A viagem



Felizmente, quando a família Weasley soube da notícia, resolveram adiar a viagem para a Romênia. Quando Harry chegou da audiência, Ron teria aparecido em sua casa, avisando que a viagem seria no próximo final de semana, um dia antes do aniversário de Rose.

O grande problema é como iriam chegar lá. Aparatar seria o jeito mais rápido e confortável para muitos, exceto para as crianças. Estavam duvidosos em relação ao pó de flu, a Romênia ficava muito distante e iria acabar dando tudo errado. Faltavam dois dias para a viagem e todos estavam reunidos N'a Toca, discutindo sobre o assunto.

-Já sei. -Falou Hermione. -Vamos como trouxas!

Todos a olharam, perplexos.

-Mamãe. -Falou Hugo. -Como iremos de carro até a Romênia?

-Não querido. -Ela riu. -Não iremos de carro. No mundo trouxa, há um jeito mais rápido de chegar aos lugares. E é claro, de carro seria impossível, como iriamos atravessar o oceano?

-Quando eu era criança, meu pai tinha um carro voador, não é pai? -Ron falou, olhando para Arthur.

Hermione o fitou.

-O que? Só estava dizendo...

-Tudo bem, o que vocês acham? -Perguntou ela para todos.

-Mas tia -Começou Dominique. -, como iriamos?

-De avião.

-Avião? -Perguntou Louis.

-Ah, eu já sei o que é isso! -Exclamou Hugo.

-Muito bem Hugo, explique para todos. -Falou Hermione.

-Quando eu era menor, tinha livros trouxas. E em algumas histórias se falava do avião. É como um carro, mas gigante, com muitos lugares pra sentar. Mas nós não vamos pelo chão. São como vassouras, nós voamos.

As crianças se olharam, como se estivessem descobrindo algo novo e diferente. 

-Eu adoraria. -Falou Fred, logo seguido de várias crianças que concordavam.

-E os adultos, o que acham? -Hermione Perguntou.

-Por mim tudo bem. -Falou Ron.

-Seria divertido. -Concordou George.

-Sim, todos nós concordamos. -Falou Arthur.

-Então está decidido. -Falou Hermione. -Vou comprar as passagens. Arrumem suas malas, levem o que for preciso. Embarcaremos em dois dias.








Os dias se passaram rápidos. Como sua tia havia falado, Albus arrumou sua mala. Levou o necessário, alguns pares de roupas limpas, sua varinha e alguns livros. Desceu as escadas de madeira correndo, que estralavam cada vez que pisava. Na sala de estar, estavam Ron e Hermione, conferindo as passagens. Ele desceu as escadas para o jardim.

De um lado, Hugo, Lily e Lucy brincavam de pega-pega, uma brincadeira trouxa. Apesar de estarem correndo de um lado para o outro, na maioria das vezes, sempre acabava em confusão.

-Não Hugo! -Gritava Lily. -Não é assim! Quando eu te pego, você tem que ficar congelado, não pode sair correndo! 

-Mas assim não é justo! -Ele gritava ainda mais alto. -Eu vou ter que esperar a Lucy me salvar? Daí eu fico muito tempo sem brincar!

-Mas é a regra!

E o pior, na maioria das vezes quem brigava eram somente os dois, e Lucy ficava olhando, tentando impedir que eles se matassem.

Do outro lado do jardim estava Victoire e Teddy. Teddy, que não fazia parte da família, era como um membro dela, só não era um Weasley. Ele iria viajar junto com todos. Fazia pouco tempo em que Albus havia descoberto do namoro entre os dois. Há alguns meses atrás, na plataforma 9¾, James havia anunciado para a família inteira que Victoire e Teddy estavam se beijando. 

James, como sempre, apareceu correndo na frente dos dois, mas desta vez trazia Fred junto. Albus se aproximou um pouco para ouvir a conversa.

-Eu não te disse Fred? Eles estão namorando, se beijando toda hora! Que melação.

-Saia daqui James! -Gritava Victoire. -Isso é assunto de gente grande, você não tem que se intrometer!

-Assunto de gente grande! -Falou James, encenando estar beijando a própria mão. -Agora posso ver os dois se beijarem?

-Sai daqui! -Ela gritou, tentando agarrar os cabelos de seu primo, enquanto ele e Fred saiam correndo no meio de gargalhadas. 

E no final do jardim estava Rose, sentada em uma rocha, com algumas rosas na mão. Albus se aproximou e se sentou ao lado dela. Rose não o olhou, apenas ficou com os olhos fitados nas flores que carregava. Ele olhou para o pôr do sol, que ia sumindo diante das montanhas.

-Então, amanhã é seu aniversário. 

-É.

Ele ficou em silêncio.

-Você já foi para a Romênia?

-Nunca. -Ela murmurou.

-Eu ouvi dizer que é bem legal. Nós vamos ver dragões.

Ela não respondeu nada, apenas fitou o chão.

-Você está brava comigo?

-Não.

-Então por que você está assim?

Ela não o olhou, apenas lhe entregou uma carta. A carta era pequena, não muito maior do que sua palma da mão. Ele a abriu e leu em voz alta.



Rose,


Não sei porque estou escrevendo essa carta, mas enfim. Eu não gostei muito da ideia da sua amizade com Scorpius. Quando eu te vi com ele, queria te tirar de lá. Eu não vou te impedir de fazer nada, só que eu quero que você saiba que se você continuar, eu só não estarei mais do seu lado, se for necessário eu até arranjo outros amigos. A decisão é sua.

   Benjamin Fowles.


Ele abaixou a carta e olhou para Rose, que agora chorava.

 -Se eu continuar a falar com o Scorpius, eu vou perder o Ben. -Ela falou, no meio de soluços. -Se eu escolher o Ben, eu nunca mais vou poder falar com o Scorpius.

 -Rose, o Scorpius não é como você pensa que ele é.

 -Eu não sei oque vocês tem contra ele. Sinceramente, eu não sei.

 -Rose, você sabe o que ele fez na audiência? Ele te contou? -Albus se levantou. -Ele disse que eu simplismente lancei o feitiço contra ele porque eu estava com vontade. Você estava lá, não foi por isso. Se não fosse pelo pai dele, eu estaria expulso!

 Ela ficou em silêncio, mexendo em suas rosas. Albus se sentou novamente.

 -Mas se você quer assim, tudo bem.

 Os dois ficaram sentados naquela rocha até o anoitecer. Rose chorava silenciosamente, despedaçando as flores pétala por pétala.

 -Rose! -Hermione gritou de dentro da toca. -Albus! Venham para dentro, mais alguns minutos e saíremos para viajar!

 Os dois se levantaram e caminharam lentamente, lado a lado, até a toca. 

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