Crescer



CAPÍTULO 41- CRESCER
Harry calculava que já havia passado mais de uma hora desde que tinham entrado nos aposentos de Dumbledore e Remo ter colocado Lux cuidadosamente na cama do quarto indicado pelo diretor,quando os gritos começaram.
Ele,Remo e Dumbledore sentavam-se silenciosamente no que parecia a sala de estar das câmaras pessoais do diretor,cada um preso ás suas próprias maneiras de fazer o tempo passar.Dumbledore folheava um livro muito grosso,Remo preparava algumas aulas,e Harry há muito esquecera do dever de poções que tinha nas mãos,preferindo estudar o ambiente em que se encontrava.Afinal,era a primeira vez que conhecia os aposentos de Dumbledore em Hogwarts.Para a sua surpresa,o lugar parecia uma extensão de White fortress,com a mesma decoração discreta e ao mesmo tempo elegante e confortável.O quarto onde Lux dormia parecia ter sido feito sob medida para a garota,feminino e aconchegante,cheio de cores.Dumbledore explicara a Harry que,como os pais de Lux haviam morrido um ano antes dela atingir a idade para freqüentar Hogwarts,e ficara sob a sua responsabilidade,a garota tivera de morar no castelo durante o período letivo que precedera o início da sua própria vida escolar.
A sala em que eles se encontravam não era muito grande,mas ainda assim fora preenchida por uma infinidade de belos objetos mágicos,além de livros e uma mobília elegante.Harry observava tão interessado as coisas incomuns que enfeitavam o recinto que sentiu o coração quase saltar pela boca quando um grito agudo e apavorado invadiu todo o aposento.O rapaz não pensou duas vezes quando Remo e Dumbledore puseram-se imediatamente de pé,seguindo-os quando os dois correram em direção ao som.Harry imitou Remo quando este retirou a varinha do bolso preparando-a firmemente em sua mão,ainda que estranhasse o fato e se perguntasse para que exatamente a usariam.Os gritos prosseguiam sem trégua, e a porta do quarto de Lux se abriu ante à simples aproximação de Dumbledore,e harry mais uma vez recordou-se de como o velho bruxo podia parecer imponente e impressionante quando assim o desejava.
Harry sabia que as cenas que presenciara naquela noite permaneceriam para sempre em sua memória,e que sempre que olhasse para Lux recordaria que naquele dia,compreendera toda uma dimensão da personalidade da prima e da sua própria.Ele descobrira,ali,uma fragilidade que qualquer outra pessoa duvidaria ao olhar para Lux,e aprendera que não era o único que podia clamar para si o fato de viver perseguido por sofrimento.Ele aprendera,naquela noite,que mesmo a mais tranqüila criatura poderia estar fingindo e guardar dentro de si grandes demônios.Posteriormente,quando parasse para refletir,Harry admitiria que fora uma lição dura,mas importante.
A primeira coisa que Harry viu ao entrar no quarto foi a própria Lux,e o rapaz nunca vira em toda a sua vida tanto medo nos olhos de outro ser humano.Os olhos cinzentos que harry acostumara-se a fitar,sempre tão cheios de alegria e ternura,agora arregalavam-se num pânico tão alucinado que deixava a garota numa espécie de transe.Lux encolhia-se na cama como se tentasse fugir de centenas de inimigos,os olhos fixos num ponto muito além de qualquer realidade.Harry percebeu subitamente que o quarto estava absurdamente frio,e tudo ao redor parecia cinza.O rapaz desviou os olhos de Lux quando Dumbledore se adiantou para a neta,voltando-se então para Remo.
Foi preciso um autocontrole supremo para o próprio Harry não acompanhar Lux e começar a gritar descontrolado.Em sua preocupação em apenas observar a prima,o rapaz não atentara bem para o ambiente que os cercava.E só agora percebera que o quarto estava APINHADO DE GENTE.Não exatamente pessoas,mas dezenas de espectros,os olhos sem vida e os corpos cinzentos apagados,fitando incessantemente a moça que chorava e gritava em suas direções.Eram figuras parecidas comaquelas que haviam saído da varinha de Voldemort na noite em que o Lord das trevas retornara,na noite em que Cedrico morrera...mas aquelas pessoas no quarto de Lux não falavam,não se moviam,apenas olhavam...expressões indiferentes ,rostos vazios de quem perdera tudo.O frio parecia aumentar á medida em que Harry dava-se conta das presenças,e o garoto podia ouvir Dumbledore repetindo palavras de consolo para Lux.Harry enxergou com o canto dos olhos o diretor segurar firmemente a neta com uma força surpreendente,impedindo que a garota se debatesse mais.Foi também naquele momento que ele notou o sangue nas roupas de Lux e os pequenos cortes que brotavam a todo momento na pele da garota,bem como marcas de pancadas,roxas e de aparência dolorida.Remo também parecia ter atentado para aquele fato,porque Harry ouviu pela primeira desde que conhecera Remo,sempre tão educado,um palavrão forte sair da boca do bruxo quando o mesmo fitou Lux.Lupin voltou-se rapidamente para harry,apertando um ombro do rapaz com firmeza,a varinha em punho,no exato momento em que o aposento coemçou a tremer,como se um pequeno terremoto tivesse se instalado ali.
--São vítimas do St.Mungus...ou pessoas do passado de Lux,cujas emoções foram tão fortes que fixaram-se nela até hoje.-O bruxo indicou a pequena multidão que ocupava o quarto.--São projeções que ela faz inconscientemente,harry.Temos que dissipá-los.Só assim Lux vai se acalmar.Apenas faça o mesmo que eu,Harry.-Remo apontou a varinha para um dos espectros,e harry prestou total ateção no feitiço usado pelo bruxo."Oharai!"-A figura desapareceu numa onda de frio,e remo prosseguiu sem parar um segundo,implacavelmente em cada pessoa.Harry copiou os movimentos,eliminando cada espector mecanica e rapidamente,mesmo sem ter idéia do que estava fazendo ou que magia estava usando.Só o que queria era ir cada vez mais rápido,esvaziar aquele quarto de uma vez,porque doía nele mesmo todos os gritos de Lux,todas as suas palavras implorando para que Dumbledore a soltasse,todas as feridas que se abriam na pele fina.Harry percedeu que Lux parava de gritar á medida que as figuras desapareciam,escondendo então o rosto entre as mãos enquanto Dumbledore embalava a neta com toadas estranhas e imcompreensíveis,uma aura prateada cercando o bruxo e aproximando-se devagar da garota agora imóvel.
Quando o último espectro desapareceu através da varinha de harry,só o que todos podiam ouvir eram os soluços de Lux.Muito lentamente,Harry e remo se aproximaram da cama,e apenas naquele momento Harry pôde novamente dar uma olhada na prima.Dumbledore ainda segurava a moça com firmeza,porque eventualmente Lux se mexia com violência,lutando para se libertar.E em cada investida,Harry podia perceber o sangue escorrer de um novo corte.Lux tremia incontrolavelmente,os olhos firmemente fechados,recusando-se a enxergar o que julgava ser ainda um aglomerado de espectros perturbadores.
--Lux...minha menina...pode abrir os olhos.Vamos,olhe para mim.Já foram todos embora.-Nunca em sua vida Harry presenciara Dumbledore falar a alguém com tanta delicadeza e carinho.O velho bruxo estreitava a garota entre os braços,a voz num tom suave de quem está acostumado a consolar cada lágrima.
Lux balançou a cabeça negativamente,escondendo o rosto ainda mais entre as mãos.
--Não foram.Estão todos aqui,me esperando...eu posso sentir,eu posso sentir cada um deles.Está doendo tanto...eles estão machucados,e com medo...e tão,tão tristes.É como se a alma estivesse partida.E eles estão partindo a minha,também.-Lux chorava baixinho,e Harry sentiu os próprios olhos umedecerem.Ao seu lado,Remo mantinha uma expressão impassível,mas o rapaz podia ver os punhos fortemente cerrados do bruxo.
--Meu amor,confie em mim.Sou eu,querida,seu avô.Juro que eles foram embora.Harry e Remo cudaram deles.Voce só está conosco,minha criança.São apenas as sensações que ainda a acompanham,Lux.E vai parar em pouco tempo,se você acreditar assim.Deixe que elas se vão,junto com seus donos.-Os soluços de Lux começaram a diminuir,mas ela ainda parecia insegura.
--Todos eles?Embora?-A voz da moça era hesitante,e Harry se viu sentando-se ao seu lado,sem saber direito o que estava fazendo e por que.O rapaz colocou uma das mãos nas da garota,falando tão suavemente que soou estranho até aos seus próprios ouvidos.Harry se deu conta de que poucas vezes tivera alguém com quem pudesse usar aquele tipo de som.
--Ninguém aqui vai deixar que perturbem você,Lux.Palavra de irmão.-Muito,muito devagar,Lux levantou a cabeça,como se cada centímetro se movendo pesasse toneladas.Ela abriu os olhos receosamente,fixando-os primeiro no rosto sereno de Dumbledore,procurando a segurança do bruxo mais poderoso da atualidade.Dumbledore pousou uma das mãos na face da neta,finalmente libertando-a do abraço protetor,enquanto Lux fitava timidamente Harry e depois remo.Lux sorriu para Lupin,estendendo a mão para que ele também sentasse ao seu lado,mas o movimento provocou uma expressão de dor intensa na garota.
--Dói...meu corpo dói.-Lux parou de falar,parecendo chocada ao olhar para si mesmo e perceber as manchas de sangue nas vestes.
--Alvo...não seria melhor chamar Madame Pomfrey?Dessa vez a crise foi muito forte...-Harry percebeu que Dumbledore aprecia muito inclinado a concordar, e o próprio harry achava uma boa idéia.Mas Lux sacudiu a cabeça veementemente,protestando.
--Não.de jeito nenhum.Não quero mais ninguém me vendo assim.Não gosto que saibam das minhas crises.Só vocês já está bom.-Apesar da voz de Lux sair firme,todos podiam perceber que ela ainda tremia visivelmente.--Não vou morrer por causas desses cortes,nenhum é grave.Não chamem ninguém.Só do que preciso de verdade é dormir.Por favor...-Lux parecia tão desamparada enquanto falava que ninguém teve coragem de discordar.Dumbledore respirou profundamente,estudando a neta atentamente antes de falar.
--Ao menos podemos concluir que voce já está um pouco melhor,minha querida.Quando você começa a argumentar dessa forma nos traz a Lux de sempre.Mas vou pedir ao menos uma coisa.-Dumbledore acariciou a face da moça.--Deixe-me chamar Minerva,então.Não seria nenhuma novidade para ela,e tenho certeza que Minerva ficaria ultrajada se eu me negasse a pedir sua ajuda quando é necessária.Você precisa cuidar desses machucados no seu corpo,e não creio que se sentitia confortável com três indivíduos do sexo masculino fazendo esse trabalho.-Lux demorou para responder,parecendo muito satisfeita apenas com a presença do avô.
--Não faria diferença se eu dissesse não,faria?-Ela replicou por fim,recostando-se tristemente na cabeceira da cama.Não fugiu á percepção de ninguém a rápida careta de dor que Lux exibiu quando suas costas tocaram a superfície da cama.
--Não,querida.Desculpe.-Lux tentou sorrir para Dumbledore,observando o velho bruxo retirar-se devagar do quarto,anunciando que logo retornaria com macgonagall.Lux olhou para baixo,os dedos brincando displicentemente com os lençóis,mas Remo não deixou que a moça se recolhesse dentro de si mesma.O bruxo chegou mais perto,conjurando uma bacia cheia d'água e um tecido limpo,pousando-o cuidadosamente ao lado da garota.
--Espere.deixe-me ajustar seus travesseiros.-O bruxo puxou Lux com delicadeza para frente,abrindo espaço para que travesseiros fossem encaixados entre as costas da garota e a madeira da cama.Quando Lux estava novamente recostada,remo passou a tocá-la com o tecido úmido,limpando o sangue da face e dos braços da moça.Lux fechou os olhos por alguns segundos,parecendo profundamente cansada,mas logo voltou-se tristemente para Harry.
--Desculpe por meter voce nisso,harry.Não é uma cena bonita...mas eu concordei quando vovô quis contar a voce.me desculpe.-Harry sacudiu a cabeça.
--Não se desculpe.Ninguém me obrigou a nada.EU quis estar por perto,da mesma forma que você me ajuda quando preciso.-Pelo canto dos olhos,Harry pôde enxergar um pequeno sorriso se formar no rosto de remo.Lux encarou Harry por um longo momento,e o rapaz soube que a prima entendia.A moça voltou-se então para Remo,as mãos ainda trêmulas estendendo-se pata tocar o rosto do bruxo. --E você,Remo.Eu sempre faço você passar por poucas e boas,não?Me pergunto se todas as suas namoradas foram assim problemáticas.Meu palpite é que apenas eu dou todo esse trabalho.Desculpe.-Lux olhou para baixo,parecendo envergonhada,e Harry acompanhou interessado Remo levantar o queixo da moça e sorrir.
--É meio difícil para um lobisomem achar essa situação ruim,minha querida.Você tem mais paciência do que eu nesse aspecto,poruqe precisa lidar comigo todos os meses.Lux...eu gosto de você completamente,todas as suas facetas juntas,sua doçura,sua inteligência,seus demônios,sua impaciência...tudo.-Harry observou divertido o rosto de Lux corar profundamente.Mesmo Remo adquirira um tom róseo na face.O rapaz teria feito algum comentário,mas a porta do quarto se abriu,e Macgonagall entrou com um ar eficiente,acompanhada por Dumbledore.Se a mestra de transfiguração ficara surpresa com a presença de Harry ali,não dera a perceber,simplesmente encarando Remo,Harry e Dumbledore severamente enqaunto ordenava com voz autoritária que saíssem do quarto para que pudesse ajudar Lux a trocar-se.Ainda que macgonagall apresentasse a mesma atitude austera de sempre,Harry demorou-se alguns segundos estudando a bruxa atentamente,observando-a aproximar-se de Lux.Antes que a porta fosse fechada,harry pôde ver claramente um raro sorriso iluminar o rosto da professora,bem como a delicadeza com que a mesma ajudava Lux a mudarde posição na cama.E Harry se deu conta de algo que começara a desconfiar há algum tempo,desde que a mestra lhe oferecera biscoitos em seu escritório,meses atrás,ou quando brigara com Umbridge afirmando acreditar na capacidade do garoto:havia muito mais ternura em Minerva macgonagall por trás da máscara de seca eficiência que a bruxa adotava ao longo das classes.
--bem,Harry,foi uma experiência dura para todos nós.-A voz do diretor arrancou o rapaz dos seus devaneios.--Essa foi uma crise mais forte que o normal.Creio que Lux andava muito sobrecarregada ultimamente.Desde que Voldemrt retornou,todo o nosso mundo anda tenso,e obviamente com as emoções á flor da pele.Não é um ambiente bom para uma empática.-O diretor constatou tristemente,contemplando o fogo da pequena lareira da sala.--geralmente Lux pouco se machuca durante as crises.Basta segurá-la e impedir que se movimente demais ou use seus poderes inconscientemente.Hoje,não adiantou tanto.Entenda,harry,quando ela entra em crise,toda a sua natureza mágica entra num ponto de ebulição.A energia é tão forte que não pode mais ficar encerrada dentro de Lux,o seu corpo não é mais suficiente para guardá-la,daí as feridas.É pura mágica fugindo da sua prisão.Quanto ás projeções,são lembranças de Lux,os rostos e o desespero daqueles cujas sensações ela absorveu.Ela cria esses espíritos involuntariamente.-Dumbledore deu um suspiro profundo,afundando numa poltrona.--Voce fez um bom trabalho,harry.Aprendeu rápido como dissipar os espectros,e ajudou a acalmar sua prima.Muito obrigado.A voce também,remo,como sempre.-Remo e Harry sorriram,sentando-se também para aguardar que macgonagall os deixasse entrar para ver Lux novamente.
Harry olhou subitamente para o relógio que havia pendurado na parede,surpreendendo-se ao perceber que ainda era cedo e que a noite havia começado apenas.Parecia muito mais tempo.
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Harry passou os olhos pelo salão principal distraído,enquanto brincava displicentemente com os talheres em seu prato.O horário de jantar já estava quase no fim,mas nem ele nem os amigos tinham pressa em voltar para a torre da grifinória.Hermione estava absorta em conversação com Ginny,as duas soltando ocasionais risadinhas,enquanto Rony ainda concentrava-se animadamente na sobremesa.
Harry voltou os olhos para a mesa dos professores,onde alguns deles ainda permaneciam.O rapaz deteve-se por um instante no casal sentado á esquerda de Dumbledore,sorrindo levemente ao observar lux e Remo numa conversa animada.Embora os dois insistissem em manter em segredo o seu relacionamento,parecia impossível a Harry não notar o carinho que nutriam um pelo outro.Era tão óbvio,pensou.O garoto estudou Lux atentamente,satisfeito em constatar que a prima parecia totalmente recuperada da crise que tivera.Apesar de já ter se passado quase uma semana do episódio,Harry ainda sentia um calafrio ao recordar-se do rosto em pânico da garota.mas Lux se refizera rapidamente,ainda que por alguns dias parecesse um pouco deprimida,além de cursar com alguns cortes mais profundos,cicatrizando lentamente,mesmo após os feitiços de cura administrados por macgonagall.Mas Dumbledore dissera que era perfeitamente normal em virtude da magnitude da crise,e harry então se tranqüilizara e limitara-se a fazer compainha á garota nos intervalos das aulas e tentar animá-la com historias amenas.
O rapaz recordou-se de quando contara a rony,hermione e Ginny a respeito da empatia de Lux,no dia seguinte á crise da garota.Embora Hermione afirmasse que já desconfiava,Rony e Ginny pareceram absolutamente chocados,lamentando genuinamente a situação da neta de Dumbledore.mas harry ficara realmente preocupado apenas lhe perguntara exatamente por que Harry estivera no escritório de Dumbledore durante a crise.O rapaz desconversara desajeitado,explicando ter sido uma mera coincidência,mas Harry era suficientemente sincero consigo mesmo para saber que nenhum dos seus amigos comprara aquela história em nenhum momento.Ele sentia-se genuinamente mal por não dizer a verdade,envergonhando-se à medida que contemplava os olhos de Ron,Mione e Ginny e enxergava uma sombra de decepção passar rapidamente pelos rosotos dos amigos.A verdade era que harry tinha receio do que diriam se soubessem que estivera com lux porque ela era sua prima,Dumbledore seu bisavô e aquela era parte de sua família,mesmo que Harry ainda não fosse capaz de considerar Dumbledore como tal.O que o rapaz temia,realmente,era a opinião dos amigos diante do tratamento que dispensava a Dumbledore.Ele desconfiava que,pelo menos hermione,sendo sempre a mais sensível e inteligente do grupo,olharia para ele e diria que o rapaz estava sendo um idiota.Porque hermione era assim,capaz de analisar com clareza e ver com justiça os dois lados,contando com um coração enorme.E Harry conhecia Mione o suficiente para saber que a amiga,após o achoque inicial,o aconselharia a perdoar Dumbledore.
Dumbledore.O velho bruxo permanecera fiel à sua palavra quando dissera a harry que tentaria respeitar a privacidade do garoto e procuraria conhecê-lo melhor,bem como tentava dar a harry uma melhor visão sobre quem era e como vivera.Harry pensou na última conversa que tivera a sós com Dumbledore,no fim de semana após a crise de Lux.O diretor explicara que a neta hava contado a respeito da atuação de Harry contra Voldemort,mostrando particular interesse no leão de fogo que Harry convocara.O velho bruxo comentara que aquele tipo de magia era geralmente relacionado ao povo antigo,e harry recordara-se subitamente do dragão que Lux conjurara na plataforma nove e meis há algum tempo.Dumbledore estudara o rapaz profundamente,questionando calmamente como harry fizera realemente para realizar aquele feito,como soubera o que fazer.O garoto encarara o diretor fixamente,sinceramente confuso com as palavras e uma tentativa de explicar-se.A verdade era que Harry NÃO SABIA o que fizera e como fizera.Ele tentara ser claro,mas era difícil colocar em frases a estranha sensação que o dominara quando usara aqueles poderes,como se uma corrente elétrica estivesse percorrendo o seu corpo a toda velocidade até encontrar um local de escape.Era difícil explicar que as palavras apenas haviam se projetado em sua mente e boca como se algo as tivesse guiado,e que ele agora nem mesmo lembrava o que dissera para controlar o leão,quanto mais convocá-lo.Dumbledore escutou com atenção,parecendo refletir concentrado.Por fim,o velho bruxo assentira e anunciara que gostaria de testar o garoto.Quando harry perguntara nervoso a que tipo de testes Dumbledore se referia,o velho bruxo sorrira de forma tranqüilizante,afirmando que não havia razão para ficar apreensivo.O que ele queria,dissera,era apenas tirar de uma vez por todas as dúvidas se Harry era ou não um druida.O velho bruxo conversara longamente com o garoto,explicando que levaria alguns dias para que pudesse fazer tal experiência,pois precisaria pesquisar adequadamente quais seriam os melhores métodos para a identificação das habilidades de harry.Dumbledore dissera que o avisaria imediatamente quando tudo estivesse pronto,e acrescentara novamente que Harry não precisava ficar nervoso,nem criar expectativas excessivas.Harry concordara polidamente com o diretor,mas intimamente sentia as entranhas s revirarem a cada vez que tentava imaginar o que estaria por vir.
Harry foi retirado repentinamente dos seus pensamentos por um movimento súbito á sua frente.Ainda um pouco aéreo,ele observou,surpreso,Hermione e Ginny se afastarem da mesa acenando,e Harry podia jurar que Mione lançara um olhar esquisito para Rony,que permanecia ao lado do rapaz.harry virou-se para o amigo ruivo,notando que Ron parecia ligeiramente nervoso,e empurrava para longe seu prato de sobremesa.
--Por que elas foram embora?-harru lançou um olhar curioso para as duas garotas que se adiantavem para as portas do salão.Rony deu de ombros,tentando mostrar uma despreocupada indiferença.
--Hum...Mione disse que queria mostrar a Ginny alguma coisa.garotas,não dá pra entender...-Harry não sabia exatamente por que,mas tinha a impressão de que toda a atitude de Ron era forçada.O ruivo olhou para os lsdos certificando-se que ninguém escutava antes de voltar a falar.--Hum...mas foi bom elas terem saído...eu queria mesmo falar com voce,sabe...-Rony parou hesitante,e Harry ergueu as sobrancelhas.
--Vá em frente,Rony.Eu não mordo.-Ron deu um sorriso amarelo,parecendo duvidar das palavras do amigo.Por fim,o irmão de Ginny respirou fundo e começou.
--Bom...você sabe que sábado é o dia da primeira visita a hogsmead do ano letivo,não sabe?-Harry confirmou com a cabeça,e Ron prosseguiu.--Hum...e você sabe que sábado é também o aniversário de Mione,certo?-Harry assentiu mais uma vez,confuso.Onde Ron queria chegar?O ruivo falava cada vez mais hesitante,e Harry achou que o rapaz parecia esverdeado.--Então...a coisa é que...sabe,no expresso de Hogwarts,quando estávamos vindo pra cá...bom,eu e Mione...nós combinamos,sabe,que iríamos juntos a Hogsmead na primeira oportunidade...eu,eu e ela,sozinhos,sabe...E bom,não tínhamos calculado que cairia justamente no aniversário dela,mas...então,nós ainda queremos ir juntos,sabe...-harry estreitou os olhos de repente.
--Espere.Espere.Você está querendo me dizer que você e MIone querem ir juntos a Hogsmead no sábado,SÓ VOCÊS?Voce quer que eu fique longe da Mione NO DIA DO ANIVERSÁRIO DELA?-Harry conseguiu manter a voz baixa,embora a frieza que surgira em seu tom fizesse com que Ron se sfastasse alguns centímetros do amigo.Ele não entendia direito por que estava começando a ficar com raiva,nem por que de repente sentia-se tão sozinho.Afinal,sabia há algum tempo que era inevitável que eventualmente Ron e Mione começariam a se entender e admitiriam seus sentimentos.Ele deveria ficar feliz porque finalmente seus melhores amigos teriam seu primeiro encontro.Então,por que doía como um soco no estômago o fato de Rony dizer-lhe que ele e Mione queriam estar sozinhos?Era perfeitamente normal aquele desejo.Mas Harry sentia-se,de repente,DEIXADO DE LADO.
--É,quero dizer,não,não é isso,Harry.Nós podemos combinar alguma coisa,como...não sei,nos encontrarmos todos na hora do almoço no três vassouras,para comemorar...-Rony falava freneticamente,mas Harry interrompeu.
--É,é só a isso que eu tenho direito,não?Uma hora com meus amigos,e depois novamente vocês em seu canto,e eu me retirando,não é isso?-Harry sabia que estava sendo irracional,que não estava sendo justo.Ele só...sentia que estava perdendo um pouco de seus amigos,e aquilo machucava.A parte sensata de Harry dizia que era uma bobagem,que Rony e Mione NÃO iriam abandoná-lo apenas por formarem um casal.Harry sabia que aquela insegurança era infundada,e não entendia o por quê de toda aquela cena.Ele sentiu-se sinceramente envergonhado consigo mesmo.Rony continuava a falar,e Harry tentou acalmar-se enquanto ouvia as palavras desesperadas do amigo.
--Não,Harry,não é isso.Você sabe que nós nunca deixaríamos você de fora.É só...voce sabe que eu realmente gosto dela,Harry.Foi difícil ter coragem para chamá-la,e eu só...não quero perder a chance,entende...mas eu realmente quero que nos encontremos todos depois,sabe...no almoço...é importante para Mione também,claro que ela quer sua compainha no aniversário dela.Mas nós tínhamos combinado...-Harry respirou fundo,encarando Rony fixamente.Ele entendia o que o amigo queria dizer.Afinal,quem melhor do que ele mesmo para saber como fora difícil para Rony e Hermione chegarem á aquele ponto?Harry torcera verdadeiramente para que tudo desse certo entre os dois.Portanto,não tinha o direito de agora,quando as coisas pareciam enfim estarem caminhando,estragar tudo.Ron e Mione eram seus melhores amigos.Ele só não conseguia compreender por que sentia tanto medo de repente.
--Tudo bem,Rony.desculpe qualquer coisa.Vamos almoçar juntos.-Harry falou com uma calma que não sentia,e harry parou de tagarelar,arregalando os olhos.
--Sério?Quer dizer,tudo bem mesmo?Você não está com raiva?-Harry forçou um sorriso,ainda que sentisse como se os músculos de sua face estivessem paralisados.Ele estava sim com raiva,sobretudo de si mesmo.mas Ron não precisava saber disso.
--Não,tudo bem.mesmo.-Rony inspirou profundamente,o alívio estampado no rosto.harry começou a se levantar,sabendo que precisava sair logo dali.--Hum...eu tenho que ir de falar com remo hoje á noite,sabe,sobre o AD...não quero atrasar.-Harry se afastou lentamente,não antes de Rony segurar um braço do rapaz,com um sorriso largo.
--Muito abrigado,meu chapa.Obrigado por entender.-Harry sorriu forçadamente mais uma vez,dirigindo-se tenso para a saída.Ele só queria compreender por que parecia que algo muito pesado acomodara-se em seu peito quando tudo o que deveria sentir era felicidade por seus amigos.
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Harry se recuperara apenas parcialmente das suas reações quando alcançara a porta do escritório de Remo.O bruxo o esperava com um sorriso no rosto,ainda que lançasse um olhar preocupado para o garoto após observá-lo um pouco.harry concluiu que sua fisionomia não deveria estar entre as melhores,mas preferiu ficar calado e não comentar qualq era o problema.Ele ainda precisava colocar as idéias no lugar.Remo pareceu pressentir que Harry não estava no clima para explicar o que havia de errado,decidindo ignorar momentaneamente qualquer questionamento.Sorrindo,o bruxo sugeriu que passassem para seus aposentos pessoais,alegando que seria mais agradável acertarem tudo diante de uma lareira aconchegante do que nas cadeiras do escritório onde usalmente recebia seus estudantes.Harry concordou displicentemente,sem se importar muito onde estava.Só o que queria era preencher sua mente com outras coisas,e o AD parecia uma excelente opção.
Harry sondara Remo a respeito do grupo no fim de semana,e o bruxo mostrara-se bastante receptivo á idéia da continuação do AD.Lupin confessara que ficara extremamente orgulhoso de Harry quando soubera da criação do grupo no ano passado,e ficava feliz em saber que o garotosentia prazer em aprender mais e ensinar a matéria a seus colegas.Assim,os dois haviam combinado reunirem-se durante a semana e escolherem juntos o que seria mais interessante para ser explorado na sala do requerimento.Remo sugerira que Harry aceitasse mais alguns estudantes, eo garoto vira-se gostando da possibilidade,ainda mais quando Lux oferecera-se para ajudá-lo ocasionalmente.O rapaz vira-se repentinamente animado com a retomada do grupo,e já pensava seriamente em reiniciá-lo o quanto antes.
Por um longo tempo Harry e o novo padrinho discutiram os detalhes do AD,e ao final o rapaz estava genuinamente satisfeito.Seria um bom trabalho,embora fosse mais do seu já limitado tempo.Harry fechou o caderno onde anotara as sugestões de Remo,sentindo-se mais relaxado ao afastar um pouco os pensamentos do que ocorrera mais cedo.Ele respirou fundo,só então percebendo que Remo o fitava.
--Aconteceu alguma coisa,Harry?Você parece chateado.-Harry consiferou as alternativas em sua frente.Parte dele queria abanar a cabeça e dizer que estava tudo bem,recolhendo-se á habitual introspecção do garoto.mas outra parte,mais forte,lembrava-lhe das palavras de remo há tempos atrás,na noite de seu aniversàrio em White Fortress."Vou estar aqui para qualquer coisa,Harry...".O rapaz sentiu uma súbita necessidade de falar e ser ouvido,de despejar as estranhas emoções conflitantes que se instalavam.
--Não foi nada grave.É só bobagem.-Harry sacudiu os ombros negligentemente,mas Remo deu um sorriso paciente.
--Não parece bobagem para você,a julgar pela cara que estava quando chegou.Pode falar,Harry.faz bem desabafar.-Harry só hesitou um pouco antes de ceder,e quando começou as palavras vieram como uma torrente.Ele contou tudo, a raiva que sentira quando Rony o excluíra,a sensação de solidão,a surpresa diante das próprias reações,a culpa por aqueles sentimentos.Remo era um bom ouvinte,prestando atenção com uma expressão neutra,sem sinal de julgamento.
--É realmente estúpido.-Harry concluiu irritado,andando de um lado para o outro.--Quer dizer,EU SEI que Ron e Mione vão continuar meus amigos,independente do que aconteça.E eu sempre torci para que tudo desse certo entre eles.mas então,por que eu não consigo ficar apenas feliz pelos dois?Por que eu tenho a impressão de estar sobrando,e acabo com raiva?Eu não pensei que pudesse ser tão egoísta.-Harry olhou para Lupin,frustrado.Qual era o seu problema?Para surpresa do garoto,porém,o bruxo RIRA.Harry encarou Remo,estupefado,até que ele percebesse o choque do afilhado e ficasse sério novamente,fazendo sinal para que o rapaz se sentasse.
--Harry,isso é perfeitamente normal.É natural sentir-se inseguro quando seus amigos começam a demonstrar interesse em outras coisas que não unicamente a amizade.É ainda mais complicado quando ocorre o que está ocorrendo agora com vocês,onde dois membros de um mesmo círculo gostam um do outro.-Remo sorriu melancolicamente.--Isso aconteceu conosco também...sabe,comigo e Sirius,principalmente.Quando seus pais começaram a namorar.Foi didícil para Sirius aceitar que james agora tinha que dividir o seu tempo entre os amigos e a namorada.Para mim também foi.Nós receávamos que nossa amizade mudasse,que James se afastasse.Não que James e Lily não ficassem conosco na maioria das vezes.Mas veja,um casal também precisa de seus momentos a sós,e era didfícil lidar com esse fato no começo.-Remo encarou Harry seriamente.--Para você deve ser mais complicado ainda,penso eu.Afinal,Rony e hermione foram os seus primeiros amigos verdadeiros,e vocês são inseparáveis desde o primeiro ano aqui.É totalmente compreensível que voce se sinta mal ao se dar conta de que haverá momentos em que Rony e hermione não estarão com você,mas apenas um com o outro.Mas Harry...o fato de você ter consciência de essa raiva é errada já prova que voce é um bom amigo,e que está aprendendo a lidar com as mudanças e aceitá-las.Prova que você realmente gosta de Rony e Hermione,e quer os dois felizes.Vocês vão se adaptar,Harry.Bons amigos sempre se adaptam,nós,os marotos e Lily,conseguimos,e fomos felizes com os novos arranjos,até mais do que antes.Porque James e Lily estavam tão profundamente satisfeitos,que nós só podíamos nos sentir da mesma forma,era contagiante.E veja o resultado disso,garoto.Você.Estou falando sério,Harry.É uma fase difícil,mas faz parte d crescimento de vocês, e crescer nunca é exatamente fácil.-O bruxo sorriu.--O mais importante,Harry,é você continuar tendo em mente que seus amigos continuarão seus amigos,que o sentimento que une vocês não vai embora.Você não deve deixar que essa insegurança sobreponha o laço entre vocês.Voce vai se sair bem,garoto.-Harry olhou desconfiado para Remo,procurando por algum indício de dúvida no rosto do padrinho a respeito das próprias palavras,mas o bruxo sorria com segurança.Lentamente,Harry pesou o que Remo dissera,percebendo que seus medos se dissipavam um pouco.talvez,no final das contas,não fosse tão ruim aceitar e se alegrar pelos amigos.
--É,suponho que sim.-harry falou hesitante,franzindo as sobrancelhas.--É esquisito,sabe...as minhas reações.Eu sempre fui um pouco estourado,mas de uns tempos pra cá,parece que sinto mais raiva,com qualquer coisa,com bobagens.Minha paciência fica por um fio muito rápido,e meu controle vai tudo fosse motivo para irritação.-Harry parou,surpreso.Nunca pensara em verbalizar aquele fato que já o incomodava há algum tempo,mas simplesmente escapara de sua boca.talvez porque remo tornava simples falar.Lupin sorriu novamente,dando um tapinha amigável nas costas do rapaz.
--também não é nenhum bicho de sete cabeças,Harry.Chama-se adolescência.Claro que parte disso relaciona-se ao seu prórprio temperamento,como voce mesmo colocou.Mas voce está passando por uma fase decisiva,onde os hormônios causam muita confusão.Na adolescência,tudo parece muito extremo,qualquer coisa pode ser motivo para conflito.Ser um adolescente é viver numa montanha-russa emocional,e lembre-se que voce está constantemente submetido a estresse.Eu ficaria surpreso se você não explodisse de vez em quando.Você só deve ficar alerta para não passar dos limites.-Remo assumiu uma expressão sonhadora.--mas esses anos da vida da pessoa,apesar de tudo,são maravilhosos,Harry.É nessa idade que a vida é mais bonita,onde descobrem-se os amores,aproveita-se os amigos...vale á pena cada minuto.-A única coisa em que Harry conseguiu pensar foi que sua adolescencia poderia ser muito mais agradável se Voldemort não insistisse em tentar encerrá-la a cada ano,mas refreou tais idéias a tempo.Não precisava estragar o momento com esse tipo de lembrança.harry sorriu para o padrinho,assentindo,ao mesmo tempo em que levantava.
--Espero que sim.-o rapaz não conseguiu suprimir um bocejo involuntário.--Acho que vou andando,já está meio tarde...-remo concordou,acompanhando o rapaz até o escritório e abrindo a porta,quase colidindo com Lux,que deu um salto para trás rapidamente,equilibrando um cálice nas mãos.
--Lupin,se eu não conhecesse você melhor,diria que me atacou de propósito com essa porta,para que eu derrubasse esse negócio no chão.-Lux apontou para o cálice fingindo mágoa,enquanto remo sorria levemente.
--Bem,não seria uma grande perda.-Lux girou os olhos,voltando-se para Harry.
--"não seria uma grande perda",ele diz como uma criança teimosa.E a quase meia hora que eu passei implorando a Severo que me entregasse a poção para que euzinha trouxesse pra você,com ele me olhando como se eu fosse maluca e perguntando com olhos suspeitos POR QUE EU queria tanto "Servir àquele idiota"??-Harry achou que Lux fazia uma imitação bem imperssionante de snape.--Sorte sua que Severo na verdade gosta de mim, e eu dele.Seu padrinho é uma figura,Harry.Todo mês a mesma coisa,tudo por causa de um cálice com uma poção amarga...muito maduro da sua parte,Remo.-Harry olhou fixamente para o cálice nas mãos de Lux,dando-se conta finalmente de que se tratava da poção mata-cão.era verdade...a lua cheia estava chegando.Ele percebeu subitamente que,apesar do sorriso no rosto de remo,havia uma sombra nos olhos do padrinho.Lux também parecera notar,lançando um olhar rápido para Harry,como se dissesse que iria cuidar de tudo.O rapaz assentiu levemente,sfastando-se da porta e sorrindo para o casal.
--Bem,eu vou andando,já está na minha hora...boa sorte com a poção,Remo.-O rapaz olhou fixamente para o bruxo,sério.--E muito obrigado.Por tudo.-Lupin bagunçou os cabelos de Harry,sorrindo para o garoro enquanto ele se afastava lentamente pelo corredor.
--A qualquer hora,garoto.Você sabe disso.-Harry assentiu mais uma vez,dando por fim as costas para o casal e seguindo o seu caminho.
Lux sorriu levemente para Remo,entrando no escritório enquanto ele fechava a porta.O bruxo a segurou pela mão à medida que caminhavam para os seus aposentos,apagando as luzes do escritório atrás de si.
--Tiveram uma boa conversa?-Lux perguntou enquanto colocava o cálice da mata-cão na pequena mesa de centro diante do sofá,observando Remo assentir.
--Sim.Harry é um bom garoto.-Remo franziu as sobrancelhas para Lux ao perceber que a moça parecia querer contar algo mas hesitava.--O que?-Ele observou Lux se mexer desconfortavelmente antes de encará-lo.
--nada.Que dizer...responda-me uma coisa:Você e Harry conversam muito?Sobre tudo?-Remo franziu ainda mais o rosto,confuso,mas respondeu mesmo assim.
--Bem,não sobre tudo.Harry ainda é muito fechado.às vezes é difícil convencê-lo a dizer o que o perturba.mas estamos melhorando,aos poucos.-O bruxo encarou Lux preocupado.--Por que?Você sabe de alguma coisa sobre Harry?-Lux demorou para resonder,parecendo pesar o que diria.remo se aproximou mais,fitando a moça fixamente.
--Não sei...talvez.não tenho certeza.É só que...-Lux respirou fundo.--Certo.Quando entrei na mente de Harry...bom, você sabe que eu já tinha libertado a empatia,então obviamente pudo captar o que Harry sentia.E quando estava lá...não sei,Remo,foi muito rápido.Mas eu SENTI uma ali dentro,MUITO bem guardado,como se o próprio Harry estivesse se escondendo do que havia ali.Foi por uma fração de segundos,porque sumiu logo,como se Harry tivesse percebido o que eu estava fazendo e enterrado tudo mais profundamente.Acho mesmo que ele fez isso inconscientemente.Harry está reprimindo alguma coisa,remo,e é sério.Era muito negativo.-Ela parou um pouco,parecendo reflatir.--Não sei.Diga-me uma coisa:Harry fala sobre Sirius?Ou Fala sobre a profecia?-Remo piscou.
--Não.Sobre Sirius,ele só falou uma vez,muito brevemente.Mas ele evita tocar no assunto.E a profecia...Harry NUNCA se refere a ela.É como se ele tentasse esquecer que ela existe.-remo se calou,fitando lux apreensivo.--Ele NUNCA expôs,na verdade,como se sente a respeito dessas coisas.
--Ele está reprimindo,Remo.Isso não é bom.vai chegar um momento em que será demais para ele.
--Mas o que podemos fazer?Nós não podemos pressioná-lo,vai ser pior se o fizermos.-remo falou sensatamente,e Lux concordou.
--Isso está fora de questão.Harry não suporta pressão.-A garota inspirou fundo,sentando-se no sofá.--Não sei.Vamos esperar um pouco,ver se Harry começa a se abrir.E vamos pensando em alguma solução caso isso não aconteça.É o que podemos fazer no momento.-Ela falou sombriamente,e por alguns minutos os dois ficaram em silêncio.
Por fim,Lux sacudiu a cabeça e se levantou,pegando o cálice que esperava na mesa e dirigindo-se a Remo.
--Bem,vamos cuidar do presente.Você já enrolou muito,Remo.Bebe logo isso.-remo encarou tristemente o cálice á sua frente,sentindo-se repentinamente desanimado.Gostaria de poder esquecer que logo a lua cheia estaria no céu...Ele sabia que Lux sentira sua tristeza,e olhou insistentemente para baixo quando ela entregou a poção em suas mãos e chegou mais perto.
--Ei,não faça isso.Não há nada demais em se entristecer pela lua cheia,mas não vale á pena ficar remoendo por muito tempo.vai passar mais uma vez,logo.E eu vou estar com você.-remo levantou a cabeça quando sentiu os dedos de Lux em seu rosto.Ela sorriu,fazendo com que se sentisse repentinamente aquecido.--tome a poção,e vou recompensá-lo depois.-Lux o beijou levemente,e Remo finalmente levou o cálice à boca.Não importava o quão amarga fosse a sua maldição,Lux fazia tudo parecer subitamente doce.
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--Hermione,FICA QUIETA!-Ginny falou pela quinta vez para a garota que sentava-se na cadeira á sua frente,afastando o pequeno pincel do rosto da amiga.--Como é que eu vou conseguir terminar se você não pára de se mexer nessa cadeira?Eu vou acabar borrando!-A garota ruiva observou Mione se endireitar novamente,fazendo um muxoxo de impaciência.
--Eu ainda não entendi por que você está tão empenhada em me arrumar,Ginny.Eu só vou a Hogsmead,não é nada demais!-A irmã de Rony sorriu,voltando a trabalhar no rosto da amiga.
--Mione,você vai ter UM o meu irmão.Além disso,é seu aniversário.Você tem que estar mais bonita do que de costume,oras!Assim,o Roniquinho não vai pensar duas vezes antes de tascar um beijo em você...
--GINNY!!!-hermione deu um guincho nervoso,olhando abismada para a amiga.Não conseguia entender como existiam pessoas que classificavam Ginny como tímida.Ao longo dos anos,Hermione aprendera que Ginny Weasley poderia ser tudo,menos tal adjetivo.Era por isso que se davam tão bem.Enquanto Mione era séria e compenetrada,Ginny era impulsiva e ferina,sem medo de dizer o que pensava.Era um bom balanço.A ruiva simplesmente riu mais,largando finalmente o pincel e dando um passo para trás,observando seu trabalho.
--Ótimo.Você está bonita,Mione.-Ginny falou sinceramente,e Hermione teve que concordar que não parecia nada mal enquanto se contemplava no espelho.Ela sorriu,embora sentisse uma onda de nervosismo invadi-la ao se dar conta de que estava pronta para descer e encontrar Rony.A semana passara voando assombrosamente,e antes que pudesse pensar direito,já estava com Ginny em seu dormitório na manhã do sábado,deixando que a amiga a ajudasse a se preparar.
Hermione engoliu em seco,sentindo que suas mãos ficavam repentinamente geladas.Por um instante,ela quase olhou para Ginny e disse que não conseguiria ir.mas o momento de Pânico passou quando MIone recordou-se que era com rony que estaria dentro de minutos.Ela sorriu para si mesma.Quem poderia pensar que Hermione Granger,tão sensata e concentrada nos livros pudesse sentir-se tão nervosa e boba por coisa como encontros e garotos?Hermione inspirou profundamente,voltando-se então para Ginny,que a aguardava pacientemente.
--Pode ir descendo,Gin.Só preciso de um minuto.-Ginny ergueu uma sobrancelha,mas não fez qualquer comentário,atendendo ao pedido da amiga e sumindo pela porta.Hermione sentou-se na cama,fechando os olhos por alguns segundos e recordando-se dos contos trouxas que sua mãe contava quando era pequena.Onde tudo dava certo e todos viviam felizes para sempre.E ela se obrigou a acreditar que podia ser assim nesse dia.
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Ginny desceu as escadas em caracol,sacudindo a cabeça.Hermione tentava,mas não conseguia disfarçar o nervosismo.Ela se perguntava como Rony estaria se irmão,não muito melhor,pensou.Ginny estacou quando deparou-se com Harry sentado numa das poltronas da sala comunal,folheando distraidamente um livro.Ela sorriu quando Harry levantou a cabeça e percebeu sua presença.
Harry fez convite para que Ginny sentasse,tentando não reparar em como a irmã de Rony parecia bem sem o costumeiro uniforme de Hogwarts.Ele ficou aliviado quando a garota começou a falar,quebrando o gelo.
--E o Ron?-Harry girou os olhos ao recordar-se do amigo.
--Lá em cima,tentando recuperar a sanidade.Ele pediu que eu descesse na frente,dizendo que eu só estava lhe deixando mais nervoso.Seu irmão está agindo como um maníaco,é o que eu digo.-Ginny sorriu largamente.
--bem,Mione também não está lá essas coisas,ainda que eu imagine que esteja melhor que Rony.Mas tenho que admitir que está sendo divertido assistir.-Harry riu também,mas Ginny teve a súbita impressão de que estava meio forçado.--E você?Também vai agora para Hogsmead?-Harry deu de ombros,tentando parecer despreocupado.
--Não sei.talvez só vá na hora do almoço,para encontrar Rony e Mione,sabe...-Ele não queria que Ginny percebesse seu desânimo,mas não tinha graça ir a Hogsmead sem os seus melhores amigos.A garota o observou por um momento,parecendo tomar uma decisão.
--Por que não vem comigo,agora?Só estou esperando Rony e Mione saírem para ir também.-Ginny icou surpresa ao notar a imediata expressão de raiva que Harry exibiu.
--Foi Rony ou hermione quem pediu isso a você?Pra fazer compainha ao coitado?-Ginny respirou fundo,lembrando-se de que precisava ser paciente.
--Bem,não gosto de mentir.Eles me pediram isso,sim.mas vou responder a voce o mesmo que respondi aos dois.Não quero ir a Hogsmead com voce porque estão me pedindo,Harry.Não faço nada desse tipo por obrigação.Quero ir porque gosto realmente da sua compainha.Você é meu amigo,e nada mais normal que eu deseje aproveitar um passeio ao seu lado.-Ela ergueu as sobrancelhas.--E não acho que você deva ficar zangado com Rony e Mione também.Eles só estão preocupados com você,e chateados por você ficar sozinho.-Ginny falou com tanta frieza que Harry sentiu-se realmente envergonhado.respirando fundo,ele olhou para a garota.
--Desculpe.-Ginny também respirou profundamente.
--Tudo bem,Harry.Sem mágoas.Nós dois não temos mesmo um gênio agradável.-Ela sorriu levemente.--mas falando sério...por que não vamos juntos?Eu estava mesmo querendo falar com você.-O sorriso de Ginny se alargou,adquirindo um tom malicioso.--Voce já se deu conta que daqui a pouco faz um mês que retornamos a Hogwarts e ainda não colocamos em prática a aliança Potter-Weasley para diversão?Eu não sei voce,mas me sinto envergonhada perante Fred e george...não estou honrando meu legado.Já está mais do que na hora de planejarmos alguma coisa,não acha?Em nome dos gêmeos e dos marotos...-Harry riu,enquanto Ginny prosseguia.--Além do mais,vou ser sincera com você...não estou muito animada para ir a Hogsmead com minhas colegas de dormitório.Elas são legais,mas Hogsmead para elas significa horas dentro das lojas de roupas,examinando todas as peças...não faz muito meu gênero.Não sou muito conhecida pela minha paciência,sabe...-Ginny olhou para Harry,os olhos castanhosmuito abertos num pedido.--Vamos,Harry.Ajude sua amiga.Juro que não vou ser muito chata.-harry engoliu em Ginny conseguia fazer aquilo com ele,só olhando em sua direção?Não confiando muito na sua capacidade de falar,Harry apenas acenou com a cabeça,concordando.Ginny deu um sorriso satisfeito,e pareceu que a garota falaria alguma outra coisa,mas nesse momento um Rony agitado desceu as escadas,parando diante dos dois jovens de olhos arregalados.
--Ela já desceu?Está aqui?-O rapaz inspirou aliviado quando harry e Ginny negaram,e a garota soltou um assobio baixo.
--uau,Ron.Você caprichou.-Rony tentou sorrir para a irmã,e Harry reparou que o amigo estava brnco como um lençol.--Mas espere para ver Mione.Você vai cair pra trás,ela está linda.-O simples pensamento pareceu deixar Rony apavorado,e Harry achou que o amigo poderia desmaiar a qualquer instante.
Um ruído nas escadas que levavam ao dormitório feminino fez com que todos se virassem naquela direção,e Ginny deu um sorriso largo.
--Aqui está ela!-Tudo o que Harry pôde fazer foi segurar o riso ante a boca escancarada de Rony ao contemplar a figura que surgira.

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