Cap. 1



N/A - Essa é uma adaptação de uma fic conjunta que estou escrevendo com um grupo de amigos. Vou postar aqui apenas as minhas partes da história. Sempre que tiver que incluir algo inventado pelos meus "colegas de fic", colocarei os créditos.
É a minha primeira fic do tempo dos marotos, por isso espero que não me joguem tomates podres. Peguel leve, por favor!
Beijinhos
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Remus olhou pela janela. A noite estava calma e escura. Era noite de lua nova, não havia qualquer perigo para ele e a sua disposição era a melhor… pelo menos, a disposição física. O calendário não enganava. Fazia 16 anos que a sua vida havia se desmoronado: perdera para a morte dois amigos e o seu grande amor, para Azkaban outro dos seus melhores amigos e o outro para Voldemort, traidor e esquivo como um rato.
Não reparou que alguém o fitava, com medo de se aproximar e interromper os seus pensamentos. Tonks não sabia o que fazer. Era doloroso para ela ver o homem amado com um ar de melancolia tão feroz, tudo que ela queria era chegar perto dele, beijá-lo, abraçá-lo e fazê-lo rir. Por outro lado, temia entrar num mundo de pensamentos nos quais ele estava absorto, um mundo que não lhe pertencia. Temia sentir-se uma intrusa. Temia que ele estivesse pensando… nela. A outra. A única que ele amara de verdade e por quem trancara o seu coração durante anos, até que ela, Nymphadora Tonks, usara toda sua persistência para conseguir tirá-lo da solidão que o consumia fazia tanto tempo. Não que ele precisasse dela – pensou. Remus já se acostumara com a sua solidão e vivia bem com isso, mas Tonks não. Ela não entendia como um homem tão maravilhoso poderia viver sem amor; logo ele, que era tão fácil de amar…
Pedeu o medo e deu um passo em frente… para logo parar, ao escutá-lo murmurar, perdido nos seus pensamentos:
- Mary… Porquê…?
O coração de Tonks deu um pulo. Mary. Era ela. O fantasma da mulher que Remus tanto amara. Sentiu o seu corpo todo se invadir por uma espécie de frustração, misturada com raiva e voltou para trás. Foi embora, se recriminando por sentir tantos ciúmes de uma morta.
Remus, por seu turno, continuou impassível, ali, sentado junto da janela, olhando o céu escuro daquela noite de lua nova, a única altura do mês em que Mary se sentiria verdadeiramente segura. Perdido em pensamentos, a sua mente se enchendo de flashes de recordações do passado, começou a pensar em como tudo começou.

********

- Hey, bolinha! Cuidado para não cair, senão vai rebolar pelo chão e alguém pode te usar para jogar quadribol com você! – James não segurava a língua cada vez que via passar Mary Hallow, a menina tímida, baixinha, desajeitada e com um pouquinho de peso a mais que fazia parte da Lufa-lufa e parecia arrumar qualquer desculpa para chegar perto dos marotos. Lá estava ela, na margem do lago oposta àquele em que eles se encontravam, seguida das suas inseparáveis amigas, Cecille e Stacey, o grupo mais estranho e anti-social de Hogwarts inteira.
Sirius soltou uma das suas gargalhadas, que parecia um latido e, olhando para Cecille Thompson, apanhadora da Lufa-lufa, a garota alta, gorda e com ar masculino que seguia Mary, comentou:
- Mas você não vê que a ideia é essa? Ela vai voar e a Thompson vai pegá-la no ar, como um pequeno e redondo pomo de ouro!
- Não estou vendo as asinhas! – Guinchou Peter, com uma gargalhadinha estranha, mas logo perdeu o sorriso, quando viu as caras enjoadas de Sirius e James olhando-o.
- Rabicho, por favor! – Exclamou Tiago, agastado, passando a mão pelos cabelos. – Quando é que você vai aprender a ter graça?
Sírius tornou a rir como um cachorro e replicou:
- Mas ele teve graça! É que ela tem asinhas, sim, porque ela é um anjo! E vive nas nuvens, sonhando com aqueles livros melosos… Então, ela é um ajinho, sim! Já viu aquele ar seráfico dela? – Soltou nova gargalhada, até que os cantos da boca baixaram e uma sobra passou pelos seus olhos. - E até hoje não engoli aquela história dela fugir de mim e me dedurar para o Filch…
- Você queria apertar os seios dela! – Interrompeu Remus, tentando esconder a sua indignação e falar num tom coloquial. – Qualquer uma teria reagido da mesma forma.
- Qualquer uma?! – Exclamou Sirius, olhando para Remus como se estivesse olhando para ele pela primeira vez. – Aluado, você endoidou? Ela foi a única que fez isso!
Remus suspirou e contou até dez interiormente. Não queria advertir Sirius, temia perder a sua amizade e a de James e Peter, que eram a coisa mais valiosa que ele tinha na vida, mas toda aquela situação o deixava muito incomodado. Tinha pena da menina e, ao mesmo tempo, sabia como era diferente se sentir diferente e discriminado. Acabou por responder:
- Está certo, ela errou em contar para o Filch. Mas você viu o jeito como ela saiu de perto de você, apavorada. Deve ter dado com o Filch pelo caminho, ele perguntou o que tinha acontecido (e você sabe como ele pode ser persuasivo quando quer) e a menina, que estava assustada, contou toda a história, pronto.
- E isso me valeu o maior castigo da minha vida. – Resmungou Sirius, entredentes.
- Isso mesmo! – Exclamou James. – Nós não podemos deixar isso barato!
- Me admira você, Aluado… - Começou Peter, com um brilho levemente venenoso no olhar. – Sempre defensor da justiça, ficar do lado da delatora do seu amigo, ao invés de ficar do lado dele.
-Eu não estou do lado dela! – Exclamou Remus, aflito perante a possibilidade de trair a confiança dos amigos de alguma forma. Depois, baixou o tom de voz e pegou um livro, abriu-o e acrescentou – Só acho que às vezes vocês pegam pesado demais com a menina, só isso.
James e Sirius entreolharam-se, trocaram um sorriso malicioso e James disse:
-Sabe o que eu estou começando a achar, Almofadinhas?
-Que o nosso anjinho Aluado está gostando da Anjinha Redonda? – Perguntou Sirius.
- Bingo! – Exclamou James, com uma gargalhada, que fez com que Peter começasse a rir convulsivamente e Remus esboçasse um sorriso condescendente, enquanto balançava a cabeça. Eles que pensassem o que quisessem. Não valia a pena discutir por um assunto tão tonto. Preferiu brincar, jogando o livro na cabeça de James e, em pouco tempo, os quatro estavam dentro do lago, com roupa e tudo, jogando água uns para os outros, até que, de repente, James estacou, com as faces se ruborizando, olhando de forma estranha e fixa para junto das árvores e não reparando em Peter, que o empurrava para dentro de água, fazendo-o cair em cima de um tentáculo da lula gigante e provocando a gargalhada geral.
- Imbecil! – Exclamou, ao levantar-se. – Você não viu que eu estava distraído, Rabicho?
- Des… desculpa… - Gaguejou Pedro, aflito.
- Mas o que foi que houve, Pontas? – Indagou Sirius, totalmente surpreso com as reações estranhas do amigo.
Remus não falou nada. Limitou-se a olhar para o mesmo local para onde James olhava, ainda, chocado: o estranho Severus Snape, aluno da Sonserina, obcecado por artes das trevas, beijava a temperamental Lilian Evans, por quem James era apaixonado desde o primeiro dia que a vira.
Remus entendeu tudo e também o seu estômago deu uma volta desagradável: também ele sentia algo forte por Lilian; algo que jamais confessaria, por medo de colocar em risco a sua amizade com James.
Nenhum deles conseguia entender o que a bela e temperamental Lilian vira no estranho Severus Snape, com o seu cabelo escorrido e oleoso, mas logo veio a resposta: com um valente tapa na cara de Severus, Lilian se afastou, com ar furioso e o rosto mais vermelho de raiva do que os seus cabelos de fogo.
*
James passou o resto da semana de péssimo humor. A sua arrogância era mais latente naqueles dias. Nunca fora com a cara de Snape, mas o beijo forçado que ele dera em Lilian o transformou na sua vítima preferida. Ótimo para Mary, que viu os seus dias se tornarem mais calmos, embora ainda tivesse que aguentar as provocações de Sirius.
Remus, por seu turno, percebia que a paixão de James por Lilian era verdadeira e decidiu para si mesmo matar de uma vez por todas aquela coisa forte que sentia por ela, pensando noutros assuntos. O assunto escolhido foi “provas”. Remus gostava de estudar. Também nesse ponto era diferente dos outros. Sirius e James sempre tiravam ótimas notas, quase sem estudar. Ele não; Remus era detalhista, gostava de ir ao âmago da questão e achava que ler era uma ótima forma de passar o tempo. Sim, ele gostava de participar nas aventuras (por vezes, muito pouco ortodoxas) dos seus amigos; Desde que não prejudicasse ninguém, Aluado ali estava, pronto para as “marotices” do grupo. Por causa diosso, muitas vezes fora castigado, mas qual a importância de um castigo quando estava com os amigos? Nenhuma. Eles eram o seu mundo.

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