Não quero mais isso!



A chuva caia do lado de fora da janela de Harry, era uma cinzenta e calma manhã de domingo. O próprio Harry estava embaixo das cobertas com Luna. Estavam ali juntos, muito próximos um do outro em silêncio. Harry acariciava o rosto de Luna, o coração disparado, mesmo naquela paz. Estava tão feliz!
_Loony...- ele murmurou.
Ela era definitivamente a única pessoa que ele precisava, e com quem queria passar toda a vida, cada minuto dela, ao lado.
_Harry, você me acha feia?- eça perguntou em um tom carregado de emoção.
_Hum...- ele fez, fingindo estar pensando. A verdade é que ela era linda, e delicada de uma maneira só dela, que nenhuma outra mulher poderia ter. Os olhos dela o olhavam atentamente, eles eram a parte de Luna que Harry mais gostava.
_Porque quando eu era pequena, tinha certeza de que era feia. Quando fiz oito anos minha mãe me deu uma boneca muito feia, de olhos arregalados, que eu acabei achando muito parecida comigo. E eu falava para ela se tornar bonita! Mas, ela não me escutava.
_Luna...- ele murmurou ao ver lágrimas nos olhos dela, se aproximando mais para abraaça-la, como se assim pudesse protege-la de todo o sofrimento.
_Era como se eu pudesse muda-la, - Luna continuou, abraçando-o com força.- e magicamente pudesse mudar também. Quabrando o feitiço de nós duas.
_Oh, Luna.- ele começou a beija-la por todo o rosto e pescoço, entre murmúrios - Linda! Linda! Linda!
_Harry, nunca me deixe.- ela pediu.
Então, ele começou a senti-la desaparecer, e começou a procura-la por debaixo das cobertas, que pareciam não ter fim.
_Por favor, me deixem guardar essa memória.- ele peedia, ainda a procurando.- Só essa! Me deixem essa, por favor!

Ainda pulando e dançando na cama com Mary, Stan ouviu o som de mais uma memória desaparecendo completamente.

Luna subiu na camada grossa de gelo, que cobria o lago, empurrando um rapaz na sua frente.
_Vamos, eu não quero ter que segurar sua mão, Patrick.- ela riu, o empurrando. O parque estava feio aquela noite, tão diferente do normal. O gelo que cobria tudo estava meio derretido, e não havia nenhum carro passando na rodovia, que ficava ao lado. Toda a beleza parecia ter desaparecido.- Vamos!
_Espere aí.- ele pediu, tentando se equilibrar, enquanto ela corria na frente.

Ela estendeu a mão, pegando na mão enluvada dele. Estava nervosa, mas feliz. E para sua surpresa, ele correspondeu, segurando a mão dela com força. Estavam olhando as estrelas, deitados no gelo.
_Eu poderia morrer agora, Luna.- Harry comentou sorrindo.- Eu estou... feliz. Eu nunca me senti assim antes. Estou exatamente onde quero estar.
Ela o olhou sorrindo, ela sentia exatamente o mesmo que ele, e para demosntrar isso, o abraçou. Então, o cenário mudou, não estavam mais deitados no gelo, mas deitados no meio de uma rua movimentada e escura, as pessoas passavam sem parecer vê-los, e eles não podiam ver o rosto delas.
__Loony?- ele chamou. Ela estava deitada ao lado dele, e não respondia.- Luna?
_Harry.- a boca dela formou as palavras sem voz, estendendo os braços como se pedisse ajuda. Mas, algo a puxou para a escuridão, e Harry a perdeu de vista.
_Eu estou te apagando.- Harry murmurou, pela primeira vez entendendo o significado daquilo. Ele iria esquece-la completamente, nunca mais iam andar juntos de mãos dadas, nada! Foi quando percebeu o quanto ainda a amava- Eu quero parar com isso.- murmurou.
Ele ficou de joelhos e olhou para cima, como se assim pudesse falar com as pessoas que a estavam apagando.
_Eu quero parar com isso!- gritou com todo o ar de seus pulmões, o mais alto que pode.- Podem me ouvir?! Eu quero parar com isso!
Mas, nada respondeu. Na casa, Stan e Mary estavam ocupados demais para perceber qualquer alteração no monitor.
_Tem alguém aí?!- Harry gritou mais uma vez, frustado.- Argh!
Mas, ninguém respondeu. Ele parou, tentando pensar rapidamente no que poderia fazer. Falar com eles, parecia impossível. Então, teria era que correr. Mas, para isso precisava de Luna.
_Luna!- ele gritou, a procurando.-Luna!
_Harry...- a voz dela, bem fraca, veio de algum lugar perto dele.
Ele correu na direção da voz, e a encontrou sentada no chão.
_Luna.- ele suspirou aliviado, mas só por um segundo.- A gente tem que ir!
_O quê?- ela perguntou confusa, enquanto ele a puxava de pé, e começava a correr segurando-a pela mão.
_A gente tem que ir.- ele repetiu urgente, tentando faze-la correr mais rápido.
_Por quê? E para onde?
_Eu não sei, quando eu tiver uma idéia te aviso.
E de repente, eles não estavam mais correndo na rua, estavam se vendo, deitados na grama de um parque bruxo. Harry se lembrava bem desse dia, Luna lia a nova revista do Pasquim, deitada de barriga, e ele cochilava a seu lado, de mãos entrelaçadas com as dela. Numa posição que demonstrava carinho.
Então, a memória se foi. E eles estavam novamente correndo desesperados, em um lugar escuro.
_O outro lado, Luna.- Harry gritou, a escuridão parecia tomar conta de tudo. Ele estava perdido e desonrientado, parecia impossível escapar dentro de sua própria cabeça.
Eles estavam novamente em casa, ela havia chegado suja, de mais uma reportagem para o Pasquim. E ele fingia querer fugir dela.
_Harry, só um abraço!- ela ria, abrindo os braços, coberta de terra.
_Não.- ele repondeu, entrando debaixo das cobertas.
_Ótimo.- ela respondeu.- Agora, preciso mesmo de um banho.
_Volta aqui.- Harry riu, a puxando de volta para cama, e a beijando.
_Não essa!- ele lamentou, mas logo perdeu aquela lembrança. - Temos que voltar ao escritório da Lacuna Inc.! Tem uma fita gravada lá, com minhas memórias! Talvez isso nos ajude.
E enquanto corriam, mais memória felizes passavam diante deles. Harry tocando piano com Luna, a única melodia que ele sabia tocar. Eles comendo um pedaço de bolo no aniversário dele, ao lado de Rony e Hermione. O bolo tinha a cobertura verde, que Luna sabia fazer tão bem, e que, contra todas as expectativas, era delicioso.
_Ei, Harry. Se lembra desse dia?- ela perguntou animada, enquanto corriam por uma estação de trem lotada, carregando malas pesadas.
_Droga!- Harry xingou, soltando suas malas, e fazedndo Luna soltar as suas.
_Harry, a gente ia visitar meu pai!- ela explicou carinhosa.
_Agora não, uma outra vez. Se tudo der certo...- ele continuou a puxa-la, para que corresse.
_Não me faça correr mais, por favor...- ela pediu, estava muito cansada.- Por que temos que correr?
_Mierzwiak!- Harry gritou, enquanto os dois entravam, respirando fundo, na sala do médico. De onde estavam, podiam ver o outro Harry sentado na cadeira, parecendo desolado.
_Muito bem.- o médico dizia, como se não tivesse notado a presença deles ali.- Agora me diga sobre... hum... Luna.
_Me acorde!- o Harry, que respirava com força, pediu ao médico.- Me acorde, por favor!
_Oh, me desculpe, Sr. Potter.- o médico respondeu, não parecendo surpreso de vê-lo ali.- Eu achei que você tivesse entendido o que está acontecendo.
_Você a está apagando de mim. E me apagou dela.- ele se virou para Luna, e para seu horror, ela havia desaparecido mais uma vez.- Tudo o que entendi é que estou dormindo na minha cama, e que estão apagando minhas memórias, enquanto ando para lá e para cá, dentro do meu cérebro!
_Eu sou parte de sua imaginação também, Harry.- o médico explicou.- Sou apenas a memória do Dr. Mierzwiak, minhas ações e as coisas que eu falo, são o que você acha que ele faria, baseado no pouco conhecimento que você teve dele. Como posso ajuda-lo estando aqui? Eu estou dentro de sua cabeça, eu sou você!
Houve um barulho e Harry se virou. O rapaz derrubara algumas pastas no chão, lembrava-se bem disso.
_Quem é aquele?- perguntou.
_Ele trabalha para nós. O nome dele é Pa...trick.- o médico respondeu, como se tentasse se lembrar do nome. Na realidade, porém, era Harry que tentava se lembrar.
_Ele está roubando minha identidade.- Harry falou, lembrando-se da voz de Patrick, em sua cabeça.- Está tentando seduzir minha namorada com minhas coisas!- ele reclamou, indo em direção a porta. Precisava encontrar Luna, e pensar em um plano para salva-la.- E ele roubou a calcinha dela!- gritou furioso, e bateu a porta quando saiu.

Luna estava deitada no lago congelado, ao lado de Patrick. Era um final de tarde, e alguns carros passavam, haviam apenas duas estrelas no céu.
_Eu poderia morrer agora, Luna.- Patrick recitou, o que lera no pedaço de pergaminho, que pegara entre as coisas de Harry Potter.- Eu estou feliz. Eu nunca me senti assim antes. Estou exatamente onde quero estar.
E como se tivesse levado um choque, Luna se sentou. Alguma coisa no que ele dissera parecera estranhamente familiar, e a incomodara, como se Patrick não devesse ter dito aquilo.
_Quero ir para casa.- ela falou incomodada, se levantando e indo embora, sem nem esperar Patrick.
_O que?- ele murmurou surpreso. - Luna?
E escorregando a seguiu, gritando:
_Luna! Espere por mim!
Mas, ela pareceu não pode ouvi-lo.

N/A- Mais um capítulo! Dess vez eles vão ter mais H/L action, porque serão as memórias boas do Harry, do tempo que ele passou feliz ao lado de Luna. Quero agradecer aos comentários, Bela e Sy, obrigada garotas! Beijos, Mary.

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