A Floresta Congelada



Gina agarrou Hermione pelo braço, e a puxou para o portal, arrastando Harry, Ela saltou para dentro, Hermione ainda se demorou por mais um segundo, olhando com tristeza para o centauro, ela respirou fundo e saltou para o desconhecido.  


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Hermione teve uma sensação muito estranha. Ela saltou e sentiu o corpo caindo por um longo período de tempo, em direção ao infinito buraco do portal, mas de súbito, ela sentiu a gravidade invertendo em volta dela, e ao invés de cair, ela começou a sentir que estava sendo puxada, na direção oposta de antes, e repentinamente, pegando a garota de surpresa, ela aterrissou de costas no chão de um gramado verde coberto por pequenos montinhos de neve aqui e ali, estavam aos pés de uma densa floresta de pinheiros.


Gina havia caído logo ao lado dela, ainda agarrada a um semi inconsciente Harry, que acordava e apagava de tempos em tempos, balbuciando coisas sem sentido.


- Não deixem ele me pegar... Gina... Por favor... – Ela ou viu ele deixando escapar baixinho.


- Você está bem? – Gina perguntou.


- É... – Hermione respondeu – Estou viva.


- Mione! – O grito de Rony soou a pouca distância. O ruivo saiu disparado, correndo para fora da floresta de encontro a Hermione, ele se atirou no chão e escorregando até ela, abraçando a garota. – Vocês demoraram a voltar, eu estava preocupado.


- Eu estou bem Rony. – Hermione respondeu, reconfortada pelo abraço, e apreensiva. As palavras do Centauro Typhon ainda estavam vividas na mente da garota. Ronald Weasley iria morrer em breve.


- Espera um instante... – Rony falou, os olhos arregalando e recaindo sobre Gina. – O que você está fazendo aqui?


- Oi para você também, Rony. – Gina respondeu sarcasticamente.


- Você devia ter ficado no Largo Grimauld! Lá era seguro! Como você nos encontrou? – Rony foi falando muito rápido.


- Sou perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma Ronald. – Gina disse se levantando, e tentando desajeitadamente erguer Harry. – Eu não podia deixar o Harry sozinho, eu tive de vir pra protege-lo. É meu marido Rony, você não pode esperar que eu fique sozinha em casa por meses esperando ele voltar, sabendo que ele está em perigo.


- Você está grávida Gina! – Devia estar descansando, cuidando de você, não do Harry!


Hermione pareceu se lembrar da gravidez de Gina subitamente. Ela olhou a amiga com mais atenção e percebeu que depois de um mês afastados a barriga dela começava a ficar um pouco mais pronunciada.


- Ei vocês! – Eles viraram apressados, Astória estava ao pé dos pinheiros, desajeitadamente tentando fazer com que Draco Malfoy recobrasse os sentidos. – Detesto atrapalhar a reunião familiar, mas ele não está num estado muito bom.


Draco estava muito mais pálido do que o de costume, a perna do sonserino estava encharcada de sangue.


Hermione foi correndo em direção do loiro, e com cuidado ela retirou os pedaços da calça rasgada de cima da perna de Draco, ela se arrependeu momentaneamente disso, sentiu uma ânsia de vomito. Era a ferida mais horrível que ela já havia visto. Um corte profundo, com arranhões por toda a extensão. Pedaços de mármore da estátua do anjo enfeitavam a o corte aqui e ali. E o mais preocupante: diversos pedaços de ossos saltavam desconectados em diversões diversas.


Hermione levou as mãos a boca em espanto. – Meu Deus... – Ela deixou escapar. Astória viu o ferimento, e pareceu prestes a entrar em prantos. – Rony! – Hermione gritou. – Eu preciso de ajuda... Agora!


Rony ajudou Gina a carregar Harry até a orla da floresta, e ele se abaixou ao lado de Hermione, sem conseguir esconder o espanto ao ver o estado da perna de Draco.


- Me diga que você consegue consertar isso Mione. – o ruivo falou sem esconder o desespero na voz.


A garota remexia freneticamente na pequena bolsa com fundo estendido, ela arrancou lá de dentro uma barra de chocolate grande e vistosa, atirou de qualquer jeito na direção de Gina. – Gina, eu preciso que você acorde o Harry, vamos precisar dele acordado. – Gina agarrou o chocolate e foi ao auxílio de seu marido. – Astória, não vá muito longe, mas eu preciso que você traga algum galho, algum pedaço de pinheiro, me entendeu? – A loira saiu correndo em disparada, em direção a floresta. Hermione tremia violentamente, estava encharcada da chuva da Escócia, e agora estava em um lugar nevado e muito gelado, a repentina mudança térmica começava a afetar a garota.


- O que eu faço Mione? – Rony perguntou, com um tom que parecia genuinamente medo.


Hermione tirou diversos frascos, multicoloridos e de diversos tamanhos de dentro da bolsinha. – Eu preciso que você segure ele bem firme Rony, não deixe ele se mover, não importa o que ele faça.


Rony lançou um olhar de esguelha para o inerte Draco Malfoy, o loiro continuava a sangrar e parecia impossível que fosse se mover tão cedo, mas o ruivo concordou e se postou sobre o sonserino, segurando o corpo dele da melhor forma que pode.


Gina se aproximou veloz. – Harry está acordando, ele não está muito feliz de me ver. – Ela ajoelhou ao lado de Draco. – Precisa de ajuda para segurá-lo? – Rony confirmou acenando com a cabeça. – Imaginei que sim, já vi fraturas de todo tipo em partidas de Quadribol... isso não vai ser bonito. – Gina segurou firme a perna de Draco que ainda estava boa.




Hermione limpava o sangue da perna de Draco usando a varinha, e mesmo sem tanto sangue, a ferida era horrível de se olhar; Astória voltou correndo e tropeçando, em sua mão, diversos pedaços de madeira, de todos os tamanhos e formas. – Eu cortei de qualquer jeito do tronco de alguns pinheiros, isso serve? – A jovem disse depressa.


- Serve. – Hermione falou, arrancando das mãos dela o menor dos pedaços, e enfiando de qualquer jeito na boca de Draco.


- Para que isso? – Astória indagou.


- Para ele não arrancar a própria língua com dentadas. – Gina disse, sem nem olhar para Astória.


Astória sentiu um arrepio que ela soube, não teve nada com o frio.


Hermione então postou-se diante da perna mutilada de Draco, ela respirou fundo, e untou a perna, na área em volta do ferimento com uma poção do frasco verde, era grossa, viscosa e mal cheirosa. Draco gemeu baixo. Harry havia acordado, e estava apoiado em um pinheiro próximo, pálido e fraco, seus olhos acompanhavam o convalescente Draco, e Gina segurando-o.


- Ele vai ficar bem? – Harry perguntou, enquanto mastigava o que inconfundivelmente era um pedaço generoso de chocolate.


- Claro que vai. – Hermione falou.


Mas ele viu Gina olhando rapidamente para Astória, depois para a ferida, e discretamente a ruiva olhou para Harry e sinalizou negativamente com a cabeça. Gina conhecia de ferimentos, vira muitos deles nos anos em que passou como capitã do Hollyhead Harpies, ela sabia, e estava deixando Harry saber de antemão, que Draco não ficaria bem.


- Está todo mundo pronto? – Hermione falou com calma. Rony engoliu em seco. Hermione despejou um frasco da poção de cor laranja vivo sobre a ferida, e foi como se um relâmpago atingisse o corpo de Draco. O sonserino acordou urrando de dor, e se contorcendo, tentando de toda a forma se livrar do aperto seguro de Rony e Gina, vendo o desespero do loiro, Harry e Astória tiveram de ajuda-los a segurar Draco. Hermione trêmula despejou mais dois frascos vermelhos sobre a perna do rapaz, e Draco continuou a gritar e se debater, tremendo e balançando.


- O que está havendo com ele? – Astória perguntou assustada.


- Ele está entrando em choque... por conta da dor. – Gina disse lutando para segurar o sonserino contra o chão.


Astória viu para total horror, que Draco mordia com toda a força que tinha o pedaço de madeira, seus urros de dor abafados pelo objeto. E então tão subitamente quanto havia começado, parou. O loiro parou de uma vez e seu corpo relaxou. – Ele está bem? – a garota perguntou assustada.


- Não! – Hermione falou, e puxando uma última poção azulada, e arrancando o pedaço de arvore da boca de Draco ela virou o conteúdo pela goela dele. A poção desceu pela garganta do sonserino, com um estranho som de sucção. Mas não houve nenhuma reação, ele apenas ficou lá esparramado no chão sem vida. Todos ficaram lá parados num silêncio assutador. Então, como se vida explodisse dentro de Draco, ele abriu os olhos tossindo e buscando ar.


- Astória... Não... – Ele falou de forma débil. – ele vai te matar... – E então ele desmaiou.


Eles ficaram calados por alguns segundos, vendo se Draco reagiria mais um pouco. Nada aconteceu.


- Ele está bem? – Rony disse quebrando o silêncio.


- Temos de leva-lo para outro lugar, onde possamos tratar dele. – Hermione sentenciou – Encharcado e nesse frio a perna dele só vai piorar.


- Onde raios estamos, pra começo de conversa? – Harry bufou.


Todos olharam em volta, como se procurassem por algum ponto de referência. Ninguém tinha ideia de onde o portal de Typhon os havia transportado. – Então estamos perdidos? – Hermione falou baixinho.


- Na verdade... – Rony foi dizendo enquanto tirava algo do bolso das vestes. – Temos como saber onde estamos.


Hermione franziu o cenho intrigada, e viu quando Rony tirou do bolso um pedaço de pergaminho, surrado sujo e dobrado diversas vezes. O ruivo ia desdobrando rapidamente e estendeu sobre o chão um mapa do mundo, manchado e em péssimas condições. Rony sorriu encabulado. – Desculpem, ele é bastante velho, e eu derrubei cerveja amanteigada nele numa certa ocasião... – Ele retirou do bolso uma pedrinha preta e irregular, ele ergueu a mão sobre o mapa, e soltou a pedrinha do alto, ela caiu, quicando pelo mapa, depois vibrou e começou a andar sozinha em direção ao norte, parado de súbito num ponto especifico do mapa.


- Rússia. – Harry disse baixinho. – É aqui que estamos? Rússia Oriental?


- Meu mapa nunca errou companheiro. – Rony dobrava e guardava o mapa novamente. – Eu o usava sempre quando viajava escondido como Auror... Comprei de um americano que encontrei nas viagens. Se você quer que seja bem preciso, pelo mapa estamos em uma região chamada Yaroslav... Fica longe de praticamente toda a civilização... Provavelmente por conta do frio, estamos bastante ao norte do país...


- Temos que seguir as ordens do Centauro... – Harry foi falando. – Não conhecemos esse lugar e ele nos deu ordens expressas de seguir para dentro da floresta e esperar lá por quarenta e dois dias...


- Você enlouqueceu? – Astória vociferou. – Draco está em péssimo estado, e você quer acampar na floresta? Temos de leva-lo a um curandeiro!


- Nós não sabemos onde achar um! – Harry gritou de volta para a garota. – Tudo que eu vejo a minha volta são colinas, alguns pinheiros dispersos, e gelo. Nenhum de nós sabe a distância até a civilização mais próxima, sair com ele em meio a neve sem rumo, é suicídio. Ao menos no acampamento podemos deixa-lo confortável.


Gina se aproximou e tocou com gentileza o braço de Harry para acalmá-lo. – Harry querido, a perna dele está num estado realmente ruim. Ele precisa de tratamento.


O rosto de Harry se contorceu em fúria. – Draco veio conosco por conta própria. Ele sabia dos riscos. Viemos aqui numa missão para o Ministério, e nós vamos cumpri-la. Sair por aí na esperança de encontrar um curandeiro para ele só vai nos atrasar, e só vai colocar a vida dele ainda mais em risco. - Todos se calaram. Harry continuou a falar, agora bem mais calmo do que antes. – A melhor chance do Malfoy é levarmos ele a um local seguro e tentar trata dessa ferida nós mesmos; e pelo que o centauro falou, e eu estou bastante disposto a confiar num centauro que prevê o futuro, é que o lugar mais seguro para nós é no meio daquela floresta... Ele deu ordens especificas... Ele disse que devíamos ficar na floresta, por que lá era um lugar seguro.


Todos continuaram em silencio, que foi cortado por uma tosse e uma voz fraca: - Detesto admitir, mas o Potter está certo. – Draco falou, no que pareceu um extremo esforço. – Eu não quero sair nesse frio... Viemos buscar uma chave, vamos sair quando pegarmos a chave.


Astória colocou a mão sobre o peito de Draco, numa tentativa de acalmá-lo. – Não faça esforço. Vamos cuidar de você.


Draco ficou calado, tentando (sem sucesso) esconder a dor estampada no rosto dele.


Hermione conjurou bandagens e uma tipoia sobre a perna de Draco, deixando-a imobilizada, Rony por sua vez, conjurou uma maca simples de madeira e pano, e com muito cuidado, ele e Harry colocaram o loiro em cima da maca. Rony fez mais um meneio com a varinha, e a maca carregando o sonserino começou a flutuar cerca de quarenta centímetros acima do chão. – Não se acostume comigo te carregando pra lá e pra cá, Malfoy. – Rony disse rispidamente. Draco não respondeu, mas seu rosto se contorceu em puro nojo da situação.


- Seguimos pela floresta até encontrar uma clareira, lá montamos acampamento e esperamos. – Harry delegou ordens. – Todos fiquem próximos uns dos outros.


Eles começaram a marchar, em direção da misteriosa floresta desconhecida.


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- Você deveria ter ficado em Londres. – Harry falou baixinho.


Estavam caminhando a cerca de uma hora, Harry e Gina se mantinham um pouco mais afastados do grupo, onde tomavam parte de uma discussão silenciosa.


- Claro Harry. – Gina respondeu sarcasticamente pelo que parecia a vigésima vez durante a caminhada – Harry, essa conversa podia até ter funcionando quando estávamos em Hogwarts e eu ainda tinha dois anos antes da minha formatura... Mas você simplesmente não pode esperar que eu deixe meu marido sumir por meses, com a vida em perigo e esperar que eu fique de braços cruzados contando os dias até você voltar...


- Você está grávida Gina! – Harry exclamou, como se atestasse o óbvio.


- E o bebê está bem Harry... Eu tenho tomado todas as poções revigorantes recomendadas, você não precisa se preocupar. – Ela revirou os olhos. – Rony já me passou o mesmo sermão quando eu cheguei...


- Vocês estavam seguros. – Ele rosnou.


- Sério? Tem certeza? – Gina foi falando num tom que misturava raiva e deboche. – A Toca foi atacada duas vezes Harry, não é seguro ficar lá. Não é seguro ficar aqui. Não é seguro em lugar nenhum enquanto essa confusão toda com chaves não se resolver.


- Mas...


- Isso pode até ser um caso de Auror do Ministério, e pode até ser para a segurança do mundo mágico... Mas nossa família foi envolvida primeiro, e nessa situação deveríamos ficar juntos... – Ela respirou fundo - E foi isso que eu fiz, eu fiquei com a minha família. Você.


- Gina...


- O lugar mais seguro agora é com você Harry, - a ruiva disse com um tom levemente mais gentil. – Eles sabem que vivemos em Londres, os Weasleys estão apavorados com medo de que algo aconteça outra vez! É muito mais seguro com você viajando por países, longe da vista deles...


Harry até abriu a boca pronto para rebater o comentário, mas foi interrompido pela voz de Rony. – Será que aqui é um bom lugar companheiro? – Rony estava perguntando a Harry. Haviam chegado numa clareira moderadamente espaçosa.


Hermione remexia na bolsa de fundo extensivo, e de qualquer jeito arrancou a barraca de montar lá de dentro. – Harry, Rony, vão montando o acampamento, eu vou dar uma olhada no Draco, ver se ele não piorou.


- Eu e a Senhorita Greengrass vamos preparar um chá. – Gina comentou se afastando de Harry, Astória foi acompanhando ela, meio abobalhada, lançando olhares de esguelha para um muito pálido e quase inconsciente Draco.


Harry foi arrastando os pés até Rony, o ruivo fazia meneios com a varinha, desatando nós e preparando estacas, montando aos poucos as partes da barraca de acampamento, Harry por sua vez começou a separar pedaços de corda.


- Como você está companheiro? – Rony perguntou. – Com a Gina aqui e tudo mais?


- Ela não deveria estar aqui... – Harry falou baixinho.


- É eu sei... Mas um par de mãos a mais por aqui não é tão ruim. Além disso, acho que é mais fácil ficar de olho na minha irmã com ela por perto.


- Ela está grávida Rony, ela não devia trazer meu filho pra cá, é perigoso aqui.


- Eu sei companheiro. – Rony foi comentando enquanto esticava a tenda usando a varinha. – Mas eu lembro do nosso sétimo ano de Hogwarts, procurando por Horcruxes aqui e ali... Eu mal conseguia dormir sem saber se minha família estava bem... E agora é a mesma situação. Eu meio que me sinto mais calmo sabendo que a Gina está bem aqui, e não sendo atacada por algum bruxo das trevas em Londres, onde eu não posso protege-la.


Harry lançou um olhar rápido para a esposa, que havia conjurado uma chaleira, enquanto Astória, preparava uma pequena labareda de fogo.


- É... Acho que fico um pouco mais tranquilo sabendo com certeza que ela está bem. – Harry sussurrou. – Mas ainda quero explicações dela mais tarde.


Rony lançou um sorriso torno ao amigo, depois estudou Hermione enquanto ela cuidava de Draco. – E quanto ao Malfoy, companheiro? – Rony falou baixo, pra que só Harry escutasse. – Você acha que foi uma boa ideia trazer a serpente até o meio da floresta?


Harry olhou para Draco. – Por que você diz isso?


Rony ficou sério, e o tom de voz dele ficou mais baixo e sombrio. – Quando eu viajava pelo mundo, tivemos de cruzar uma cratera no meio de um deserto na Austrália. Um dos guias que estava nos ajudando a atravessar foi mordido por um Bunyip... É uma criatura bem perigosa da Austrália – Rony explicou notando a confusão na cara do amigo. – em todo caso, a mordida foi no braço do pobre guia, quebrou bem no meio do antebraço, e o corte era fundo e horrível... Bem parecido com aquele ali do Draco.


- O que houve com ele?


Rony fechou a cara de forma mórbida. – Ficamos presos na cratera por dez dias, e só podíamos tratar da ferida de forma superficial... O guia morreu, sentindo muita dor, no final do oitavo dia.


Harry engoliu em seco. – Você acha que deveríamos ter procurado ajuda?


- Talvez companheiro.


- Mas o centauro disse que aqui era seguro! – Harry exclamou, como se tentasse se desculpar.


- O centauro também disse que Malfoy teria de fazer um enorme sacrifício. – Rony sentenciou de forma solene.


Os dois permaneceram em silencio por um certo tempo, montando a barraca o mais rápido que podiam, depois Harry se apressou em cobrir o lugar com feitiços protetores e gritou para todos. – Para dentro, vamos tentar cuidar dessa perna do Malfoy.


 


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Com a barraca montada, Rony foi levitando a maca de Draco até o quarto que ele dividia com Astória, o loiro gemeu de leve quando foi transferido para a cama, o loiro estava inconsciente novamente. Hermione checava a ferida na perna dele de tempos em tempos. Após uma hora andando na floresta, o sangramento havia parado, mas os ossos continuavam quebrados, e o corte não parecia estar se fechando propriamente.


- Vocês deveriam esperar lá fora. – Hermione disse. – Ele precisa de repouso, vou só tratar essas feridas e me junto a vocês.


Todos foram saindo aos poucos (Astória foi bastante relutante, mas Gina a convenceu a se sentar na poltrona na pequena sala-cozinha da barraca e tomar um pouco de chá). Rony se demorou um pouco mais. – Precisa de alguma ajuda? – O ruivo perguntou a Hermione.


- Eu não sei Rony. – Ela conjurou uma tesoura e cortou fora um pedaço da calça despedaçada de Draco, ela fez um floreio com a varinha e as bandagens da perna foram se soltando e trocando sozinhas por bandagens novas e mais limpas. – A perna dele está realmente muito ruim.


- Mas ele vai ficar bem?


Hermione permaneceu calada.


- E você Mione? – O ruivo disse de forma carinhosa. – Você está bem?


A garota fez um gesto impaciente. – Eu estou bem. O ataque me pegou meio de surpresa, e os dementadores realmente não eram algo que eu queria encontrar... Você deu sorte de ter saído de lá antes deles chegarem...


- Eu não dei sorte, você me tirou de lá. – Rony disse com o costumeiro sorriso torto. – Você foi genial. – Com o labirinto, me tirando do ataque, cuidando do Malfoy.


Hermione corou de leve.


- Está preocupada? – Rony perguntou de forma inquisitiva. – Quero dizer... Você precisa do Malfoy para suas aulas de oclumência correto?


Hermione respirou fundo. De uma forma que Rony não conseguiu identificar. – Eu acho que já sei o bastante para treinar por conta própria. – A garota disse tentando passar confiança.


- Se você precisar de ajuda para treinar... – Rony falou aos poucos, medindo cada palavra. – Eu posso tentar aprender um pouco de oclumência, podemos fazer isso juntos... Quero dizer... – Rony se apressou em dizer sentindo as orelhas corarem. – Oclumência pode ser muito útil para um auror...


- Eu adoraria um pouco de ajuda. – Hermione disse.


Rony sorriu meio encabulado. Ele se aproximou devagar e plantou um beijo nos lábios de Hermione. – Você deveria se juntar aos outros, não podemos fazer nada pelo Malfoy, melhor esperar e ver como ele vai reagir as poções.


Hermione concordou sorrindo, e de mãos dadas, eles saíram do quarto. Rony estava feliz, ele e Hermione estavam bem, e nenhum dos dois havia se machucado na hora do ataque. E agora passaria mais tempo com ela, treinando oclumência; algo que ele já planejava aprender, desde que começou a sonhar com corredores feitos de mármore branco.


 


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- Certo... – Hermione ouviu Harry dizendo quando eles saíram do quarto. – Mas como você chegou aqui?


Aparentemente, Harry estava questionando a esposa, tentando descobrir o que ela estava fazendo lá. Harry e Gina estavam sentados na pequena mesa de madeira, próxima a pequena cozinha da barraca; Astória estava sentada na poltrona velha e esfarrapada que ficava próxima a lareira, a garota segurava uma xicara de chá firme nas duas mãos.


- Bom... – Gina ia respondendo um pouco encabulada. – Alguns dias depois que vocês pegaram a chave de portal, eu meio que não aguentei ficar sentada esperando... Então eu peguei sua capa de invisibilidade, e minha vassoura Icarus T-800, da época de quadribol, e fui voando da Inglaterra até a Escócia.


- Você veio voando? – Harry exclamou incrédulo, num misto de surpresa e preocupação.


- Eu não posso aparatar longas distâncias por causa do bebê...


Harry arregalou ou olhos; pareceu que ele iria começar a discutir de forma curiosa, mas o rapaz simplesmente respirou fundo, esfregou os olhos por debaixo dos óculos, e perguntou com calma. – Tá... Você veio voando... Mas como nos encontrou? Ninguém sabia onde estávamos... A Escócia é um lugar enorme, como você sabia exatamente onde estávamos?


As bochechas de Gina coraram de leve, e ela claramente evirou olhar o marido nos olhos. – Eu olhei sua pasta de documentos do ministério, escondida, um dia antes de vocês entrarem na chave de portal. – Ela falou lentamente.


- Você o que? – Harry exclamou; ele olhou depressa para Rony, e o ruivo pareceu ter entendido imediatamente o que se passava na cabeça do amigo.


Rony soltou a mão de Hermione e se sentou na mesa com o amigo e com a irmã, e com a voz mais calma que pode começou a falar. – Gina, irmãzinha... Isso é muito importante. Você falou com alguém sobre o que você leu nessa pasta?


- Mas é claro que não Rony! – A ruiva disse com um tom ofendido. – Eu sei que é tudo sigiloso, eu não sou idiota.


Rony e Harry, por um breve momento pareceram desapontados. Os dois aurores, a algum tempo trocavam teorias de como o Circulo de Fazel conseguiu ultrapassar o feitiço Fidelis e atacar A Toca. Cada teoria parecia mais falha que a outra, os dois tinham a suspeita de algum dos Weasley ou Hagrid haviam falado demais, e deixado escapar o segredo.


Hermione pareceu ter notado exatamente o que se passava na cabeça dos amigos. – Se vocês estão tentando descobrir se foi a Gina quem quebrou o fidelis d’A Toca, estão enganados. Eu imagino que já seja obvio quem foi.


- Quem? – Harry e Rony deixaram escapar em uníssono.


- Nigel Benjamin. – Mione disse como se acabasse de explicar a coisa mais óbvia do mundo.


Os dois ficaram estáticos, e confusos, ambos estavam com estranhas expressões, como se o Professor Snape acabasse de perguntar a receita de uma poção bastante complicada e eles estivessem mentalmente se preparando para a resposta.


- Pensem com calma. – Hermione foi dizendo. – Nigel estava n’A Toca, ele também era fiel do segredo, tinha acesso aos mesmos arquivos do ministério que o Harry...


- Ele forjou a própria morte em Londres – Astória foi se juntando a conversa. – Para reaparecer aqui, controlando os dementadores, tentado roubar a chave de nós. – O rosto da loira também se franziu no que parecia uma descoberta repentina. – Quando A Toca estava sendo atacada ele quis deixar o Draco e o Harry para trás e pegar a chave de portal sozinho com a Hermione... Ele queria se livrar de nós e roubar a chave!


- Isso é impossível. – Harry falou. – Nigel foi o primeiro a guardar o segredo d’A Toca, ele estava envolvido nesse caso, e foi procedimento padrão do Ministério. Ele era muito corajoso, então me pediu para encantá-lo com o Voto Perpetuo. Ele achou que seria mais seguro, caso ele fosse capturado enquanto nos esperava em Londres.


- Ele fez o voto... – Hermione pareceu mais confusa que nunca, o que nem Harry e Rony eram acostumados a ver. – Isso não faz sentido, ele deveria morrer se revelasse o segredo!


- Talvez ele tenha descoberto como burlar o encantamento... – Rony sugeriu.


- Eu não acredito... – Harry finalmente disse. – Ele foi meu amigo por quatro anos... Eu mesmo dei o treinamento de Auror dele quando ele se formou em Hogwarts... Sempre achei que ele fosse uma boa pessoa.


Um silêncio pairou no ar por alguns momentos.


- Mamãe e papai devem estar morrendo de preocupação... – Rony comentou, trocando de assunto.


- Na verdade eles partiram antes de mim. – e vendo a cara de espanto do irmão, Gina prosseguiu. – a maioria dos Weasleys chegou a conclusão que era muito mais seguro sair de Londres e se esconder... Mamãe e Papai saíram de férias para a Austrália, Fred levou a família para o Canadá, Carlinhos voltou para a Romênia...


- E quando foi que você chegou na Escócia? – Astória perguntou, com a voz fraca.


- Quatro dias depois de vocês... Cheguei praticamente junto com uma coruja que eu enviei para Harry. – Gina disse sem pensar.


- Você passou o mês todo lá com a gente? – Harry continuava perplexo.


- Bem, sim. – Gina foi falando. – Eu não conseguia ver a barraca por conta dos feitiços protetores da Mione, mas eu sabia que vocês estavam lá por que havia lido nos documentos... As vezes quando um de vocês saía, ou aparatava lá perto, eu via vocês caminhando. Sempre conseguia ver vocês indo e voltando do cemitério.


- Era você! – Rony falou como se acabasse de perceber algo. – Eu e Harry achamos restos de um acampamento perto da barraca... achávamos que alguém do Circulo de Fazel estava nos vigiando, mas era você! Era o seu acampamento!


Gina sorriu encabulada.


- Isso prova que você não estava louco Rony. – Hermione disse sorrindo e se juntando aos amigos. – Quando Harry e Draco foram atacados pelos dementadores, você disse que ouviu uma voz de mulher gritando do lado de fora para alguém ajuda-los...


- Isso fui eu também. – A ruiva comentou. – Do meu acampamento eu vi Harry aparatando com o Draco, e vi que não estavam bem... Gritei o Rony na hora do desespero sem nem perceber o que estava fazendo.


- E você esteve indo no cemitério toda vez que nos via saindo? – Harry perguntou.


- Claro que não, ficava no meu acampamento, esperando que vocês voltassem. – a ruiva garantiu. – Mas quando eu vi todos vocês partindo com um trouxa, eu juntei as minhas coisas rápido, ouvi ele gritando que você iam até o farol, e depois até o cemitério... Montei na vassoura, me cobri com a capa de invisibilidade do Harry e fui atrás de vocês. Eu estava lá com vocês quando encontraram o tal centauro Typhon, e quando voltaram para o cemitério...


- Mas você não entrou no labirinto de espelhos escondida? – Harry tinha um tom claramente preocupado na voz.


- Não, claro que não. O centauro disse que eu não podia. – E notando a confusão no rosto dos amigos, Gina se apressou em dizer. – Typhon disse claramente antes de vocês descerem pela entrada debaixo da estatua: “somente vocês cinco devem entrar... Mais ninguém”. Ele falou olhando diretamente pra mim...


Hermione lembrou-se disso, e sorriu. – Typhon já devia ter previsto que Gina estaria lá, ele sabia que você estava naquele lugar e naquele momento, ele não conseguia te ver, mas precisava te avisar que não devia entrar...


- Por que você não se revelou antes para nós? – Harry perguntou.


- Porque eu sabia que você iria arrumar um jeito de me mandar de volta para Londres. – Gina dizia calmamente, enquanto conjurava xicaras, e fazia a chaleira com chá que havia preparado com Astória, flutuar e servir os amigos. – Mas quando eu vi os dementadores chegando no cemitério, e com o Nigel comandando eles.. Eu tive de fazer algo.


- E o que me impede de te mandar de volta agora? – Harry falou, provando o chá quente.


- Você por acaso vai mandar sua adorável esposa grávida sair voando numa vassoura, em peregrinação através da nevasca gelada de um lugar desconhecido? – Harry estreitou os olhos irritado. Gina abriu um sorriso largo e vitorioso.


Harry esfregou os olhos por debaixo dos óculos – Vamos seguir o plano inicial. – Ele disse relaxando um pouco o corpo sobre a cadeira. – Se chegamos aqui, é sinal de que a próxima chave está aqui. Esperamos os quarenta e dois dias que o centauro falou, e depois saímos em busca.


- E quanto a perna do Draco? – Astória protestou baixinho.


- Ela está certa Harry... – falou Hermione, concordando enfaticamente com gestos de cabeça. – Malfoy precisa de cuidados...


- Malfoy vai ficar bem. – Harry tentou acalmar Astória, vendo na face da garota que ela estava cada vez mais preocupada. – Eu já perdi todos os ossos do braço e me recuperei... Malfoy aguenta.


- É diferente Harry. – Hermione disse secamente. – Quando você perdeu os ossos do braço, você teve Madame Ponfrey, e todas as poções de cura de Hogwarts a sua disposição. – A garota inflou de leve, tentando se impor contra Harry. – Malfoy ainda tem os osso da perna, mas estão esmigalhados, e separados por toda parte do joelho para baixo... E os músculos, nervos, tendões... Está tudo lacerado Harry. Isso é bem mais complicado que “crescer ossos”. – Hermione agora já não escondia o desespero. – Harry, eu não sou nenhuma Madame Ponfrey, e nós nem de longe temos todas as poções que eu tenho certeza, o Malfoy precisa.


- E o que você acha melhor que façamos? – Rony declarou impassível aos dois amigos.


Hermione parou por um instante, com a expressão confusa. Rony e Harry perceberam, que pela primeira vez na vida, Mione não tinha a resposta para uma pergunta.


- Mantemos ele aquecido, esperamos até ele acordar, assim vamos saber se as poções fizeram efeito. – Gina declarou prontamente. – Eu estou aqui para ajudar, e eu já vi ferimentos bem feios causados por Balaços de quadribol, acho que posso ajudar com o Malfoy.


- Então eu vou cuidar do Draco. – Astória foi levantando-se da poltrona, e deixando de qualquer jeito o chá para trás. - Foi minha culpa ele ter se machucado. Vou ficar de olho nele até que ele acorde. Mantê-lo aquecido. – A loira enrubesceu um pouco, e saiu apressada, desejando um “boa noite” mórbido e sem animação.


Harry levantou-se pesadamente e foi em direção ao quarto em que estivera dormindo sozinho no último mês, ele abriu a porta do quarto, e parou lá no portal. – Espero que vocês dois não se importem, mas eu quero conversar em particular com minha esposa. – Harry lançou um olhar fulminante para Gina. – Você me acompanha Gina?


Gina também ergueu-se e foi na direção do marido, dando um contido desejo de boa noite a Rony e Hermione, ela entrou no quarto, Harry fez um aceno com a cabeça despedindo-se dos amigos, e seguiu a esposa, deixando Rony e Hermione sozinhos, iluminados pelas velas, e pelas chamas que saltavam e dançavam da lareira.


- Levando tudo em conta, até que as coisas ocorreram melhor do que eu esperava. – Rony disse dando de ombros.


- Como isso é melhor Rony? – Mione indignou-se – Draco com a perna mutilada, nós no meio da Rússia oriental durante uma nevasca, Gina grávida, no meio dessa bagunça toda...


- Com exceção do Malfoy, nenhum de nós se machucou. – Rony contava nos dedos. – Recuperamos uma das chaves antes do culto de Fazel, estamos bem mais perto da próxima chave que eles... Temos a vantagem. Estamos vencendo Mione.


- Vamos estar vencendo Rony, quando voltarmos pra casa inteiros. Todos nós. – Mione frisou, notando o sorriso zombeteiro no rosto de Rony. – você realmente não se importa com o Draco?


Rony sorriu encabulado – Por mais que eu não goste do Malfoy, eu admito que a perna dele está horrível. E eu não iria gostar de vê-lo morto. Ao menos não nessa situação. – o ruivo caminho vagarosamente até a poltrona que antes estava sendo ocupada por Astória. – Mas eu estou sim aliviado que tenha sido ele quem se machucou ao invés de você. Quando você me lançou no portal, e demorou um pouco a voltar com o Harry... Foram momentos bem angustiantes para mim Mione.


Hermione respirou fundo, e até deixou um sorriso escapar, ela foi até Rony, e sentou-se no colo dele, passando os braços em volta do pescoço do ruivo. – Bom... Eu também estou feliz que você tenha saído de lá inteiro para variar. - Rony sorriu abobado quando Hermione se aproximou sorrindo e plantou um beijo leve nos lábios dele. – E nós realmente temos uma chave a mais que aqueles bruxos... E chegamos aqui primeiro que eles, então tecnicamente, estamos, sim em vantagem... – Ela plantou mais um beijo em Rony. – Mas isso não é desculpa para ter tão pouco respeito pela vida do Draco.


O sorriso de Rony murchou um pouco. – Talvez. Mas ele continua sendo um Malfoy. Eu sempre mantenho isso em perspectiva quando penso na segurança dele.


Hermione rolou os olhos nas orbes de forma negativa, sentiu Rony apertando com um pouco mais de força a cintura dela, ela relaxou, e os dois voltaram a se beijar.


 


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O corpo nu de Gina rolou para o lado, roçando contra o de Harry. Ela puxou os lençóis para se cobrir, os dois se encararam, sorridentes e ofegantes.


- Tinha tempo que nós não “discutíamos” desse jeito. – Harry falou.


- É... – Gina se aninhou no peito de Harry. – Eu estava com saudades.


Os dois ficaram em silêncio por alguns momentos. Harry pigarreou de leve, e falou no tom mais calmo que conseguiu exprimir. – Você deveria ter me avisado que iria atrás de mim.


- Você teria dito não. – Ela sorria enquanto falava.


- Ainda sim seria o certo a se fazer. – Harry acariciava os cabelos dela. – Teria me deixado menos preocupado.


- Você vive preocupado Harry.


O rapaz sorriu de leve.


Gina se aprumou, para olhar Harry diretamente. – Como está se sentindo, agora que está “de volta a ação”, ao invés de preencher papelada no ministério?


- Excelente! Como um garoto outra vez! – Ele disse numa voz exageradamente animada, caçoando da esposa. – Se não fossem essas constantes ameaças de morte de um grupo de bruxos das trevas, eu estaria ótimo!


A ruiva riu abertamente, e apertou com mais força o marido.

- Eu o vi novamente Gina. - Harry disse secamente.

- Quem?  

- Voldemort. - Harry disse de uma vez. O nome do bruxo das trevas mandou um calafrio gelado pela espinha de Gina.

- Do que você está falando? Ele está morto Harry.

- Eu toquei uma pedra cheia de runas no labirinto do Centauro... Devia estar amaldiçoada ou algo assim - Harry fechou os olhos. - Eu o vi, fui parar em algum lugar escuro, e sombrio, e ele estava lá. 

- Ele se foi Harry, o que quer tenha visto, foi uma sombra... Um temor... Não era real. - Gina confortou o marido.

- Atráves de uma pedra mágica, - Harry foi contando. - Eu vi meus pais, eu vi o Sirius, Lupin... Dumbledore dizia que os mortos nunca se vão de verdade, aqueles que nos amam ficam, e nos observam, cuidam de nós para sempre... Eu me pergunto se aqueles que nos odeiam também ficam a nossa espreita. 

- Ele se foi Harry. - Gina sentenciou. - Se foi e onde quer que tenha ido parar, foi para onde nunca irá te alcançar. Pare de se preocupar com isso.             


Harry respirou fundo. - O que faremos com a perna do Draco? – Harry perguntou voltando a ficar sério.


- Pela minha experiência, - Gina falou tentando exprimir seriedade. – Temos uns cinco dias para ver como a perna dele reage as poções, depois, se continuar ruim, vamos precisar tomar alguma medida mais... Drástica. Do contrário ele não vai sobreviver a uma infecção ou a uma má reformulação dos nervos e ossos.


Harry suspirou audivelmente. Gina voltou a aperta-lo com força. – Eu estou aqui para ajudar Harry. Você precisa parar de carregar o peso do mundo nas costas.


- É... Eu preciso. – O rapaz sorriu de leve novamente, retribuindo o carinho da esposa. - Mas eu estou feliz de você estar aqui. - Harry continuava a acariciar a eposa. - houveram momentos que eu precisei de você pra me acalmar. - Ele ficou mais austero por alguns segundos. - Quando os dementadores atacam agora, eu já nem escuto os gritos da minha mãe... Eu só penso que não vou conhecer meu filho.

- Você vai Harry. - Gina garantiu

- Eu sei que vou... Typhon confirmou. - O rapaz sorria. - Foi isso que ele me respondeu no cemitério, era isso que eu ia perguntar.

Gina abriu um sorriso de leve. - Me pergunto o que os outros iriam perguntar. - Isso fez com que ela se lembrasse da pergunta de Hermione. - Mas, já que estamos falando de coisas preocupantes... – Gina disse em tom sério. – Meu irmão tem se metido em alguma confusão?


- Ele se machucou feio no ataque d’A Toca, mas depois disso, ele não tem tido nenhum problema... – Harry ponderou a pergunta por alguns instantes. – Isso é sobre a tal profecia?


- Me escute bem Harry. – O tom de Gina se tornara soturno e grave. – Rony não pode ficar se metendo em problemas, não pode ficar correndo riscos. E é de extrema importância manter a Hermione em segurança.


- Você precisa me contar mais Gina... – Harry ficava impaciente. – Eles são meus amigos também.


Gina mordeu o lábio. – Eu estou aqui pra te ajudar, em tudo, e uma das minhas prioridades, é não deixar aqueles dois ficarem muito próximos um do outro.


- Do que você está falando?


- A profecia Harry... – Gina olhou para a porta, mesmo sabendo que o quarto encantado não deixava que outros ouvissem o que era dito do lado de dentro, teve medo de que alguma forma alguém ouvisse. – A profecia diz que Rony vai morrer... Vai morrer protegendo a Hermione.


Harry empalideceu ao pensar na possibilidade.


 


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