Doce Natal



 


   Os dias se passaram rapidamente. A neve já cobria boa parte do terreno do castelo de Hogwarts, e Hagrid já começara a pegar enormes árvores para enfeitar o salão principal.



   Piper, a coruja, ficava muito animada quando Harry a visitava. Os alunos andavam sempre muito bem agasalhados, pois o frio que se fazia era quase insuportável, fazendo com que muitos alunos brigassem em conseguir o melhor lugar em frente a lareira de seus salões comunais.



   A Sra. Weasley mandara uma carta a Harry, Rony e Gina para que passassem o natal em casa. Hermione não deixou de sorrir ao saber que estava incluída e que seus pais já haviam sido convidados. Ela e Rony, assim como Harry e Gina, andavam mais “grudados” do que jamais se vira.



   -Quem melhor que o meu namorado para me aquecer? –Era a desculpa de Gina sempre que Rony argumentava algo por ela esta andando muito “agarrada” a Harry. – E nem vem Rony, você está do mesmo jeito com a Mione. – Gina tinha adotado uma velha mania de sempre passar a mão carinhosamente em seu pingente em formato de sol assim que via Harry. Gostara tanto do presente que nem o tirava para tomar banho.



   Hermione estava obtendo um grande êxito nas aulas do professor Oliver. Sua dificuldade em feitiços que requerem atenção e foco com a mente parecia não lhe atormentavam mais. Na maioria das vezes, passava o intervalo das aulas para brigar com Harry e Rony por estarem tão distraídos nas explicações de algumas matérias, o que ocorria quase sempre em História da Magia. A morena também terminara o livro que o namorado lhe dera em apenas 2 semanas ( o livro era realmente grosso), e não tardou a revelar que nele continha um capítulo revelando fatos da batalha de Hogwarts e fatos que ajudaram ela, Rony e Harry a derrotarem Voldermort. O trio pareceu se acostumar com a “fama”, embora as vezes ouvissem gritinhos de meninas assim que tiravam Harry ou Rony nos sapos de chocolate. Gina deduziu que a Dedosdemel nunca faturara tanto com apenas a venda dos chocolates, o que deixava a ruiva um tanto emburrada. Harry ria sempre que a namorada fazia esses tipos de comentário, e não segurava a força de beijar a ruiva ciumenta que tanto amava.



   -Tenho certeza que elas estão tendo aulas com a Lilá! –Bufou Hermione certo dia, assim que viu a “oferecida número 46” a falar um rápido mais significativo “Olá” para Rony. O ruivo, após ouvir a reclamação da namorada, a puxou para um caloroso beijo, arrancando suspiros e gritinhos de raiva de algumas meninas.



   -Assim é melhor. –Disse o ruivo ao ver as “oferecidas” se afastando. Hermione estava vermelha como um pimentão.



   Tanto eles, como Harry e Gina, aproveitavam os finais de semana para visitar Hagrid, o que rendia quase o dia inteiro já que sempre na volta ao castelo uma guerra de bolinhas de neve começava entre eles.



   -Assim não vale! –Reclamou Gina quando Harry a derrubara no chão contra a neve, ficando por cima da garota com as mãos uma de cada lado do rosto da ruiva. Eles riam compulsivamente, e Harry a achava cada vez mais linda. Os cabelos acaju com um pouco de neve, a pele corada devido ao frio e os lábios rosados com o sorriso maroto de sempre.



   -Pra roubar um beijo vale! –Disse ele chegando mais perto do rosto da namorada. Chegou a roçar os lábios nos dela antes dessa o virar de lado e fugir da “armadilha”.



   -Há! Pois pra ganhar um beijo terá que me vencer na guerra de bolinhas! E então, topa o desafio, Potter?- Ela estava de pé e de braços cruzados em uma distância segura do moreno. Ele ainda continuava no chão.



   -Vou ganhar, Weasley! – Em um impulso, ele se levantou e começou a guerra.     



   Eles nem perceberam a pequena “briga” que Rony e Hermione estavam. O ruivo a girava de costa pro seu corpo, enquanto ela tentava inutilmente acerta o pouco de neve em suas mãos nos cabelos vermelhos do namorado. Passaram um fim de tarde divertida e fria. Depois que Harry conseguiu seu prêmio, e Hermione se livrar das brincadeiras de Rony, os quatro voltaram pro castelo com a esperança de que o lugar em frente à lareira no salão comunal estivesse livre.



 



 



   -Vamos Rony, acorde! Assim vamos perder o trem!- Harry tentava pela milésima vez acordar o amigo que ainda dormia profundamente em sua cama no dormitório masculino. Já fizera desde cócegas nos pés a cutucões no braço mas de nada adiantou; Rony continuava a dormir. Avistou na cabeceira da cama, um copo de água e não pensou duas vezes antes de pegá-lo e virar no rosto do amigo. Rony acordou tão assustado e “molhado” que chegou a cair da cama. Harry se contorcia de tanto rir.



   -Ma-mas... O que foi isso? –Perguntou Rony esfregando os olhos.



   -E-eu di-disse pra vo-você acordar! –Harry ria da cara emburrada do amigo.



   -Muito engraçado Harryzinho. Obrigado pelo banho frio. –Respondeu o ruivo ironicamente. Já estava de pé e com um gesto da varinha, secou os cabelos e o pijama que dormia.



   -Disponha. E acho melhor a Bela Adormecida se apressar se quiser passar o natal em casa!



   -Be-la o que?



   -Esquece Rony. É um conto trouxa. Te espero lá em baixo. –Harry desceu as escadas ainda rindo do tombo do ruivo.  



 



 



   A viagem se seguiu tranqüila e agitada. Piper e Pichitinho piavam em suas gaiolas por estarem presas, e Harry tentava inutilmente fazer com que elas se calassem. Só depois de atirar pedaços de fruta para as corujas, elas finalmente adormeceram.



   Rony e Hermione foram a uma reunião de monitores, e Harry e Gina aproveitaram o vagão vazio para namorarem. A ruiva acabou adormecendo deitada no sofá do vagão com a cabeça apoiada nas pernas do namorado. Ele ficou velando o sono de Gina até avistar o novo livro de Hermione, que estava em cima do malão da garota. Ele convocou o livro com a varinha e abriu-o. Passou o dedo pela lista de capítulos e escolheu o nome que lhe chamou mais atenção e lhe deixou curioso: Os alunos que revolucionaram Hogwarts e a segunda maior guerra bruxa.



   Hogwarts já teve muitos alunos brilhantes e que ficaram muito famosos, mas nenhum se compara a Harry Potter. O filho de Lilían e Tiago Potter passou por várias aventuras, o que lhe ajudou a descobrir muitos mistérios pelas paredes do castelo. Entre outras coisas, o menino encontrou a entrada da Câmara Secreta quando ainda cursava seu segundo ano e participou do ultimo Torneio Tri-bruxo que aconteceu na escola sendo o mais jovem campeão da competição.



   Hermione Granger e Ronald Weasley ajudaram Harry, em seu quinto ano, a expulsar subsecretária sênior do Ministério do cargo de diretora. Recentemente, o castelo de Hogwarts foi o palco da segunda maior guerra bruxa da história. Alunos eram liderados pela a Armada de Dumbledore – uma organização formada por alunos que acreditavam em seu antigo diretor. – enquanto duelavam com comensais da morte.



   Harry, Rony e Hermione lutaram bravamente e tentaram proteger o castelo com a ajuda de professores e da Ordem da Fênix, mas não conseguiram evitar perdas e também a destruição de boa parte da escola. A maior torre de Hogwarts ficou em ruínas enquanto os grandiosos jardins ficaram sem flores.



   Com o término da guerra e a vitória do bem, Minerva McGonagall assumiu o cargo como diretor já que Severo Snape morrera. Boa parte do castelo foi reconstituída e...”



   Harry não terminou de ler. Notou que já estavam chegando a Londres e resolveu acordar Gina.



   Os dois encontraram Rony e Hermione já com o Sr. e a Sra. Weasley, que travavam uma divertida conversa com os pais de Hermione.  



 



 



   -Carlinhos! –Gritou Gina assim que acordou no dia seguinte, vestindo um short jeans, uma blusa de manga curta preta e sandálias nos pés. Os cabelos em um frouxo rabo de cavalo. A viagem fora cansativa e assim que todos chegaram A Toca, foram direto pro seus quartos. Avistara o irmão mais velho sentado no sofá da sala d’A Toca. Carlinhos era parecido fisicamente com Jorge,mas era menor que Rony e Percy, embora seja mais velhos que ambos. Os cabelos vermelhos meio encaracolados, o nariz e lábios finos e os olhos meio azulados; de longe, via-se que Carlinhos era um Weasley.



   -Como vai pimenta? –Disse ele retribuindo o abraço da irmã.



   -Pimenta. –A garota revirou os olhos, se soltando dos braços do irmão, onde Rony tomou seu lugar. –Não sabia que você viria da Romênia passar o natal em casa.



   -Ah, desculpe querida, acho que me esqueci de dizer isso na carta que enviei a Rony. –Disse a Sra. Weasley saindo da cozinha. Harry descia as escadas nesse exato momento. –Carlinhos estava dormindo ontem a noite, e nem me lembrei de lhe avisar.



   - Acho que você não sentiu minha falta maninha. – Lamentou-se Jorge que logo recebeu um abraço da irmã.



   - Como vai Harry? Quanto tempo, não? – Cumprimentou Carlinhos.



   - Muito bem, obrigado. É, acho que desde a copa Mundial de Quadribol. – Respondeu Harry apertando a mão estendida do ruivo.



   -Parabéns por tudo cara. Você fez um ótimo trabalho... Vocês fizeram. – Ele se corrigiu ao lembrar que Rony e Hermione também haviam partido com o amigo.



   - Obrigado. – Falou Harry, um pouco vermelho.



   - Onde está Hermione? – Perguntou o ruivo.



   - Está na casa dos pais dela. Ela vem pro Natal. – Respondeu Rony.



   - Muito bem crianças. – Interrompeu a Sra. Weasley. – Amanhã é véspera de Natal e quero fazer uma grande ceia e vou precisar da ajuda de vocês. Então... Rony e Harry lavem e tirem os gnomos do jardim. Carlinhos querido, você pode ir montando a árvore e colocando os enfeites junto com Jorge, e Gina venha me ajudar com a cozinha. Daqui a pouco seu pai e Percy chegam do Ministério morrendo de fome.



   Resmungando, todos foram fazer os deveres que a Sra. Weasley lhes mandara. Uma hora ou outra, ouvia-se risos de Carlinhos e Jorge de dentro da casa, enquanto Harry e Rony se “divertiam” espirrando água um no outro no jardim e espantando os gnomos que ali se encontravam. Naquela região, ao contrário dos campos de Hogwarts, o sol era de um calor escaldante, tanto que eles dispensaram a camisa assim que viram que o trabalho no jardim não seria nada fácil. O frio parecia vir só durante a noite. Harry combinava com Rony em ir ao Beco diagonal no dia seguinte, para fazer as compras de natal quando ouviram um estampido vindo dali de perto.



   -Hermione! –Sobressaltou-se Rony, indo abraçar a namorada que tinha acabado de aparatar nos jardins d’A Toca. Trajava um simples e leve vestido jeans, indo na altura dos joelhos e prendendo no pescoço.



   -Rony... Não. Você está molhado e sem... - Ela corou ao perceber o namorado sem camisa enquanto desviava do abraço. Gina surgia no jardim trazendo dois sucos de abóbora para Rony e Harry.



   -Mione, pensei que só viesse amanhã. –Disse a ruiva entregando o suco para o namorado e para o irmão.



   -Não tinha nada pra fazer em casa, então mamãe me deixou vir um pouco antes. –Hermione caminhara para perto da amiga. – Rony, você está todo molhado!



   -E qual o problema? –O ruivo ainda tentava dar “boas vindas” a namorada.



   -Ora irmãozinho, vocês estão sujos e molhados, e nós estamos limpinhas e secas! –Disse Gina enrolando uma mecha do cabelo que caíra do rabo de cavalo. Harry e Rony se entreolharam marotos, enquanto elas enrugavam a testa percebendo o “plano” de ambos.



   -Não por muito tempo! –Declarou Harry ao mesmo tempo que corria atrás de Gina e Rony atrás de Hermione. O ruivo não tardou a pegar a namorada; a abraçou, distribuiu beijinhos por todo seu rosto e ela apenas fingia não estar gostando. Harry também pegará Gina, agarrou-a pela cintura e a rodava no ar, depois a carregou pelos joelhos e corria com ela pelo jardim, espirrando água e lama por onde passava.



   -AAAh! Pa-para Harryyy!!!- Ela gritava em meio às risadas.



   Hermione conseguiu tirar a varinha de Rony, e virou-se contra ele.



   -Vingança! –Disse ela rindo, enquanto da ponta da varinha do namorado, fazia sair espirros de água o atingindo em cheio. Gina, agora no chão, apenas jogava lama em Harry. Em minutos, os quatro estavam cobertos de lama e água. Mas a brincadeira não terminara por ai. Hermione subiu nas costas de Rony, e Gina fez o mesmo em Harry. Tinham apostado corrida, o que seria bastante divertido na opinião de Gina, já que o jardim estava escorregadio devido a lama.



   -Ganhamos! –Disse Hermione deitando no chão ao lado do namorado. Ambos ainda rindo.



   -Foi por pouco. –Rebateu Harry, que também se largara no chão junto a Gina.              



   -E então irmãzinha, quem está limpinha e seca agora? –Perguntou Rony ironicamente. Todos riram.



   -Céus! O-o que aconteceu com vocês? Harry, Rony... era pra vocês espantarem os gnomos e não se transformarem em um! –A Sra. Weasley parecia assustada diante dos quatro jovens rindo em sua frente. –Meu Mérlin... vamos! Todos para dentro para tomar um bom banho enquanto preparo chocolate quente para todos. Está começando a esfriar. Até você Hermione, querida.



   -Eh... Me desculpe Sra. Weasley. –Hermione deu um meio sorriso.



   -Tudo bem querida... Agora vão! Vão antes que trasgos apareçam atraídos pelo cheiro de vocês!  



   E assim, os quatro foram para dentro da casa, se segurando para não rir dos resmungos da matriarca.



 



  



   Gina estava na cozinha fazendo alguns bolinhos para o jantar de véspera de natal. Todos amavam seus bolinhos tanto quanto ela amava os fazer. Achava que puxara a mãe, pois todos elogiavam sua comida. Ela gostava de ouvir música no velho rádio da mãe enquanto preparava algo. Era uma maneira que ela encontrou de se concentrar no que fazia.



   Harry e Rony, juntamente com Carlinhos, foram ao Beco Diagonal fazer compras de natal. A Sra. Weasley já começara a tricotar seus conhecidos suéteres. A sala da Toca estava exageradamente enfeitada; Havia diversos tipos e estranhos enfeites natalinos por toda a sala. Por mais que tentasse, Molly e Jorge não conseguiam esconder a tristeza que sentiam toda vez que se lembravam de Fred. Seria o primeiro natal sem ele, mas não eram só eles que se sentiam assim. Jorge pendurara na sala uma foto de Fred para, assim, a família estar completa. E embora o Fred do quadro falasse, eles sabiam que não era a mesma coisa.



   Gina estava tão concentrada no que fazia que nem percebeu quando Harry chegou e ficou parado, encostado na porta.



   Harry não teve coragem de interromper o trabalho da namorada. Ela estava tão linda daquele jeito. Gina dançava calmamente ao ouvir a música que saía do rádio, como se flutuasse. Ela balançava os braços e levemente os quadris, fazendo com que sua saia franzida que ia até seu joelho se movimentasse no mesmo ritmo. Os cabelos estavam arrumados em uma trança mal feita. Ela balançava a cabeça de acordo com a batida da música, fazendo com que alguns fios ruivos de seu cabelo se soltassem e caíssem na blusa verde que ela trajava. Em seu pescoço, estava o cordão que Harry lhe dera. Desde que ganhou o presente, nunca o tirava.



   Ele parecia hipnotizado. Poderia passar a vida inteira ali, somente a observando e admirando sua beleza... Não. Ele não podia. Não podia viver sem aqueles lábios vermelhos, sem aquela pele macia e cheirosa, sem aqueles cabelos ruivos e flamejantes...



   - Harry! – Gina tomou um susto e ficou incrivelmente vermelha ao se virar e ver Harry a olhando.



   - Desculpe. Não queria te assustar e nem te atrapalhar. – Respondeu ele igualmente vermelho.



   - Hã... tudo bem. Como foi no Beco Diagonal? – Perguntou ela tirando uma fornada de bolinhos prontos e colocando outros para assar, porem sem dançar.



   - Estava muito cheio, mas deu para comprar algumas coisas. Você quer ajuda?



   - Não precisa. Quer provar? São de nozes com chocolate. –Ela estendeu um bolinho para Harry. Ele o pegou e mordeu.



   -Bom... –Ele chegou mais perto dela, fingindo lhe dar um pedaço, mas ao invés disso, com apenas um movimento, sujou o nariz e os lábios de Gina de chantilly.



   -O-o que?!... Potter! –Ela se fingia de zangada enquanto o via mordiscar mais um pedaço do bolinho. – Você me paga, Potter!



   Ele saiu correndo da cozinha e indo em direção ao jardim. Gina foi atrás dele rindo, tentando limpar o nariz cheio de doce. Chegou a porta da sala quando o viu entrar no “depósito” de objetos trouxas de seu pai. Sorriu antes de cruzar o jardim e adentrar no local.



   Não era o seu lugar preferido da casa. Era raro ir ali, na maioria das vezes somente ia até a porta chamar o pai para jantar. Era um lugar empilhado de coisas, muito parecido com a sala precisa, só que objetos bruxos era o que menos se via ali. O Sr. Weasley era fascinado por trouxas, e durante todos os esses anos trabalhando no ministério, recolheu o que julgou de “interessante” do mundo que pouco conhecia. Avistou um objeto que certo dia ouvira Hermione o chamar de letefone, ou algo parecido com isso. Gina chegou mais perto da mesa cheio de “bagulhos” e pegou a boneca trouxa que um dia seu pai lhe dera. Nem sabia que ela fora parar ali. Mesmo que a boneca não falasse e não mudasse de rosto toda vez que dizia uma palavra mágica, ela amara o presente. Sorriu ao se lembrar do dia que a ganhara. Sorriu ainda mais ao senti dois braços a envolveram por trás.



   -Te peguei primeiro! –Harry sussurrou no pé de seu ouvido. Gina largou a boneca na mesa e virou de frente para ele.



   -Limpe a sujeira que vocês fez, Potter. – Ela cruzara os braços nos pescoço de Harry, e esboçava o sorriso maroto que ele tanto conhecia.



   -Sim, senhora Weasley! – Ele colou os lábios nos dela e pôde sentir o gosto doce do chantilly que ainda continha ali. A beijava com calma, como se estivesse provando do doce da boca da ruiva, e ela retribuía fazendo carinho na nuca do moreno. Ele subiu uma mão da cintura da garota, e a mergulhou no mar vermelho dos cabelos dela, deixando que o perfume floral o invadisse. Era o melhor cheiro do mundo e Gina não tardou em aprofundar mais o beijo. Logo, o beijo de tornou feroz, urgente. Ela permitiu que a língua dele a invadisse, travando uma pequena briga com a sua. Beijar ele era a melhor sensação do mundo para ela, e parecia a melhor coisa a ser feita naquele momento.



   -Você... você quer voltar pr’A Toca ? –Disse ele ofegante. Mantinha a testa colada na dela e a mão ainda nos cabelos ruivos. O verde misturado ao castanho.



   -Não.- Não sabia o porque ou de onde viera a resposta, simplesmente disse. Sua cabeça parecia não mandar mais em seu corpo. O coração e o amor que ambos nutriam falavam mais altos, e eles, somente eles decidiam.



   Ele voltou a beijá-la da mesma forma que tinham parado. Colou mais seu corpo ao dela e Gina se arrepiou com o gesto. Vagarosamente, ele a levou até a mesa e a fez sentar ali, sem quebrar o contato dos lábios. Ele não pensava, apenas sentia. Seguia seus extintos. Ele não precisava ser nada perto dela a não ser ele mesmo e ela só o seguia.



   Gina nunca sentira algo parecido como sentia naquele momento. Sentir a pele de Harry contra a sua lhe arrepiava. Uma sensação gostosa passeava por seu corpo querendo mais e mais dele. Ficou satisfeita em saber que ela causava a mesma sensação nele ao sentir ele se arrepiar quando ela começou a desabotoar a blusa que ele usava.



   Harry sentiu as mãos pequenas e delicadas de Gina saírem de seus cabelos negros, descerem por sua nuca e começarem a travar uma luta contra os botões da frente de sua camisa. Isso o fez ficar ainda mais louco por ela. Queria fazer o mesmo com a blusa dela, mas não sabia se podia. Não que tivessem vergonha um do outro, mas a incerteza das reações que viriam a seguir não podiam ser descartadas.



   Ela não sabia o porquê, apenas seguia o que seu coração mandava e exigia. Sim, ele exigia. Ele batia tão rápido e descontroladamente que parecia que a qualquer momento explodiria. Quando finalmente conseguiu se livrar do ultimo botão, ela passou suas mãos no peito do garoto e afastando a blusa fazendo-a escorregar pelos braços dele e cair no chão. Queria sentir mais a pele dele na sua, necessitava de mais.



   Assim que ar lhes fez falta, ela começou a beijar-lhe o rosto, descendo pelo pescoço e ombros fortes dele. Harry não era mais o menino magricela de antes. Os anos de quadribol lhe ajudaram a desenvolver um corpo de ombros um pouco largos, e o peito forte. Ele desceu suas mãos à cintura de Gina, e por dentro da blusa que ela ainda vestia, começou a fazer carícias subindo lentamente a mão com o tecido verde. Ela não se importou, apenas deixou com que Harry tirasse sua blusa e voltasse a beijar-lhe os lábios. Mas antes, ela permitiu ser admirada por aqueles olhos verdes que ela tanto amava.



   Harry estava em chamas. Tirou a blusa de Gina vagarosamente e por um minuto ficou a vislumbrando. Ele só confirmou o que ele sempre dizia: Ela era perfeita; Havia sardas espalhadas pelo colo da garota e na pequena parte de seus seios que não estavam cobertos pelo sutiã preto que ela usava. As sardas não terminavam ali. Elas desciam pela barriga alva até a altura do umbigo. Voltou a seguir uma reta de beijos no pescoço da ruiva no qual concentrava o cheiro inebriante dela. As mãos subindo um pouco a saia que ela usava, acariciando as pernas bem torneadas da ruiva que estavam uma de cada lado do corpo dele. Gina apenas acariciava ora os cabelos negros de Harry, ora o peito nu.



   -Você é linda. –Falou ele no ouvido dela. Ambos suspiravam de prazer. Seus corpos clamavam por mais contato, e era só o que eles queriam.



    Há alguns anos atrás, ele não sabia como tratar uma garota. Não sabia como agir ou beijar uma garota. E agora ele estava ali. Não sabia de onde tinha tirado coragem para fazer ou falar tais coisas, apenas deixava que o amor que sentia por aquela garota o guiasse, e seu corpo parecia saber perfeitamente como agir. Não tinha certeza de nada, apenas dela. Gina. Ele a puxou pela cintura e fez com que ela sentisse o quanto ele a desejava. Sentir o corpo dela em contato ao seu era mais importante que respirar aquela altura.



   Em um movimento involuntário, Gina levou suas mãos ao cós da calça de Harry e ... TRIIIIIIIIIIIIIIN. TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIN.



   Os dois se sobressaltaram com o barulho alto e estridente, e Gina pulou de cima da mesa de encontro a Harry. O barulho vinha do relógio pequeno que estava em cima de uma pilha de livros trouxas.



   -O... o-o que é isso? –Perguntou a ruiva ofegante.



   - Acho que é... Um relógio. Ele dispara de acordo com a hora marcada. –Harry pegara o objeto e desligara.



   -Os bolinhos! –Gina pegou sua blusa caída no chão.



   -Gina? Harry? Vocês estão ai? –A voz de Hermione soou alta do lado de fora do depósito.



   -Droga! –Gina vestiu a blusa rapidamente, enquanto Harry fazia o mesmo com a dele.



   -Gina... –Começou Harry, mas não terminou pois Hermione surgiu na porta.



   -Onde vocês estavam? Eu e Rony estávamos lhes procurando e pens... –Ela parou ao ver o estado dos amigos. Gina tinha a trança completamente desarrumada, os lábios inchados e a blusa amassada. Harry estava do mesmo jeito, os cabelos negros mais desajeitados que o normal e os óculos tortos nos olhos. –De-desculpe, e-eu não...



   -Tu-tudo bem Hermione. –Disse Harry, que não deixou de notar o olhar que Gina e Hermione trocavam. –Só estávamos procurando uma coisa pro Sr. Weasley e...



   -Harry... não sou burra e muito menos cega. Mas não se preocupe, não contarei a ninguém sobre o que “quase” vi. Apenas dê graças a Mérlin por eu ter os achado e não Rony.



   -O-obrigada Mione. –agradeceu Gina. Harry estava um pouco ocupado em ficar vermelho.



   -Vamos logo, Rony está doido atrás de vocês. –Declarou Hermione, saindo do local seguida por Harry e Gina.



   -Onde diabos vocês se meteram? – Rony estava na sala quando avistou a irmã junto com Harry e Hermione.



   -Gina queria saber um pouco mais sobre o ‘telefone’ e Harry e ela foram ver se achavam um no depósito de seu pai. –Disse Hermione simplesmente, se jogando no sofá.



   -Hum... e por quê estão com essas caras? – Rony não podia deixar de perceber o quão vermelha a irmã estava.



   -Que cara irmãozinho? Eu só tenho essa. –Gina desconversou, tentando disfarça o máximo que pôde. Harry resolveu entrar no “jogo”.



   -Acho que você já está com fome, Rony. –Disse ele com um falso sorriso, enquanto puxava Gina escada a cima. Por um momento, Harry sentiu raiva. Desejara que aquele relógio não tivesse apitado, ou que Hermione não os tivesse procurando. Pararam em frente ao quarto de Gina. “Talvez não era a hora certa.”



   - Gina, eu preciso te pedir des...



   -Harry Tiago Potter, não ouse se desculpar por um momento tão bom quanto aquele! –Aquela era Gina; a garota decidida, forte, atitude era o que a definia. Harry deu um meio sorriso.



   -Eu estaria traindo a confiança dos seus pais...



   -Por me amar? –Indagou Gina. Respirou fundo e continuou – Sabe... vai ser meio estranho se você se desculpar cada vez que formos mais fundo no nosso relacionamento. Isso estragaria tudo.   



   -Não. Não vai ser assim. – ele a abraçou. –Você tem razão. Hã... Me desculpe por me desculpar.



   Gina riu.



   - Tudo bem Harry... – Eles se beijaram novamente, mas dessa vez tiveram que controlar as emoções, pois podia aparecer alguém no corredor. – Você esqueceu um botão... – Disse a ruiva marotamente, abotoando o primeiro botão da blusa do namorado. – Te vejo lá em baixo. – E com um selinho, ela entrou no quarto.



   Gina se jogou em sua cama. Fechou os olhos e permitiu que as lembranças de minutos atrás invadissem sua mente. Por mais que tentasse, não podia ignorar o fato de que se aquilo tivesse tomado o rumo que estava tomando, estariam encrencados. Por mais que estivesse bom – muito bom-, aquele realmente não era o local ideal. Em momentos a raiva batia por terem sido interrompidos... Mas logo depois a consciência falava mais alto. Não queria que sua primeira vez fosse em uma mesa...



   E se aquele objeto estranho e trouxa do qual esquecera o nome não tivesse “gritado”? E se Hermione não tivesse os chamado? Ela realmente teria coragem de ir mais afundo? Ela não tinha medo e tão pouco se sentia insegura. Sabia que a vergonha seria involuntária já que nunca ficou só de roupas íntimas na frente de um menino. Ela tinha certeza do seu amor por Harry. Ela o amava incondicionalmente e às vezes até se perguntava se não eram muito novos e imaturos. Mas tinham passado por tantas coisas... Tinha certeza que seria com Harry. Na verdade, ela nunca imaginou que teria momentos lindos e prazerosos ao lado de nenhum outro garoto a não ser aquele de cabelos negros, olhos verdes e de cicatriz na testa.



   A ruiva suspirou. “Você é linda”. As palavras de Harry ecoavam em sua mente e o sorriso em seu rosto aumentava a cada minuto. Assustou-se ao ouvir alguém abrindo a porta e imediatamente virou-se para ver quem era.



   - Mione? Pensei que iria buscar seus pais...



   - Na verdade, vou me arrumar primeiro... Mas não antes de conversar com você. – Elas ficaram se olhando. Gina sentou-se na cama fazendo um gesto para que a amiga se sentasse também. Ela já sabia o assunto, porem não queria ser repreendida.



   - Pode falar então.



   - Gina... Por Merlin! O que estava acontecendo naquele casebre? Quer dizer... eu sei muito bem o que estava prestes a acontecer se eu não tivesse chagado lá e interrompido... Não tente me enganar. Você estava toda bagunçada e o Harry também. Mélin, o que vocês tinham na cabeça?



   - Calma Mione... Não fizemos nada. Antes de você chegar, já tínhamos parado – Ela corava descontroladamente. – Um objeto que indica hora começou a gritar e... Qual é... Foram só alguns beijos. Não é isso que você e o Rony fazem?



   - Gina, você esta falando como se eu estivesse insinuando que o que vocês estavam fazendo ou prestes a fazer fosse errado. Pelo contrario, se vocês se amam tudo bem... Mas naquele lugar? Qualquer um podia entrar ali. Se Jorge, Percy, Calinhos, Rony ou até mesmo seu pai entrasse lá, Harry seria um homem morto. Bom... Exagerei um pouquinho. Eles não podem matá-lo. Não iriam fazer isso, mas sem dúvida seria uma grande confusão.



   - Já entendi, já entendi! – Declarou a ruiva revirando os olhos. – Vamos ter mais cuidado... É só que... É involuntário entende? Não venha me enganar. Você, Hermione Granger, pode ser a garota mais inteligente de Hogwarts, mas sabe muito bem do que estou falando. Sei que é assim também com você e o meu irmão...



   - Bom... er... não chegamos ao ponto de você e do Harry...



   -Ainda! É só uma questão de tempo... –Completou a ruiva, logo depois deitando-se na cama com um esplêndido sorriso. –Ai ai Mione...



   -Juro que queria ter uma câmera para registrar o momento “Gina babona”! –Hermione também abrira um sorriso.



   - Pois é melhor comprar uma mesmo. Assim vou poder registrar o jeito que você fica toda vez que meu irmão te beija publicamente.



   - Muito engraçado! – Falou Mione ironicamente, mas logo depois riu. – Merlin! Sua mãe daqui a pouco está gritando. Vamos logo nos arrumar!



 



 



  



   Mesmo depois de meses, ainda era estranho ficar naquele quarto sozinho. Anos de sua vida teve que compartilhá-lo e agora o tinha só para ele. Embora só ele usufruísse do compartimento, ainda havia duas camas e dois armários. Havia caixas empilhadas em um canto, e no outro havia uma pequena mesa cheia de papeis.



   Jorge havia acabado de sair do banho. Colocou uma calça jeans e escolheu um dos suéteres que tinha ganhado pela mãe. Ele caminhou até uma das caixas onde estava escrito o nome de sua loja. Era completamente impossível não se lembrar do irmão. Tudo ali o lembrava. A outra cama, o nome da loja escrito nas caixas... Até ele mesmo lembrava Fred.



   Houve duas batidinhas antes de alguém adentrar no quarto. Ele virou-se para ver quem era.



   -Jorge? Você já se vestiu? Posso voltar lá pra baixo... – Angelina perguntara antes de colocar a cabeça entre a porta e o quarto.



   - Tudo bem Angelina... Pode entrar.



   A garota trajava um simples e leve vestido vermelho que combinava com suas sapatilhas.



   - Você está bem? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou ela assim que viu o olhar triste de Jorge em uma foto dele e de Fred no dia da inauguração da loja.



   - Ta tudo bem... Só estou... Uau, você esta linda! – Declarou ele ao perceber a roupa da moça. Ela apenas riu, ficando impressionada com a mudança de humor dele.



   - Obrigada. Você também está.



   - Ah... – Ele olhava para o que vestia. – Essa era uma das camisas que Fred mais gostava... Fiquei mais parecido com ele... Tirando a orelha é claro...



   Ficaram por minutos em silêncio. Ele lembrando-se das vezes em que o irmão gêmeo vestira aquele suéter e ela só o observava. Angelina, desde que tirara “folga” nas Harpias de Holyhead, ajudava Jorge com a loja. Passavam bastante tempo juntos e Angelina sabia como animar Jorge como ninguém, uma amizade muito parecida com a que tinha com o irmão, embora Sra. Weasley suspeitasse que houvesse algo a mais que uma mera amizade.



   - Você não está parecido com ele. – Falou ela quebrando o silêncio. – Pelo menos não aqui...



   Jorge estremeceu ao sentir a mão de Angelina tocar do lado esquerdo do seu peito.



   - Como assim? Somos gêmeos idênticos...



   - Sim, vocês eram... Mas o Fred que eu conhecia não ficava assim... E o Jorge também não.



   - Assim como? Lina... Eu não posso fingir que o meu irmão não existiu. Eu não posso...



   - Não estou falando pra você fazer isso. Estou falando pra você viver! Estou falando pra você voltar a ser o Jorge que o Fred gostava, porque tenho certeza que Fred gostava mais dele do que desse. – Ela ainda continuava com a palma da mão no peito do ruivo. – Sei que o Fred fazia parte de você... E de mim também, mas não podemos ficar isolados. Isso seria um desrespeito a ele... Logo ele que vivia feliz e tirando gracinhas...



   Aquelas palavras pesavam para Jorge. Ouvir tudo aquilo era torturante, pois sabia que ela tinha razão. Ele estava desgostando o irmão por estar se isolando. Pensava que já havia superado, mas não. Lembrou-se dos tempos de Hogwarts, quando Fred namorava Angelina, e das vezes que eles brigaram por ela ou por ele ter fingido ser o irmão para roubar beijos dela...



   - Viva, Jorge. Deixe a tristeza e o rancor de lado. Seja feliz. Curta, volte a fazer gracinhas e brincadeiras... É desse Jorge que todos gostamos. Volte a ser como antes... por ele. Fale o que quiser, faça o que bem entender, ame! Não esconda mais os seus sentimentos. Não da sua família... Não de mim.



   Jorge a olhava nos olhos. No começo, ele e Fred apostavam em quem Angelina, ou Lina – que era como a chamavam – sairia. É claro que Fred ganhara e foi com ela que ele foi ao baile em seu sexto ano. Mas Jorge não ficou com raiva, apenas abusava da sorte de ser idêntico ao irmão para roubar beijos da garota. Porem, seus sentimentos por ela haviam aflorado nesses últimos meses. Ele podia sentir a respiração dela perto de seu rosto, mas controlou-se e afastou a mão dela de seu peito dando um passo para trás. O medo de não ser correspondido ao amor que ele guardava só para si também o atormentava.



   -Angelina... Você era namorada dele. Ele gostava de você... E-eu não posso...



   - Jorge... E-eu me apaixonei por ele, e era uma coisa da qual eu julgava impossível de acontecer. Mas seu irmão me mostrou que podia ser bem mais do que um piadista e palhaço do que era. É uma coisa involuntária... Não pense que eu estou confundindo ele com você, porque não estou. Vocês podiam ser gêmeos, mas são muito diferentes por dentro, e o Jorge que eu conheci nos últimos meses também me surpreendeu... muito... Eu quero te ajudar a sarar essa ferida que nos dois temos... – Falava a garota enquanto grossas lágrimas escorriam de seu rosto. – Ele vai ficar feliz... olha, não tenho certeza no que isso vai dar ou o que vão achar, eu só tenho certeza do que eu estou sentindo... Por favor, não me culpe... em 6 meses eu nunca diria que perderia o Fred, mas também nunca imaginaria que pudesse me apaixonar novamente por um cara incrível que se diz ser igual a ele, mas na verdade não é... Você é muito mais do que pensa ser. Fred tinha coisas que você não tem, e você tem coisas que ele não tinha. Sempre juntos... se completando. Mas agora tudo mudou... Eu mudei... Você mudou.  



   Jorge olhava para seus sapatos. Nesses últimos meses, ele havia saído muito com ela. A convidara para sair, para jantar e para almoçar na Toca muitas vezes. Ele havia chamado-a para passar o Natal ali, já que os pais da moça viajaram. Mas agora ele soube. Ela recusara o convite dos pais só para ficar com ele. Sentia-se como se estivesse traindo o irmão. Mas porque , quando ele roubava beijos dela enquanto namorava Fred, ele não se sentia culpado? Eles tinham o dom de levar tudo na brincadeira... até as coisas mais sérias.



   Ali, naquele quarto, ele não levou na brincadeira. Apenas levantou a cabeça e avistou a morena sentada na antiga cama de Fred com o rosto escondido nas mãos. Ele chegou perto e sentou do lado dela.



   - Lina... Eu... Eu não sei.  Não sei se estou pronto pra... – Ele não conseguiu terminar.



   - Você não precisa falar nada, apenas sentir. Só sinta Jorge... – Disse Angelina levantando o rosto e o encarando.



   Eles ficaram se olhando. Os rostos muito próximos agora ficavam mais perto ainda. Jorge nunca sentira aquilo. Seu coração disparava e sua respiração falhava. Em um impulso, acariciou a face da morena, fechou os olhos e uniu seus lábios nos dela.



   Não foi um beijo igual aqueles que ele roubava dela em Hogwarts. Esse foi diferente, muito diferente. Havia sentimentos envolvidos, sensações novas. Não negaria. Esperara por aquilo muitas vezes, mas a culpa sempre batia fazendo com que ele esquecesse.



   Mesmo sendo maior de idade, dono de uma loja que fazia muito sucesso, Jorge era uma criança. Ele e Fred eram a vida e a alma da Toca, sempre fazendo todos rirem. Sentiu-se feliz, completo novamente.



   Uma descarga elétrica pareceu correr pelo corpo de ambos e o beijo que começou calmo, agora já aprofundado, se tornou feroz e urgente. As mãos de Angelina estavam enroscadas na nunca de Jorge, enquanto a dele passeava pelas costas da morena. Ele desceu as mãos pelas costas dela, passando pela cintura, coxa até chegar ao seu joelho, onde ele a puxou fazendo-a a sentar em suas pernas.



   Esqueceu-se de tudo. Não podia enganar a si mesmo. Não o próprio coração. Gostava dela mais do que imaginava e não podia mais esconder isso.



   Ela sentia as mãos grandes e carinhosas dele fazendo carinho pelo seu corpo. Estavam completamente enroscados, tendo como única barreira as roupas já todas amassadas. Beijavam-se como se nunca tivessem feito aquilo antes. Como se quisessem aproveitar o momento o máximo possível.



   Eles logo se separaram com as respirações irregulares. Ficaram se olhando, olho no olho. E depois de minutos, que lhes pareceram horas, ele quebrou o silêncio. 



   - Lina... Fica comigo? – Perguntou ele, simplesmente.



   Ela não respondeu de imediato, apenas ficou ali, com os olhos ainda fechados, sentindo a respiração dele contra a sua pele e processando as palavras que ele acabara de dizer. Ainda fazia carinho nos cabelos ruivos dele.



   -Assim você me deixa com medo... –Ele sorriu ao ver o transe dela. Viu quando ela abriu os olhos e arqueou uma das sobrancelhas.



   -Jorge Weasley, com medo? –Ela exibia um belo sorriso.



   -Acontece nos melhores momentos. – Subia uma das mãos da cintura dela, e acariciou a face de Angelina. Finalmente, naquele dia, ele deu um sorriso de verdade. Lindo, na opinião dela.



   -Sim, eu fico. – O olhava tão profundamente agora que nem notou que lá fora, estrelas brilhavam anunciando a noite fria e densa de dezembro. Sentiu quando ele juntou os lábios aos dela mais uma vez, em um selinho demorado. Não pode deixar de sorrir sobres os lábios dele. No quarto, agora escuro, ouviu-se um grito da Sra. Weasley vindo do andar de baixo.



   -Acho que minha mãe está precisando de ajuda. –Declarou Jorge com Angelina ainda sentada em seu colo.



   -Vou ajudá-la. –Em um pulo, ela saiu de perto dele ajeitando a roupa amassada. –Não demore. –Disse antes de sair do quarto e deixar o ruivo sozinho novamente.



   - Sim... hã... Eu já to indo. Avisa pra ela que eu já estou descendo. – Disse ele retribuindo o sorriso que ela lhe lançou, e observou ela sair do quarto.



   Jorge sorriu. Estava se sentindo feliz e era assim que deveria estar. Deveria honrar a lembrança do irmão. Ele caminhou até o espelho pregado no guarda-roupa e ficou olhando a própria imagem. O Jorge nunca mais seria o mesmo depois da perda do irmão, pois um completava o outro, mas ele poderia e devia ir em busca da felicidade, superando todas as perdas, por mais difícil que seja.



   - Nunca vou te esquecer, cara. Obrigado por tudo.  – Ele não estava louco, sabia exatamente que aquele ruivo refletido do espelho era ele, mas Fred era parte dele, e ele parte de Fred.



 



 



   Foi o melhor natal que Harry já tinha passado. A meia noite, todos trocaram presentes e o melhor que recebera foi o de Gina. A garota lhe dera um porta retrato com uma foto de todos os Weasleys, incluindo Hermione, Hagrid, Ândromeda e Teddy.



   -É pra você nunca esquecer que você tem uma família. –Foi o que ela disse ao entregar o presente a ele. Recebeu como agradecimento vários beijos do namorado e sorrisos. Ele a presenteou com um rádio trouxa, o que ela amou já que gostava tanto de dançar.



   Rony e Hermione também trocaram presente como o resto da família. Fleur, agora com uma barriga saliente, ganhou um pequeno suéter –como todos ali presente - para a mais nova Weasley. Sra. Weasley chorou quando Gui anunciou que seria uma menina. Mas a matriarca não podia estar mais feliz, tinha a família reunida e por mais que Fred não estivesse ali, ela se contentou ao ver Jorge mais feliz de mãos dadas com Angelina. O casal estava em uma divertida conversa com Carlinhos, que também anunciara – para a felicidade do pai e da mãe. – que comprara uma casa perto do centro de Londres e finalmente voltaria da Romênia.



   Teddy também ganhara o mais novo carro voador – continha um controle remoto para apenas adultos o controlarem, já que as crianças “voariam de forma segura e divertida” no carro- que lançara na loja de Brinquedos mágicos do padrinho. Ele e Andrômeda tinham ido passar o natal n’A Toca a pedido dos Weasleys. Harry aproveitou para matar a saudade que sentia do afilhado, que já estava maior e mais “robusto” como dissera Jorge.  O garoto dava gostosas gargalhadas  sempre que via  Rony comer.



   -Feliz? –Perguntou Hermione a Rony, assim que o viu sair da mesa depois de uma bela ceia. Eles estavam no sofá da sala.



   -Sim. E você? –Ele aproveitou que o Sr. e Sra. Granger estavam em uma divertida conversa com seus pais para puxar a morena mais para perto de si. 



   -Muito. – Ela sorriu antes de trocar um dos muitos beijos que trocariam aquela noite.



   -Ele dormiu. –Sussurrou Gina para Harry. A ruiva carregava o “pequeno” Teddy no colo, do qual estava em um profundo e sereno sono. Ela, Harry e Teddy estavam no pátio da casa. Brincaram com o menino até ele cair no sono.




   -Acho melhor levarmos ele pra dentro. Está realmente esfriando. –Disse Harry, ajudando Gina a se levantar juntamente com Teddy. O levaram para Sra. Tonks, que logo partiu ao ver o neto adormecido. Depois de todos provarem os bolinhos de Gina – que tinham sido salvos por Hermione- todos foram dormir com a certeza de que aquele fora o natal mais “doce”, romântico e tranqüilo que tiveram.


 




N/A1 Marcella: AH, aqui está o cap 25. Parece que foi ontem que eu postei o primeiro aqui na F&B!!! Amamos escrever esse cap, o momento que já estava a tanto tempo na minha cabeça foi o de Harry e Gina no “depósito” do Sr. Weasley!! E quero saber o que acharam heim! Dia 26/11 eu completei minha coleção com o DVD de Harry Potter e as RDM parte 2 e... que saudade! Os extras são lindos e emocionantes... tem uma cena cortada de Harry e Gina, que é simples e fofa, e do Rony e da Hermione, que é engraçada e linda! Bom, é melhor vocês verem. Choramos junto com eles ao ver os extras do último dia de gravação, e foi nesse momento que senti o fim. Fim dos filmes, por que a saga continua vivinha em nossos corações. Que saudade! =( Enfim, espero que tenham gostado desse cap como dos outros. Obrigado pelos elogios, vocês são de mai! Beijos e até o próximo =**. Droga, é a Giks que responde os comentários hoje ¬¬. 



N/A2 Giovanna: Olá queridos leitores! O que acharam desse capítulo enooorme? Amei escrevê-lo. Para mim é um dos melhores da fic. Bom, eu tive a ideia de criar um momento Jorge e Angelina... O que acharam? E o momento very HOOOT do nosso casal preferido? Estava na cabeça da Cella há algum tempinho e eu só o complementei. Espero realmente que tenham gostado. Bom, daqui pra frente vai ser tudo rápido... eu acho. Quando eu penso em correr com o tempo da fic, várias ideia surgem para complementá-la, isso é bom né? Agora vamos a parte que eu mais gosto!



Giovanna respondendo os comentários



Juliana A. C. Marques : AA que bom que você gostou! Eu também adorei =). Obrigada pelos elogios, isso nos deixa realmente muito inspirada! Eu também amei o momento HG, e o que mais achei estranho é que foi criado na hora. Simplesmente veio na minha cabeça, aí eu contei pra Cella e uma completou a ideia da outra... No fim, ficou super fofo. Espero que tenha gostado desse capítulo, e embora ele não tenha muitos momentos Romione, tem um momento HOT HG. Bjs.



Vivi couto: Marcella te mandou um Kiss. Sério? Onwt, eu também amei o momento HG, e espero que tenha gostado mais ainda do momento HG deste capitulo que foi feito especialmente pra vocês! Pode nos esperar lá, que assim que eu ficar de férias e leio a sua fic! Eu também amo os Weasley, e espero que tenha gostado do Natal em família que nos fizemos. Bjs fofa =).



Hogwands-Babi: Milagre né? Kkk. Prometemos que quando as provas acabarem, os capítulos vão ser postados o mais rápido possível! Claro que eu não vou pensar isso. Outras fic tem isso também (embora eu nunca tenha visto uma ). Eu, particularmente, não gostei dos meus sapos de chocolate. Os seus devem ficar bem melhores que os meus. E KD a sua fic? Estou doida para ler! Mil bjs!



Matthew Malfoy: Leitoras chorando#. AAwnt, obrigada! Que bom que você gostou do momento na torre de astronomia e as coisas entre os dois estão realmente esquentando. Acho que você percebeu isso neste capítulo xD. E quer saber da onde eu tiro tanta inspiração? Dos seus comentários, de todos os comentários que recebemos, e nós só temos a agradecer pelo carinho e compreensão de vocês! E eu (Giovanna) e a Marcella esperamos que você tenha feito uma ótima prova, pois desejamos toda a sorte do mundo assim que lemos o seu comentário. Bjs bjs bjs. P.S: Aguardamos ansiosamente pelo seu comentário.



Vivikasc : Obrigada! Eu também achei um dos melhores que eu e a cella já fizemos. AA, a parte do soco saiu da minha cabeça. Achei bem a cara do Rony e fico feliz que tenha gostado =).  E o Carlinhos apareceu!! Espero que tenha gostado! Intimidade kkkkkkk, eu ri#. Crucio? D= Protego máxima* O.o kk. Vamos tentar postar os capítulos mais rápido possíveis. Bjos!



Aurora Weasley Potter : Eu também não sei de onde tiramos tanta inspiração a não ser dos comentários de vocês, porque na vida real... ta difícil kkk. Eu (Giovanna) quero o Jorge! Sempre me apaixono por garotos engraçados kk e fiquei muito triste quando li a morte do Fred =/. Nós duas amamos Harry e Gina... Amamos Romione também, mas nos livro mostra poucos momentos HG e já éramos acostumadas a ver as brigas de Hermione e Rony e já sabíamos que iriam provavelmente terminar juntos. HG foi realmente uma surpresa. Acho que a Gina é realmente do que o Harry precisa. Eu amei as cenas cortadas principalmente uma do Harry e da Gina e outra super fofa e engraçada do Rony e Mione. Vi todos os extras do meu DVD de RdM-parte 2 e chorei junto com eles. Enfim, shipper preferido : HG. E, e desculpe pela ignorância, mas o que significa a sigla NC? Eu sei o contexto, mas a sigla... KK não ria de mim!



Eu amei escrever esse capítulo. Estava em nossas cabeças a algum tempo e acho que ficou perfeito ou quase isso kk. Eu e a Cella estamos pensando em mudar e complementar alguns dos primeiros capítulos, pois pecamos muito em fazer-los curtos e sem muito contexto, o que acharam? Enfim, qualquer coisa aviso vocês. Beijos e aceitamos sugestões do que vocês gostariam que a gente colocasse nos primeiros capítulos e nos próximos! =*



P.S: Senti falta de alguns leitores =(. Kd vocês?



 


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Comentários (13)

  • lully potter weasley

    Desculpa pelo desaparecimento mas eu li todos os capítulos e amei cinceramente penso que sua fic é a continuaçao fiel do livro. O capítulo estava super fofo amei como sempre Harry e Gina eles são tão perfeitos

    2011-12-01
  • matthew malfoy

    queridas autoras, que capítulo, hein? bem quente. não? já peguei este telefone e joguei bem longe, portanto ele não vai atrapalhar de novo, já a mione eu não posso jogar longe, ou posso?kkk, ams enfim , sem camisas, beijos cortantes e tentadores, isso que é cena e amor para sempre.é importante notar como o amor transcende barreiras, e é capaz de fazer coisas impossíveis, para o bem claro, para Harry foi dar a ele uma família magnífica, por isso tenhp eterna gratidão aos weasley, que família extraordinária.Momento jorge e angelina muito bom.Seria audácia pedir um momento de harry com o afilhado, queria muito ler um desses . Que natal maravilhoso. aguardo ansiosamente pelo próximo capítulo, estou aguardando não demore. ps: fui muito bem na prova, agora estou fazendo a segunda etapa, e o resultado final sai na semana que vem.Também completei minha coleção de dvds de harry potter, agora td acabou definitivamente.Mas nós temos nosso s fics para não deixar a história morrer. abraços

    2011-12-01
  • Juliana Aparecida Chudo Marques

    Perfeitooo... esse capitulo ficou mito lindoo... o momento hot HG ficou muito lindo tbm.... adorei o momento do jorge e da angelina achoo que ele precisava disso pra seguir em frente .... espero que no proximo capitulo tenha momentos ron e mione... to com saudades desses momentos deles.. kkkkkkkkkk.... sua fic é perfeita... e eu sempre vou estar aki pra ler e comentar... pq vcs merecem todos os comentarios possiveis. *-*

    2011-12-01
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