Presentes, muitos presentes



Eles ainda conversaram por muito tempo e quando Harry se levantou para ir embora, o relógio soou meia-noite. A srª Figg sorriu e disse ao menino que esperasse alguns minutos. Ela se retirou e voltou em seguida, com uma grande caixa, embrulhada para presente.
_ Tome meu rapaz, hoje já é seu aniversário – entregou a caixa a Harry e sorriu com um carinho que aqueceu o coração dele.
_ É mesmo, já é meu aniversário. Mas por que um presente tão grande?
_ Na verdade não é tão grande assim. É que aí estão 17 presentes. Todo ano eu comprava um presente para você, mas nunca consegui entregar. Então fui guardando e agora posso lhe dar, todos de uma vez.
Harry deixou a caixa no chão e, sem pensar no que fazia, deu um longo e demorado abraço naquela senhora, bem frágil e delicada. Ela agora batia na altura do peito do rapaz. Ela agradeceu o abraço e disse que estava cansada e queria dormir.
Harry foi para casa. Todos já dormiam e ele pode subir com seu presente sem ser interrogado por ninguém.
Entrou em seu quarto, acendeu o abajur e abriu a enorme caixa. Dentro haviam 17 embrulhos, cada um com um número e um ano. Harry abriu o primeiro e riu divertido com o chocalho em forma de vassoura. Os Dursley nunca o teriam deixado ficar com aquilo. Depois, abriu um por um, em ordem cronológica. Todos eram divertidos. Havia bonequinhos de fantasmas que voavam de verdade, um xadrez bruxo todo colorido, livros com histórias infantis, camisetas de times de quadribol, um enfeite de escrivaninha em forma de pomo de ouro.
Harry ficou horas se divertindo com aquilo. Os presentes mais recentes eram os mais exóticos. Entre eles Harry encontrou uma linda pena azul, com estrelinhas prateadas que mudavam de cor. A embalagem explicava que aquelas estrelas indicariam o caminho certo para as almas perdidas. Ainda havia uma bola que respondia suas perguntas em cinco línguas diferentes e um Atlas que mostrava toda a geografia das terras bruxas.
Mas o último pacote, o daquele ano, Harry demorou para abrir. Era uma caixinha minúscula, que não dava nenhuma pista sobre o seu conteúdo. O rapaz ficou um bom tempo admirando o pacotinho. Até que a curiosidade o venceu e ele desembrulhou. Dentro Harry encontrou um colar de couro, com um pingente esquisito. Era uma pedra roxa, meio transparente, ainda em estado bruto. Junto um bilhete dizia:

Caro Harry,

Hoje você já é um adulto. É muito bom saber que conseguiu chegar até aqui.
Agora tenho a certeza que vai seguir em frente.
Essa pedrinha é uma Claraluzia. Sua mãe a usava no dia em que vocês foram atacados.
Dumby me pediu para guardá-la e entregá-la a você quando achasse prudente.
Acho que o momento é este.

Desejo que você ainda seja muito feliz!

Com carinho,

Arabella Figg

Aquilo era um pedacinho de sua mãe. O que exatamente fazia uma claraluzia era secundário. No dia seguinte ele perguntaria a Srª Figg. Agora ele tinha algo concreto, algo que pudesse tocar de sua mãe. Imediatamente colocou o colar no pescoço, guardou os outros presentes no malão e adormeceu feliz, como há muito não acontecia.
Harry acordou na manhã seguinte com quatro corujas em cima de sua cama. Uma ele reconheceu como sendo Pítchi. Ela parecia cansada da viagem, e Harry entendeu logo o porquê assim que viu o embrulho que ela trazia. Era enorme. A Srª Weasley lhe enviou um grande bolo de nozes com cerejas e calda de chocolate, os gêmeos mandaram um estoque de bolhas ultra-resistentes (você pode até viajar dentro de uma delas), Rony lhe enviou um pôster do Chuddley Cannons em que todos os jogadores se moviam e faziam grandes manobras no ar e Gina também enviou alguma coisa. Um saquinho. Harry sorriu e se perguntou se aquele seria o ano dos presentes esquisitos. Dentro do saquinho ele encontrou algumas sementes e a instrução: plante em um pequeno vaso e veja o que acontece. Ele guardou tudo, menos o bolo. Ele iria comê-lo assim que acabasse de abrir os presentes. E junto com todos os embrulhos estava um envelope prateado, com as iniciais F e G, escritas com uma tinta que mudava de cor. Harry teve certeza que era o convite de casamento do irmão de Rony. O convite trazia uma foto dos noivos, o dia e o local do casamento. Assim que Harry leu todas as informações, o convite desapareceu.
Como era de se esperar, uma das corujas pertencia a Hermione. A amiga lhe enviou a edição especial do Profeta Diário sobre Dumbledore e uma mochila de viagens especial. Era equipada com saco de dormir, lanterna, cantil, duas panelas, talheres, pratos e copos. Ela sabia o que eles teriam que fazer aquele ano, e o presente indicava bem isso.
A coruja seguinte era de Hagrid, que mandou apenas um cartão. Pediu desculpas por não poder comprar um presente, mas disse que ele entenderia assim que soubesse das mudanças.
Essa era uma coisa que Harry detestava nas cartas de Hagrid. Ele nunca era claro o bastante.
A última coruja foi um tanto surpreendente. A Professora Minerva lhe enviara um presente. Um livro, em branco. Muito esquisito! Mas o que deixou o rapaz realmente intrigado foi o bilhete que vinha junto. Ele dizia que a professora estaria em sua casa às 14h em ponto como foi programado.
Mas não tinha nada programado. Sua tia teria um ataque. Tio Valter ia desmaiar...
Harry decidiu que seria melhor não contar nada. Ia esperar as 14h como se nada fosse acontecer.
Pouco depois do almoço, Harry percebeu uma estranha movimentação. Seu tio andava de um lado para o outro, olhava o relógio a todo instante e resmungava qualquer coisa.
Pouco antes das 13h30min, ele deu um beijo na bochecha da esposa e saiu alegre, dizendo:
_ Amanhã estou de volta e trago o Dudinha comigo, querida.
Então era isso, o tio ia buscar o monte de banhas do primo de Harry na praia. O único problema agora era sua tia.
Mas Harry não teve tempo para pensar em nada, logo a campainha tocou e ele esperou ouvir um grito. Nada, apenas silêncio. Será que a tia não ouviu a campainha tocar? Ele resolveu ver quem era.
A cena que ele presenciou o deixou em estado de choque. Ali na sala estava, sem dúvida, a professora Minerva sentada no sofá, conversando com sua tia. Logo em seguida, a campainha tocou outra vez, mas não foi preciso atender, porque dois homens usando ternos espalhafatosos e chapéus engraçados aparataram na sala.
Petúnia não se mostrou assustada. Sem o marido em casa ela não precisava manter a farsa de se horrorizar com tudo que os bruxos faziam.
_ Acho que é hora de chamar o Harry, Petúnia – disse a professora.
_ Não precisa, já estou aqui – respondeu o menino.

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