Pequena Discussão



Me lembre de não esquecer que te amo

Autora:
Thaís Potter Malfoy

Shippers: Harry/Hermione; Draco/Hermione; Harry/Gina.

Resumo: Hermione sofre um ataque e acorda na enfermaria da escola, sem memória. Agora ela está totalmente perdida e não sabe se deve acreditar em seus sentimentos ou no que as pessoas lhe dizem.

Capítulo Dez – Pequena Discussão

Passava das duas da manhã quando Hermione voltou para a Sala Comunal da Grifinória. Ela sorria, despreocupada. A tarde – e podia-se dizer o mesmo da noite – havia sido maravilhosa. Ela e Draco passaram um tempo juntos, no quarto do loiro. Comeram, riram e namoraram até que a morena lembrasse a si mesma que era tarde.

No caminho para o dormitório, ela lembrou-se de um dos momentos da tarde que se passara; seu sorriso ficou ainda maior.

- Não teve a menor graça. – resmungou Draco, assim que a palavra ‘doninha’ foi mencionada.

- Ah, Draco, você é que não tem senso de humor, isso sim.

Hermione ria abertamente ao lembrar do episódio da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, onde Rony contara a ela – e a todos os presentes – como Moody transformara Draco Malfoy na doninha mais famosa de Hogwarts.

- Eu não tenho senso de humor, minha querida? – ele ironizou. – Como se já não bastasse o soco, você e seus amiguinhos ficam me ridicularizando na frente de todos e eu sou obrigado a achar isso engraçado?

- Soco? – perguntou Hermione, deitando-se agora de bruços e se apoiando nos cotovelos para observar a face alva de Draco melhor.

- Não me diga que esqueceram de te contar sobre o seu feito grandioso no terceiro ano? – ele manteve o tom de voz irônico, porém sem encará-la.

- Não me disseram nada! Que foi que eu fiz? Por acaso eu... Não! Não mesmo... Eu te dei um soco?

- Acredite se quiser. – ele gemeu.

- Ooh, Draco... E doeu? – ela perguntou com a voz melosa, a fim de mimar o sonserino.

- Mas é claro que doeu...! – ele respondeu - Sua mão é pesada, sabia, Granger?

- Coitadinho do meu fresquinho... – ela disse ao vê-lo fazer biquinho e se aproximou para beijá-lo levemente. – Você deve ter feito algo que me irritou muito.

- Pode ser que eu tenha passado um pouco dos limites, mas não precisava ter me socado daquele jeito! – ele continuou, fazendo manha. – Às vezes ainda dói aqui...

- Aonde? - Ele passou a mão pelo nariz, e Hermione depositou um beijo lá. – Pronto! Agora não vai mais doer... – ela riu do jeito do loiro – Vamos, me conte qual foi seu ato diabólico.

- Não foi diabólico. Aquela galinha estranha merecia ser decapitada...

- Draco, não se esqueça de que eu perdi a memória, sim?

- Desculpe.

Ele, então, começou a narrar os acontecimentos do terceiro ano – em sua versão, é claro – enquanto Hermione deitava a cabeça sobre seu peito nu, ainda olhando para ele. Ao término da história, a morena sorria.

- Do quê está rindo? – o loiro perguntou, arqueando as sobrancelhas.

- Estou contente comigo mesma. – ela respondeu, com simplicidade – Você mereceu aquele soco.

- Mereci? Está louca, Granger? – ele exasperou-se, e se sentou rapidamente na cama, de modo que Hermione não mais ficasse deitada sobre ele.

- É claro! Você queria matar um animal inocente por causa de alguns arranhões, e quase conseguiu; além disso, tentava demitir um professor! E tudo isso para irritar Harry Potter, Ronald Weasley e Hermione Granger. – ela abraçou as costas de Draco, deitando a cabeça no ombro dele e passando as mãos pelos braços fortes do namorado - Você realmente mereceu aquele soco, amor.

- ‘Amor’? – ele perguntou, e olhou para Hermione, virando-se de uma vez.

- Não gosta que eu te chame assim? – ela quis saber – Posso arranjar algo do tipo ‘doninha oxigenada’, se preferir... – ela riu-se.

- NÃO TEM GRAÇA, GRANGER! – ele gritou. Draco levantou-se e pareceu achar divertido andar de um lado para o outro do quarto. Hermione, entretanto, continuava paralisada na cama.

Ela também se levantou e, embora tivesse uma expressão segura, estava magoada por dentro com a pequena explosão de Draco. – Acho que já vou embora. Está tarde.

- Não, não vá agora... – ele passou a encarar Hermione e segurou sua mão – Desculpe, eu não quis gritar com você.

- Eu não estava indo embora por causa disso, Draco. – ela sorriu. – E eu também estou errada por ficar caçoando de você. Podemos perdoar um ao outro, certo?

Ele a acompanhou com um sorriso sedutor – Certo... Amor.

Hermione gargalhou e deu mais um beijo demorado em Draco antes de sair pela porta do quarto. – Boa noite, Malfoy.

- Boa noite, Granger.


Hermione parou no meio do caminho para o dormitório, decidindo-se por ficar na Sala Comunal. Ainda estava tudo bagunçado por causa da festa, e ela se pegou imaginando quem limparia aquela bagunça...

Seu corpo caiu na mesma poltrona de algumas horas antes, que mais pareciam uma eternidade, assim como a conversa que tivera com Harry naquela manhã; na qual ele dissera que queria conversar sobre algo. De qualquer maneira, não importava mais. Nada que Harry pudesse lhe dizer mudaria alguma coisa.

Apressou-se em subir para o dormitório, a fim de descansar o resto da noite. Afinal, ainda tinha o domingo todo para desperdiçar com Draco.

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Harry sentiu a mão delicada de Gina acariciando-lhe o peito nu. Não pôde deixar de sorrir e dar um leve bocejo. Olhou para ela, que ainda tinha os olhos fechados e um sorriso sonhador estampado na face.

- Bom dia – ele disse, também sorrindo.

Lembranças da noite anterior vieram à sua mente quando Gina sorriu ainda mais, e entreabriu os olhos, espreguiçando-se.

- Bom dia, meu bem. – ela respondeu.

Harry e Gina haviam dado uma pequena escapadela da festa, após algumas garrafas de cerveja amanteigada. O destino foi a Sala Precisa onde, misteriosamente, um jantar os aguardava, iluminado por velas vermelhas. O resto aconteceu naturalmente e, mal perceberam, uma cama surgira no quarto, dando seqüência à noite.

Agora a ruiva ria para ele, em demonstração de felicidade. – Está com fome, Ginny?

- Um pouquinho... Mas prefiro ficar aqui na cama o resto do dia. – ela posou a cabeça no ombro do namorado e voltou a fechar os olhos.

- Mas podemos comer e ficar na cama... Aqui é a Sala Precisa, Gi.

Dito isto, uma bandeja grande surgiu em frente a eles, com diversas frutas, suco de abóbora, ovos com bacon, torradas e todo tipo de coisa para café da manhã que se pudesse imaginar. Gina sorriu e sentou-se, começando a comer e sendo logo seguida por Harry.

A ruiva pegou uma torrada com geléia e colocou na boca do namorado, depositando um beijo lá logo em seguida.

- Ontem foi a nossa melhor noite, docinho. – ela declarou ao afastar-se um pouco dele.

Harry também sorriu – Foi bom mesmo, ahn?

- Eu quero mais... – ela sorriu de forma pecaminosa. – Podemos ficar aqui a tarde toda, o que acha?

- Não, Ginny... Eu realmente gostaria, mas há algo que eu preciso fazer hoje. – ele sentiu um incomodo frio na barriga quando a garota fez um beicinho em desaprovação.

- E o que pode ser mais importante do que ficar com a sua namorada?

- É sobre a Mione... não tem achado que ela está distante de nós ultimamente?

- Honestamente, não. A Mione deve passar muito tempo na biblioteca, e também não deve querer ficar ‘segurando vela’ pra gente, né, Harry. Enquanto nós quatro éramos casais, tudo ia bem, mas a partir do momento em que ela e Rony terminaram, não tem sido a mesma coisa.

- Então, é por isso que quero falar com ela! – ele explicou à namorada; Harry nem fazia idéia de onde tirara todo aquele cinismo, pois não falaria sobre nada disso com Hermione...

- Posso ir com você, docinho.

- Não, eu prefiro ir sozinho, Ginny.

- Ok... Se você prefere assim.

E continuaram a tomar o café da manhã, num clima de falsa felicidade e paz.

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Hermione desceu as escadas do dormitório acompanhada de Lilá Brown, que vinha conversando muito com ela ultimamente, já que sua amiga Parvati estava ainda namorando Simas.

- Sabe, Hermione... Eu não te entendo! – ela vinha dizendo. – Você poderia ter um quarto só para você, e mesmo assim escolheu ficar no dormitório, agüentando a ridícula da Vance e os roncos dela. Você por acaso é sadomasoquista?

- Sou o quê? – perguntou Hermione, elevando o tom de voz. Lilá riu da amiga e fez um gesto de quem diz “Esqueça isso”.

- Olha... Você ainda pode falar com a Minerva e pedir um quarto só para você. Por que não faz isso? Assim eu poderia ir dormir com você de vez em quando e me livrar daquela nojenta da Emelina. Como puderam me deixar no mesmo quarto que o dela?

Hermione riu do jeito da amiga enquanto as duas atravessavam o Salão Comunal – Eu não sei se é justo eu ter os direitos de monitora-chefe se não estou exercendo a função. Eu queria ser monitora, mas a professora Minerva insistiu para que eu apenas descanse por agora.

- Justamente! Com um quarto só para você, poderá descansar muito melhor!

Hermione voltou a rir. – Posso até falar com ela, mas não hoje.

- E por que não?

- Eu... ergh,... Tenho outras coisas para fazer.

- Aposto que é tarefa escolar. – bufou Lilá. Ela disse a senha e o buraco da Mulher-gorda se abriu, dando passagem à elas. – Sinceramente, você deve aproveitar mais a vida! Parece que nem perder a memória foi lição o suficiente... Se solta, Hermione!

- E quem te disse que é tarefa? – sorriu Hermione.

- Tem algum gatinho, é? – animou-se Lilá.

- Não, não tem... Mas pode ter em breve. Só posso te garantir que eu não vou passar o meu domingo fazendo lições!

- É assim que se fala!

As duas ainda conversavam animadas quando encontraram Luna Lovegood no corredor, andando despreocupada. Naquele dia, Luna estava especialmente esquisita; usava um cachecol roxo sendo que o sol brilhava do lado de fora apesar de o fim do outono se aproximar.

- Olá, Luna. – cumprimentou Hermione e foi retribuída com um aceno da loira. – O que faz aqui na Grifinória?

- Estava só andando... – ela respondeu, parecendo estar distante.

- Junte-se a nós, então. Já tomou café da manhã? Estamos indo para o Salão Principal.

- Tudo bem... – a corvinal concordou.

- Vai fazer o que hoje? – perguntou Hermione.

- Ah, nada especial. Talvez eu passe a tarde estudando nos jardins.

- IIIh, mais uma com a síndrome Hermione Granger! – brincou Lilá. – Bate três vezes na madeira, amiga.

- Eu realmente preciso ir bem no teste de Feitiços, amanhã. Gina estava estudando comigo, mas parece que agora só dá atenção ao Harry... É bonitinho, mas acho que ela se entrega muito a esta relação, bem mais do que ele.

Hermione corou. – Se quiser, posso tentar te ajudar, Luna.

- Mas você não perdeu a memória?

- Sempre sincera e delicada, Luna – disse Lilá, em tom sarcástico. – Não conhece a Hermione? Ela conhece a matéria de todos os anos e conseguiu aprender tudo em apenas alguns meses.

- Nossa, Mione... – surpreendeu-se Luna, ao que Hermione corou. – Mas eu não vou te atrapalhar se eu precisar da sua ajuda?

- Não, não vai... – respondeu a morena.

As três garotas chegaram ao Salão Principal e Luna se despediu, indo para a mesa da Corvinal. As outras foram para a mesa da Grifinória e sentaram-se ao lado de Rony, o único aluno de seu ano presente.

- Bom dia, Rony – as duas disseram simultaneamente. O ruivo olhou-as desconfiado.

- Vocês por acaso não estariam armando um complô contra mim, estariam?

- Deixe de ser bobo, Rony – disse Hermione, rindo.

- Suas ex-namoradas não podem ser amigas que você já pensa que é para armar contra você? – Lilá defendeu-se, indignada.

- Bom... acho que sim. Vocês duas se odiavam! Hermione sempre achou você muito... – mas ele não completou a frase.

- Sempre me achou o quê? – perguntou Lilá.

- Muito... Espalhafatosa. – ele disse, tentando consertar o que havia dito antes, mas não pareceu convencer Lilá.

Lilá sentou-se ao lado de Rony e não disse mais nada. Uma certa tensão pairou no ar por alguns instantes, mas logo ela voltou a conversar com os amigos, que falavam sobre o Garoto de Ouro – como Draco costumava dizer.

- E o Harry? – perguntara Hermione.

- Ele não dormiu no dormitório hoje... Estou preocupado. – disse Rony.

Hermione corou e Lilá deu uma risadinha. – Ronald... Você é tão careta!

- Apenas prefiro imaginar que ele não está com a minha irmã. – o ruivo fechou a cara.

- Sinto informar, Uon-Uon, mas ele está com a sua irmã – disse Lilá, indicando a porta.

Ron e Hermione viraram-se para lá e viram Harry e Gina entrando de mãos dadas no Grande Salão. Ambos sorriam e causavam inveja a algumas garotinhas primeiranistas que passavam ao lado deles. Nenhuma palavra sobre o assunto anterior foi acrescentada quando os dois juntaram-se a Hermione, Lilá e Rony.

- Bom dia – cumprimentou Gina, ainda com um belo sorriso.

- Bom dia – os três responderam. Algum tempo depois, ao verem que Harry e Gina não tocaram na comida, Rony perguntou: - Não vão comer?

- Nós já tomamos café, obrigada. – respondeu a ruiva, nenhum pouco constrangida, ao contrário de Harry e seu irmão, que evitaram trocar olhares. Lilá apenas abafou uma risadinha.

- O que acha que irmos andar pelo lago, Lilá? – convidou Hermione.

- Ótima idéia, amiga. – a outra concordou. – Quer vir, Ronald?

- Acho que é uma boa idéia.

- Não se incomodem, terminem o café. – Harry falou, pela primeira vez. – Eu é que preciso sair... eu queria falar com você, Mione. Pode ser agora?

A morena deu nos ombros e Harry levantou-se. Os dois amigos abandonaram a mesa da Grifinória, aonde certamente começaria um ‘sermão de irmão mais velho’ por parte de Rony, dizendo que Gina era muito nova para certas coisas...

Estava mais do que claro que Harry não queria participar daquilo. O rapaz olhou de lado para Hermione e sorriu amarelo, confirmando a ela que ele realmente passara a noite com Ginny e não sabia aonde enfiar a cara; Não era pra menos.

Os dois passaram pela porta do Salão Principal indo em direção aos jardins e deram de cara com ninguém mais ninguém menos que Draco Malfoy e seus capangas Crabbe e Goyle. Draco encarou Hermione profundamente por um segundo e logo depois deu seu típico sorriso malicioso.

- Ora, ora, Potter... Tão cedo e já traindo sua namoradinha?

- Saí da minha frente, Malfoy. – Harry respondeu a ofensa, de maneira ofensiva.

- Quanta gentileza, Potty. – Draco virou-se para Hermione. – Por que você não dá umas aulinhas de etiqueta ao seu amante, Granger?

Hermione respirou fundo e lançou um olhar cortante ao loiro.

- Saia da minha frente, Malfoy. Eu estou falando sério. – advertiu Harry, e o sonserino não se mexeu. – Saía da minha frente ou eu te quebro um dente!

- Vejam só! – riu Draco – O Potter aprendeu a fazer rimas! Está pensando em ser artista, Testa-Rachada?

- Vá à merda, Malfoy. – explodiu Harry – Eu não vou repetir outra vez, saía da frente!

- Úi. A Weasley traidora do sangue não te satisfez o suficiente ontem à noite? É por isso que foi procurar a Granger? – continuou Malfoy, ao que Crabbe e Goyle riram. Harry fechou os punhos de pura raiva. – Sabe, se quer um conselho... Você consegue coisa melhor que essa daí. – ele indicou Hermione com a cabeça.

Crabbe e Goyle voltaram a rir.

- Cale a boca, Malfoy – desta vez foi Hermione quem falou. – Você não tem nada a ver com a vida do Harry, nem com a de ninguém da Grifinória. Aposto que está é morrendo de inveja porque o Harry tem alguém que goste dele de verdade e você vive às moscas. Oh, não! Você tem a Parkinson! Como pude me esquecer?

Draco ergueu uma das sobrancelhas, surpreso por Hermione ter reagido assim com ele.

- Para o seu governo, Granger, tenho Hogwarts toda à minha disposição! – ele sorriu com orgulho. – Poderia até ter você se eu quisesse. Mas, sinto decepcioná-la, você não é digna de um Malfoy. Talvez se não fosse uma sangue-ruim eu poderia pensar no seu caso...

Tudo foi tão rápido que talvez Draco nem tivesse percebido de onde viera o soco que levou. De repente, ele e Harry estavam rolando no chão, dando socos no ar e chutes por todo lado. Os alunos que passavam paravam para assistir à briga, formando um circulo em volta dos dois. Nem mesmo Crabbe e Goyle tiveram coragem para se meterem na briga dos dois inimigos que se batiam para matar ou morrer.

Não agüentando mais a baixaria, Hermione empunhou a varinha e lançou um ‘Expelliarmus’ nos dois, fazendo-os voar para longe um do outro. Draco foi deslizando no chão até chegar às escadas e Harry deu de costas com a parede mais próxima, caindo desmaiado no chão. A morena, sem pensar duas vezes, correu para socorrer o melhor-amigo que estava desacordado.

Gina, Ron, Luna e Lilá – que Hermione nem mesmo notara estarem ali até então – fizeram o mesmo e correram para o corpo inerte de Harry. A grifinória mais nova passou a soluçar sobre o corpo do namorado, um tanto quanto histérica. Hermione, no entanto, não pôde ignorar a vontade de olhar para Draco enquanto seus amigos socorriam Harry.

O sonserino tinha uma expressão de dor no rosto, o que não o impediu de olhar de lado para Hermione. A garota queria estar junto a ele, mas tinha gente demais por perto para que ela pudesse se aproximar. Alguns segundos depois, Draco quebrou o olhar intenso entre eles graças à chegada de Pansy Parkinson, que foi logo o enchendo de mimos e perguntando se estava tudo bem. Hermione, então, voltou-se para Harry.

- O Malfoy não tem mesmo vergonha na cara... – comentou Rony, ao que sua irmã continuava tentando acordar Harry. O ruivo fez cara de descontentamento. – Aposto como ele vai tornar isso um motivo para não fazer os deveres por um mês. E ele nem ao menos desmaiou como o Harry!

Hermione permaneceu em silêncio, preferindo não falar sobre Draco. Ela e o loiro tinham combinado de brigar de vez em quando, para dar mais realidade à farsa de ainda se odiarem... Mas desta vez ele ultrapassara os limites ao deixar Harry tão irritado. Talvez fosse mesmo melhor que ela não pudesse estar com Draco, amparando-o, pois certamente começariam a brigar agora que Harry estava seriamente machucado.

- Gina... É melhor parar de tentar acordá-lo. – aconselhou Lilá, puxando Hermione de volta à realidade. – Já chamei um professor para levar o Harry até a enfermaria. Ficar dando esses tapinhas nele pode fazê-lo piorar.

A ruiva fechou a cara e logo, confirmando o que Lilá dissera, o professor Flitwick estava ali. – Com licença, com licença. Merlim! O que foi que aconteceu com este garoto? Venham comigo, vocês cinco, e me expliquem no caminho. Ele precisa ir até a enfermaria imediatamente!

Hermione, Ron, Luna, Lilá e Gina obedeceram às ordens do professor Flitwick e o seguiram até a enfermaria, sob os olhares de todos os estudantes enquanto Hermione explicava o que acontecera.

As horas seguintes passaram rapidamente, como um borrão. Os cinco amigos permaneceram na enfermaria até serem expulsos por Madame Pomfrey; segundo ela, ficar ali só atrapalharia a recuperação do Sr. Potter e do Sr. Malfoy. Ela também os garantiu que ambos ficariam bem, ao que Rony fez uma careta, provavelmente imaginando que Malfoy poderia ter uma seqüela gravíssima e irrecuperável.

O sol estava a três horas de se pôr quando Hermione declarou aos amigos – agora sentados nos jardins da escola, à beira do lago – que subiria para o castelo para falar com a diretora da Grifinória.

- Vai pedir um quarto a ela, Hermione? – animou-se Lilá. Hermione apenas sorriu para a amiga e despediu-se dos outros.

A verdade era que ela só pretendia falar com McGonagall depois que passasse na enfermaria mais uma vez. Com todos os amigos ali dentro, ela não conseguira falar com Draco, saber se ele estava bem. Afinal, ele também levara um tombo feio. Agora ela pretendia ver seu loiro e cuidar dele.

Hermione abriu a porta de madeira e tentou não fazer muito barulho. Pelo visto, Madame Pomfrey não estava por ali e tudo mantinha um silêncio fantasmagórico. Todo o lugar estava iluminado pela luz intensa do meio da tarde, contrastando com o corredor atrás dela. Hermione fechou a porta e deu passos lentos e cuidadosos em direção à cama de Harry.

O amigo dormia tranqüilo e sua respiração estava normal. Lançando um breve olhar para a sala de Madame Pomfrey para se certificar de que ela não estava mesmo lá, Hermione continuou andando até o final da ampla sala, onde estava a cama do sonserino. Ele estava deitado de costas para ela e parecia estar dormindo.

Deu a volta na cama e contemplou o rosto adormecido do loiro. Alguém que não o conhecesse e o visse dormindo daquele jeito poderia até pensar ser um anjo, coisa que Draco estava longe de ser, ainda mais depois do episódio daquela manhã. Hermione sentou-se na beirada da cama e levou sua mão direita até a face rosada do namorado, acariciando-o levemente.

Um sorriso se abriu nas feições de Draco Malfoy e ele nem mesmo abriu os olhos para dizer o nome dela. – Hermione.

A morena também sorriu. – Estou aqui, Draco.

Os olhos azuis finalmente a encararam. – Pensei que só viria visitar o Potter.

- Só não vim antes porque...

- Já sei, já sei... – ele interrompeu-a, olhando para a janela. – Seus amiguinhos estavam aqui.

- É, amor, mas agora eu tô aqui, com você. – ele voltou a encará-la – Sabe, Draco, eu fiquei impressionada.

- Com o quê?

- Com o nosso talento para brigar. Eu quase acreditei que você me odeia.

- Sou um bom ator – ele se gabou.

Hermione riu. – Hey, Draco... O que foi que Madame Pomfrey disse? Achei que você já fosse ter alta...

- Ah, ela achou melhor eu ficar para não “criar mais encrenca”. – ele disse, imitando a voz da enfermeira nas ultimas palavras e fazendo Hermione rir.

- Assim é melhor, mesmo... É capaz da Gina te matar se acontecer alguma coisa ao Harry.

- A Gina, sei... – ele brincou e Hermione fez cara de brava, fazendo com que logo ele mudasse de assunto. – Diga a Gina que ela não precisa se preocupar. O lobisomem esteve aqui e eu ouvi Madame Pomfrey dizendo que o Testa-Rachada vai ficar legal.

- Hum... assim é melhor – disse Hermione. – Antes de você nos encontrar e dar o seu showzinho... Harry queria conversar comigo. Acho que ele queria me contar alguma coisa de antes de eu perder a memória. Nós provavelmente tínhamos um caso. – ela corou ao dizer a ultima frase. – Eu te contei alguma coisa sobre isso?

- Não, não contou – ele disse, de cara amarrada. – Nós não nos falamos durante as férias de verão. Até então você não havia me dito nada sobre você e o Potter.

- Talvez eu não quisesse te magoar. – arriscou a morena. Draco virou-se de costas para ela. – Ah, Draco, pelo amor de Merlim... Quanta infantilidade! Você sabe que pra mim, desde que perdi a memória, o passado não importa. E o meu presente é você. Agora pare de fazer birra por nada.

Ele não se virou – Eu quero um beijo. Cinematográfico. Se quiser o meu perdão, é melhor fazer o que eu digo, Granger.

Hermione rolou os olhos. – Vire-se e o terá, Malfoy.

Draco voltou-se para a grifinória e esta permaneceu imóvel. O loiro arqueou as sobrancelhas. Ao ver que Hermione não se moveria, ele sentou-se e puxou a morena para perto de si.

- Não sei se já te contaram, mas grifinórios não trapaceiam, Granger.

- Me contaram, sim, Malfoy. Mas digamos que eu estou mais para Sonserina do que para Grifinória nos últimos tempos.

Dito isto, ela finalmente grudou seus lábios nos dele e entreabriu a boca, deixando que a língua dele explorasse a sua de forma gentil e ardente ao mesmo tempo. O loiro inclinou o corpo para trás e foi a puxando consigo, de modo que os dois deitaram-se na cama.

Hermione passou o joelho para o outro lado do corpo de Draco e viu-se com o corpo dele sob o seu, suas pernas o mantendo preso. À medida que o tempo passou, o beijo pegou fogo e as mãos de Draco não puderam se contentar apenas com a cintura de Hermione, partindo para outras áreas, como as pernas da morena. De repente, o barulho de Harry se remexendo na cama perto deles fez Hermione cortar o beijo.

Ela desceu rapidamente, quase desesperada, da cama de Draco, arrumando suas vestes e o cabelo. Com certeza, tinham perdido completamente a noção do perigo.

- Você já vai? – resmungou Draco, olhando para ela com cara de cachorro sem dono.

- Claro que vou. Imagine só se o Harry acordasse e nos visse! – ela disse, afobada. – Nós não podemos mais nos descuidar assim, Draco. Primeiro foi ontem, no jogo, e depois quando fomos à cozinha. Está certo, ninguém nos viu, mas e se vissem? Harry e Rony jamais me perdoariam. É melhor continuarmos a nos ver somente no seu quarto.

- Tá certo. – ele concordou, embora emburrado. – Um beijinho de despedida?

Hermione sorriu e deu um selinho no namorado, antes de deixar a enfermaria silenciosamente.

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- Entre – disse McGonagall quando Hermione bateu à porta de seu escritório. – Oh, olá, Srta. Granger.

- Olá, professora. – cumprimentou Hermione, entrando na sala.

- Em que posso ajudá-la, querida?

Hermione deu um leve sorriso. – Bom, professora... Eu tenho pensado em retomar minhas tarefas de monitora-chefe. Sinto que já estou pronta para ter a mesma vida de antes.

- Isso é muito bom, Hermione, muito bom... Mas você não acha que vai se sobrecarregar? Os NIEM’s estão chegando e você vai ter que estudar muito se quiser prestá-los.

- Eu estou estudando bastante, profª McGonagall, e já revi toda a matéria do primeiro ao quinto ano. Não há porque eu continuar parada, sendo que eu tenho um dever e um compromisso com a escola.

- Sendo assim... Não vejo nenhum problema. – Hermione abriu um sorriso com as palavras da professora. – Como bem deve saber, o monitor-chefe é o senhor Malfoy. Vou então pedir a ele que lhe dê todas as orientações necessárias e te ajude com suas tarefas, isto é, assim que ele deixar a enfermaria.

- Ok, professora. – disse Hermione, sem saber como continuar. – E... eu tenho mais uma coisa para pedir. Não quero abusar, mas queria saber se há algum problema em ocupar o quarto de monitora-chefe. Não estou me sentindo muito à vontade no dormitório...

- Ah, eu acho ótimo que você decida aceitar o quarto. Um pouco de privacidade é bom, não é mesmo? – a professora parecia estar de bom humor naquela tarde – Vou pedir aos elfos para providenciarem o quarto e levarem suas coisas para lá. À noite o quarto já estará pronto.

- Ótimo, professora... Muito obrigada mesmo.

- Não há de quê, srta. Granger. – McGonagall sorriu docemente para ela. – Uma das nossas melhores alunas de todos os tempos merece seus devidos privilégios.

- Acho que já vou, então... Boa tarde, professora.

- Boa tarde. – respondeu McGonagall, voltando a consultar alguns pergaminhos sobre sua mesa.

Hermione saiu da sala da professora e decidiu ir até a biblioteca escolher alguns livros para se ocupar, já que Draco estaria na enfermaria e não poderia dar atenção a ela. Perdera a noção de quanto tempo se passara, mas já estava escuro lá fora quando Filch, o zelador, fora chamá-la na Sala Comunal da Grifinória.

- Srta. Granger, acompanhe-me. – ele dissera. – Seu quarto já está pronto.

A morena acompanhou Filch apreensiva. Este a deixou à porta de seu novo quarto e saiu, sem dizer uma palavra. Mais ansiosa do que nunca, Hermione abriu a porta de seu novo quarto, e ficou deslumbrada com o que vira.

Basicamente, o quarto era do mesmo tamanho do que o quarto de Draco, mas tinha um certo charme que o de seu namorado não tinha. As cores eram quentes, as cortinas vermelhas, assim como a roupa de cama. Seu guarda-roupa era enorme e Hermione nem sabia se haveria roupas suficientes em sua mala para enchê-lo. Ao abrir uma das portas, viu que todos os seus pertences já estavam lá, perfeitamente arrumados.

Em frente à cama, havia uma penteadeira cheia de perfumes, poções para o cabelo e suas jóias. O espelho era de tamanho perfeito e Hermione encantou-se com a variedade de coisas que havia ali. Nada daquilo a pertencia, fazendo com que Hermione agradecesse a McGonagall mentalmente.

Ao lado esquerdo da cama, havia uma escrivaninha, e todos os seus livros também já estavam lá. No canto da parede, havia uma poltrona de estofado vermelho. A morena se largou ali e sentiu que a poltrona era muito confortável. Tudo era perfeito.

No banheiro, a história se repetiu. Tudo era impecável e a banheira era extremamente convidativa. Não pôde deixar de se imaginar ali dentro com Draco, logo ficando corada por seus pensamentos. Porém, descobriria mais detalhes sobre o quarto no dia seguinte. Hermione estava exausta.

Gastou algum tempo procurando sua camisola, mas assim que a encontrou, deitou-se na cama quentinha, desfrutando de seu maravilhoso quarto novo. Draco, sem dúvida, adoraria saber que agora ela tinha um quarto só dela.

Com os pensamentos focados no loiro, Hermione adormeceu.

Continua.

N.A.:
Esta fic é um exemplo vivo do que acontece quando alguém resolve escrever depois da meia-noite. Só espero que não esteja tão ruim assim. Ah, e desculpem mesmo a demora. Não teve tanta gente assim no meu pé dessa vez, mas – por mais que não pareça – eu fico envergonhada por demorar tanto. Desculpa mesmo.

Agora que o capítulo está aqui, não custa nada comentar, né? Pode me xingar, espernear, pedir para que eu atualize, dizer que gostou, que odiou, que vai me matar... O que importa é que você comente! ;P

Capítulo especialmente dedicado a Srta. Granger Potter, que escreve a melhor D/Hr de todos os tempos.
[ Uma Vingança (Quase) Perfeita – http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=15657 ] Atualiza migaa!

Beeeijos, amiguinhos.
E até o capítulo onze, que não vai demorar tanto assim.

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