Intrusa



Charlie ergueu a moça desacordada, e, com todo cuidado, a carregou até sua vassoura. Procurou alguma bagagem, e achando uma sacola de viagem bruxa, amarrou-a firmemente à sua Chopper Firebolt. Voltou-se então para a garota e a ergueu, segurando o corpo junto de seu peito. Com alguma dificuldade, montou na sua vassoura, e levantou vôo. Imaginava o que aquela jovem e bela bruxa poderia estar fazendo ali, justamente onde tantos bruxos evitavam passar, e tudo parecia a ele muito estranho, muito sem explicação e principalmente, naqueles tempos de medo de uma possível volta de Voldemort, extremamente suspeito.
Quando passou por Celso no céu, ele pediu que ele assumisse o comando da patrulha. Cho e Olívio estavam parados no ar, mais adiante. Ela olhava para a garota com uma expressão intrigada e ao mesmo tempo, parecia querer seguí-lo. Ele ordenou então que ela e Olívio permanecessem junto a  Celso, e continuassem a patrulha.
Ele tentava ignorar o contato dos cabelos louros com seu rosto, o perfume que ela exalava, suave, e, sobretudo, ignorar aquela sensação estúpida e irracional de que estava apaixonado por uma garota que jamais vira ou com quem sequer falara. Com certeza aquela mulher tinha algo de muito estranho, como se fosse fatal e inevitável desejá-la, como se ele tivesse sido enfeitiçado por uma poção de amor muito poderosa. Ansiava por chegar ao acampamento e separar-se dela tanto quanto ansiava voar com ela para longe.
O que o enraivecia é que ele nunca fora dessa forma, irracional. Conhecera mulheres lindas. Cho era linda e o atraía, mas nem por isso ele perdera a cabeça por ela, em momento algum. Aquela garota não podia ser melhor que as outras, não podia mesmo. Aquilo devia ser algum tipo de magia maligna e proibida. Com alívio, viu o acampamento surgir lá embaixo e desceu.
Roger se aproximou correndo, e ao ver a garota olhou intrigado para seu rosto.
– Intrusa – disse Charlie – Entrou na reserva pela fronteira Sul, acho. – ele e Roger deitaram-na numa cama da cabana-enfermaria. Janine entrou no recinto e ficou olhando a garota desacordada.
– Eu a conheço. Ela estudou em Beauxbattons. Deve ser uns três anos mais nova que eu.
– Qual o nome dela? – perguntou Charlie,  tentando não demonstrar interesse. Janine riu.
– Fleur Delacour. Ela era famosa na escola, Charlie,  não se sinta envergonhado por se sentir caidinho por seu rosto angelical... é uma meio veela. Poucos caras deixam de ficar babando por ela quando ainda não a conhecem.
– Ah... – disse Charlie,  sentindo-se aliviado. Então era isso. Agora podia relaxar, afinal, não era real aquela paixão súbita. – Eu me lembro dela – disse – Ela estava em Hogwarts, mas eu creio que só a vi de longe, naquele torneio tribruxo... foi em 94, acho.
– Exatamente... – disse Janine. Esse ano não é um bom ano para se lembrar, não?
– Nem me fale, Janine... o ano que os problemas começaram, e quando tive de redobrar a vigilância por aqui – suspirou Charlie,  resignado – Como ela está, Roger? – perguntou ao médico, que estava debruçado sobre a moça.
– Ela parece não ter sido queimada, mas a poção pode tê-la intoxicado bastante... Janine, prepare-me um quarto de antídoto.
– Pra já – disse Janine, sumindo na porta da enfermaria.
– Engraçado – disse Roger – já ouvi falar em meio-veelas, embora eu seja mais velho que Janine, portanto não fui contemporâneo desta moça em Beauxbatons. Ela realmente tem poder feromonal, sinto-me estranhamente atraído por ela... tenho umas pílulas anti enfeitiçantes em algum lugar.
– Me arrume umas também – disse Charlie,  sem tirar os olhos do rosto da garota. Roger riu.
– Antes precisamos ver como ela vai acordar.
– E depois que ela acordar, acho que vou ter que fazer umas perguntas a ela. – disse Charlie,  saindo da enfermaria. Decidiu não voltar à patrulha. Precisava saber o que aquela garota estava fazendo ali.
Subitamente ele se lembrou da bagagem dela, e dirigindo-se à sua vassoura, desamarrou a sacola de viagem, levando-a para sua sala. Era fechada por uma fivela negra de metal. Tentou abrí-la e ela ofereceu resistência. Devia estar encantada. Ele fez uma cara resignada e pegou sua varinha, dizendo:
­– Diffindo!
– NON! – respondeu alto a sacola. Charlie se enfureceu e começou a tentar forçar a fivela, que o mordeu dolorosamente no dedão. Ele largou a sacola xingando-a, e ela rastejou para um canto e ficou ali, como um animal acuado. Ele não desistiu e disse:
– Finite encantaten.
– NON! – respondeu de novo a fivela. Claro, não era simplesmente enfeitiçada, era mágica mesmo.
– Accio! – ele disse e a sacola voou para sua mão. Segurando-a numa posição que evitava o contato com a fivela mordedora, ele prendeu-a sob um dos braços e se dirigiu a enfermaria – acho que diante da sua dona, você vai colaborar.
Caminhou irritado até a enfermaria e, quando ia entrando, Roger apareceu com uma pílula e um copo d’água:
–Hã-hã... acho melhor você tomar uma destas... sabe, depois de dois dois três dias de convivência, o efeito do feromônio de uma veela vai ficando menos poderoso... não vamos precisar tomar isso todos os dias a medida que desenvolvermos resistência a eles.
– Ótimo... – Charlie disse, tomando rapidamente o remédio – a garota acordou?
– Acordou, mas depois que Janine ministrou o antídoto... ela não está muito bem.
– É? Vou ter de interrogá-la assim mesmo – disse Charlie entrando na enfermaria decidido, para arrepender-se imediatamente. Janine segurava um balde e a outra moça vomitava muito, com a cara quase toda escondida no balde. Charlie fez uma careta e Janine balançou a cabeça, resignada. Finalmente a garota levantou o rosto, e fez uma expressão muito surpresa quando viu Charlie parado na sua frente. Piscou repetidamente os olhos, enquanto olhava o líder do acampamento de cima a baixo, como se achasse conhecê-lo de algum lugar. Foi nesse minuto que Charlie lembrou-se dela alguns anos antes diante do dragão chinês, no torneio tribruxo, e logo depois com a saia em chamas. Quase riu disso. Janine quebrou o silêncio.
– Acho que agora nossa paciente vai melhorar... mas creio que você quer falar com ela, não? Com licença. – a moça se retirou e Charlie puxou uma cadeira, sentando-se em frente à cama da garota, subitamente sem jeito, com a bolsa dela nas mãos.
– Eu daria as boas vindas à senhorita, mas creio que não posso fazer isso sem saber como e porque a senhorita invadiu a reserva. Não me lembro sinceramente de ninguém ter feito algo assim, a não ser caçadores de dragão.
– Não sou uma caçadora de dragão.
– Eu imagino que não seja, senhorita Delacour.
– Eu o conheço?
– Talvez não se lembre de mim... Hogwarts, 1994
– Torneio tribruxo?
– Exato. Eu era um dos tratadores de dragão.
Uma expressão de entendimento apareceu no rosto dela, seguida por um ar preocupado, que rapidamente se evanesceu.
– Escute senhor Weasley... – dessa vez foi Charlie que se surpreendeu.
– Eu não me lembro de ter me apresentado à senhorita...
Fleur realmente ficou desconcertada e gagejou, pela primeira vez falando com sotaque francês:
– Na verrrdad me disserrram que... O senhor era chef desse acampamento.
– Ah... quem lhe disse isso?
– O senhor poderia devolver minha bolsa?
– Senhorita Delacour... eu antes de devolvê-la preciso realmente saber o motivo que a traz aqui.
– Há uma carta dentro da minha bolsa...
– E porque eu não posso pegar essa carta?
– Senhor Weasley, por favor, eu não tenho uma arma aí dentro, se é o que o senhor quer saber. Creio que seria bastante estúpido mandar uma mulher sozinha assaltar um acampamento ecológico bruxo.
– Sua bolsa me mordeu, senhorita... gostaria de saber o motivo de tamanha hostilidade, se a senhorita não se importar.
– Na verdade, ela morde qualquer um. Sabe, na França não é muito comum o furto de bolsas de moças, mas já estive em lugares onde isso é um hábito regular.
– O que a traz aqui, pode me dizer?
– Está explicado na carta, senhor Weasley.
– Gostaria de ter uma sinopse dos lábios da senhorita
– Pardon moi?
– Eu disse que gostaria que a senhora me resumisse... me explicasse a carta.
– Bem... é uma carta do ministério da magia da França... assunto de interesse internacional. É uma solicitaçon, senhor.
– Solicitação?
– Oui.
– Vou confiar na senhorita. – ele entregou a bolsa – mas por favor, não tente nada – disse apontando a varinha para ela. Ela fez uma cara estranha e ele disse:
– E não tente me seduzir. Sei que a senhorita é meio-veela.
– Como podem saber tanto sobre mim?
– Informantes. Abra, por favor.
Fleur abriu a bolsa e tirou uma carta, com o selo do ministério da magia da França estampado em seu lacre. Parecia autêntico. Abriu a carta e leu. Estava escrita em inglês impecável:

 Senhores mantenedores da Reserva de Éden,

Por meio desta, solicitamos o apoio dos senhores ao projeto de pesquisa de Mlle Delacour sobre o sangue do dragão do tipo rabo-córneo húngaro. A pesquisa tem fins medicinais e será depois encaminhada para a Universidade Bruxa da França.
Atenciosamente,

Leon Jaune – Ministro da Magia da França

Charlie não se conformou muito. A carta não continha nada que indicasse que tipo de pesquisa ela faria com sangue de dragão, que era um material caro, e cuja responsabilidade no trato devia sempre ser muito grande.
– Senhorita Delacour... não recebemos qualquer aviso prévio de sua visita. Essa é uma área de restrição protegida pelas leis internacionais bruxas, e qualquer invasão aqui deve ser investigada pela corte bruxa internacional. Não posso deixar que circule livremente ainda... não depois de apenas ter lido uma carta que pode ser falsificada.
– O senhor está insinuando que eu... que eu falsifiquei a carta?
– Não é isso... mas...
– Por favor, Monsieur Weasley... eu não pretendo roubar nenhum dragão.
– Preciso falar com seus superiores... venha à minha sala, por favor.
Charlie virou-se e Fleur o seguiu. Quando passaram pelo pátio central, uma das turmas descia para o almoço. Por um instante, os olhos de Fleur e Cho, que chegava nessa turma, se encontraram. Uma centelha de reconhecimento brilhou nos olhos da oriental, que logo depois, fechou o rosto numa expressão carrancuda. Charlie não percebeu esta troca de olhares.
O escritório de Charlie era no seu chalé, todo decorado em pedras negras. Uma grande lareira dominava a parede oposta à entrada da sala. Charlie acendeu-a e jogou um pó verde bem no centro das chamas. Um rosto feminino apareceu:
– Deseja uma comunicação internacional? – disse a mulher, em Romeno.
– De extrema urgência. – respondeu Charlie sério na mesma língua, sem olhar para Fleur. – Ministério da Magia da França
– Um minuto. Deseja intérprete?
– Não. Eu falo francês – ele disse. Não falava muito bem, e se amaldiçoou interiormente por essa tentaiva patética de exibir-se para Fleur. Começava a duvidar da eficiência das píluas de Roger.
Outra mulher apareceu no lugar da primeira, dizendo, em francês:
– Central de lareiras da França, bom dia.
– Preciso de uma conexão com o Ministro da Magia. – disse com sotaque sofrível. Viu Fleur quase rindo com o canto do olho.
– Procedência da comunicação?
– Reserva Internacional de Éden.
– Odeio Burocracia – disse Fleur em inglês
– Eu também – respondeu Charlie,  sem sentir.
Primeiro, Charlie falou por mais de meia hora com uma secretária justificando a ligação, então, longos minutos depois, uma cabeça calva e orelhuda, completamente careca e de óculos de fundo de garrafa apareceu na lareira. Charlie procurou seguir o protocolo e disse:
– Perdão incomoda-lo, excelência.
– Em que posso ajudar, se não for demorado?
– Monsieur Jaune... – disse errando a pronúncia medonhamente, em vez de “Joune”, dizendo “Jeune”. Preciso de uma confirmação. O senhor escreveu esta carta?
Os olhos do ministro se apertaram, e então ele reconheceu Fleur ao lado de Charlie e deu um imenso sorriso.
– Fleur, mon petite! – ele disse – Porque você foi se enfiar nesse lugar, mon belle?
– Olá, Monsieur Jaune. – ela disse, com medo que a demonstração de intimidade estragasse seus planos.
– Oh, por favor... Bem, monsieur Weasley... acho o cúmulo o senhor duvidar da palavra de Fleur... C’est un absurde! Porém gostaria de enfatizar que eu endossei sim o pedido... Bonjour. – com um estalo, a cabeça careca desapareceu.
Charlie ficou um longo instante contemplando a lareira com a sensação que ali poderia haver algo muito estranho. Mas procurou se convencer que mesmo uma meio-veela não conseguiria tão facilmente uma autorização como aquela... Levantou-se da cadeira que ocupara e foi para trás da mesa onde guardava seus papéis. Pediu que Fleur sentasse do outro lado e ficou olhando o rosto da moça. Era bom fazer isso sem a sensação desesperada de estar apaixonado por ela. Finalmente a pílula de Roger parecia fazer efeito.
– Senhorita Delacour... eu gostaria de crer que a senhorita realmente tem um bom motivo para estar aqui. Mas ainda não estou completamente convencido que a senhorita está aqui apenas e tão somente pelo interesse científico. – os olhos dele encontraram os dela. Fleur sustentou seu olhar sem dizer nada e ele prosseguiu: – Me dê um bom motivo, e não tente usar seu charme, para que eu a aceite aqui, Mademoseille Delacour – ele não pôde disfarçar a ironia na última frase. Fleur parecia um tanto chocada, mas estava muda. Então começou a falar, bem devagar:
– O senhor tem razão. Não é o interesse científico que me move. Ela olhou dentro dos olhos de Charlie e prosseguiu: – o senhor se preveniu contra meus poderes assim que soube quem eu era, não? Melhor assim – ela levantou-se e chegou perto da lareira. – eu preciso mostrar uma coisa – pegou o mesmo pó verde e atirou na lareira, dizendo algumas palavras. Um rosto apareceu na lareira. Um rosto amável e envelhecido. Uma meio-veela de meia idade, cujos cabelos estavam caindo. Fleur sorriu quando a viu. E disse palavras amorosas em francês. A mulher sorriu, e perguntou preocupada, ainda em francês:
– Você conseguiu, filha?
– Ainda não, mãe. Estou tentando explicar o motivo de minha visita ao senhor Weasley. A senhora poderia chamar Gabrielle?
– Claro.
Uma menina, de no máximo doze anos apareceu no lugar do rosto da mulher. Não parecia saudável, de forma nenhuma. Assim como a mãe, seus cabelos estavam caindo. Charlie olhava a garota sem entender muito bem onde a irmã queria chegar. Fleur se despediu e voltou para perto dele, dizendo:
– O senhor já deve ter ouvido falar da síndrome de Nell-Porter.
– Vagamente...
– Uma doença de Veela. Adquirida, inofensiva para seres humanos, mas fatal para veelas puras. Mestiças também sofrem do mesmo mal. Tive uma tia que apareceu com os sintomas: cansaço, depois a queda do cabelo... por fim, respirar torna-se doloroso. A morte vem logo depois. Não há cura conhecida, ainda.
– E porque a senhorita está me dizendo isso? – Fleur pegou um livro na bolsa e abriu. Charlie pôde reconhecer o tratado de Alvo Dumbledore sobre os doze usos do sangue de Dragão.
– “Sétimo uso – disse Fleur – Elixir da cura. O sangue de dragão pode resultar num elixir poderoso que combate cerca de vinte e quatro doenças, sempre em tratamento concomitante, com o uso da medicação adequada. Beber sangue de Dragão vivo garante sobrevida física por muito tempo: enquanto o Dragão estiver vivo, seu sangue garante a vida de quem o toma, porque empresta a energia vital...
– Eu li esse tratado dez vezes, e não me lembro de citação à síndrome de Nell-Porter.
Fleur encarou Charlie,  parando de ler. Remexeu em sua bolsa e tirou uma pedra dourada e arenosa de dentro dela. Entregou a Charlie.
– O senhor sabe o que é isso?
– Estaria mentindo se dissesse que não sei... – ele disse olhando curioso a pedra – isso parece Dragonita, mas não de algum tipo que eu conheça.
– É dragonita fóssil. Sangue de dragão pre-histórico, fossilizado. Um cientista descobriu recentemente que há nessa pedra uma substância capaz de inibir a propagação do vírus da síndrome. Eu tive acesso pessoalmente a seus estudos. Não há nos dragões de hoje a mesma substância. Porém não há nada no mundo capaz de dissolver a dragonita fóssil. A não ser sangue de Dragão, no seu período de incandescência.
– A senhorita está dizendo então...
– Senhor Weasley, eu larguei meu trabalho para assumir essa missão, entende? O senhor tem família, não? Não faria algo semelhante por eles?
– Por que a senhorita veio pessoalmente? Porque não encaminhou um ofício ou...
– Senhor Weasley, creio que o senhor não está entendendo... veja bem: minha família é a única no mundo que tem mistura de sangue veela. Só nós entendemos os nossos problemas, e mais ninguém. Felizmente, ainda não tenho sintomas da doença, mas, se eu não me apressar, vou ser a última da família, até adoecer. Eu sei que a coleta de sangue só pode ser feita no fim do verão. Peço apenas que me dêem condições de até lá poder ser útil e aprender a lidar com a substância, entende? Eu preciso desse sangue. Pago por ele se for o caso.
Charlie examinou o belo rosto da moça, procurando algum traço que mostrasse que ela não dizia a verdade. Ou ela era uma ótima atriz, ou realmente precisava daquele sangue mais que tudo no mundo. Sua decisão não teve nada a ver com o fato dela ser linda.
– Muito bem... a senhorita pode ficar. Mas vai ter que ser útil por aqui. Sabe montar numa vassoura?
– Sou um desastre voando. Por isso tentei chegar aqui aparatando.
– O resultado não foi muito melhor, não?
– Meu mapa devia ser impreciso. Por favor, não faça piadas, eu quase morri.
– Ok... você entende algo de medicina?
– Não é essa minha especialização, já disse... mas tenho conhecimentos de química de poções.
– Bem... temos gente aqui boa em poções, você pode trocar conhecimentos com eles, por favor, não queira apenas aprender... tente ensinar também. A senhorita...
– Você.
– Hein?
– Vamos conviver pelos próximos meses. Pode me chamar de você e de Fleur, apenas,  senhor Weasley.
– Ok. Pode me chamar de Charlie então, é como todos me chamam por aqui. Você cozinha?
– Sou francesa. O que você acha? – um sorriso breve apareceu no rosto de Charlie.
– Ok. Você pode então ajudar Eddie na cozinha, também. Por Deus... não é possível que você cozinhe pior que ele... – Fleur riu. Charlie tornou a ficar sério e completou:
– O que você precisar, Fleur, peça sempre diretamente a mim, e só a mim. Não faça nada que atrapalhe o bom andamento desse lugar, ou vou ter que manda-la, a contragosto, embora.
– Nem sei como agradecer... – ele se ergueu, aparentemente encerrando a conversa e disse, abrindo a porta para ela:
– Cure sua irmã e sua mãe. Não precisamos de mais famílias tristes no mundo.
Ela saiu da sala, e ele a encarou por um instante antes de fechar a porta. Fleur ficou um segundo diante da porta fechada e suspirou aliviada. Ele acreditara. Agora, era só esperar o momento certo para agir. Era difícil esconder quem realmente era, mas ela tentaria.

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