Uma visita inesperada



Capítulo 6
Uma visista inesperada


O dia amanheceu nublado e Godric resolveu que não ficaria no castelo o dia inteiro esperando notícias do amigo. Em lugar disso, decidiu sair para caçar javalis. A região era cheia deles, que andavam em grandes bandos e proporcionavam um ótimo jantar. Além disso, Godric não podia deixar de lado suas obrigações como senhor das terras e as providências que precisavam ser tomadas sobre as pastagens, as criações de ovelhas, os celeiros que deviam ser construídos e muitas outros assuntos.

Achou que Rowena, Maeve e Helga poderiam ficar muito bem sós por um dia ou dois, o tempo necessário para resolver o que pretendia; e elas também tinham empreendimentos a resolver. A começar pela biblioteca de Rowena, que precisava de um lugar grande e adequado sob o risco de que, quando chegassem seus milhares de livros, eles ficarem espalhados por todos os corredores, fazendo do trânsito no castelo um inferno.

E assim fez. Rowena, Helga e Maeve trataram de por mãos à obra e começar o que não devia ser adiado. Percorreram grande parte do castelo, atividade que consumiu grande parte do dia, em busca do melhor lugar para a biblioteca de Rowena e chegaram a conclusão de que esse aposento não existia. A não ser que pudessem fazer algumas reformas, mover algumas paredes e abrir outras janelas. Isso não perturbou Rowena que, puxando de sua varinha, começou a reforma, até ter um grande salão, com o teto apoiado por colunas, onde definiu a disposição das longas estantes para guardar seus preciosos livros. Ao fim do dia, esse problema estava resolvido e as amigas jantaram sós, no salão pequeno da torre, que Griffindor reservara para si mesmo. E puderam, então, conversar sobre amenidades. Foi quando Helga perguntou por Morgana.

–Ah, Morgana, – suspirou Rowena, você sabe como ela é reclusa. Não sai de Tintagel se não for obrigada a isso ou... por Arthur.
– Não acredito que, depois de tantos anos, Morgana ainda tenha esperanças com ele – disse Helga, entristecida.
– É o amor, Helga querida – completou Maeve – não será o tempo que colocará fim a essa chama.

Rowena olhou para ela e Maeve baixou os olhos muito verdes. Pensou que bem podia ter suas mãos ocupadas agora com um bordado, como a dama cinzenta que ainda perambulava pelos corredores de Castlegregory. Não precisaria sustentar o olhar inquisidor das bruxas sentadas a sua frente. Voltando os olhos para as paredes nuas de pedra amarelada, Maeve achou que poderia cobri-las com algumas daquelas belas tapeçarias que tinha em casa quando percebeu a dama cinzenta passar pelo corredor, a mesma que habitava seu castelo. Achou peculiar que a tivesse seguido.

–E você, Maeve? – disse Helga. Maeve teve um pequeno sobressalto e receou que Helga lhe fizesse perguntas que não gostaria de responder.
– Quais as previsões que você tem para nosso empreendimento? Ainda não houve oportunidade de perguntar. Estou tão entusiasmada que mesmo que você me dissesse que ele não vingará, eu faria assim mesmo. – Helga riu, sacudindo os cabelos louros.
– É claro – disse Maeve, aliviada. – Pude ver longa vida a Hogwarts, as brumas do cristal foram generosas em me mostrar.

Maeve silenciou, no entanto, aquilo que sabia deixaria as amigas decepcionadas, um acontecimento não muito distante daquele momento.

– Hog Warts? – disseram em coro Rowena e Helga, espantadas com o nome pronunciado por Maeve. – De onde você tirou esse nome?
– Ora, que coisa mais estranha, – continuou Helga – que nome incomum!
– Desculpe-me – disse Maeve, corando levemente. – Pensei que Godric tivesse falado disso a vocês. Ele parece pensar que é um nome apropriado. Tendo lutado ao lado de Arthur, deseja homenageá-lo. Como devem lembrar, Wart é o apelido de Arthur, ou era, quando menino.
– Sim, mas Verruga de Javali? Porque não outro animal, dragão, leão, coruja, sapo? – sugeriu Helga.

Maeve riu. Helga tinha um humor ótimo, mesmo quando não pretendia ser engraçada. Apenas sua graça se comparava a sua bondade e gentileza.

– Os javalis são abundantes nas terras Gryffindor e Godric está agora mesmo tentando providenciar um banquete com eles para comemorar o início das atividades. Ele acredita que seria um gesto de gratidão aos animais que alimentaram em grande parte as gerações que vivem e viveram em seu reino.
– Compreendo. Não soa mal... quando você se acostuma, é claro. – Helga e Maeve riram, mas Rowena não achou a idéia muito apropriada. Preferia que se chamasse Myrddin, mas entendia que Godric estivesse muito influenciado pelas campanhas que realizara recentemente com o rei bretão. Agora, javalis...

Nessa altura da conversa, um estalo chamou a atenção das amigas e elas se calaram. Rowena caminhou até a porta, logo seguida pelas outras, em busca da razão para o barulho. Mas ao chegarem nas escadas, puderam ver que um vulto estava subindo.

–Godric? – chamou Rowena. – É você?

O vulto não respondeu e continuou subindo os degraus em direção à torre. Quando estava bem próximo foi que as chamas das tochas iluminaram-lhe o rosto, revelando quem era o visitante.

–Merlin! – disseram as três mulheres ao mesmo tempo, entre surpresas e deliciadas. – Não o esperávamos! Porque não disse que viria? – falou Rowena.
–Porque aprecio entradas dramáticas, é claro! – respondeu o mago, rindo.
–Godric ficará decepcionado por não recebê-lo... veja só, logo hoje que saiu para caçar.

Merlin chegou ao topo das escadarias e abraçou cada uma das bruxas.

– Minhas queridas, que bom revê-las. Não, eu não poderia faltar nesse momento tão importante. Vocês devem saber que apoio totalmente o esforço que vocês estão realizando, será um grande avanço e um enorme benefício à comunidade bruxa.
–Que alegria para nós tê-lo aqui! – disse Helga – Seja bem-vindo. Seus conselhos serão preciosos, com certeza.
–Será uma honra e um prazer para um velho mago ajudar a construir uma escola.

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