O dom



CAPÍTULO 40- O DOM

--Eu vou entrar.-A voz de Lux soou suave na sala,mas Remo podia identificar uma vontade de ferro em cada nota proferida.O bruxo percebeu os olhares confusos de Ginny,Rony e os demais amigos de Harry,mas não se importou em explicar,encarando Dumbledore ao invés disso.O diretor lançou-lhe um olhar de alerta antes de voltar-se para a neta e começar a falar cautelosamente.
--Não sei se é uma decisão coerente,Lux.É muito perigoso para você,e para Harry também.E levando em conta o seu estado...-Remo observou os olhos de Lux faiscarem enquanto ela levantava rapidamente e se aproximava do avô.
--O meu estado?Que estado?Qual o problema?-Dumbledore deu um suspiro cansadp,colocando uma mão no rosto da neta.Lux não se moveu,apenas acompanhando com os olhos o movimento do avô.
--Você não está em suas condições normais,minha querida,e sabe disso.Sei que é proposital,mas você sabe que isso pode fugir do seu controle em qualquer ponto.É a lei de sua natureza,Lux.Você é sempre muito boa em manter seus poderes sob controle na maior parte do tempo,mas exixtem ocasiões em que eles vêem à superfície com tanta força que escapam dos seus limites.Esta é uma delas.-Lux piscou repetidas vezes,e Remo sabia qu a moça reflatia sobre o que Dumbledore dissera.Mas nunca era muito fácil para Lux se concentrar em reflexões sobre suas próprias condições em momentos como aquele,porque o grau de energia era tão forte que a mente da garota transformava-se num turbilhão,e tudo passava rápido demais.Lux sacudiu a cabeça,retornando à cabeceira de Harry.
--E qual é a finalidade de todos esses poderes,se não devo usá-los quando se fazem necessários?Vovô,olhe para harry.Ele não pode agüentar tanto tempo,mesmo sendo tão extraordinário.Ele é humano.-Todos voltaram-se para harry,sentindo um aperto angustiado ante a expressão de dor profunda do rapaz.--Vovô,eu sou diferente.sabemos disso desde o primeiro momento em que tive consciência das coisas ao meu redor e do quanto elas poderiam ser perigosas para mim.E você sempre me falou que,apesar de todo o sofrimento que isso eventualmente me causa,eu tenho um dom.E foi por esse dom que eu passei a vida lutando para que não me destruísse.Foi por esse dom que aceitei me dividir em duas e pôr os pés no St.Mungus quando tudo o que eu queria era ser apenas uma auror.É por esse dom que estive até agora no caos que está o St.Mungus,e hoje eu deixei que el se libertasse,e por isso vou pagar um preço muito alto mais tarde.Acho que já estou ficando louca,e isso é só o começo,porque a noite ainda está começando e o número de feridos não pára de chegar.E se estou usando esse dom para desconhecidos,então nada vai me impedir de usá-lo para alguém que amo e que precisa,mesmo que isso signifique me arriscar a entrar na mente de Harry e encontrar Voldemort lá dentro.Por harry,vale á pena.-As palavras saíram da boca de Lux como um turbilhão,e quase todos se afastaram quando um rápido clarão cercou a moça.Mas Remo,Dumbledore e macgonagall permaneceram ao redor de Lux,e Lupin se aproximou muito devagar,porque Lux parecia de repente encurralada.Ele hesitou um pouco antes de tocá-la recordando que não estavam a sós e qualquer ação poderia parecer suspeita,mas rapidamente decidiu que o momento era por demais delicado para aquele tipo de preocupação.Remo segurou uma das mãos de Lux com suavidade,faznedo com que ela se sentasse na cadeira ao lado de Harry e puxando ele próprio uma para si.O bruxo esperou que a garota olhasse para ele antes de começar a falar.
--Você está cansada,minha ê mesma disse,o St.Mungus está lotado,e tanto depende de você...-Remo observou os olhos de Lux se suavizarem enquanto seus dedos acariciavam as palmas das mãos da moça.Ele percebeu as expressões suspresas das pessoas ao redor ante a sua atitude,mas nãos e incomodou.Por um longo momento,Lux não respondeu,parecendo apenas apreciar o toque de seus dedos.Mas Harry se mexeu agitado em sua cama,dando um gemido baixo,e a moça voltou-se tristemente para o rapaz,tocando em seu rosto.
--Dê-me outra solução,Remo e eu terei prazer em seguir.-O silêncio que se seguiu foi pesado,e remo e Dumbledore se encararam sabendo que a batalha estava perdida,e Lux vencera.A moça deu um sorriso de compreensão para os dois,ao mesmo tempo em que começava a se preparar,aproximando-se mais de harry e sentando-se na cabeceira do garoto.--Entendo que vocês se preocupem.Mas não sou eu quem está em pior situação,é harry.E vocês sabem que sou uma das poucas pessoas que podem ajudá-lo.A única diferença do que faço sempre é que vou ter que entrar em sua mente para conseguir resultados.Vai dar tudo certo,prometo.
Lux deixou que Dumbledore a beijasse na testa,concordando solenemente com as recomendações do avô.Remo tentou sorrir de volta para a moça quando ela voltou-se em sua direção,mas tudo o que conseguiu fazer foi tocar levemente em seu rosto e falar em voz baixa.
--Tome cuidado.E tente trazer meu afilhado de volta,por favor.-Lux assentiu devagar,voltando então toda a atenção para a figura cansada de Harry.Todos acompanharam em silêncio uma pequena bola de energia surgir acima da cama do rapaz,admirando em silêncio a mesma expandir-se envolvendo os dois jovens enquanto os olhos de Lux tornavam-se dourados e fixavam-se no rosto de Harry.A moça colocou uma das mãos firmemente espalmada na testa do garoto antes de chamar seu nome em voz clara.
--Harry.

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Muito antes de Lux chamar seu nome,Harry já atinara para a presença da prima,bem como para a estranha aura que a cercava.Era difícil se concentrar em alguma coisa diante de toda a dor que Voldemort continuava a lhe proporcionar,mas Harry descobriu,surpreso,que se acompanhasse o som da voz da "irmã" e deixasse que a energia que ela emanava chegasse perto,sentia-se legeiramente melhor.Era como se Lux SENTISSE a sua dor,absorvendo-a e jogando-a para longe.Por isso,quando sentiu a mão da garota pousando em sua testa e a escutou chamar seu nome,Harry não hesitou em fazer um esforço e abrir os olhos.Lux o encarava fixamente,e ele percebeu vagamente que os olhos da prima não eram os mesmos.Mas não havia o que temer em Lux,e ela sorriu para o garoto como costumava fazer desde que o conhecera.
--Ei.Dia duro,não?-Harry desejou conseguir sorrir diante do comentário óbvio,mas já era suficientemente difícil manter os olhos abertos.--Eu sei que está doendo,Harry.Mas vou pedir que não feche os olhos,meu querido.Você precisa olhar pra mim,está certo?Quero que olhe para mim,e se concentre na minha voz.Sei que é difícil,mas você consegue.É duro na queda.Você pode muito mais que Voldemort,Harry.Está tudo dentro de você.E nós vamos ajudá-lo a despertar isso,aos poucos.
Uma coisa muito estranha começava a acontecer à medida em que Harry fitava Lux e as palavras da garota fluíam em seus ouvidos.O rosto da prima estava desaparecendo do seu campo de visão,mas ele sabia que sues olhos permaneciam abertos.Ele começava a retornar para a escuridão em que Voldemort o trancara,e subitamente uma ponta de pânico tentou dominá-lo.Talvez não estivesse funcionando o que quer que Luxestivesse fazendo.Harry sentia cada pulsação de dor em sua cabeça,e a escuridão chegara ao seu auge.O rapaz tentou se mover e falar alguma coisa,mas a voz de Lux surgiu subitamente próxima.

--Tenha calma,Harry.Mantenha os olhos abertos,você precisa me guiar.-Por um instante,a dor foi tanta que ele quase desmaiou,mas então o espaço negro em sua mente começou a se dissipar e Harry pôde enxergar Lux parada tranqüilamente no centro de tudo,e pôde perceber as sombras sumindo em meio ás mãos da garota.O rapaz não sabia exatamente o que significava tudo aquilo,mas entendera que de alguma forma a prima se projetara em sua mente,exatamente como Voldemort o fizera em sua visita na última noite do garoto em White fortress.
Harry estudou a imagem de Lux em sua cabeça,levando um choque ao notar a expressão de dor profunda estampada no rosto da garota.Era como...se ela sentisse o que ele sentia.Uma onda de desespero e culpa o envolveu,mas antes que ele pudesse tomar qualquer atitude Lux falou firmemente.
--Não faça nada,Harry.Sei o que estou fazendo.Só confie em mim.-Ele observou,horrorizado,toda a sua mente clarear enquanto Lux segurava a cabeça entre as mãos e caía de joelhos,respirando rapidamente.Ela levantou os olhos e Harry quase gritou diante das pupilas vermelhas que brilhavam no rosto da prima,mas controlou-se a tempo de ouvir Lux gritar palavras que lhe pareceram ao mesmo tempo incompreensíveis e familiares."Punáti sanklesia,mat yasna!"(tradução no fim do capítulo).Um pequeno barulho de explosão ecoou quando inúmeras faíscas pareceram sair do corpo de Lux e se juntarem numa esfera,que se consumiu espontaneamente em fogo,sumindo em breves segundos.Imediatamente,harry sentiu seu corpo relaxar e sua mente mergulhar num aliviado e bem-vindo torpor.Ele estava livre.
Lux levou alguns segundos para se recuperar,mas enfim pôs-se de pé cautelosamente.Harry notou que ela parecia muito cansada,mas não havia sinais de sofrimento físico em sua face,e o rapaz respirou profundamente.Lux examinou o ambiente ao seu redor parecendo relaxada,mas uma súbita mudança na atitude da prima fez Harry sentir um frio na espinha,porque repentinamente percebera que,embora a dor tivesse parado e sua mente estivesse livre da prisão,o canal que o ligava a Voldemort ainda estava aberto.E o Lord das trevas estava vindo.
Lux esperava muito ereta,e uma névoa densa parecia cercar a moça.Harry esperou junto com a prima,cada centímetro de sua conciência desejando encontrar uma resposta para evitar um confronto entre a "irmã" e o lord das trevas.Cada segundo sendo gasto em desejar poder fazer o que ela e Dumbledore fariam.Ele acompanhou alucinado Voldemort se materializar em sua cabeça,com uma expressão de ódio puro direcionada à neta de Dumbledore.
--Você é imprudente e estúpida,menina.Interferir em meus planos só vai condená-la.-Se Voldemort esperava alguma reação de temor ou arrependimento em Lux,decepcionara-se,porque a moça simplesmente RIRA com uma docilidade que Harry sabia que não existia no momento.
--Não discordo em relação a ser imprudente.Mas nós dois temos conceitos bem diferentes sobre estupidez,Riddle.-Voldemort lançou um olhar malévolo para a moça parada á sua frente,e das mãos do bruxo voou uma corrente de raios vermelhos.Harry sentiu o coração saltar violentamente,e o sangue pulsar rapidamente em suas veias,consciente de que precisava fazer alguma coisa.Lux erguera as mãos diante de si,a tempo d euma barreira prateada formar ao seu redor e reflatir o ataque de Voldemort.
--Você é impertinente,garota.Lave a sua boca antes de dirigir-se a mim com essa atitude.Meu nome é Voldemort.-Lux apenas deu um sorriso cínico,e o lord das trevas golpeou novamente.--Seu avô não lhe deu a educação necessária,o velho idiota.provavelmente,estava muito ocupado defendendo trouxas imundos.
--Voldemort é apenas um nome ridículo que você escolheu para si.Por que eu deveria me submeter a usá-lo?E você deveria ser mais indulgente em relação aos trouxas,Riddle.Afinal,é filho de um...-Voldemort dessa vez atacou com tanta força que Harry viu,por um milésimo de segundo,a barreira de Lux oscilar.Ele olhou para a prima entre surpreso e admirado.Nunca pensara que a garota pudesse ser tão provocadora.mas aparentemente essa era uma das táticas de Lux:Usar a língua como uma navalha,e levar o adversário aos limites de sua paciência.
--Cuidado com o que diz,garota.Outras pessoas já morreram em minhas mãos por muito menos.Seu avô não gostaria de perder sua preciosa neta por causa de uma língua inconveniente...-Lux ergueu a cabeça altivamente,mas Harry percebeu um leve tremor nas mãos da prima,ao mesmo tempo em que a aura que a envolvia perdia um pouco do seu brilho.E Harry se deu conta,frenético,que Lux estava esgotada.Não sabia exatamente o que a prima havia feito para gastar tanta energia,mas de repente soube que ela não agüenteria por muito tempo.Lux nem mesmo atacava,paenas protegia-se imóvel.E Harry sabia,pelo pouco que já vira da "irmã" em ação,que não era do feitio de Lux aquela técnica de batalha.Era o que a tornava diferente de Dumbledore.Lux não esperava,era impaciente e implacável,avançando em seu oponente desde o primeiro momento.E se a prima não estava fazendo aquilo agora,era porque a situação era mais grave do que ela deixava parecer.
Harry começou a sentir um calor esquisito no corpo.Era como se alguma coisa percorresse cada fibra do seu organismo,fazendo-o acordar á medida emq ue seus pensamentos se concentravam mais e mais em ajudar Lux.Voldemort ainda não parecera perceber o cansaço da moça,mas Harry sabia que era uma questão de tempo.
--Você não vai me atingir com chantagem emocional barata,Riddle.-Lux encarava Voldemort fixamente,os olhos faiscando.--Saiba de uma coisa a meu respeito:Eu nunca tive a mesma bondade e paciência de vovô.E há muito tempo ele desistiu de tentar me ensinar.Não espere de mim o respeito nem a elegância de vovô,porque ele é a única pessoa nesse mundo tão extraordinária a ponto de saber esperar o momento certo e tocar suas feridas lentamente.Infelizmente para nós dois,eu não herdei essa faceta de temperamento.E outra coisa.-Lux piscou.--É você quem tem que tomar cuidado com o que diz.O único velho idiota que conheço aqui é você,nunca Alvo Dumbledore.E devo dizer que se um dia conseguir chegar a ser metade do que ele é,estarei satisfeita.-Lux pareceu arrancar forças de algum lugar desconhecido quando Voldemort lançou uma saraivada de feitiços estranhos,obrigando a moça a desaparecer de onde estava para surgir novamente a alguns metros á esquerda,reerguendo rapidamente seu escudo.Harry reparou,alarmado,que a cor começava a fugir do rosto de Lux,e,éla primaira ve zdesde que chegara,Voldemort sorrira,um sorriso frio e sem vida.
--Ah,minha cara.Vejo que está ficando cansada.O que andou aprontando?-O lord das trevas se aproximou,e Lux o encarou sem piscar.--Agora as coisas vão ficar mais interessantes.
Harry podia sentir alguma coisa se desprendendo dentro dele,e podia semtir espalhar-se junto com o ritmo das batidas de seu coração.Ele precisava lutar,precisava ser caoaz de fazer alguma coisa além de observar os acontecimentos da sua própria mente.Ele tinha que acreditar que era capaz,que podia crescer.Ele era harry Potter,aquele que a profecia determinara ter o poder para vencer o lord das trevas.Ele tinha o sangue de griffyndor correndo em sus veias,e sua proteção o acompanhava.Ele era até mesmo um Dumbledore,e isso deveria significar alguma coisa,pensou.E quando Voldemort abriu a boca para iniciar um ataque violento,Harry sentiu algo explodir dentro dele mesmo,e um clarão de luz guiou os seus olhos até que ele percebesse que sua imagem pousava suavemente entre as figuras surpresas de Lux e Voldemort.Ele aprendera a se materializar na própria mente,e podia ver a confusão nos olhos do Lord das trevas enquanto sentia a própria pele parecer estar pegando fogo á medida que uma aura vermelha o envolvia.harry nunca se sentira daquela maneira,mas naquele momento ele soube que poderia ser grande,muito maior do que jamais supusera.E iria correr atrás daquela grandeza e lapidá-la até que estivesse pronto para cumprir o seu destino.O rapaz voltou-se lentamente para Voldemort,estendendo uma mão diante de si.Era uma situação estranha,pois Harry sabia o que fazer e o que dizer sem jamais ter aprendido,mas ele preferiu não pensar muito no fato naquele momento,e deixar que a energia ou o que quer que o estivesse dominando agisse e se manifestasse.Uma chama de um laranja violento acendeu-se em suas palmas ao seu comando,e harry olhou para Voldemort falando quase num sussrro.
--Um fio de cabelo.É só do que preciso.Toque num fio de cabelo dela,e juro que você vai se arrepender amargamente do dia em que deu a sua primeira respiração no mundo.
--Você acha que me impressiona,Potter?Você não passa de um fedelho,uma pedra inconveniente no meu caminho,que posso chutar quando bem entender...-Voldemort sorriu maldosamente,mas ainda assim Harry pôde identificar uma nota de cautela na voz do bruxo.
--Então ê vem tentando há 16 anos...-Voldemort tentou avançar na direção de Harry e Lux,mas o garoto gritou liberando as chamas que aguardavam pacientemente em suas mãos.Um leão alado se formou,flamejando diante do lord das trevas e barrando sua passagem.--Posso ainda não ser capaz de matá-lo,Voldemort.Mas garanto que posso fazer um bom estrago.
Voldemort estacou em sua trajetória,estudando os dois jovens á sua frente cuidadosamente.Harry tentou ler as emoções que dominavam o bruxo,mas o lord das trevas assumiu uma expressão de fria imparcialidade enquanto recuava lentamente.
--Está bem,Potter.Já fiz um bom serviço por hoje.Não vou mais perder meu precioso tempo com você e essa garota.Tudo a sua hora,Potter,tudo a sua hora...chegará o momento de cada um de vocês...-A imagem de Voldemort começou a se dissipar,mas a voz prosseguiu em seu discurso.--Agora,tenho assuntos mais urgentes a tratar...tenho um "convidado especial".Nos veremos novamente,Potter,em breve...-A voz foi dando lugar a uma gargalhada fria,a qual só desapareceu quando a figura de Voldemort se transformou numa nuvem de fumaça,dispersando-se rapidamente.
Por um momento,nem Lux nem Harry falaram,até a garota dar um grande suspiro e sentar-se relaxadamente.Ela sorriu para harry quando o rapaz sentou-se ao seu lado para examiná-la melhor.
--Tudo bem com você?-Ele perguntou preocupado,observando Lux balançar a cabeça afirmativamente enquanto fechava os olhos e adotava uma posição de meditação.
--Tudo bem.Só estou cansada,como deve ter percebido.Não se preocupe,já estive bem pior.-Lux abriu os olhos só para encarar o garoto por alguns instantes.--Vou erguer uma barreira aqui,para impedir que Voldemort retorne.Não vai durar para sempre,mas será suficiente até que você se recupere e possa trabalhar suas proteções sozinho.-Harry acompanhou interessado Lux fazer surgir uma espécie de fluido denso que ascendeu e aderiu á superfície que os cercava rapidamente.O rapaz deu-se conta repentinamente da bizarra situação em que se encontravam:Ele e a prima estavam dentro de sua própria cabeça,ou pelo menos suas imagens projetadas estavam,e o rapaz assistia calmamente sua mente ser envolvida por algum tempo de feitiço protetor.Seus amigos nunca acreditariam,pensou.
--O que você quer dizer com "me recuperar"?Eu me sinto muito bem agora.-Ele perguntou curioso,sentindo-se um pouco apreensivo ante o sorriso enviesado que Lux lhe lançou.
--Ah,meu caro,isso é porque você está em transe,cortesia minha,a propósito...sua mente no momento está desligada do seu corpo.Mas pense bem:Você passou horas num sofrimento horroroso,e digo isso com a autoridade de quem o desfrutou,como voce pôde ver quando eu entrei aqui.Só isso já serviria para deixar você meio moído,meu "irmãozinho".Agora,temos o agravante de que você liberou alguns dos seus poderes e se materializou dentro de si mesmo.E você usou magia antiga quando convocou aquele leão de fogo,sabia?Devo dizer que é um pouco cansativo nas primeiras vezes.mas não sepreocupe,de verdade.Não é nada que um bom repouso não resolva,dou 24 horas para que você esteja novo.-Ela deu um sorriso orgulhoso.--Você não é qualquer coisa,Harry.Não cai fácil.Foi maravilhoso,realmente.Gostaria de ter tido tempo de agradecer a Voldemort...graças a ele você se desenvolveu mais...-Lux levantou-se lentamente,e Harry lençou um olhar sério à garota.
--Você está especialmente sarcástica hoje.Nunca vi você assim.-Os olhos de Lux se toldaram levemente,enquanto a moça passava um braço ao redor de seus ombros.
--Eu sei.E peço desculpas desde já,porque tenho a impressão de que estarei pior mais tarde.Digamos que estarei um pouco parecida com um termômetro emocional.É uma história comprida,Harry.Não dá para explicar agora ou aqui.Mas previno você avisando que provavelmente não vou me comportar normalmente por amis algum tempo.Talvez Remo ou vovô possam contar tudo a você amanhã,porque acho que eu não vou estar em condições de fazê-lo.-harry encarou a garota preocupado,perguntando-se o que havia de errado.Mas Lux apenas sorriu sombriamente,estudando os próprios sapatos atentamente.
--Por hora,relaxe um pouco,Harry.Você merece.Estará seguro com essa barreira,e logo estará pronto para modificá-la como quiser e construir as suas próprias.Acho que vovô vai querer ensiná-lo o "legillimens" acoplado á oclumência.Você precisa aprender a controlar melhor a sua conexão com a mente de Voldemort.A preocupação agora não é apenas as invasões dele,mas as suas também,como aconeteceu hoje involuntariamente.Mas você vai se sair bem.-Ela deu um tapinha nas costas do agroto,antes de estender a mão e sorrir um pouco mais alegre.--Vamos voltar?Tem muita gente esperando por você lá fora,sabe...-Ele aceitou a mão que Lux lhe estendera,concentrando-se em redirecionar sua mente à ligação com o seu corpo.
--Lux?Muito obrigado.-Harry queria agradecer antes que retornassem e a exaustão tomasse conta dele.Lux concordou com a cabeça,antes de fechar os olhos e responder baixinho enquanto desaparecia.
-- Também agradeço,Harry.Voce também me salvou.Foi um bom trabalho em equipe.

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Remo respirou aliviado quando Lux e Harry piscaram quase ao mesmo tempo e relaxaram em suas posições.O bruxo pôde escutar ao seu lado a respiração profunda de Dumbledore,e o velho bruxo se aproximou rapidamente,retirando com suavidade a mão de Lux da testa de harry e massageando o pulso da moça devagar,como se tentando ativar sua circulação.Harry foi o primeiro a abrir os olhos novamente,parecendo confuso com a s exclamações involuntárias de alegria que todos que cercavam sua cama deixaram escapar.O rapaz encarou o padrinho com uma expressão de absoluta desorientação,parecendo não entender bem porque hermione e Ginny se abraçavam chorando,Luna perdera o ar sonhador e o estudava com uma expressão de alívio,e Rony e neville davam fungadas suspeitas.Harry olhou para o lado,deparando-se com Lux sentada e de olhos fechados,parecendo profundamente pálida enquanto Dumbledore a chamava delicadamente.Remo viu um raio de compreensão surgir nos olhos do rapaz,e Harry tentou erguer a mão em direção á prima,fazendo uma careta de dor com o movimento.Lupin se aproximou,bagunçando levemente os cabelos do garoto.
--Vá com calma,Harry.Você precisa descansar.-O rapaz encarou o bruxo com uma expressão preocupada em direção a Lux,mas remo apenas sorriu,tentando passar uma calma que não sentia verdadeiramente.
--Lux vai ficar bem,harry.Só precisa de alguns minutos.-Com efeito,a moça abriu os olhos logo depois,recostandos-e no avÕ enquanto falava suavemente com o rapaz.
--Estou ótima,Harry.Preocupe-se com você agora,e mais ninguém.Você está cansado,precisa dormir.É só fechar os olhos,não vai acontecer mais nada.Estamos todos aqui,em segurança.Durma...-Lux não precisou falar por muito tempo,porque harry relaxou rapidamente à medida que seus olhos percorriam com calma cada rosto que cercava sua cama,como se certificando-se de que todos estavam ali e bem.Em poucos minutos o rapaz mergulhara num sono pesado e exausto,e pela primaira vez em várias horas todos puderam respirar em paz e profundamente.

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Remo apertou Lux contra si á medida em que giravam cada vez mais rápido nas chamas verdes,sentindo a moça apoiar todo o peso do corpo em seu peito.Ele agradeceu aos deuses pela distância pequena que separava o St.Mungus de white Fortress,permitindo que seu trajeto na rede de flu não durasse mais que alguns efeito,o bruxo enxergou abruptamente a sala confortável que os esperava,colocando os pés para fora e trazendo lux consigo,parecendo um pouco desorientada.Mas o momento foi rápido,e a garota logo balançou a cabeça e assumiu uma expressão indiferente,retomando a atitude que adotara desde a noite anterior para despreocupar a todos.
Após Harry adormecer na ala hospitalar,Lux levantara-se devagar e anunciara que retornaria ao St.Mungus,e não houve objeções,brigas ou ameaças da parte de Dumbledore,remo,macgonagall ou até madame pomfrey que a demovessem da decisão.remo entendia que era difícil para Lux descansar e esquecer do que acontecia no hospital quando mais do que nunca era necessária lá.Mas não podia deixar de zangar-se com a extrema teimosia da moça em passar por cima do próprio bem-estar e recusar-se a se dar um desconto em lugar de apenas cobrar-se mais e mais.Ele e Dumbledore na maioria das vezes conseguiam colocar um pouco de bom-senso na cabeça de Lux e convencê-la a esperar um pouco,mas algumas vezes a garota já havia ido longe demais para ser alcançada,e ontem tinha sido uma dessas ocasiões.O temperamento de Lux estava tão instável que ninguém conseguia prever qual seria a sua reação após cada palavra,e quando finalmente a garota caíra no choro e começara a se afastar de todos com raiva,Dumbledore admitira que daquele jeito só estavam piorando as coisas e cedera,permitindo que a neta retornasse ao St.Mungus de uma vez,antes que Lux se descontrolasse de verdade e se isolasse de qualquer ajuda.Remo inspirou fundo e assumiu a sangue frio do diretor,simplesmente pedindo a Lux que avisasse quando sairia do hospital para que ele fosse buscá-la.
Assim,quase 24 horas depois,Remo encontrara Lux às portas do St.Mungus aguardando-o,silenciosa e surpreendentemente dócil.O bruxo a guiara até uma das diversas lareiras do saguão,transportando-a para White fortress,onde dentro de algumas horas uma reunião da ordem teria início.Remo apenas esperava que conseguisse fazer Lux descansar um pouco até lá,uma vez que sabia que estava fora de cogitação impedir a moça de participar do encontro.Lupin percebeu que Lux o observava em expectativa,como se esperando que ele dissesse o que fariam em seguida,e segurou a mão da moça puxando-a delicadamente em direção às escadas.
--Venha.Pedi a Bonny que preparasse um banho para você.-Lux permaneceu calada mas o seguiu de bom grado,ignorando a mão do bruxo e se aproximando mais,de modo que Remo a abraçasse pelos ombros.O trajeto foi feito em absoluto silêncio,apenas quebrado pelos passos do casal pelos corredores vazios.
Remo abriu a porta do quarto de Lux,encaminhando a moça para o imenso banheiro adjunto,encontrnado uma banheira cheia e convidativa.O bruxo deu um sorriso pequeno para a moça,roçando os dedos delicadamente pelo rosto sério.
--Não quer falar nada?-Lux deu de ombros,encostando a cabeça na curva do pescoço de Remo e deixando que ele a abraçasse.
--Me desculpe.Não queria ter brigado com você.-Lupin percebeu que a moça se referia ao dia anterior,e a beijou levemente antes de responder.
--Você não fez de próposito,estava nervosa.Está tudo bem.-Ele a beijou novamente,antes de se afastar e encaminhar-se para a porta.--Tome seu banho,procure relaxar.Vou estar lendo no meu quarto,quando terminar me chame.Seu avô pediu para dizer que chegará dentro de algum tempo.Quer ficar um pouco com Harry antes de sair.-Lux assentiu,dando o primeiro sorriso desde que haviam se encontrado naquele dia,e Remo fechou a porta suavemente.
Foi só quase uma hora depois que Remo escutou o barulho de uma maçaneta sendo girada e a imagem de Lux surgiu através da porta de seu quarto.O bruxo sorriu para a garota vestida confortavelmente em calças frouxas e camiseta,observando-a cruzar o espaço que os separava e segurando-a quando ela sentou-se timidamente em seu colo.Remo deixou que Lux se acomodasse confortavelmente,aconchegando-a em seus braços.Ele gostava dessa dependência que Lux deixava ás vezes mostrar em sua presença.A moça era sempre tão auto-suficiente que era bom poder cuidar um pouco dela quando era assim permitido.
--Como está Harry?-Remo não pôde conter um sorriso ao pensar no afilhado.
--Ótimo.Quando saí da ala hospitalar para buscar você,ele estava há meia hora resmungando para quem quisesse ouvir que não agüentava mais ficar na cama.A última coisa que escutei antes de sair de lá foi um debate acalorado entre madame Pomfrey,Harry e Alvo se ele deveria ou não voltar ao dormitório da Grifinória.-O bruxo riu.--Acho que Harry ganhou,ele estava muito parecido com você naquele momento...-Lux torceu o nariz.
--Muito engraçado.Você fala,mas adora meu jeito mesmo assim.-Ela deu um sorriso pomposo,e Remo girou os olhos.
--Não falei que não adorava.mas você dá trabalho...-Lux não deixou que ele terminasse,plantando beijos curtos e seguidos em seus lábios,até que o bruxo a segurou com força começando um beijo lento e comprido.Lux deixou que ele a guiasse,correspondendo sem pressa á medida que Remo aumentava a intensidade.Ela se ajustou melhor em sua posição,os dedos percorrendo lentamente as costas do bruxo.Remo levou as mãos aos ombros da moça,acariciando delicadamente a pele fina,passeando sem pressa por aquela região.Por algum tempo eles prosseguiram,em beijos seguidos e carinhos,mas então uma voz insistente na cabeça de remo indicou que era hora de parar,antes que as coisas fugissem de qualquer muito custo,ele se afastou um pouco e abriu os olhos.
--Lux...vamos...vamos parar um pouco.Não é hora para isso...-Ele se surpreendeu com o tom rouco da própria voz,quase cedendo quando a moça roçou os lábios pelo seu pescoço.--Meu bem...você precisa descansar...-Lux não pareceu dar ouvidos,e Remo precisou reunir toda a sua força de vontade para não puxar Lux para si e não largá-la por um bom tempo,sentindo a pele se arrepiar a cada toque da moça.mas ele sabia que tudo era cedo demais,e que Lux estava com as emoções muito desordenadas para pensar com clareza,deixando então que a impulsividade a comandasse.Remo sabia que a garota tinha medo do momento em que precisaria voltar á realidade e fechar os olhos para dormir,por isso tentava adiá-lo.
--Não quero descansar agora.Não adianta,de qualquer forma.temos uma reunião daqui a pouco,é perda de tempo descansar quando vou ter que levantar em breve.-Lux continuou a beijá-lo no pescoço,aproximando os lábios do ouvido de Remo para falar em voz baixa.--E gosto quando você me chama de "meu bem".-Ele não pôde conter um sorriso,ainda que o alarme em sua cabeça agora soasse disparado á medida que suas mãos pareciam criar vida própria e se insinuavam pela cintura de Lux,encontrando a pele macia que a camiseta deixava descoberta."-Pare,pare agora,enquanto ainda tem alguma consciência do que está fazendo..."-a voz em sua mente repetia como um mantra,mas a boca de Lux parecia muito mais interessante que qualquer sensatez.
Foi o som de uma porta batendo no andar de baixo o que,no final,fez com que os dois levantassem as cabeças e escutassem atentamente.Lux depositou um beijo leve nos lábios de Remo quando o som de passos na escada indicou que não estavam mais sozinhos,levantando-se sem pressa,como se lamentasse imensamente o fato de terem sido interrompidos.O próprio Remo sentia uma boa onda de irritação direcionada para quem quer que fosse que estivesse chegando,e tal constatação de repente o assustou.Remo respirou fundo numa tentativa de organizar os pensamentos,enquanto Lux arrumava os cabelos e tentava colocar no rosto uma expressão inocente,sentando-se na poltrona diante da que Remo agora ocupava sozinho.Ele admirou-se com o ritmo rápido da própria respiração, e o medo que começava a sentir ante a situação aumentou.O problema era que Remo não conseguia decidir se estava mais assustado com o fato de que ele e Lux quase haviam sido descobertos ou com o fato de que sabia que,se alguém não tivesse chegado,não tinha a menor idéia do que teria acontecido ali.Porque Lux conseguia mexer com ele de uma forma jamais concebida,e Remo simplesmente não podia imaginar como parar.

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--Espere.O bruxo que Voldemort capturou é um cientista?-harry encarou Dumbledore,confuso.estavam no meio da manhã,e Harry aproveitara o horário livre que tinha após herbologia para correr á sala do diretor e perguntar a respeito da reunião da ordem da Fênix na noite anterior.Aparentemente,todo o encontro fora dominado por especulações a respeito do que o Lord das trevas estaria pretendendo fazer com o homem que levara consigo no dia do ataque.O bruxo com roupa do St.Mungus havia sido finalmente identificado algumas horas após seu desaparecimento.Segundo Dumbledore lhe dizia agora,Frederick Murray era um curandeiro do St.Mungus,mais conhecido pelos seus trabalhos de pesquisa e experimentos.
--Pode-se dizer que sim,harry.Esse termo é usado pelos trouxas.mas sim,Murray é um cientista.Ele é particularmente conhecido em seu meio por trabalhos em parceria com o departamento de mistérios.Dizem que mexe com combinações de espécies e criação de outras novas.-Harry franziu as sobrancelhas.
--Mas o que ele estava fazendo no tal Comitê de assuntos internacionais?-O rapaz observou Dumbledore cruzar os dedos e responder pensativo.
--parece que o Sr.Murray é freqüentador assíduo do comitê.Ele desenvolve vários projetos em associação com centros de pesquisa de outros países.-Dumbledore levantou de sua cadeira,estudando a paisagem através da janela.--O que só prova que o seu rapto foi realmente premeditado.Voldemort tinha conhecimento de toda a rotina de frederick.-Harry ficou calado por algum tempo,tentando pôr os pensamentos em ordem.Dumbledore não se moveu,e harry achou que o velho bruxo parecia particularmente aéreo.
--Então...o que Voldemort pretende?Com esse tal Murray...usá-lo para...-Harry não precisou continuar,pois Dumbledore voltara-se de repente para o garoto.
--Para criar novas criaturas das trevas.É o meu palpite,e a ordem concorda.Imagine,harry...criar algo mais assustador e perigoso que basiliscos,quimeras,acromântulas...talvez até juntar esses seres em um só.E todos sob o controle de Voldemort...-Dumbledore deu um suspiro preocupado.--Creio que o Sr.Murray não concordará facilmente.Ao que me consta,é um homem honrado.Mas Deus sabe que os métodos de Voldemort podem ser insuportáveis...estamos tentando descobrir para onde o levaram.Severo tentará investigar,embora seja arriscado.-Dumbledore sentou-se novamente,e harry engoliu em seco.Criaturas das trevas...um exército delas...eles estiveram tão preocupados com o Orbe de Thanatos que deixaram de pensar nas outras artimanhas que Voldemort poderia estar tramando.E,graças a esse descuido,agora pessoas haviam morrido e se machucado,como o "profeta diário" alardeava há dois dias.O jornal agora atacava diariamente o Ministério,criticando a sua incompetência e culpando Fudge pelo desaparecimento do curandeiro.mas o pior para Harry era que ele voltara a ser "o herói".O "Profeta" agora não fazia nada mais que glorificá-lo em suas páginas,e isso doía em harry mais do que qualquer coisa.Porque ele era aplaudido enquanto Voldemort continuava à solta.E ninguém sabia que era sua culpa,pensou o garoto.Porque era ele o responsável por fazer desaparecer o Lord das trevas.
Uma batida leve na porta fez Harry sair de seu devaneio,e o garoto se virou para ver lux entrando sorridente no escritório.harry percebeu Dumbledore inspirar profundamente,e lançou um olhar interroagativo ao velho bruxo.desde cedo percebera que o diretor,assim como Remo e Macgonagall,pareciam estar pisando em ovos ao redor da moça,e Harry ficara cada vez mais intrigado à medida que observava a prima.Não vira Lux no dia anterior,pois a moça estava no St.Mungus e só voltara a Hogwarts muito tarde,após a reunião da ordem.Mas Harry lembrava-se claramente de como Lux parecera estranha na noite em que lutara contra Voldemort,bem como das palvras enigmáticas da "irmã".O rapaz soubera através dos amigos que,após ele ter adormecido na ala hospitalar,Lux travara discussãos acaloradas com o avô,remo e os demais,culminando com crises de choro até que chegassem a um acordo.Hermione comentara que nunca vira a moça tão alterada,e Ginny e Rony balançaram as cabeças em solene concordância.
Ainda que Lux não tivesse mostrado nenhum sinal de descontrole naquela manhã,Harry sentia que algo não ia bem com a prima.Talvez fosse porque Lux parecia estar sorrindo muito mais do que de costume,como se estivesse forçando uma alegria que não existia.Além disso,a garota estava muito elétrica,mesmo para os seus padrões.Lux falava como uma metralhadora,e não parecia conseguir ficar parada por mais de aguns minutos.era como se tentasse ocupar seus pensamentos o tempo todo,sem chances para qualquer reflexão mais complexa e longa.
--desculpem interromper,não vou atrapalhar mais.Vou para a sala contígua,quero fazer algumas pesquisas.Quer dizer,é bom aproveitar a folga que Kingsley me deu e fazer algo útil...-Lux atravessou o escritório rapidamente,gesticulando displicentemente.Dumbledore acompanhava os movimentos da neta,e Harry percebeu um olhar de apreensão no velho bruxo.
--Kingsley lhe deu essa folga para descansar,querida.Por que não aproveita e dorme um pouco?-Harry pôde ver por um breve momento uma sombra de medo percorrer o rosto de Lux,mas a moça sacudiu a cabeça e riu.
--A essa hora,vovô?Que deperdício!Outra hora,talvez...-Lux deu uma piscadela para Harry,enquanto fazia a porta no canto do escritório aparecer e se um último aceno,a moça desapareceu pela fresta,e Dumbledore sentou-se pesadamente numa poltrona,parecendo fruastrado.
--Hum...o que há de errado com ela?-harry sentou-se diante do diretor,sinceramente preocupado,Dumbledore lançou um olhar para a porta que sumia,antes de começar a falar.
--No momento,seu maior problema á falta de sono.A última vez em que tenho certeza que Lux realmente dormiu foi antes do ataque de Voldemort.-Harry arregalou os olhos para o diretor,chocado.Isso fora há dois dias.--Ela me garantiu que dormiu essa noite inteira,mas Dobby contou que a cama de Lux estava intacta hoje cedo.E conheço minha neta.essa agitação toda é para afugentar o cansaço.Ela sabe que,se ficar parada,vai cair no sono.
--Mas...mas...por que Lux evita dormir?Ela TEM que estar esgotada depois desse tempo todo.-Dumbledore deu um sorriso triste para o rapaz.
--Lux está com medo,Harry.Embora insista em não dizer nada.Você sabe que sua prima não é uma bruxa comum,é uma sacerdotisa.Logo,possui algumas características diferentes dos outros.Isso já torna Lux uma pessoa rara.Mas existe uma coisa nela que a faz ainda mais diferente,mais especial.Lux tem um dom muito,muito raro.E muito perigoso também,porque ao mesmo tempo em que lhe dá um poder absolutamente belo,a torna mais frágil e susceptível aos seres humanos que as pessoas normais.Você sabe o que é empatia,Harry?-O rapaz franziu as sobrancelhas,negando lentamente com a cabeça.Dumbledore sorriu.
--poucas já disse,é um dom extremamente incomum.Pouquíssimos empáticos surgem ao longo dos anos.Lux teve a sorte e o azar de nascer assim.Um empático...é alguém capaz de captar as emoções das pessoas ao seu redor,e suas sensações.O empático sente o que voce sente,seja alegria,dor,desespero...tudo.Você pode imaginar,então,o caos em que se transformam as próprias emoções de uma pessoa com esse dom.Você pode imaginar o que é estar no meio de uma multidão e receber cada sensação que vem da mesma?Se cada ser humano já e composto por uma complexidade de idéias e sentimentos,o que dizer de um aglomerado de pessoas?Um empático que não é preparado para lidar com sua habilidade pode enlouquecer numa fração de segundos.-Dumbledore parou de falar ao observar o rosto horrorizado de Harry.--Sei o que está posso chamar de "dom" algo assim?Qual a vantagem em viver encurralado por emoções que não são suas?-O diretor sorriu.--Acontece que a empatia não se limita apenas a sentir.O empático,se bem estruturado mentalmente e bem desenvolvido em suas habilidades,é capaz de,além de captar as sensações,absorv-las e posteriormente expulsá-las.É por isso que a maioria dos empáticos acabam por se tornarem curandeiros.Eles podem identificar como ninguém o que há de errado com o doente,sem que este dihga uma palavra.E,dependendo da situação,podem tomar para si suas dores e depois dispensá-las.É um poder de beleza infinita se bem utilizado.imagine a satisfação de poder aliviar dessa maneira o tormento de outro ser humano.
--Ele fez isso...fez isso comigo...-Harry sentiu o peito se apertar ao recordar-se de Lux dentro de sua mente,de joelhos e com as mãos na cabeça,as faíscas deixando seu corpo e dissipando-se no ar.--Ela sentiu a minha dor...quando Voldemort estava em minha cabeça.E mandou embora...-O rapaz sentiu um nó se formar em sua garganta,e sua voz falhou repentinamente.Dumbledore lançou-lhe um olhar de compreensão.
--Não sinta qualquer culpa,Harry,Lux fez isso de coração,porque ama você.-O bruxo deu um suspiro cansado.--Bem,vamos continuar...você já entendeu o que é eu já disse,é um dom difícil e perigoso.E por isso,quando um empático é identificado,ele deve começar uma preparação imediatamente.Ele deve aprender a controlar esse poder,a bloqueá-lo na maior parte do tempo e liberá-lo apenas quando desejar.É uma questão sde sobrevivência.Um empático que mantém seu dom á tona o tempo todo vai ser destruído mais cedo ou mais tarde pelo ambiente ao seu redor.Lux era muito pequena quando descobrimos que ela era empática.Suspeitamos que havia algo diferente já quando ela era um bebê...Lux detestava grupos grandes de pessoas,e não aceitava sair dos braços dos pais em hipótese alguma em ambientes estranhos,mesmo que as pessoas que estivessem por perto fossem conhecidas.Ela se assustava com muita facilidade,e foi um bebê instável,saindo do choro para o sorriso,para a raiva ou qualquer outra reação com uma velocidade assombrosa.Mas a confirmação só veio quando sua prima cresceu um pouco mais,começou a falar e entrou na idade em que as crianças começam a se socializar umas com as outras...nós começamos a perceber que Lux não se enturmava,era muito introspectiva.Aos três anos,víamos quando ela se afastava das outras crianças ou de qualquer pessoa,isolando-se no canto mais distante possível.Não havia quem a convencesse a se aproximar,porque Lux entrava em pânico á medida que as pessoas a cercavam.Isso é típico de crianças empáticas,Harry.Elas sentem as emoções dos outros,e se assustam por não entenderem o que está havendo.Passam a acreditar que o próximo está ali para prejudicá-la e assustá-la com sensações ruins.Foi também nessa época que Lux começou a apresentar problemas para dormir.E não era aquela fase normal que a maioria das crianças enfrenta,onde existe o medo do escuro e a imaginação é fértil...Lux entrava num estado de descontrole total.Não eram os monstros comuns das idéias infantis que ela temia.eram as pessoas.Assim,depois de algmas pesquisas,finalmente identificamos a empatia,e tratamos de educá-la e treiná-la para o mundo.O treinamento de um empático não é nada fácil,mas Lux respondeu á altura em cada fase.Ela aprendeu a controlar sua empatia e deixá-la em estado de latência na maior parte do tempo.O pior momento para o empático não é o dia e suas interações com as outras dom quando se está acordado e consciente é a etapa mais fácil.O problema surge durante a noite,quando o empático dorme e sua mente e seu corpo se relaxam.Veja bem,o que o empático faz não é deixar de captar as emoções que o cercam quando deixa seus poderes em latência.Empatia é empatia,e o dom não vai embora.O empático apenas desenvolve uma espécie de resistência á influencia das sensações captadas.Elas estão ali,mas o consciente da pessoa torna-se insensível á sua presença,como uma carapaça.Mas esse controle se dilui quando o empático dorme,e as emoções acumuladas durante o dia começam a fluir...essse é,então,o maior desafio do empático.Manter o controle do seu dom mesmo quando está dormindo,mantê-lo trancado mesmo com os olhos fechados.Foi muito complicado para Lux,pois exatamente quando ela estava começando a assumir esse controle,Will e Hope,seus pais,se foram.Demorou um tempo para Lux retomar de onde parou,e mesmo um ano depois,quando ela começou em Hogwarts,ela ainda tinha problemas.Não foram poucas as vezes em que Minerva retirou Lux no meio da noite do dormitório feminino para tentar acalmá-la.Mas sua prima eventualmente conseguiu.O máximo que pode acontecer com ela,ainda hoje,é algum pesadelo,mas então ela acorda e o contorna,concentra-se novamente e tudo se resolve.Lux é muito boa em controlar sua empatia,como pouquíssimos empáticos o são.Ela continua muito susceptível a emoções fortes,e precisa manter sempre um autocontrole muito grande em situações de estresse.Mas isso é comum a todos os empáticos,e Lux não é exceção.Eventualmente,uma multidão muito grande pode ultrapassar seus limites e descontrolá-la,mas as chances de isso acontecer são mínimas.Lux praticamente atingiu a perfeição no domínio de seu dom,e isso é um feito raríssimo.Poucos são os empáticos que chegam a esse nível.Porém existe algo que Lux ou qualquer empático nunva vai poder fazer,e é exatamente o que está acontecendo agora.-Harry observou os olhos de Dumbledore se toldarem de preocupação.
--Quando o empático liberta espontaneamente seu dom,chegará o momento em que fugirá do seu controle.Se o dom foi liberado por pouco tempo,o empático consegue trancá-lo novamente antes de alcançar seus limites.mas se o dom for usado por várias horas,em algum ponto ele não vai mais parar ao comando do seu possuidor.Quando Lux entrou na ala hospitalar para ver você,Harry,ela já havia libertado seu poder há algum tempo,mais precisamente desde o momento em que os primeiros feridos chegaram ao St.mungus.Qualquer empático faria o mesmo diante de tantas pessoas precisando de ajuda.E,após auxiliar você,Lux retornou ao St.mungus e só saiu de lá no dia seguinte,esgotada e absolutamente consciente de que seu dom já estava fora de seu alcance.Sua prima é uma bruxa extraordinária,Harry.Ela vem conseguindo manter a carapaça ante as milhares de emoções de centenas de pessoas que estão armazenadas dentro dela até agora.Mas isso acontece apenas porque ela está acordada.Lux é uma das criaturas mais poderosas que já vi em toda a minha vida,e por isso consegue manter-se razoavelmente bem mesmo estando explodindo por dentro.A única coisa diferente nela,por enquanto,é uma certa instabilidade emocional.Você já deve ter percebido que sua prima está com um comportamento diferente do habitual,e por isso estamos tentando ser cuidadosos ao seu redor.Lux fica muito imprevisível quando seu dom está agindo,e qualquer coisa que dissermos pode atingi-la de modo a desencadear choro,raiva,sarcasmo...todas as emoções negativas que se misturam com as dela.Ela se sente muito mal com isso,mas não consegue evitar.É muito confuso,Harry.Mas Lux sabe que tudo vai mudar assim que dormir.Porque mesmo Lux não vai conseguir impedir seu dom de dominá-la no momento em que fechar os olhos,e isso a assusta mais do que qualquer coisa.Ela sabe o que a espera,Harry.-Dumbledore levou as mãos ao rosto,esfregando-o cansado. --Me dói saber o que Lux vai passar.Mas é algo necessário,porque o único meio de ela retomar o controle sobre a sua empatia e deixá-la latente novamente,é liberando essas sensações que estão guardadas e ser consumida por elas,até que vão embora e deixem o espaço livre para que Lux possa concentrar-se novamente.Uma vez que o empático tenha deixado o dom libertar-se espontaneamente,a única alternativa é obedecer ao seu ciclo:O dom eleva-se,as emoções se acumulam,explodem e por fim se vão.E a partir daí,o empático retoma seu controle.São as chamadas "crises empáticas".É um episódio terrível,Harry.Foram poucas as vezes que sua prima passou por elas,mas cada uma está firmemente guardada na memória de Lux,e na de quem as presenciou.É doloroso,assustador e angustiante.Mas é o único jeito de Lux voltar ao normal.

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Foi apenas no final daquela tarde que Lux começou a dar sinais de que seu corpo não resistiria a tanto tempo acordada.Harry acabara de sair da última aula do dia,História da magia,e se apressava com Rony e hermione para a sala comunal quando algo chamou sua atenção num dos corredores que atravessavam.Lux estava parada no corredor vazio,com uma das mãos apoiada na parede e uma expressão de desorientação no rosto.Harry,Rony e Hermione se aproximaram devagar,e harry chamou cautelosamente.
--Lux.O que está fazendo aqui sozinha?-A garota piscou diversas vezes antes de responder,como se tentasse processar o que estava sendo dito.
--Não sei.Nada,eu acho.Eu esqueci pra onde estava indo...não sei.Estou cansada.-Lux deu um sorriso fraco,e Harry se aproximou um pouco mais.
--Certo.Hum...por que não saímos daqui?Nós acompanhamos você até o seu quarto,e então voce entra e descansa.
--NÃO!!-Harry quase saltou ante a resposta subitamente firme de Lux.Ele encarou a prima,que parecia ter recuperado um pouco de energia.--Não...desculpe.Quer dizer...não vou para o meu quarto.Vou...vou para o escritório de vovô,sabe...pesquisar mais um pouco.-Lux deu um sorriso para os três,afastando surpreendentemente rápido.harry pensou em segui-la,mas o som de passos atrás de si o fez parar e voltar-se em direção ao ruído.Ele,Rony e Hermione observaram Remo aparecer após alguns segundos,com uma expressão preocupada no rosto.
--Agum de vocês viu Lux?-Os três acenaram com a cabeça,e foi hermione quem respondeu.
--Há poucos segundos.Na verdade,ela parecia bem estranha...disse que iria para a sala do prof.Dumbledore.-Remo manteve uma expressão impassível,mas harrypôde ver a tensão nos olhos do padrinho.
--Bom.Certo.-Remo deu um sorriso gentil para os jovens.--Harry,será que pode vir comigo?Preciso falar com você.Vocês dois podem ir na frente,devem ter deveres a fazer antes do jantar...Acho que minha conversa com harry vai ser bem longa.-O bruxo colocou uma mão no ombro de Harry,guiando-o na mesma direção que Lux tomara.harry observou Rony e hermione assistirem Remo levá-lo com expressões confusas,os dois parados no corredor silencioso.O rapaz deu um aceno resignado,gritando um "Nos vemos mais tarde" significativo,querendo que os amigos entendessem que explicaria tudo quando soubesse o que estava acontecendo e o que exatamente remo queria.
Lupin andava a passos largos,lançando um olhar rápido para o afilhado.
--Vamos para o escritório de Alvo.Ele vai explicar a você o que quer,Harry.-O trajeto foi feito rápida e silenciosamente,e num instante os dois subiam a escada em caracol e atravessavam a porta,que estava semi-aberta.Dumbledore os esperava tranqüilamente,sentado numa poltrona.O velho bruxo fez sinal para que Harry se sentasse,enquanto Remo olhava interrogativamente para o diretor.
--Lux está na sala contígua novamente,Remo.Por favor,veja o que pode fazer.-Lupin deu um pequeno aperto no ombro de harry em despedida,sorrindo levemente antes de fazer surgir a porta oculta na parede e atravessá-la.Dumbledore voltou-se para Harry,muito sério.
--Sua prima não vai agüentar ficar acordada por mais tempo,Harry.É provável que remo saia ada sala contígua com Lux adormecida.Esperemos que sim.-Dumbledore fixou os olhos nos de Harry.--Chamei voce por isso,Harry.Quando Lux dormir,é uma questão de tempo para que a crise empática de que falei á disse,não é um episódio agradável,e pode ser um choque presenciá-lo.Mas Harry...eu gostaria que você estivesse aqui.É importante que as pessoas próximas a Lux acostumem-se a situações como essa,e estejam preparadas para lidar com uma dessas crises quando elas vierem.Se eu não estiver por perto em alguma próxima,gostaria de ter a tranqüilidade de saber que as pessoas que cercam Lux poderão cuidar bem dela em minha ausência.Além de mim,apenas Remo e Minerva sabem o que fazer.Seria bom para Lux se você também soubesse,Harry.Não vou obrigá-lo a nada,mas sei que você se preocupa com sua prima.Então peço que fique,por mais duro que possa parecer.-Antes mesmo de Dumbledore terminar seu discurso,Harry sabia que ficaria.Era o mínimo que podia fazer após Lux tê-lo ajudado tanto.Ele concordou solenemente com a cabeça,e Dumbledore lançou-lhe um sorriso orgulhoso antes dos dois recolherem-se a seus próprios pensamentos,com os olhos fixos no ponto da parede por onde remo desaparecera.

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Remo fechou a porta atrás de si suavemente,respirando aliviado ao perceber que Lux não estava remexendo agitada nos livros das estantes ou mudando as posições dos quadros e objetos como mais cedo,mas sim sentava-se muito quieta abraçando os joelhos no tapete diante da lareira.Era um sinal de que as energias da moça estavam esgotadas.Ele se aproximou devagar,sentando-se ao lado de Lux sem fazer barulho e fitando a moça fixamente.
--O que está fazendo?-O bruxo perguntou com suavidade,percebendo que Lux chegava instintivamente mais perto.
--nada.tentando ficar acordada.mas estou tão cansada...-Lux piscou,e remo reparou que os olhos da moça estavam profundamente vermelhos.Ele passou um braço ao redor dos ombros delicados.
--Eu sei que está,Lux.E não pode ficar assim.Já é hora de dormir,meu bem.Você sabe disso.-Ele abraçou Lux quando ela balançou a cabeça concordando,parecendo fazer esforço para conter as lágrimas.Remo beijou o rosto da moça com carinho,consolando-a enquanto ela falava com voz trêmula.
--Eu tenho medo.-Lux agarrou-se a ele com força,e Remo segurou o rosto da moça entre as mãos,forçando-a a encará-lo.
--Não há nada demais em ter medo,Lux.Mas você sabe que só vai piorar enquanto resiste.É melhor encarar logo,minha querida.Ninguém vai deixar você sozinha.Seu avô vai estar por perto,eu vou estar,Harry vai estar.Vai passar logo.Prometo.-Lux assentiu mais uma vez,e Remo percebeu que a moça tremia.Ele deixou que Lux se aconchegasse a ele,reunindo várias almofadas e colocando com cuidado a garota ali,deixando a sua cabeça em seu colo e acariciando os cabelos compridos.
Não foi necessário muito tempo para que Lux resvalasse para um sono profundo,e por um breve momento remo deixou-se ficar apenas contemplando o rosto suave que descansava em seu colo.Ele pensou em quanta coisa mudara desde que sentira os lábios da moça nos seus pela primeira vez e aceitara seus sentimentos.Era de certo modo apavorante dar-se conta da importância cada vez maior que Lux ocupava em sua vida.Era uma espécie de vício,pensou,porque passo a passo o rosto de Lux ficava mais fixo em sua cabeça e o desejo de estar com ela crescia.Até sua linguagem mudava.Remo sempre fora polido e gentil,mas surpreendera-se com a primeira vez em que se vira olhando para Lux e chamando-a de "Meu bem" ou "querida".Desde muito jovem ele sempre evitara usar com qualquer namorada termos que denunciassem maior intimidade ou excesso de carinho.Ele nunca quis nada que o envolvesse demais,que o fizesse mostrar o quanto gostava e se preocupava.Mas ele não pareceia conseguir controlar suas palavars e seus gestos no que dizia respeito a Lux.Era como uma rede intrincada,e pela primeira vez ele se perdera na mesma e ficara preso,aparentemente sem saída.
Remo balançou a cabeça,afugentando os pensamentos e concentrando-se no momento cuidado,o bruxo tomou Lux nos braços,empurrando depois a porta da sala com os pés e saindo para deparar-se com os rostos ansiosos de harry e Dumbledore.O diretor levantou-se imediatamente,encaminhando-se para o fundo do escritório.Dumbledore afastou com um gesto das mãos um enorme tapete trabalhado,que descansava perto da parede.Um alçapão de aparência antiga se revelou,abrindo-se lentamente ao comando do velho bruxo e revelando a entrada para os seus aposentos pessoais.O bruxo indicou que Remo fosse na frente,e Lupin segurou com mais cautela a garota adormecida em seus braços antes de descer cuidadosamente as escadas.A espera havia começado.

Nota da autora 2: Bem,vamos à tradução:
Do sânscrito:
Punáti:Cura Sanklesia:sofrimento mat: meu Yasna:sacrifício Ou seja: "Punati sanklesia,mat yasna""A cura do sofrimento,meu sacrifício".

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