O Círculo



Três meses antes, em Paris...

Bill acordou, mas preferiu não se levantar. Ficou olhando as finas gotas de chuva caindo na janela do seu apartamento de solteiro. Pensou casualmente que deveria mudar tudo naquele quarto, porque tudo lembrava Fleur. E ele queria esquecê-la.
Não esperava apaixonar-se àquela altura da vida, aos 31 anos. Acreditava-se um solteiro convicto, cuja filosofia de vida era: ganhe todo dinheiro que puder, e use-o com as mulheres que quiser ter. Engraçado, agora não queria nenhuma mulher além de Fleur, e ao mesmo tempo, não queria vê-la em hipótese alguma.
Haviam ido muito fundo no relacionamento, muito depressa. Era impressionante o que tinham em comum no que gostavam e pensavam, no quanto combinavam. Era impressionante o quanto a aparencia fútil dela escondia de uma garota inteligente, embora arrogante, defeito que ele mesmo tinha. Nunca acreditara que houvesse “a pessoa”, a cara metade, até conhecê-la. Ela fizera uma grande bagunça nos seus conceitos, tornara simplesmente possível a idéia de dividir seu tão caro espaço com alguém.
Nas noites que haviam dormido juntos, os fantasmas começaram a aparecer. Fleur tinha pesadelos violentos dos quais acordava chorando, pesadelos que ele não entendia, e desconfiava que tinha a ver também com a sua nunca esclarecida origem veela. Havia sim, uma aura maldita envolvendo aquela beleza herdada da sua avó. Havia esse grande segredo entre os dois, que foi tornando-se incômodo.
Havia a mancha, também. Uma grande mancha escura no braço esquerdo, que parecia um sinal de nascença, uma mancha que ela apertava convulsivamente quando acordava dos seus pesadelos. Havia um grande segredo sob aquela mancha, um segredo que acabou por separá-los.
Lembrava nitidamente da noite em que descobrira. Fleur agitava-se ao seu lado, e ele acordou, já preparando-se para abraçá-la quando acordasse. Normalmente não adiantava tentar acorda-la dos sonhos, ela só acordava quando o terror que sentia chegava ao ápice, quando uma máscara lívida de medo cobria o lindo rosto que ele não cansava de olhar. Já se tornara normal para ele consolá-la dos sonhos, ele já aceitara o fato.
Ajeitou-se na cama, de forma a acomoda-la entre seus braços, quando algo quente encostou em sua pele, assustando-o. Era  como se algo o tivesse queimado, algo que estava na pele dela. Sentou-se na cama, olhando assustado para Fleur, que ainda se contorcia no seu pesadelo. A madrugada estava no fim, e as primeiras luzes do dia entravam devagar pela janela. Forçou os olhos na penumbra e subitamente foi como se um grilhão de ferro muito apertado tivesse sido atado à sua garganta. Ele viu chocado o que a mancha escura escondia no braço de Fleur.
A marca das trevas, incandescente, vermelha como ferro em brasa, aparecia na superfície enegrecida da pele dela. Por isso que ela apertava o sinal quando acordava. Ele estava chocado demais para ter qualquer reação. Nesse instante ela acordou gritando e deu com seus olhos arregalados, ainda fixos no seu braço, viu sua expressão chocada e percebeu o que ele descobrira.
– Bill, eu... – ela começou e ele disse:
– Me diga que você não é...
– Bill...
– Você não pode ser uma seguidora dele, Fleur. Me diga que você não me enganou durante esses meses todos.
– Bill, eu não escolhi isso!
– Fleur, você sabe que meu pai morreu nas mãos dos comensais! EU TE DISSE ISSO!
– Eu... por isso eu não podia contar, entende?
– Então...
– Meu pai era um comensal! Ele fez isso em mim! Eu não tenho culpa!
– Seu... pai?
– Eu tinha três anos quando fui consagrada ao mestre das trevas. Meu pai morreu quando eu tinha seis anos, na prisão, e minha mãe fez um feitiço para esconder essa marca, casou-se novamente, teve outra filha... Quatorze anos passaram sem que nada acontecesse... então, ele começou a me chamar, e eu passei a ter esses sonhos.
Ele olhou-o entristecido, mas acreditou nela. Por um tempo, ele aceitou tudo. Ele a amava e compreendia. Ela começou a se abrir com ele: o chamado do mestre das trevas estava enfraquecendo-a. Não sabia o que mestre das trevas poderia querer dela, mas ela tinha a marca, fora gravada no seu destino quando era ainda uma criança.
A alegria dos primeiros tempos de namoro tornou-se uma tensão permanente, uma atmosfera desconfiada surgiu entre eles. Fleur tinha medo, e ele também. Eles não sabiam, mas aquele medo favoreceu o fim do seu relacionamento. Às vezes, ela tinha ataques de fúria com ele quando percebia que ele a estava sondando com vistas a saber se havia alguma intenção oculta. Isso aprofundou a já imensa desconfiança entre eles.
Ele não a denunciara, guardara seu segredo. Mas não a perdoava por não ter dito a ele a respeito de seu problema, simplesmente tentando ocultá-lo. Havia as expressões estranhas dela, quando ficava muito tempo calada, pensando em algo que não queria revelar, uma confissão que nunca veio, porque uma tarde ela simplesmente desapareceu.
Bill percebeu que havia algo estranho quando chamou-a pela lareira do Gringotes e ela não estava na Universidade, onde trabalhava, nem respondia pelo apartamento onde morava... ela não estava em nenhum lugar conhecido. Ela não estava em lugar nenhum. Naquela noite, uma coruja negra trouxe uma carta que ele ficou olhando longamente antes de abrir. Sabia que ela mandara a coruja, mas não tinha certeza se queria saber o que ela tinha a dizer. Tomando coragem, rasgou o envelope e leu atônito:
William,
Eu o amo. Eu o amo profundamente, por isso estou te deixando. Não sei o que está acontecendo, mas não quero trazer a você nenhum sofrimento. Não devemos mais nos ver. Acredite, será melhor assim.
Fleur
O bilhete era frio, mesmo dizendo que o amava. Ele soube que ela havia saído da França novamente no Expresso do Oriente, mas seu orgulho não o permitia ir atrás dela. Depois soube que ela voltara, mas não quisera, da mesma forma, procurá-la. Não queria saber o que acontecera. Não queria crer que ela o deixara para aderir ao lado das trevas, e fora somente por isso que não notificara Alvo Dumbledore sobre suas suspeitas. Talvez se arrependesse desse gesto mais tarde, mas preferia não pensar nisso.
A estratégia funcionou por um mês, até aquela manhã. Já pensava nela apenas como uma experiência malsucedida, ou fingia isso para si mesmo. Estava quieto, no seu canto, dali a um tempo, não precisaria mais pensar nela ou nos comensais da morte. Era só deixar o tempo correr.
Só que ele se esquecera completamente que havia feito uma promessa. Havia se comprometido com Alvo Dumbledore, quando seu pai morrera. Escolhera um lado. Não podia mais fugir dessa escolha, depois de ter se posto à disposição daqueles que queriam livrar o mundo de Voldemort. O que ele não podia imaginar é que, depois de quase dois anos, sua ajuda fosse cobrada justamente no momento em que ele estava menos disposto a se meter com tudo aquilo.
Quando seu pai morrera e Dumbledore abrira seus olhos para o fato de que bravatas e desejos de vingança pessoal não acabariam com a nova ascensão do mestre das trevas e seus seguidores, ele imaginara que logo entraria em ação, o que não aconteceu. Quis o destino que Dumbledore precisasse dele justamente quando ele menos queria envolver-se nessa guerra. O velho bruxo o advertira que no momento que precisasse da sua ajuda, enviaria um emissário, e não uma coruja, só não dissera que espécie de emissário seria.
Bill descobriu da pior forma possível: levando um susto. Naquela manhã chuvosa de domingo, quando finalmente se dispôs a levantar da cama, descobriu que todo o pequeno espaço de sua cozinha fora tomado por um ser corpulento e peludo. Era um cão, mas assim que o viu, soube que não era um cachorro comum. Cachorros comuns não lêem o Profeta Diário como aquele estava fazendo. O bicho, que ele achou monstruoso, levantou os olhos e ficou um instante olhando para ele, antes de se transformar num sujeito alto que ele já vira uma vez.
– Olá. – disse de forma casual – eu sou Sirius Black. Alvo Dumbledore me mandou.
– Você por acaso toma sorvete de limão no café da manhã? – disse ele, usando a senha fornecida por Dumbledore.
– Só se for preparado com casca de canela – respondeu o outro, muito sério. Bill relaxou.
– Eu sinceramente já nem esperava mais por isso. Quer sentar? – disse, puxando uma das cadeiras da copa.
– Eu agradeceria se você fechasse todas as janelas. Não posso ser visto, ainda.
– Ok. – Bill pegou a varinha e disse – enclausura iluminata – as janelas todas se fecharam e as luzes se acenderam. Sirius sentou-se à mesa e ele fez o mesmo, encarando o bruxo, que era um sujeito magro, com um rosto meio encovado e uma expressão sombria nos olhos febris e escuros. Não era o tipo do bruxo que ele gostaria de enfrentar num duelo.
– Nós precisamos de você, William. Antes não havíamos chamado você porque não havia notícia de comensais no Egito ou na França. Agora, parece que eles estão se expandindo novamente.
– O que exatamente eu devo fazer?
– Bem... você agora faz parte do círculo.
– O que exatamente é isso?
– Significa que a qualquer momento você pode ser chamado para um combate. O círculo é exatamente isso: uma aliança contra Voldemort e os comensais, somos subordinados à ordem do Fênix, você já deve ter ouvido falar nela.
– Vagamente. Achei que fosse uma lenda
– Lenda... essa é boa – sorriu Sirius.
– E como vou ser útil ao círculo?
– Vai haver uma reunião de comensais da morte aqui em Paris. Os espiões de Dumbledore já descobriram o dia, vai ser na próxima sexta feira. O provável é que seja em algum casarão abandonado. Vamos tentar surpreendê-los. Espero sinceramente encontrar entre eles um “velho conhecido”. Esteja atento. – Sirius remexeu seu bolso e retirou de lá um objeto. Era algo muito simples: um círculo de prata, com uma corrente. – use sempre o círculo, não o tire nunca. Através deles, você poderá entrar em contato com os outros bruxos que fazem parte do grupo, eu inclusive. Isso também emite um sinal diante de qualquer força das trevas. Não fale sobre o círculo com ninguém, esteja atento e aguarde meu próximo contato.  

E foi assim. Bill soube da responsabilidade que assumira quando colocou a corrente com o círculo ao redor do pescoço. Foi como ouvir muitas vozes dando-lhe boas vindas. Aquele simples disco de prata polida o tornava um irmão em armas de todos os bruxos que combatiam o mal, e ele soube disso. Às vezes uma ou outra mensagem chegava-lhe pelo círculo, uma notícia de alguém, que distante, tentava capturar algum comensal, algum bruxo que fazia parte do círculo. Toda essa situação o ajudou a não pensar mais em Fleur.
Sua primeira missão foi um batismo de fogo. Ele lembraria para sempre daquela noite escura de sexta feira: recebera instruções de Sirius e dirigira-se, usando roupas de trouxa, a um lugar estranho, uma fábrica trouxa abandonada, no fim daquela tarde. Logo, o vulto enorme de um cão saiu do matagal em frente ao Galpão. Ele imaginou que seria bom não serem os únicos naquela missão. Se Voldemort reunia seus seguidores num lugar daquele tamanho, eles não deveriam ser poucos.
O cão o levou até uma rua residencial e, numa garagem abandonada, voltou à forma humana.
– Vai ser lá – ele disse – Vamos esperar aqui até anoitecer, quando outros virão para nos ajudar. Precisamos agir rápido e surpreendê-los. Só que não estamos com tanta sorte. Voldemort não vai estar entre eles. Se minha teoria está certa, ele está fraco demais para deixar seu esconderijo. Mas vamos pegar pelo menos um dos seus generais... se eu estiver correto, essa noite acaba minha vida renegada.
– Como... como acabaram com sua reputação, Sirius? Como fizeram todo mundo crer que você era na verdade um assassino cruel? Eu me lembro que usavam seu nome para assustar crianças, na época que entrei em Hogwarts.
Sirius deu um sorriso, mas aquele  definitivamente não era um sorriso alegre. Contou toda sua história, toda traição que fora vítima, tudo que perdera por causa do Lord das trevas. Bill o olhava chocado. Por mais que ele (Bill) tivesse sofrido, não imaginava que alguém pudesse perder tanto na vida e prosseguir de pé.
– Quando eu tinha a sua idade – completou Sirius – eu já havia passado quase dez anos da minha vida em Azkaban. Quando saí de lá imaginava que logo conseguiria provar que era inocente... e durante esses quatro anos não houve uma única noite que eu tivesse dormido realmente melhor que dormia em Azkaban, porque eu sabia que podia ser surpreendido no meio do sono. Eu prometi para mim mesmo que posso morrer de qualquer jeito, contanto que não seja através de um beijo de dementador.
Aquelas palavras calaram fundo na alma de Bill. Pela primeira vez teve noção da seriedade do que fariam, de como cada um envolvido naquela caçada era importante. Quando ele e os outros cercaram o galpão mais tarde, ele tinha uma disposição de aço, não era apenas mais um bruxo, era alguém profundamente comprometido com a missão de livrar o mundo da ameaça das trevas. O brilho daquela chama apagou a lembrança de Fleur. Havia agora apenas sua missão.
Não foi fácil. Quando os comensais se viram cercados, reagiram. Feitiços hostis cruzavam o ar, e ele viu quando um dos membros do círculo foi abatido. Mas não pensou que poderia ter o mesmo destino, não pensou em nada, apenas seguiu lutando. A batalha estava praticamente ganha quando bem acima dele uma grande janela rompeu-se com um estrondo e um comensal saiu voando numa vassoura. Como todos os outros, estava encapuzado e mascarado. Bill não tinha vassoura, não podia seguí-lo, mas ainda lançou um feitiço para tentar derrubá-lo da vassoura, sem sucesso.
Mas o comensal não ficou totalmente livre do feitiço. A sua vassoura sacolejou, arremessando para trás o capuz, revelando sob a luz de um refletor da rua deserta uma cabeleira longa e pálida. Bill sentiu seu sangue gelar. A comensal escapou, mas ele ficou observando-a sumir no céu enquanto sentia o chão fugir-lhe sob os pés. Nesse instante, um vulto saltou sobre ele das sombras, tentando arrancar a varinha de suas mãos. Seus reflexos e instintos fizeram com que estuporasse o comensal, que fora desarmado por outro membro do círculo. Em instantes ele o tinha amarrado.
A operação foi um sucesso. Quando acabou, havia treze comensais da morte enfileirados no pátio, e quatro haviam sido pegos por Sirius, que tirava a máscara de cada um, até chegar naquele que Bill prendera. A máscara revelou um homem careca e com um rosto de aparência cansada. Ele viu o rosto de Sirius se iluminar por um instante e então, o brilho se extinguir novamente. Depois de tudo acabado, este lhe revelou que por um instante ele acreditara que aquele era o sujeito que o traíra.
– Bem... – Disse Bill – conseguimos apanhar treze... mas um fugiu bem nas minhas vistas.
– Não se sinta culpado. Perdemos uns sete. E um dos nossos feriu-se gravemente. Precisamos nos assegurar que todos os outros vão ser presos pelos aurores fiéis a Dumbledore.Vocês não podem ficar aqui, ninguém pode saber a identidade dos membros do círculo. Eu ficarei montando guarda disfarçado até que eles cheguem Não se preocupe, William, você teve um grande desempenho esta noite.
“Mas ele não ficou livre” – pensou Bill, olhando Sirius tornar-se um enorme cão. Gostaria de fazer algo pelo sujeito. Ele lhe mostrara como um homem pode enfrentar seus problemas de cabeça erguida. Nesse instante, ele lembrou-se do vulto feminino subindo ao céu na vassoura, a cabeleira louro-platinada tão parecida com a de Fleur agitando-se enquanto ela tentava aprumar a vassoura. “Ora, Fleur não é a única mulher loura no mundo. Podia não ser ela” – pensou, tentando afastar aquele pensamento insistente que fora ela a comensal que fugira.

Demorou cerca de um mês para surgir outra missão, desta vez a captura de um único comensal, que ele e Sirius efetuaram sozinhos. Estava sendo difícil porém mantê-los na cadeia, quase todos eram inocentados por falta de provas, a sorte de Sirius é que os outros membros apagavam sua figura da memória dos capturados. Não era interessante para nenhum dos ministérios da magia dizer que aqueles bruxos estavam se reunindo por causa de Voldemort, nem o da França nem o Britânico. Só os pegos em flagrante delito de prática das trevas realmente acabaram presos, mas não havia indício nenhum que estivessem praticando magia negra por causa de Voldemort.
A vida dupla passou a ser para Bill uma coisa natural, o círculo fazia parte da sua vida, e ele sentia-se preparado para realmente envolver-se naquela guerra ao ponto de perder a vida pela causa. Fleur era pouco mais que uma sombra, um espectro no seu passado. Sabia que ela prosseguia levando a mesma vida de antes, e torcia para que não fosse a vida dupla de uma comensal da morte.
No final de dois meses, Sirius apareceu na casa dele e disse:
– Eles estão se movendo muito, se mobilizando. Acho que algo está sendo planejado, mas parece uma série de eventos interdependentes. Precisamos desbaratar seu movimento, se quisermos finalmente acabar com eles. Dumbledore quer me mandar para a Albânia, há a suposição que num antigo castelo esteja o verdadeiro esconderijo de Voldemort... e de meu ex-amigo Pettigrew.
– E eu?
– Não sei, parece que Dumbledore o quer de prontidão por aqui. Esteja preparado, talvez você tenha que participar de algo realmente grande.

Sirius tinha razão. No final daquele mês, Bill chegou em casa e deu de cara com um outro sujeito que não era Sirius. Ele nem se preocupou, porque o pequeno disco de metal em seu pescoço sinalizava que ele estava diante de outro membro do círculo. Era Remo Lupin.
– Dumbledore conseguiu uma grande licença para você no banco, William. Há uma missão arriscada pela frente, mas você é o único que tem condição de cumprí-la. Você é o único que tem desculpa para assumi-la sem levantar suspeitas.
– O que me faz tão especial?
– Ser irmão de Charles  Weasley. Voldemort está querendo sangue de dragão vivo. Se a teoria de Dumbledore estiver certa, precisamos de alguém na reserva de dragões onde ele trabalha.
– Isso significa que eu terei que ir para lá.
– Exatamente, William. Arrume suas malas, você irá passar o verão em Éden.
Bill aceitou a missão como aceitaria qualquer outra. Não podia imaginar o quanto na vida seria diferente a partir do momento que ele pusesse seus pés em Éden.

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