Capitulo 5



Capitulo 5 

                                                      XXX--XXX


Houve um grito longo e agudo. A montanha-russa fez um ruído surdo enquanto seguia o trilho, alcançava uma outra curva e inclinava seus passageiros. Luzes estavam piscando ao longo do caminho, e havia barulho. Muito barulho. O barulho das máquinas em funcionamento, o zunido eletrônico e bips de videogames, o disparo em barracas de tiro ao alvo e o pregão dos vendedores de comidas e bebidas.


 


Uma música metálica soava por toda parte, mas o que mais se destacava era o som de pessoas. Elas estavam rindo, gritan­do, conversando. E havia os aromas: pipoca, amendoim, cachorro-quente, pastéis.


 


Hermione carregou um outro pente de ba­las em um rifle reduzido e entregou-o a um aspirante a xerife estilo Wyatt Earp.


 


— Coelhos valem cinco pontos, patos, dez, veados valem 25, e ursos, 50.


 


O franco-atirador de 16 anos mirou e conseguiu caçar um pato e um coelho. Esco­lheu uma cobra de borracha como prêmio, para o desgosto e gritos da namorada.


 


Meneando a cabeça, Hermione os obser­vou se afastarem. O garoto passou o braço ao redor dos ombros da menina, então procurou o romance balançando a cobra na frente do rosto dela. Ganhou um golpe rápido nas costelas.


 


A multidão estava reduzida naquela noite, mas isso era esperado fora da tem­porada de verão. Particularmente, Hermione sabia, quando havia tantos outros parques com mais brinquedos, entretenimento ao vivo e uma seleção mais sofisticada de videogames. Ela não se importou com o mo­vimento fraco. Estava preocupada, como se sentia desde a noite que Harry tinha visto seu estúdio. Em três dias, não ouviu uma palavra sobre ele. No começo, quisera muito vê-lo, conversar sobre as coisas que ele lhe dissera. Harry a havia feito pensar, a considerar a parte de si mesma que vinha ignorando ou ocultando durante a maior parte da vida.


 


Todavia, seu desejo de falar com Harry havia desaparecido conforme os dias pas­saram. Afinal de contas, que direito tinha ele de criticar seu estilo de vida? Que direi­to tinha de fazê-la sentir como se houvesse cometido um crime? Ele a julgara, a acusa­ra e a condenara num espaço de minutos. Então, tinha desaparecido.


 


Três dias, pensou Hermione, entregando um rifle a outro atirador esperançoso. Três dias sem uma palavra. E, para seu desprazer, esperara por ele. À medida que os dias passaram, ela se refugiara na raiva. Harry não somente a tinha criticado e repreen­dido, lembrou, mas levara duas de suas esculturas favoritas. Mil dólares coisa nenhuma, pensou, franzindo o cenho enquanto encaixava o pente de balas num rifle vazio. Apenas conversa fiada, nada mais. Falar! Ele fazia isso muito bem. Era provavel­mente mentira que fosse dono daquele restaurante. Mas por quê? Homens assim não precisavam de razões lógicas, decidiu ela. Era tudo uma questão de ego.


 


— Homens — murmurou Hermione quan­do entregou o rifle para a nova cliente.


 


— Sei o que você quer dizer, querida. — A loura rechonchuda pegou o rifle de Hermione com uma piscadela.


 


Hermione afastou a franja dos olhos e fran­ziu o cenho.


 


— Quem precisa deles? — perguntou.


 


A mulher pôs o rifle no ombro.


 


— Nós precisamos, querida. Este é o problema.


 


Hermione deu um suspiro quando a mu­lher ganhou 125 pontos.


 


— Boa pontaria — elogiou ela. — Sua escolha está na segunda fileira.


 


— Dê-me aquele hipopótamo, querida. Ele se parece um pouco com meu segundo marido.


 


Rindo, Hermione o tirou da prateleira e entregou-lhe.


 


— Aqui está.


 


Com mais uma piscadela, a mulher enfiou o hipopótamo debaixo do braço e partiu.


 


Hermione se recostou enquanto duas crian­ças tentavam sua sorte. A troca havia sido típica da informalidade apreciada por pessoas em parques de diversões. Ela sorriu, sentindo-se menos triste, mesmo que não inteiramente aliviada pelas observações da mulher. Mas ela não conhece Harry, refle­tiu Hermione, novamente trocando um rifle por uma moeda de 25 centavos. E nem eu o conheço, lembrou a si mesma.


 


Automaticamente, Hermione preparou o troco quando uma nota de um dólar foi colocada sobre o balcão.


 


— Dez tiros por 25 centavos — ela começou o discurso. — Coelhos valem cinco, patos, dez... — Colocou três moedas de 25 centavos sobre o balcão enquanto pegava um rifle. No momento em que os dedos lhe devolveram o troco, Hermione os reconheceu.


 


— Vou jogar um dólar — disse Harry, vendo-a olhar para cima em surpresa. Ele sorriu, então se inclinou para lhe pressionar um beijo rápido nos lábios. — Para dar sorte — acrescentou, quando ela teve um sobressalto.


 


Antes que Hermione pudesse guardar as moedas no bolso, Harry já tinha derruba­do cada um dos ursos.


 


— Uau! — Os dois garotos parados ao lado de Harry estavam impressionados. — Ei, moço, pode fazer isso de novo? — um deles perguntou.


 


— Talvez. — Harry se voltou para Hermione. — Recarregue para mim.


 


Sem falar, ela lhe entregou o rifle recarregado.


 


— Gosto do perfume que você está usando — comentou ele enquanto suspi­rava. — O que é?


 


— Óleo de rifle.


 


Ele riu, então explodiu os pobres ursos, um por um. Os dois garotos gritaram em apreciação ao mesmo tempo. Uma multidão começou a se reunir.


 


— Ei, Hermione. — Ela olhou para cima e viu as gêmeas Bailey se inclinando sobre o balcão. Os dois pares de olhos se desviaram para Harry de maneira significativa.


 


— Ele não é o...


 


— Sim — disse Hermione brevemente, não querendo explicar.


 


— Delicioso — murmurou Teri baixi­nho, dando a Harry um sorriso de flerte quando ele endireitou o corpo.


 


— Hã-hã — concordou Jeri com um sorriso idêntico.


 


Harry lhes lançou um longo olhar apreciativo.


 


— Aqui está. — Hermione estendeu o rifle para ele. — Esta é sua última jogada.


 


Harry aceitou o rifle.


 


— Obrigado. — Ele o ergueu nova­mente. — Vai me desejar sorte?


 


Hermione encontrou seus olhos diretamente.


 


— Por que não?


 


— Meg, eu sou louco por você.


 


Ela lidou com a sensação que aquelas pa­lavras lhe causaram pegando o quarto conjunto de ursos que Harry havia derrubado. Espectadores aplaudiram vigorosamente. Ele pôs o rifle sobre o balcão, depois deu sua total atenção a Hermione.


 


— O que eu ganho?


 


— Qualquer coisa que quiser.


 


O sorriso dele era brilhante, e os olhos nunca deixaram seu rosto. Hermione enru­besceu instantaneamente, detestando a si mesma. De propósito, deu um passo ao lado e gesticulou em direção aos prêmios.


 


— Vou levar Henry — disse ele. Quan­do ela lhe lançou um olhar intrigado, Harry apontou. — O elefante. — Olhan­do para cima, Hermione viu o elefante roxo de três patas e o pegou. Mesmo enquanto o colocava sobre o balcão, Harry pegou suas mãos. — E você.


 


Ela forçou um tom de voz calmo:


 


— Somente os itens exibidos são prê­mios elegíveis.


 


— Adoro quando você fala assim — co­mentou ele.


 


— Pare com isso! — sussurrou Hermione, corando quando ouviu as risadinhas das gêmeas Bailey.


 


— Nós tínhamos uma aposta, lembra? — Harry lhe sorriu. — É sexta-feira à noite.


 


Hermione tentou retirar as mãos, mas os dedos dele estavam entrelaçados nos seus.


 


— Quem disse que eu perdi a aposta? — perguntou ela. A multidão ainda esta­va reunida ali em volta da barraca, então Hermione falou bem baixinho, mas ele não se importou.


 


— Vamos, Mione, ganhei a aposta hones­tamente. Você não vai voltar atrás, vai?


 


— Psiu! — Ela olhou para a multidão curiosa. — Eu nunca volto atrás — sus­surrou, furiosa. — E mesmo se eu tivesse perdido, o que nunca disse que aconteceu, não posso deixar a barraca. Tenho certeza que você pode encontrar uma outra pessoa para lhe fazer companhia.


 


— Quero você.


 


Hermione se esforçou para manter os olhos firmes nos dele.


 


— Bem, não posso sair daqui. Alguém tem de atender as pessoas.


 


— Hermione. — Um dos funcionários de meio-período chegou e entrou por baixo do balcão. — Pop me mandou aqui para liberar você. — Ele sorriu inocentemente quando ela lhe deu um olhar desgostoso.


 


— Na hora certa — murmurou ela e tirou o avental que tinha um bolso para as moedas e colocou-o nas mãos dele. — Muito obrigada.


 


— Claro, Megan.


 


— Ei, guarde isso aí atrás para mim, por favor. — Harry jogou o elefante para o funcionário e capturou as mãos de Hermione novamente tão logo ela saiu por baixo do balcão, e quando endireitou o corpo, ele a puxou para seus braços.


 


O beijo foi longo e exigente. Quando Harry se afastou, os braços de Hermione enlaçavam-lhe o pescoço. Hermione os deixou lá, estudando-lhe o rosto com olhos escuros.


 


— Tenho desejado fazer isso há três dias — murmurou ele e lhe roçou o nariz gentilmente com o seu.


 


— Por que você não fez? Ele arqueou uma sobrancelha, então sorriu quando o rubor de Hermione traiu a impetuosidade de suas palavras.


 


— Não foi isso que eu quis dizer — começou ela, baixando as mãos e tentando se desvencilhar.


 


— Sim, foi — replicou ele e então a liberou, mas passou um braço amigável ao redor dos ombros delgados. — Foi bom ouvir, não estrague isso. — Olhou ao redor do parque. — Que tal um giro por aí?


 


— Não sei por que você quer um. Não estamos vendendo.


 


— Veremos sobre isso — disse ele totalmente confiante, como sempre. — Mas, de qualquer forma, estou interessado. Sabe por que as pessoas vêm aqui? Num lugar como este? — Harry gesticulou com seu braço livre para englobar o parque.


 


— Para se divertir — respondeu Hermione, seguindo o movimento do braço.


 


— Você não mencionou as duas razões mais importantes — acrescentou ele. — Para fantasiar e para se exibir.


 


Eles pararam para ver um homem de meia-idade tirar a jaqueta e tentar tocar o sino. O martelo desceu com um estrondo alto, mas a bola subiu só até a metade da régua. Ele esfregou as mãos e se preparou para tentar de novo.


 


— Sim, tem razão. — Hermione jogou os cabelos para trás com um movimen­to da cabeça, depois sorriu. — Você deve saber.


 


Harry inclinou a cabeça e deu um sor­riso.


 


— Quer que eu toque o sino?


 


— Músculos não me impressionam — disse ela com firmeza.


 


— Não? — Ele a guiou para longe dali, com o braço ainda ao seu redor. — O que a impressiona?


 


— Poesia — respondeu Hermione imedia­tamente.


 


— Hmm. — Harry coçou o queixo e evitou um trio de adolescentes. — Que tal um poema humorístico de cinco versos? Conheço ótimos poemas humorísticos.


 


— Aposto que conhece. — Ela meneou a cabeça. — Acho que desisto.


 


— Covarde.


 


— Ah, é? Vamos andar na montanha-russa. Então veremos quem é covarde.


 


— Vamos lá. — Pegando-lhe a mão, ele começou a andar em velocidade. Parou no estande dos ingressos, e ela recuperou o fô­lego, agradecida.


 


Devo enfrentar isso, refletiu enquanto estudava o rosto de Harry. Gosto dele. Não adianta nada fingir que não gosto.


 


— Sobre o que está pensando? — Harry quis saber quando pagou pelos ingressos deles.


 


— Que eu poderia aprender a gostar de você... em 3 ou 4 anos. Por breves perío­dos de tempo — acrescentou Hermione, ain­da sorrindo.


 


Harry lhe pegou as mãos e as beijou, surpreendendo-a com o choque que per­correu seus braços.


 


— Lisonjeador — murmurou ele, enquanto os olhos lhe sorriam sobre as mãos unidas dos dois.


 


Aflita pelo poder que sentira abalar seu organismo, Hermione tentou retirar as mãos. Era imperativo, por motivos que entendia apenas parcialmente, que mantivesse o relacionamento deles casual.


 


— Você precisa segurar minha mão. — Harry gesticulou a cabeça em direção à montanha-russa. — Tenho medo de al­turas.


 


Hermione riu. Permitiu-se esquecer-se do instante tempestuoso e do sinal de perigo. Manteve as mãos nas dele.


 


Harry não ficou satisfeito somente com a montanha-russa. Levou-a em todos os brinquedos. Eles se perderam no labirinto mental, se assustaram no castelo assombrado e giraram preguiçosamente na roda-gigante.


 


Do topo da roda-gigante, observaram as luzes coloridas do parque, e o mar se estendendo à direita. O vento jogava os cabelos no rosto dela. Harry os segurou em sua mão enquanto subiam em direção ao topo novamente. Quando a beijou, o ato pareceu natural e certo... alguma coisa compartilhada, um momento que perten­cia apenas aos dois. O barulho e as pesso­as abaixo pertenciam a um outro mundo. O deles era apenas o movimento suave da roda-gigante e a dança da brisa. E os to­ques de boca com boca. Não havia exigên­cia, somente uma oferta de prazer.


 


Hermione relaxou contra ele, descobrin­do sua cabeça naturalmente encaixada na curva do ombro largo. Abraçada a Harry, viu o mundo girar. Acima, as estrelas eram dispersas e poucas. Uma lua minguante revezava entre aparecer e se esconder atrás das nuvens. O ar estava frio com a brisa do mar. Ela suspirou, extremamente con­tente.


 


— Quando foi a última vez que você fez isso?


 


— Fiz o quê? — Hermione inclinou a cabeça para olhá-lo. Os rostos estavam perto, porém não mais sentia o perigo agora, ape­nas satisfação.


 


— Divertiu-se neste parque. — Harry tinha visto sua expressão confusa. — So­mente se divertido, Hermione, pelo simples prazer de se divertir.


 


— Eu... — A roda-gigante diminuiu o ritmo, então parou. As cadeirinhas ba­lançaram gentilmente enquanto os passageiros eram substituídos por novos. Ela lembrou-se de épocas em que havia sido muito jovem. Quando isso acabara?


 


— Não sei. — Hermione se levantou quando o atendente ergueu a barra de seguran­ça.


 


Desta vez, enquanto caminhava com Harry, olhou ao redor, pensativamente.


 


Viu várias pessoas que conhecia; pessoas da região que haviam saído para uma noite de divertimento, misturadas com turistas em férias antes da temporada.


 


— Você precisa fazer isso com mais frequência — comentou ele, conduzindo-a em direção ao lado leste do parque. — Rir — continuou, quando ela virou a cabeça para olhá-lo. — Descansar, relaxar as res­trições que impõe a si mesma.


 


A coluna de Hermione ficou tensa.


 


— Para alguém que mal me conhece, você parece muito certo do que é bom para mim.


 


— Isso não é difícil. — Ele parou numa barraca de comida e pediu dois sorvetes.


 


— Você não tem nenhum mistério, Mione.


 


— Muito obrigada.


 


Com uma risada, Harry lhe entregou uma casquinha.


 


— Não fique irritada. Eu disse isso como um elogio,


 


— Suponho que você conheça muitas mulheres sofisticadas.


 


Harry sorriu, então passou o braço ao redor dela quando recomeçaram a andar.


 


— Existe uma, chama-se Jessica. Ela é uma das mulheres mais lindas que conhe­ço.


 


— Verdade? — Hermione lambeu o sorve­te de baunilha.


 


— Loura, com aquela aparência clássi­ca. Sabe como é, pele lisa, feições finamen­te esculpidas, olhos azuis. Incríveis olhos azuis.


 


— Que interessante.


 


— Oh, ela é tudo isso — continuou ele. — E mais: inteligente e com senso de humor.


 


— Você parece gostar muito dela. — Hermione dedicou ao sorvete sua total aten­ção.


 


— Um pouco mais do que isso, na ver­dade. Jessica e eu moramos juntos por di­versos anos. — Ele jogou a bomba sem rodeios, — Ela está casada agora e tem dois filhos, mas ainda conseguimos nos ver de vez em quando. Talvez ela possa vir passar alguns dias aqui, então você poderá conhecê-la.


 


— Oh, verdade! — Hermione parou, irri­tada. — Gabar-se de seu relacionamento com uma outra pessoa! Se você acha que quero conhecer sua... sua...


 


— Irmã — completou Harry, depois mordeu sua casquinha de sorvete. — Você vai gostar dela. Seu sorvete está pingando, Mione.


 


Eles andaram para os portões de entrada do parque.


 


— É um parque muito bonito — mur­murou Harry. — Pequeno, mas muito bem organizado. Sem funcionários com expressões entediadas. — Enfiou a mão no bolso distraidamente e tirou um pedaço de papel. — Esqueci de lhe dar seu cheque.


 


Hermione o guardou no bolso sem sequer olhar para o cheque. Seus olhos estavam no rosto de Harry. Estava muito ciente da direção dos pensamentos dele.


 


— Meu avô devotou sua vida a este par­que — ela o relembrou.


 


— Assim como você — disse ele.


 


— Por que você quer comprá-lo? — perguntou ela. — Para fazer dinheiro?


 


Harry ficou em silêncio por um longo momento. Por consentimento mútuo, eles atravessaram o calçadão e se moveram para a areia em declive em direção à água.


 


— Este é um motivo tão ruim assim, Mione? Você tem objeção quanto a ganhar dinheiro?


 


— Não, é claro que não. Isso seria ridículo.


 


— Imaginei se foi por isso que você não fez nada com suas esculturas.


 


— Não. Eu faço o que sou capaz de fa­zer, e quando tenho tempo. Existem prioridades.


 


— Talvez as suas estejam fora de or­dem. — Antes que ela pudesse comentar, ele falou de novo: — Como afetaria o em­preendimento se o parque tivesse alguns brinquedos mais modernos e fosse expan­dido?


 


— Nós não temos condições...


 


— Não foi esta a minha pergunta. — Ele a segurou pelos ombros e seus olhos eram sérios.


 


— Os negócios melhorariam, naturalmente — respondeu Hermione. — As pesso­as vêm aqui para se divertir. Quanto mais divertimento for proporcionado, e quanto melhor o tipo de diversão, mais felizes elas ficam. E mais dinheiro gastam.


 


Harry assentiu enquanto lhe estudava o rosto.


 


— Esses eram os meus pensamentos.


 


— Pensamentos acadêmicos, porque simplesmente não temos o dinheiro necessário para uma reforma geral.


 


— Hmm? — Embora ele a estivesse olhando diretamente, Hermione viu que a atenção de Harry havia se desviado. Ob­servou quando esta foi focalizada nova­mente.


 


— No que você está pensando? — per­guntou ela.


 


O aperto em seus ombros se transfor­mou numa carícia.


 


— Que você é extraordinariamente linda.


 


Hermione se afastou.


 


— Você não estava pensando nisso.


 


— É o que estou pensando agora. — O brilho estava de volta nos olhos dele quando deslizou as mãos para a cintura dela. — Foi o que pensei da primeira vez em que a vi.


 


— Você é ridículo. — Ela tentou se distanciar, mas Harry a puxou para mais perto.


 


— Eu nunca neguei isso. Mas você não pode me chamar de ridículo por achá-la linda. — O vento soprou os cabelos de Hermione para trás, deixando seu rosto liso. Harry deu-lhe um beijo suave e inespera­do na testa. Ela sentiu os joelhos amolecerem. Colocou as mãos no peito dele, tanto para apoio como em protesto. — Você é uma artista. — Pressionando-a ainda mais contra seu corpo, acrescentou em tom baixo: — Reconhece beleza quando a vê.


 


— Não faça isso. — O protesto era fra­co quando ela tentou sair dos braços dele.


 


— Não fazer o quê? Não beijar você? — Vagarosamente, a boca de Harry lhe traçou a pele. — Mas tenho de fazer isso, Mione. — Tocou-lhe os lábios suavemente, então os retirou, e o coração de Hermione pa­receu parar. O sabor dos lábios que roçaram os seus era maravilhoso. Tão tentador que, com um gemido de prazer, ela o pu­xou mais para si.


 


Algo pareceu explodir no interior de Hermione enquanto o beijo se aprofundava. Abraçou-o forte por um momento, confu­sa. Depois, apavorada pelo poder daquilo. Desejos, emoções e novas sensações se uni­ram muito rapidamente para que pudesse controlá-las. Quando o pânico a invadiu, Hermione lutou nos braços fortes. Teria cor­rido, cegamente, sem direção, mas Harry segurou seus braços e a manteve imóvel.


 


— O que houve? Você está tremendo.


 


— Gentilmente, ele inclinou-lhe o quei­xo até que os olhos deles se encontrassem.


 


Os de Megan estavam arregalados, os de Harry, sérios. — Eu não quis assustá-la. Desculpe-me.


 


A gentileza quase a destruiu. O amor, descoberto tão recentemente, lutava para ser liberado. Ela meneou a cabeça, saben­do que sua voz seria embargada pelas lágri­mas se falasse. Engolindo em seco, rezou para que pudesse se controlar.


 


— Não, é que... Eu preciso voltar. Eles estão fechando. — Atrás dele, Hermione po­dia ver as luzes piscando.


 


— Mione. — O tom de voz a fez parar. Não era de exigência desta vez, mas um pedido. — Jante comigo.


 


— Não...


 


— Eu nem mesmo disse que dia — as­sinalou ele suavemente. — Que tal na se­gunda-feira?


 


Hermione continuou firme.


 


— Não.


 


— Por favor.


 


A resolução se dissolveu com um sus­piro.


 


— Você não está jogando limpo — murmurou ela.


 


— Nunca. Que tal às 7h?


 


— Sem piqueniques na praia — exigiu ela.


 


— Comeremos em um lugar fechado, prometo.


 


— Tudo bem, mas só jantar. — Hermione deu um passo, afastando-se. — Agora te­nho de ir.


 


— Acompanho você. — Harry lhe pe­gou a mão e beijou-a antes que ela pudesse detê-lo. — Preciso pegar meu elefante.


 
                                                      XXX--XXX

 OIIIIIIIII!!!!!!!!!!!

Obrigado por estarem acompanhando. 
Espero que esteja gostando.

Muito Obrigada Laauras por seu comentario, prometo que as coisas vao ficar mais claras em breve.

Muito Obrigada, continuem lendo e comentando por favor!!!!!!!!!! 

Compartilhe!

anúncio

Comentários (3)

  • Laauras

    Capítulo light né? Gostei mesmo assim, achei mt divertida a parte que o Harry acerta os ursos, ô pontaria viu?! ;) kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkBjão, esperando q o próximo capítulo venha rapi10! 

    2013-08-18
  • Saito

    Estou adorando sua fic... realmente muito boa, mal posso esperar para saber o que irá acontecer :D

    2013-08-18
  • RiemiSam

    Homem misterioso e provocante. Parece que tem algo mais escondido nessa história. Estou curiosa.

    2013-08-18
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.