Um Ataque Inesperado



. . . Ela estudou as runas da caixinha e da fotografia. Finalmente ela começava a compreender os mistérios da partida de Rony, e o quanto a caixa e o símbolo significavam.
Ela assentiu com a cabeça. – Me dêem um instante... Eu preciso pegar meu silabário...


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Hermione lia com atenção o silabário que estava aberto em seu colo no sofá. Na mão esquerda da garota a caixinha feita de rubi, onde ela avaliava as escrituras e procurava no livro, comparando os símbolos cuidadosamente. Rony estava sentado um pouco mais distante, avaliando a cicatriz que recentemente adquirira, e retirando a faixa que cobria o braço direito, apenas para notar aliviado que tudo que havia restado era uma minúscula cicatriz no antebraço. Harry andava de um lado para outro, consultando a todo o momento o velho relógio de pulso que um dia pertencera ao irmão da senhora Weasley, um gesto que não passou despercebido do ruivo.

- Por que você olha tanto para esse relógio? – O ruivo perguntou enquanto vestia o casaco manchado de sangue.

- Sua irmã... – Harry desviou o olhar do relógio para encarar o amigo – Eu prometi que iria sair com ela hoje...

- Humm... Não se preocupe com isso... Ela vai entender o porquê do atraso... – Ele se aproximou do moreno – Escute, eu vou até A Toca buscar roupas... As minhas estão cobertas de sangue. Fica aqui e cuida da Hermione ok? Harry assentiu com a cabeça no mesmo momento em que a cabeça de Hermione se ergueu com tamanha velocidade que parecia que ela havia acabado de receber uma corrente elétrica pelo corpo.

- Você não pode ir! – Ela disse com a voz mais aguda do que pretendia – Você acabou de se recuperar de um corte fundo no braço Ronald!

- Fica calma! – ele foi se dirigindo até a porta – Eu só vou demorar alguns minutos... Você continua aqui tentando decifrar o que está escrito nessa caixa.

Antes que Rony pudesse alcançar a porta, Hermione atirou o livro para o lado e correu em direção a ele. Harry viu a grande massa de cabelos castanhos e cheios de Hermione indo à direção a Rony, quando ela abraçou o ruivo por trás, com força Harry enfiou as mãos nos bolsos e dirigiu sua atenção para uma prateleira de livros que estava por perto, tentando ao máximo focar sua atenção na lombada do "Manual de Adivinhção Através de Ossos"... Naquele momento ele se sentiu como se estivesse atrapalhando um momento muito pessoal entre os dois melhores amigos.

- Por favor, não demora ta? – Ela disse apertando com mais força o abraço.

- Não se preocupe... – Ele acariciou um dos braços de Hermione que estavam firmemente envoltos em sua cintura - Eu vou voltar inteiro. Só continue fazendo sua parte.

Ele se livrou do abraço e cruzou a porta, lançando um ultimo olhar reconfortante para a garota. Hermione deu as costas e estava voltando ao sofá quando notou Harry parado evitando a todo custo olhar na direção dela. Ela sentiu uma pontada de vergonha: acabara de abraçar Rony de uma maneira nem um pouco “convencional” na frente de Harry. Ela se dirigiu ao sofá e recolocou o livro no colo tentando parecer displicente.

- Estou feliz que vocês estejam se dando bem - Harry disse de súbito.

- É bom ter o Rony de volta. - Hermione falou serenamente. - Ele fez falta.

- Fez. Muita. - Harry falou com um sorrisinho enviesado no rosto. - As vezes eu leio alguns livros de história, ou alguma matéria do Profeta Diário falando sobre a guerra... A maioria dos escritores tem dificuldade em explicar qual foi a contribuição do Rony.

- Rony ajudou muito durante a guerra! - Hermione exclamou.

- É claro que ajudou. - Harry concordou enfaticamente. - Mas o papel dele nunca foi tão claro quanto o nosso. Eu estava na linha de frente, no combate direto, você sempre foi o cérebro, a pessoa com o plano. Rony era...

- Nosso coração. - Hermione sentenciou. - Rony sempre ajudou a balancear nossas emoções. Trouxe leveza nos momentos mais sombrios.

- Rony me deu uma família. - O rapaz disse, ainda encarando a estante de livros. - Ele fez falta para todos nós.

Hermione ficou em silêncio por alguns instantes. Nunca havia realmente considerado a falta que Rony fizera não só a ela mas ao melhor amigo, e a toda a família Weasley.  Ela estava começando a se perguntar se os Weasleys a culpavam pela ausência do ruivo quando Harry interrompeu seus pensamentos.

- Você ainda o ama não é? – Harry falou. Novamente ela ergueu a cabeça velozmente, dessa vez com os olhos arregalados. Ela tentou dizer alguma coisa, mas tudo que foi capaz de fazer foi gaguejar palavras desconexas. - Hermione... Da pra ver nos seus olhos... E nos olhos dele... – Ele apontou para a porta por onde Rony havia acabado de sair – Vocês se amam.

- Harry... – Ela tentou dizer alguma coisa, mas Harry a interrompeu.

- Quando ele se ofereceu para passar todos esses anos fora, vigiando bruxos das trevas, eu fui contra... Eu tentei o fazer desistir da idéia... – Harry suspirou pesadamente – Mas ele estava arrasado. Você tinha acabado de terminar tudo com ele... Ele queria um motivo para desaparecer, por isso se ofereceu.

Ela sentiu algo se formando na garganta dela, bloqueando a passagem das palavras, os olhos de Hermione arderam incomodamente, e ela soube que provavelmente havia empalidecido.

- Eu sei que ele sofreu durante o tempo que esteve fora... – Harry continuou – E eu estava aqui e percebi que você também sofreu com saudades dele... – Harry a viu esfregando com força os olhos – Hermione... Por que foi que você terminou com ele?

- É complicado Harry... – Ela disse numa voz embargada.

Ele se aproximou e sentou-se ao lado dela no sofá, passando um braço em volta dos ombros da amiga num gesto de carinho. – Então por que você não começa a me explicar? Eu sempre fui bom em ouvir, e entender as coisas.

Hermione encarou o amigo com os olhos castanhos brilhando com determinação – Eu não posso... Você não pode saber. 

- Porque não? – Harry perguntou tentando acalmar a amiga.

- Por que eu sei que você vai contar para ele... Para salva-lo... – Ela encostou-se ao ombro de Harry deixando as lagrimas caírem soltas novamente.

- Salva-lo de que? – Harry perguntou confuso.

- De mim Harry... – Hermione respondeu entre soluços.


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Rony aparatou no meio dos jardins d’A Toca. Ele suspirou ao imaginar o que a senhora Weasley diria quando visse o filho coberto de sangue entrando pela porta. Ele foi entrando cautelosamente pela porta da cozinha, tentando não fazer nenhum barulho, mas seus planos foram frustrados quando ele tropeçou numa panela que estava caída no chão. Ele olhou em volta, panelas estavam caídas por toda a cozinha, a mesa havia sido afastada bruscamente, tudo estava fora do lugar.
Ele sacou depressa a varinha: Algo estava errado. Ele correu a toda velocidade em direção a sala d’A Toca, temendo o pior... Talvez pela pressa tenha sido tão descuidado. No momento que ele alcançou a sala ele sentiu uma pressão forte no pescoço, alguém estivera esperando por ele escondido, e agora estava com a varinha encostada direto na lateral do pescoço de Rony.

- Ronald? – Disse o dono da varinha com uma voz familiar. Rony arriscou um olhar para a pessoa que ainda comprimia a varinha no pescoço dele, apenas para reconhecer o Senhor Weasley.

- Sou eu papai...

- Prove. – Disse o senhor Weasley ríspido.

Rony suspirou e pensou em algo por alguns instantes. – Você me deu minha primeira vassoura quando eu tinha cinco anos de idade, no dia do meu aniversario... Trabalhou fazendo hora extra dois meses pra pagar uma vassoura nova, ao invés de me dar à velha do Carlinhos...

- Não acredito que você ainda se lembra dessa historia... – Falou o senhor Weasley abaixando a varinha – Molly... é o Ronald! – Ele gritou para o andar de cima. A senhora Weasley veio descendo a passos velozes a escada, balançando pra lá e pra cá, e quando viu o filho levou as mãos à boca em sinal de espanto.

- O que houve com você? – Ela tinha os olhos arregalados vidrados na manga coberta de sangue da jaqueta de Rony.

- Não é nada mamãe... Eu estou ótimo... – Ele olhou para a sala completamente bagunçada – O que aconteceu aqui? O senhor Weasley indicou ao filho um canto da sala ao qual ele ainda não havia reparado. Um homem desmaiado jazia caído e amarrado por grossas cordas.

- Ele tentou invadir e atacar sua mãe... Mas ela o desarmou e eu o estuporei. Rony se aproximou do invasor caído, e a primeira coisa que ele viu foi a tatuagem na mão do homem: Um circulo com um sete invertido no centro. A mente de Rony começou a trabalhar em alta velocidade.

“Eles sabem quem eu sou...”.

- Mamãe... – Disse o ruivo se levantando rapidamente – Ele veio atrás de mim... É um bruxo das trevas... Logo vai haver mais deles por aqui... A senhora Weasley ficou muito pálida, o senhor Weasley ainda encarava o filho confuso. - Se eles descobriram onde eu moro é questão de tempo até irem atrás dos outros Weasleys... – Ele caminhou decidido em direção do senhor Weasley – Papai... Leve esse aqui para o ministério e fique por lá... Mamãe, eu quero que você vá para o Chalé das Conchas e avise para os outros Weasleys que eles devem ir para um lugar seguro imediatamente entendeu?

A matriarca dos Wealsey assentiu.

- O que está havendo filho? – foi o que o senhor Weasley perguntou.

- Assunto do departamento de Aurores papai... Não posso contar...

- Assunto do departamento de Aurores uma ova! – falou a Senhora Weasley exaltada – Se nossa família está em perigo! Esse assunto é de nosso interesse também!

- Mamãe... – Ele tentou argumentar, mas a senhora Weasley tinha um olhar decidido. Ele se deu por vencido. – Reúna os Weasleys no Chalé das Conchas... Eu explicarei tudo lá... E tomem cuidado!

Ele achou melhor não desperdiçar tempo, antes que os pais pudessem dizer alguma coisa ele subiu as escadas em direção ao próprio quarto. Ele despiu-se rapidamente e colocou o primeiro conjunto de roupas limpas que encontrou. Desceu as escadas a tempo de ver a mãe desaparecendo nas chamas verdes da lareira. O pai arrastava o corpo amarrado até os jardins. - Vou aparatar com ele direto no ministério... – Disse o senhor Weasley quando Rony começou a ajudá-lo a carregar o homem – Lá eu aviso ao Percy e envio corujas para todos os outros... Quando os dois chegaram aos jardins o senhor Weasley segurou firmemente o homem caído – Boa sorte filho... – Foi a ultima coisa que Rony escutou antes do pai desaparecer no ar. Ele encarou o lugar onde o pai acabara de desaparecer antes de aparatar para o beco próximo ao apartamento de Hermione.
Precisava chegar até ela rápido... Se eles sabiam quem ele era, agora era uma questão de tempo até que Hermione se tornasse o próximo alvo.


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Harry ainda tinha um braço em volta dos ombros de Hermione. A garota agora secava as lagrimas, se recusando novamente a dizer a Harry o motivo de sua separação com Rony.
Harry ainda refletia as palavras dela: “Salva-lo de mim”.
O que poderia ter acontecido para que Hermione achasse que ela apresentava um risco pra Rony? Ele estava prestes a fazer mais perguntas a garota quando uma batida tímida na porta fez com que Hermione erguesse a cabeça.

- Deve ser o Rony... – Disse Hermione – Você pode abrir a porta? Eu acho melhor eu continuar a traduzir isso... – Ela puxou novamente o silabário para o colo, e enxugando os olhos começou a olhar a caixinha. Harry concordou e se levantou. Ele foi se dirigindo à porta, lançou um olhar para Hermione para ter certeza de que a amiga já havia disfarçado as lagrimas que havia chorado. Ele girou a maçaneta, mas se surpreendeu ao ver que se encontrava do outro lado da porta.

- Gina? – Ele indagou confuso.

Gina arregalou os olhos e se assustou quando viu Harry dentro do apartamento de Hermione,  por um momento ela olhou em volta, como que para ter certeza de que estava no lugar certo. - Harry... O que você está fazendo aqui? – Falou a ruiva tão confusa quanto o esposo.

- Eu vim tratar de assuntos do Ministério... – Ele ergueu uma das sobrancelhas – Mas e você? O que está fazendo aqui?

- Eu... Eu... Eu vi fazer uma visita a Mione... – Ela foi entrando evitando o olhar de Harry. - Você saiu para trabalhar, pensei em visitar a Mione durante a tarde.

Harry fechou a porta – Mione está um pouco ocupada no momento... Assunto do Departamento de Aurores.

Gina revirou os olhos - Sempre tem algum Assunto do Departamento de Aurores. Vocês precisam de férias sabia? – Ela foi se sentando ao lado de Hermione.

- Você não tem ideia. – Hermione falou. 

O olhar da ruiva encontrou os olhos de Hermione. – Mas o que houve aqui? Você esteve chorando Mione? Tem sangue em cima de você! 

- Não foi nada de mais... Eu estou bem. – Começou a morena, esfregando mais uma vez os olhos. - O sangue não é meu, é do seu irmão.

- O quê? - Gina exclamou. - Por Merlin! O que raios aconteceu?

- Assunto do Departamento de Aurores. - Harry disse de forma cautelosa.

- Dois bruxos atacaram a mim e seu irmão enquanto almoçavamos no Três Vassouras... Mas Rony está bem, ele foi até A Toca para pegar algumas coisas. - Hermione falou sem nem tirar os olhos do silabário.

Harry fez uma careta irritada. - Mione!

- Harry, ela ia ficar sabendo de um jeito ou de outro. - Mione falou impaciente. - Ou por mim, ou espiando nos seus documentos mais tarde.

- Ela está certa. - Gina disse com um sorriso contido. - Eu faço isso as vezes, quando fico preocupada com seu trabalho.
  
Harry até abriu a boca para dizer algo, mas outra vez batidas na porta soaram e o interromperam, Harry foi diretamente até ela e abrindo, para encontrar um Rony ofegante do lado de fora, com roupas limpas.

- Eu... Vim... O mais rápido... Que pude... – Disse o ruivo entre arfadas; apoiado nos joelhos – Temos que ir para o Chalé das Conchas... Imediatamente.

- O que aconteceu? – Falou Hermione, novamente colocando o silabário de lado.

- Eu explico quando chegarmos lá... – O ruivo falou recuperando o fôlego.

- Por que toda essa pressa? – Falou Gina, fazendo com que Rony finalmente notasse a presença dela ali.

- O que você está fazendo aqui? – indagou o ruivo.

- Eu... Eu Vim... Visitar a Mione. – Gina gaguejou procurando palavras.

- Não importa! – Cortou Rony. – Temos que chegar ao Chalé das Conchas...

- O que aconteceu companheiro? – Perguntou Harry.

- Papai e mamãe foram atacados... Eles estão bem! – Ele completou quando viu a cara de espanto dos outros três – A família vai se reunir no Chalé... Precisamos ir... AGORA.

Depressa Harry e Gina cruzaram a porta em direção a saída do prédio, até o beco onde aparatariam. Rony ficou para trás quando percebeu que Hermione não havia se movido.

- O que você está esperando? – perguntou o ruivo.

- É uma reunião de família... Eu vou continuar aqui tentando traduzir isso... – Ela indicou a caixa.

- Até onde eu sei... – Ele fez um gesto apressado para que ela levantasse do sofá – Você é parte dessa família, tanto quanto qualquer outro Weasley.

Ela sentiu as pernas vacilarem quando viu a determinação nos olhos azul cobalto de Rony.

- Leve o silabário... – O ruivo disse – Você termina de traduzir isso lá. Eles alcançaram Gina e Harry no beco, e segundos depois eles estavam aparatando para o Chalé das Conchas. 


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Harry aparatou de mãos dadas com Gina, à primeira coisa que viu foi Gui esperando do lado de fora da casa, o rosto coberto de cicatrizes tinha uma expressão preocupada. O barulho das ondas e o cheiro de mar invadiram imediatamente as narinas de Harry. Rony e Hermione apareceram logo em seguida ao lado deles.

- Vocês foram os últimos – Disse Gui se aproximando – Papai chegou alguns instantes antes de vocês... Estão todos lá dentro... O que raios está acontecendo Rony?

- Eu explico tudo lá dentro. – Disse o ruivo olhando a toda volta para garantir que estavam seguros. Eles entraram apressados no Chalé das Conchas. A casa ainda estava exatamente como Harry se lembrava, Fleur servia chá e biscoitos para todos, que estavam agrupados em todos os cantos da sala, todos os Weasley... Crianças brincavam correndo em todas as direções.

- Gina! – Jorge falou alto tentando abafar a voz das crianças – Ainda bem! Estávamos preocupados... Não sabiamos onde você estava! Disseram que você não foi trabalhar...

- Você não foi ao trabalho? – Harry perguntou a esposa.

A ruiva olhou em todas as direções. – Eu... Eu... Eu não me senti muito bem... Então fiquei em casa. Depois decidi fazer uma visita a Hermione. – Ela disse mais para Jorge do que para Harry, na verdade a ruiva evitou olhar nos olhos verdes do marido. Harry percebeu o nervosismo da esposa, mas preferiu não comentar... Essa não era hora para isso.

Rony olhava apreensivo para todos os Weasleys presentes.

- O que está acontecendo? – perguntou Percy, abraçado a esposa – Mamãe disse que foi atacada!

- Eu não sei ao certo como contar isso a vocês... – O olhar dele se encontrou com o de Hermione que acenou para que ele continuasse; isso pareceu dar mais firmeza na voz de Rony.

- Durante esses anos em que estive fora... – Rony foi dizendo alto para que todos prestassem total atenção nele. – Eu estive espionando bruxos das trevas... Esses mesmos bruxos me seguiram até aqui... – A respiração de todos na sala parecia ter parado. – Eles estão atrás de mim, e de uma coisa que eu trouxe comigo... Algo que eu não posso mostrar, nem dizer o que é... Eles foram até A Toca me procurando. – Ele respirou fundo – É uma questão de tempo até que eles saiam atacando outros Weasleys na tentativa de chegar até mim... Vocês precisam se proteger... Proteger suas famílias... Lancem o feitiço fidelis em suas casas... Eu vou tentar conseguir uma proteção do ministério para todos... Ele respirou fundo e passou os dedos pelo cabelo. – Se eu soubesse que isso iria acontecer... Eu não teria voltado. – Disse Rony amargurado.

- Besteira – Falou Percy – Você estava fazendo o seu trabalho...

- Não foi culpa sua Rony... – Disse Carlinhos se aproximando do irmão.

- Eu vou tentar resolver essa situação o mais rápido que eu puder... – Ele disse com um tom quase de suplica na voz – Eu não vou deixar que ninguém dessa família saia ferido por minha causa...

Involuntariamente Harry olhou pela janela, e ele pode avistar no fundo da casa, o pequeno túmulo de Dobby, que agora era coberto de flores. Naquele momento Harry fez uma promessa silenciosa para si mesmo: Ele ajudaria Rony, ele não deixaria que esses bruxos das trevas fizessem de vitima ninguém que ele amasse... Nenhum membro da família Weasley. Durante os minutos seguintes, Rony deu uma explicação mais detalhada sobre os bruxos das trevas, e como eles haviam tentado entrar n’A Toca. Harry se aproveitou do interesse dos Weasleys para levar Gina até a cozinha sem que ninguém percebesse.

- Certo Gina... Conte-me a verdade... Exatamente o que está acontecendo com você? – ele disse serio, encarando a mulher diretamente nos olhos. Os verdes refletindo os castanhos.

- Eu... Eu não sei do que você está falando... – Gina estava mais nervosa do que nunca.

- Por que você faltou ao trabalho? – Ele perguntou ainda sério.

- Eu já disse... Eu não me senti bem. – Ela quebrou o contato visual e passou a encarar os próprios pés.

- Quem você está tentando enganar? Se você não estava se sentindo bem, por que foi visitar Hermione? – Ele passou a mão gentilmente pelo rosto dela, fazendo com que ela o encarasse novamente.

- Harry eu... Eu... – Ela tentou encontrar as palavras. Nesse momento Rony entrou na cozinha limpando a garganta para chamar a atenção dos dois. – Espero não estar atrapalhando nada... – Ele foi dizendo – Mas uma coruja acabou de chegar... Eles precisam de nós imediatamente no ministério Harry.

- Eu vou num instante... – Harry disse ao amigo. Rony lançou um olhar à irmã antes de dar as costas e deixa-los sozinhos novamente. Harry puxou Gina para um abraço e sussurrou ao ouvido dela – O que quer que esteja te atormentando... Pode me contar... Não importa o que seja...

Ela se afastou do abraço para encará-lo nos olhos mais uma vez. - Você não precisa me contar nada agora... – Disse Harry – Fique aqui com o resto da família... Quando eu voltar do minsiterio nos conversamos certo?

Tudo que Gina pode fazer foi concordar com um aceno de cabeça. Harry deu um beijo carinhoso na esposa antes de se afastar e voltar para a sala. - Sempre tem algum assunto do Departamento de Aurores, não é mesmo? - Gina disse para Harry enquanto ele se afastava.

- Eu realmente preciso de férias. - Harry deu de ombros sorrindo para ela.

Rony já estava dentro da lareira. “Ministério da Magia” O ruivo disse antes de ser engolido pelas chamas verdes.

- Eu vou para o ministério também – Disse Hermione. – Eu preciso checar alguns livros que eu tenho no meu escritório. Ela tomou a dianteira, encheu a mão com um pó que se encontrava numa caixa em cima da lareira. Ela lançou o pó dizendo “Ministério da Magia”, e assim como Rony desapareceu engolfada pelas chamas verdes. Harry encheu a mão com o pó da mesma caixa que Hermione, ele já estava entrando na lareira quando Gina o alcançou.

- Eu te amo... – Ela disse baixinho, só para ele ouvir.

- Eu também. – Ele sussurrou ao ouvido dela. Com um ultimo beijo Harry entrou na lareira, lançando o pó de flú e falando claramente “Ministério da Magia”. O rosto de Gina foi a ultima coisa que ele viu antes de ser tragado pelas chamas esmeraldas.


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