novamente - Os comensais têm a marca deles. Aquela horrível caveira com língua em forma de cobra. Agora, nós temos a nossa marca. Eu convido todos aqui para participar da Ordem da Fênix, e sempre que ganharmos uma batalha, seja contra 100 ou apenas 1 comensal, vamos marcar o céu para deixar claro que estamos resistindo. Quem estiver contra Voldemort, que erga sua varinha e grite Fortiori.
A reação foi maior que Harry esperava. Praticamente todas as varinhas foram apontadas. Apenas aqueles que não tinham suas varinhas em mãos é que não responderam.
Centenas de fênix enormes marcavam o céu encantado do salão principal. Os bruxos tinham um novo ânimo, comeram com gosto e foram dormir confiantes na vitória do dia seguinte.

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