Cap. 16



Enquanto os demais marotos discutiam mais uma vez as poções de Sirius e também de Pedro para um par no baile de Natal, Lupin observa os outros alunos, distraído, até se deter no casal sentado próximo à porta, jogando xadrez de bruxo com uma concentração inabalável: os irmãos Montez.
Alunos já do sétimo ano, e sobrinhos da professora Minerva McGonagall, que assumira a Transfiguração após a promoção de Dumbledore a diretor, ambos permaneciam alheios aos outros colegas, e estes, por considerá-los ou esnobes ou esquisitos, ou por pensarem que era uma coisa arriscada fazer amizade com os parentes de uma professora tão rigorosa, mantinham distância. Assim, eles estavam no sétimo ano sem se misturarem com a turma.
Alguns até pensavam que deviam estar na Sonserina, já que prezavam tanto a “pureza de sua linhagem”... talvez o Chapéu tivesse se enganado em considerar a coragem como sua maior virtude...
O fato é que os dois irmãos se mantinham afastados, atentos aos livros e exames, tanto que haviam ambos conquistado 12 N.O.Ms cada um, coisa bem difícil de acontecer, e pelo visto iam conseguir igual proeza com seus N.I.E.Ms...
E Lupin se lembrava muito bem de ter sido chamado à de Dumbledore por causa daquela aluna em particular...

Tudo acontecera no ano anterior, logo depois de seus NOMs. Um garoto da Sonserina, do 7º ano, Humphrey Lott, fora pego fora do dormitório depois do horário, em uma situação muito estranha. Tudo indicava que havia uma garota com ele, mas como “ninguém viu garota nenhuma”, mesmo patrulhando todos os corredores e fazendo contagem nas salas comunais e dormitórios e como não se aparata dentro do castelo, e todas as passagens secretas conhecidas foram verificadas, chegou-se à conclusão de que não havia nenhuma aluna fora do quarto, portanto ele sozinho foi advertido e punido. Então, ao sair da detenção com o professor de poções – que ficara bastante contrafeito por um aluno de sua casa ser pego em situação duvidosa, ele acabou por entregar a possível companheira, nos comentários com os colegas.
Jurava insistentemente que se encontrara com Rubla Montez, e que fora “um encontro íntimo”, completara malicioso. Como ela conseguira sair tão rápido a ponto de se safar da detenção, ele não sabia.
Alguém sugerira que ela podia ter uma capa da invisibilidade, mas isso também tinha sido verificado entre as alunas.
Os boatos cresceram de tal maneira, que ambos foram chamados à presença do diretor, junto com os diretores das suas casas – a Prof. McGonagall bastante constrangida por estar levando a sobrinha para uma audiência desse tipo.
Então, na frente de todos, ela mais uma vez se afirmara inocente, só conhecia aquele garoto das aulas de poções que tinha em conjunto com a Sonserina, e ele ficara vermelho de raiva.
Os monitores foram chamados a dar seu testemunho. E Lupin, como representante da Grifinória, foi o responsável pela informação decisiva: ele podia afirmar com certeza – e sua companheira monitora concordou com ele -que Rubla estivera o tempo todo na sala comunal, jogando xadrez com o próprio irmão. Ricardo, também presente, confirmou, embora fitasse a irmã de modo estranho.
Dumbledore também percebeu este olhar, mas nada dissera na frente dos demais. O sonserino quase levou uma nova detenção por caluniar uma colega, mas Dumbledore, depois de alguns minutos de reflexão, dispensou-o dizendo ter sido tudo um grande engano, mas prevenindo a todos de que essa história deveria ser esquecida dali em diante, e disse isso de forma bem incisiva.
Todos se retiraram, menos a garota, a pedido do diretor. E Remus Lupin ficou se perguntando o que seria que o diretor queria falar com ela a sós...

- Hei, um galeão por seus pensamentos! – a voz de James o trouxe de volta.
- Quê? – ele piscou, enquanto Rubla levantava os olhos e o fitava, como se soubesse o que ele estava pensando.
- Aluado, você hoje está sem dúvida merecendo o seu apelido. Não ouviu nada do que falamos nos últimos 10 minutos. – Sirius replicou.
- Ah, desculpem. Eu estava pensando em outra coisa.
- Nós percebemos – James seguiu a direção do seu olhar – O que tanto você olha pra sobrinha da McGonagall? Já está pensando em trocar de namorada?
Lupin o fulminou com o olhar. A ideia de trocar Mary por qualquer outra garota era para ele simplesmente acintosa!
- Claro que não! – Exclamou. - só estava reparando que ela não tira mais aquele lenço estranho da cabeça, desde que voltou do verão... – Remus desconversou, desviando o olhar dos dois irmãos, não antes de notar que Rubla sorrira levemente, e Ricardo erguera a cabeça.
- Sabe, agora que você falou, eu também tinha reparado... Lembra do caso do Lott? Da Sonserina? Não sei se você sabe que tinha acontecido a mesma coisa com o O’Connor, da Corvinal, mas ele foi mais esperto e ficou quieto...
- Como assim? – James perguntou, mas Remus de repente ficou alerta. Sabia que de algum modo os dois irmãos acompanhavam, mesmo à distância, o diálogo dos marotos. Seus instintos de lobo diziam isso. Mas Sirius continuou contando.
- Bem... Vocês sabem que somos amigos. – Viu Pedro e James revirar os olhos e acrescentou – Ele é legal! – Como os amigos continuavam olhando para ele sem muita convicção, pois achavam o tal O'Connor um idiota, resolveu prosseguir - Bom, a questão é que ele me contou que tinham combinado se encontrar, ela aceitara seu convite cheia de charme... e ao que tudo indica, compareceu ao encontro. Ele suspirava apaixonado pela manhã, até eu dizer a ele que estava enganado, pois a vira na sala comunal e depois subir para o dormitório. Ele quase me bateu, disse que eu estava dizendo isso por despeito, por ele ter saído com uma garota que não me dera bola... – Sirius e James trocaram olhar que parecia dizer: “claro, o que você poderia esperar de um cara da Sonserina?”. Contudo, Remus preferiu ignorar o ar deles e continuar - Ficamos uns tempos brigados por causa disso, mas eu passei a vigiá-la. Aquele lance com o Lott comprovou minhas suspeitas de que essa garota tem alguma coisa estranha... Quando o O’Connor soube do acontecido com o Lott, por fim acreditou em mim, mas não conseguimos descobrir o que ele fez para os dois acreditarem que estavam com ela, sem estar.
- Interessante... mas isso me deu uma idéia! – James riu, com ar de quem está maquinando algo diabólico – O que vocês acham do Ranhoso chamá-la para o baile? Se ela tem algum jeito de ludibriar os garotos, ele vai jurar que esteve com ela, mas nós vamos saber que não, então, você ganha a aposta.
- Genial! – Sirius exclamou – Claro que ela vai dar um banho nele! E, sabem de uma coisa? Já sei exatamente quem eu vou convidar para o baile!


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N/A- Capítulo escrito por Lara Montez e betado por mim, Éowyn Tonks (Mary Lupin), que incluí algumas pequenas coisinhas para não fugir da linha condutora e do espírito da história... e para eu me situar melhor! eheh

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