Sonhos











CAPÍTULO V







CAPÍTULO V



Sonhos





As notícias se espalharam com uma velocidade impressionante, e logo o salão fervilhava com o burburinho exaltado das conversas. Harry, Rony e Hermione não conseguiam esconder a incredulidade.





- Isso não é possível! - exclamou Rony, após ler a matéria - Eles estão retratando o Malfoy como um herói!





- Realmente, não faz o menor sentido. - concordou Harry, franzindo a testa enquanto continuava examinando as notícias - Por que ele teria ajudado os guardas do ministério, fazendo com que Voldemort o matasse?





- Segundo o Profeta, ele vinha alegando estar agindo sob a Imperius. – continuou Rony, lendo um trecho do jornal. - Uma ova, que estava!





- Nós sabemos disso, Rony, mas os outros vão acreditar que ele foi uma vítima de Voldemort, e não um seguidor.





- E aí está a resposta pra isso tudo, Harry. - conclui Hermione - Os Malfoy são uma das famílias mais influentes da comunidade bruxa, mas com a imagem de Lúcio denegrida, eles perderam essa influência, tornando-se inútil para Voldemort.





- Mas com ele morrendo como um herói... - continuou Harry, entendendo onde a amiga queria chegar.





- Os Malfoy recuperam seu poder. - conclui Rony, dando um soco na mesa - Filhos da ...!!!





- Isso significa que o Draco ficaria ao lado de Voldemort, mesmo ele sendo o assassino do pai dele? - Harry estava realmente surpreso.





- E desde quando algo como lealdade familiar é importante para nosso amigo? - as palavras de Rony estavam repletas de sarcasmo - Tudo o que importa a ele é o poder, não importa como consegui-lo.





- Rony tem razão, Harry. - concordou Mione - É uma coisa horrível, mas é a realidade: o Malfoy só se importa com isso.





Harry não estava muito certo disso: sabia que Draco era mau e ambicioso, mas também sabia que era muito ligado ao pai. Mas não contradisse os amigos, seguindo-os para fora do salão, para a primeira aula do dia.





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A primeira aula era Poções, e qual não foi a surpresa quando, ao invés de Snape, encontraram a Donovan nas masmorras.





- O Professor Snape não poderá dar sua aula hoje. - ela anunciou, quando todos já tinham se acomodado - Como todos já devem saber, ele perdeu um grande amigo... - sua voz era repleta de ironia - ... e teve que se ausentar, para comparecer ao seu funeral. Por isso, vocês terão que se contentar comigo. Vamos começar.





Aquela foi a aula de Poções mais agradável que eles tiveram. Não precisavam se preocupar com a perseguição de Snape, e Neville mostrou porque conseguira nota para a turma de N.O.M.: sem a pressão que o mestre exercia, ele se saiu muito bem com sua poção, conseguindo 10 pontos para a Grifinória.





Já o pessoal da Sonserina não podia dizer o mesmo. Sem a proteção de seu diretor, a maioria perdeu pontos pelos erros cometidos, e pelo comportamento em sala. Crabbe e Goyle, que só estavam naquela aula com permissão especial de Snape (já que tinham sido péssimos nos exames), foram os que mais sofreram com isso.





- Parkinson, não é? - Kristyn falava de forma simpática com a aluna, que, para desgosto de Rony, fez a poção de forma perfeita, e portanto, não perderia pontos - Eu conheci seus pais, sempre achei que formavam um par perfeito. Aliás, você é exatamente do jeito que eu sempre imaginei.





A sonserina agradeceu, confusa, sem entender a ironia daquelas palavras. Nesse momento, um sapo pulou no colo da professora.





- Ora, olá, Trevo! - ela cumprimentou com evidente prazer, pegando o sapo na palma da mão e acariciando seu dorso com o dedo. - Há quanto tempo! Estou vendo que a poção de Alice funcionou.





A turma observava, confusa, enquanto o sapo parecia sorrir de volta para ela. Neville se aproximou, acanhado, para recuperar seu bichinho.





- A senhora conhece meu sapo? - perguntou, tímido.





- Quantas vezes eu não tive que ajudar sua mãe a procurar esse fujão! - respondeu, com um sorriso saudosista - E parece que ele ainda não perdeu esse hábito, não é?





Neville sorriu, concordando, enquanto pegava o sapo de volta.





- Mas, professora, como Trevo pode ter sido da mãe de Neville? - foi Hermione quem formulou a pergunta que estava na cabeça de todos - Ele teria que ter mais de vinte anos!





- Acontece, minha cara Hermione, que Alice era muito boa em se tratando de poções – seu pai que o diga, Harry – e ela ministrou uma poção em Trevo, para que ele tivesse uma vida mais longa que o normal. Ela adorava esse sapo.





Rony cutucou Harry, chamando sua atenção para Crabbe e Goyle, que olhavam para o sapo de forma maligna, as intenções muito claras em seus rostos. Mas, infelizmente para eles, os dois não foram os únicos a notarem.





- Quero deixar bem claro, para todos, - começou a professora, com um tom que intimidaria qualquer um - que se algo acontecer a esse sapo, eu me encarregarei pessoalmente dos responsáveis. Entenderam? - ela andou até os sonserinos, sua postura ameaçadora, enquanto segurava o queixo de cada um, obrigando-os a encará-la, e era visível o quanto estavam assustados com ela - Podem ter certeza, vocês não vão querer me ver aborrecida. Perguntem a seus pais.





O sinal anunciando o fim da aula tocou naquele momento, e os sonserinos, aliviados, saíram rapidamente. Os grifinórios os seguiram com mais calma.





- A cada dia que passa, eu gosto mais dessa mulher! - exclamou Rony, divertido - Viram como ela lidou com os dois gorilas? Duvido que tenham coragem de se aproximar do sapo, agora!





- Ela é ótima mesmo. - concordou Hermione - O que dificulta nosso trabalho.





- Como assim, Mione?





- Ora, Harry, por acaso você acha que vai ser fácil espioná-la?





A amiga tinha razão. Seria realmente uma tarefa complicada. Eles seguiram para a aula seguinte, pensando sobre seus planos.





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Draco voltou para a escola na semana seguinte, e sua postura confirmou as suposições de Hermione. Estava muito claro para todos que sua família recuperara a influência perdida – isso ficava óbvio pelas matérias elogiosas do Profeta – e o tom falso com que apregoava a dor pela perda do pai causava verdadeira repugnância em Harry.





Outro ponto negativo para o trio, foi que não conseguiram nenhum avanço em suas investigações, mesmo já tendo se passado duas semanas desde que começaram a agir. Eles vigiavam a professora em todos os seus momentos livres, mas ela ficava a maior parte do tempo, em que não estava dando aula, trancada em sua sala.





- O que será que ela tanto faz, lá dentro? - perguntou Harry aos amigos, na terceira noite de vigília a porta de sua sala.





- Provavelmente, prepara suas aulas, tira um cochilo, sei lá! - respondeu Rony, mal-humorado. Estava se cansando daquela espera inútil.





- Hoje, nós vamos saber. - anunciou Hermione, com um grande sorriso satisfeito.





- É mesmo? - retrucou Rony, irônico - E como, a senhorita pode nos dizer?





- Com isso! - ela mostrou a palma da mão, onde algumas bolinhas, bem pequenas e transparentes, repousavam.





- Continuamos na mesma, Mione. - disse Harry, intrigado - O que é isso?





- Bem, lembram das Orelhas Extensíveis de Fred e Jorge? - os amigos assentiram - Eu fiz uma pequena adaptação. Elas agora funcionam como as escutas que os trouxas usam. Eu prendi uma na roupa da professora, hoje cedo.





- Mione, você é um gênio!!! - Harry não cabia em si de contentamento. Agora sim, descobririam algo!





A amiga corou, enquanto distribuía as escutas, e eles puderam ouvir a conversa que estava acontecendo no interior do escritório.





"- Quer dizer que vocês podem encerrar as sessões? - era a voz de Kristyn.





- Ainda temos que continuar mais um pouco, por precaução, mas posso afirmar que estão completamente recuperados. - a animação na voz suave que respondeu era latente.





- Mas isso é ótimo, Ana! Vou agora mesmo contar a Dumbledore!





- O diretor está sabendo, Remo já se encarregou disso.





- Por falar nisso, como vão as coisas entre vocês? - a pergunta foi feita num tom malicioso, sugestivo.





- Na mesma. Quando eu acordei, na manhã seguinte àquela noite, ele já havia ido embora. Mais tarde, quando voltamos a nos encontrar, ele continuou me tratando com a mesma fria cordialidade. Parece até que não aconteceu nada. - ouviu-se um suspiro desanimado.





- Que sujeitinho difícil, hein? Você não contou nada sobre Rhea, então?





- Não, vai ser como combinamos: vamos esperar o momento apropriado para as revelações. Por falar nisso, como eles estão?





- Se adaptaram bem. - respondeu, casualmente.





- E você, está conseguindo manter a fachada? - a voz agora estava divertida - Sei como é coruja...





- Não sou nada disso, viu? - retrucou, indignada, fazendo a outra rir - E sim, nós conseguimos enganar a todos, o disfarce deles está seguro.





- Isso é bom. Agora tenho que ir, Remo vai chegar daqui a pouco para irmos ao Ministério. Cruze os dedos, ok?





- Pode deixar. Até amanhã."





A partir daí o silêncio imperou, e o trio decidiu que tinham conseguido informações suficientes naquela noite. Voltaram rapidamente para a Torre, cujo salão comunal estava deserto.





- Satisfeita agora, Hermione? - a voz de Harry estava triunfante.





- Não há nada de conclusivo nessa conversa, Harry.





- Ah, qual é, Mione! Você não quer é dar o braço a torcer! - contradisse Rony.





- É, e nós descobrimos outro fato importante: a outra prima, Rhea, deve ser filha do Remo.





- Mais essa, agora, Harry?!





- Hermione, você não ouviu a conversa? - perguntou Rony, irônico - Tenho que repetir pra você?





- Não, senhor espertinho, eu ouvi muito bem a conversa. Mas em nenhum momento eu as ouvi dizendo que são mães dos Deveraux, e tampouco que Remo e Sirius são os pais!





- Tudo bem, Mione, se você ainda não está convencida, nós vamos continuar investigando, até você se dar por satisfeita. - concluiu Harry, seguindo para seu dormitório, com Rony, enquanto a amiga seguia para o dela.





Nenhum deles percebeu que estavam sendo observados.





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Outro fim-de-semana chegou, e Gina não havia voltado ao local onde encontrara o tal Eros. Estava decidida: não voltaria a encontrá-lo. O rapaz era muito abusado, e aquele segredo todo a enervava. Sem contar que parecia ter um ego do tamanho do mundo. Não, ela não voltaria a cair na sua rede.





Estava tomando o café da manhã de sábado, quando uma das corujas da escola deixou uma carta a sua frente. Curiosa, ela se apressou a abri-la, encontrando apenas uma linha, numa letra já conhecida.





"Não sabia que era uma covarde."





"Eu não sou covarde! Quem ele pensa que é?!", a raiva tomou conta dela. Ah, se soubesse quem era aquele engraçadinho, ele ia se ver com ela, ah se ia! Mas como não sabia, só restava uma alternativa: naquela noite ela ia ensinar umas coisinhas ao fulano.





- Más notícias? - perguntou Mione, sentando-se ao seu lado.





Gina entregou o pergaminho a amiga, que ergueu a sobrancelha ao ler o bilhete sucinto.





- Ele gosta mesmo de viver perigosamente, não é? - ironizou Mione. Conhecia bem o gênio da amiga.





- É o que parece. - não querendo se aprofundar no assunto, ela mudou o foco da conversa - Como vão as coisas com Rony?





- Na mesma de sempre. - suspirou, desanimada - Seu irmão parece que só reage quando está com ciúmes.





- Então, provoque-o, oras!





- Ah, Gina, do que adianta? Eu quero que ele assuma seus sentimentos, não que tenha "ataques de ciúmes"!





- Parece que os problemas amorosos estão rondando nossas amigas, Sammy.





Nicky sentou-se ao lado de Gina, com um sorriso brincalhão. Sammy sentou-se ao lado de Hermione. Desde o dia em que Sammy nocauteara Malfoy, defendendo Hermione, elas haviam se tornado boas amigas.





- Deixe de ser enxerida, Nicky. - retrucou Gina.





- Ora, Gina, eu só queria ajudar. - Nicky fingiu-se de ofendida, fazendo as outras rirem.





- E como poderia ajudar, posso saber? - foi a vez de Hermione perguntar.





- Se quer saber, venham com a gente na próxima semana a uma reunião.





- Reunião? - perguntou Gina, intrigada - Onde?





- Vocês vão ver. - disse Sammy, enigmaticamente, saindo em seguida com Nicky.





Logo depois Harry e Rony chegaram, o que fez com que elas mudassem o rumo da conversa, passando a falar sobre o jogo que teriam no dia seguinte.





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Harry seguia silencioso pelo corredor, embaixo de sua capa de invisibilidade. Já passava algum tempo do toque de recolher, e ele sabia que se fosse pego fora da Torre, teria problemas, por isso o cuidado. Pouco antes de chegar a escada que levava à Torre de Astronomia, ele teve que se achatar contra a parede, para evitar que Malfoy, que patrulhava o corredor, esbarrasse nele e o descobrisse. Mas, no fim, conseguiu chegar sem maiores problemas ao seu destino.





Sabia que ela estaria lá, como estivera nas outras noites. Sentada sobre o parapeito, ela observava a paisagem abaixo, o olhar perdido mostrando que seus pensamentos estavam longe dali. Harry ficou quieto, observando-a como nas outras noites.





- Por que você fica me vigiando? - Harry se espantou ao ouvir a pergunta repentina. Os olhos azuis voltaram-se em sua direção. - O que quer comigo?





Harry saiu debaixo da capa, indo até o parapeito e sentando-se ao lado da garota.





- Como sabia que eu estava aqui?





- Eu perguntei primeiro: o que quer comigo? - Harry se perturbou com a intensidade do olhar que o mirava.





- Eu... bem... hã...





- Acho que posso te ajudar: está querendo desvendar o "mistério dos Deveraux", não é?





- O quê?





- Acredita mesmo que ignoramos o que falam de nós pela escola? - o tom dela era irônico - Que não sabemos que todos nos acham "estranhos"?





- Bom, você tem que admitir que não são muito sociáveis, não é?





- Não nos metemos na vida de ninguém. - retrucou ela, calmamente - É pedir demais que façam o mesmo?





Como não tinha resposta para aquela pergunta, Harry ficou calado. A garota tinha razão, é claro. Ele também não gostaria que os outros ficassem bisbilhotando sua vida. Infelizmente, era o que ele continuaria a fazer, pelo menos até ter certeza de suas desconfianças.





- Sabe, eu esperaria que você, mais do que ninguém, entendesse isso.





- O que quer dizer?





- Ora, você é Harry Potter, o menino que sobreviveu! Deve ser realmente muito chato ser você. - Harry ficou meio ofendido com aquilo - Quer dizer, as pessoas vivem te perturbando, se metendo, querendo saber o que você faz ou deixa de fazer. Veja o que aconteceu ano passado: o Profeta passou o ano acabando com você!





Harry deu de ombros. Era verdade, fazer o quê? Olhou de soslaio para a garota, sentindo-se perturbado. Ela era mesmo linda!





- Quer saber? Tive uma idéia. - declarou, fazendo com que ela o olhasse com curiosidade - Por que não começamos de novo? Oi, tudo bem, eu sou Harry. - ele estendeu a mão para a garota, que depois de analisá-lo por um tempinho, sorriu, e aceitou o cumprimento.





- Muito prazer, Harry. Eu sou Rhea.





Harry ficou embasbacado com a beleza daquele sorriso, e eles prosseguiram conversando animadamente durante muito tempo.





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Se ela não tomasse cuidado, aquilo ia acabar virando uma rotina. Mas uma vez, lá estava ela sendo puxada para dentro de uma sala escura. Mas dessa vez, seria diferente. Soltando o braço, ela agarrou a frente das vestes dele, invertendo suas posições e jogando-o contra a parede.





- Escute aqui, engraçadinho, eu estou cansada desse seu joguinho inútil! - ela falou entre dentes, o rosto próximo ao dele - Vê se te manca, e me deixa em paz, está ouvindo?





A resposta, um risinho debochado, enquanto um dedo passeava calmamente pelo seu rosto, a enfureceu ainda mais.





- Você me chamou de covarde, mas eu pergunto: quem é o covarde, aqui? Quem está se escondendo? Não sou eu! E pare com isso! - ela afastou, irritada, a mão que acariciava seus cabelos - Você é surdo, por acaso?!





Ele soltou um suspiro de enfado, abraçando-a e puxando-a de encontro ao corpo. Mesmo contra sua vontade, Gina sentiu um arrepio percorrer sua espinha: ele podia ser um cretino, mas a química entre os dois era inegável.





- Eu disse pra parar com isso! - ela tentava, sem sucesso, empurrá-lo, enquanto ele se dedicava a beijar seu pescoço, sem se importar com seus protestos. Sentindo que começava a perder a força de vontade, Gina agarrou seus cabelos, puxando-o para trás. Seu gemido de dor lhe deu a certeza de que agora ela tinha a sua atenção - O jogo acaba aqui, queridinho. - declarou, triunfante - Vamos ver quem é você. - com essas palavras ela fez menção de pegar sua varinha, mas ele a afastou rapidamente, saindo como um raio para o corredor. Gina o seguiu o mais depressa que pôde, mas, outra vez, ele tinha desaparecido. Bufando de frustração, ela rumou para a Torre.





Alguns minutos depois, ao virar para entrar em um corredor, ela trombou com alguém que vinha no sentido contrário, desabando no chão sobre a pessoa.





- Saia de cima de mim, sua idiota! - gritou Draco Malfoy.





Gina levantou-se depressa. Ótimo! Era o que faltava: ser pega por Malfoy fora da Torre, depois do toque de recolher!





- Ora, ora, ora... parece que hoje é meu dia de sorte! - murmurou Malfoy, com evidente prazer - É a segunda Grifinória que eu apanho, com apenas alguns minutos de diferença.





- Quer dizer que apanhou mais alguém? - ela se interessou: poderia ser o seu "atacante" - Quem?





- Não é da sua conta, Weasley! - obviamente ele percebeu seu interesse, e não iria satisfazer sua curiosidade - Agora vejamos, o que farei com você, hein? - seu olhar brilhava, maléfico, enquanto a analisava com ar superior - Infelizmente, eu não posso mais tirar pontos, mas podemos pensar em algo bem desagradável, não é?





- Pois trate de pensar logo, Malfoy. - Gina retrucou, impaciente - Eu quero ir para cama!





- É, já passou mesmo da hora de pequenas grifinórias estarem dormindo, não é? - debochou o loiro - Vá. Amanhã eu comunico qual será sua detenção. - ele se afastou pelo corredor, sem esperar resposta.





E Gina o imitou, seguindo depressa para a Torre. Com a sorte que estava, o melhor mesmo era ir dormir.





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"A escuridão era total, e a única coisa que se sobressaía a ela era o frio: um frio intenso, de gelar a alma de alguém. Mas ela não se deixaria abater por isso, nada a impediria de chegar até ele. Reforçou a magia ao seu redor, impedindo-os de sentirem sua presença, e afastando os efeitos malignos de seus poderes. Pôde então visualizar o caminho a seguir, o caminho que levava até ele.





Encontrou-o caído na cela, dormindo ou desmaiado, ela não sabia, mas, no momento, isso não importava. O importante é que poderia realizar a conexão. Ajoelhou-se ao seu lado, o coração apertado ao ver o estado a que fora reduzido, em tão pouco tempo. Afastou os cabelos crescidos, segurando carinhosamente seu rosto, e se conectou a ele.





Tremendo levemente, ele abriu os olhos, antes tão maliciosos e cheios de vida, mas que agora estavam vazios.





- Achei que aqui meus sonhos estariam livres de você... - ele murmurou, fazendo-a sorrir.





- Parece que seu espírito ainda resiste, afinal. - ela acariciou o rosto torturado - Não está feliz em me ver?





- Teria ficado mais feliz em te ver no altar, no dia do nosso casamento. - respondeu, rouco, com um traço da antiga ironia.





- Não foi por minha vontade que não estive lá. Um dia você vai entender. Não hoje, não agora.





- Por que não?





- Porque hoje temos pouco tempo, e esse tempo eu não quero desperdiçar com brigas.





- Você é uma mulher terrível, sabia? - a voz fraca revelava um toque de divertimento, apesar de tudo - Some do mapa, e depois invade meus sonhos para abusar de mim!





- Não achei que você se oporia. - ela deu de ombros, sem negar a acusação.





- Normalmente eu não faria isso, mas veja meu estado: sabe a quanto tempo eu não tomo um banho?





- Isso é fácil de se resolver. - um momento depois, sem entender como, Sirius se viu numa enorme banheira, em um aposento iluminado por inúmeras velas aromáticas, tendo a mulher que mais desejara na vida sentada a sua frente, sorrindo com malícia para ele. - Melhorou?





- Como você...? Ah, esqueça! Eu já desisti de entender esses seus poderes há muito tempo. - ele suspirou, recostando a cabeça na borda da banheira, aproveitando o prazer que a água quente o envolvendo proporcionava. Pouco tempo depois, sentiu um pé delicado acariciando sua perna, subindo atrevido pela sua coxa - Mulher, se comporte...





- Eu não vim aqui para me comportar... - retrucou, maliciosa, se aproximando mais dele, e passando a beijar seu peito com sensualidade, em carícias que ela sabia que o levavam a beira do controle. E não se decepcionou. Em pouco tempo, eles se beijavam com sofreguidão, e se perdiam no fogo que sempre os consumira.





O tempo, e tudo o mais que acontecera, não conseguira mudar as coisas entre eles. O desejo mútuo, o prazer que encontravam nos braços um do outro, continuava o mesmo, como ela pôde comprovar naqueles momentos ardentes. Não conseguiu evitar o grito ao alcançar o clímax nos braços dele..."





- Sirius! - Kristyn sentou-se na cama, banhada em suor, provocado pelo sonho, que era mais do que um sonho, era uma lembrança.





Ela se levantou, indo até a janela e abrindo-a, deixando que a brisa da noite refrescasse seu corpo, enquanto a mente analisava os últimos acontecimentos. Sabia que o fato de sonhar com aquilo que acontecera há tantos anos, não era em vão. Havia um motivo. Ela só precisava descobrir qual.





Lembrou-se do que acontecera depois, de como quase tivera seu espírito aprisionado pelos dementadores, e de como Sirius a proibira de tornar a procurá-lo. Se não houvesse tanto em jogo, ela não o teria obedecido. Mas tinha outras responsabilidades agora, não podia se dar ao luxo de seguir seus impulsos, sem se importar com mais nada.





De repente, entendeu o que motivara aquele sonho, a alegria a invadindo, fazendo-a rir alto.





- Eu sei como encontrá-lo!





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N/A: Galera, quero agradecer a todos pelos comentários, como já disse, são eles que me animam a escrever. Bom, esse cap. ficou curtinho, mas pra compensar, vou tentar postar o proximo até quarta feira, ok? Queria agradecer a Tonks por aturar minhas crises de insegurança, me dando a maior força. Valeu, Tonks.



Bom, é isso, bjaum pra todos, e por favor, por favor, não deixem de comentar, ok?







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