Hollywood Girls



Após as grandes descobertas na biblioteca, Harry, Rony e Hermione chegaram animados a reunião da AD, porém o clima dos companheiros era bem diferente, enquanto as meninas conversavam aos cochichos, os meninos dormiam aconchegados as confortáveis almofadas.


-INVASÃO! Rápido, corram até os salões comunais! –Rony urra apavorado, assustando os amigos que se sobressaltam.


-Ronald! –Hermione chama a atenção do amigo enquanto o ruivo ria junto com Harry, os rostos pálidos e os olhos arregalados logo se modificando a se darem conta da “brincadeira”.


-Isso não teve graça Weasley! –Zacarias, irritado, se adiantava pra tirar satisfações do grifinório.


-Calma aí, Zach. –Harry diz bem sério, assumindo sua postura de professor. –Se quer mesmo enfrentá-lo pode aproveitar o momento de duelos no fim da reunião.


-Eu to na fila! –Anna Abott diz e logo vários outros se unem como num coro.


-Bem feito. –Hermione sussurra para que só o amigo ouvisse.


Durante a hora seguinte, Harry passou uma série de lições sobre feitiços de defesa com a ajuda de Hermione, cobrando que toda magia fosse não verbal. Como resultado, alunos exaustos caíam pelos cantos da sala ao final da aula, sem que houvesse disposição para a pequena vingança contra Rony.


-Pessoal, sei que estão cansados, mas antes de ir precisamos decidir algumas coisas. –Harry diz ao perceber que alguns se muniam de coragem e forças pra levantar. –Vamos sentar e conversar sobre algumas coisas que andam acontecendo.


-Novidades sobre a guerra? –Padma pergunta com um tremor típico na voz.


-Tenho notado que Draco Malfoy está muito estranho, os dois gorilas de estimação vivem “montando guarda” ao redor da sala precisa, o que me leva a crer que ele está aprontando algo… não podemos ignorar o episódio do colar.


Um silêncio ensurdecedor se abateu na sala por alguns momentos, afinal era uma companheira deles que havia sido atingida e encontrava-se em estado grave no St. Mungus. Uma troca de olhar entre Rony e Hermione revelou que apesar de inseguros quanto as suspeitas de Harry, apoiariam o amigo.


-Quer que a gente dê um recado pra ele? –Ernesto pergunta com um sorrisinho de canto, Malfoy tinha um grande dom pra arranjar inimigos.


-Acha que podem fazer sem levantar suspeitas? –Rony pergunta interessado.


-Rony! –Hermione exclama pasma. –É claro que não podem agredir o Malfoy ou qualquer outro aluno.


-Quem sabe uma abordagem mais sutil, como um espião? –Lilá diz em tom confidente, os olhos apertados já maquinando o plano “maquiavélico”.


-Poderia ser uma boa ideia se houvesse alguém treinado em espionagem aqui, o que não há. -Hermione comenta descartando totalmente a ideia.


-Mas Draco tão pouco é treinado para reconhecer espiões. - Ernesto contrapõe em apoio a Lilá, ao que outros acenam em concordância.


-Posso tentar me infiltrar. -Miguel diz com firmeza como um mártir que se oferta ao sacrifício.


-Draco mal tem tido contato com sonserinos, vive brigando com Zabini. -Anna Abott, relata prudente. -Acredito que o melhor jeito é que uma garota tente, afinal Draco sempre foi popular e não desconfiaria de qualquer assédio.


-Concordo, mas não se aposta todos os galeões em um hipogrifo. -Susana alerta seriamente. -Precisa ser uma de cada casa, e como meu ex é sonserino, não seria exatamente um problema me aproximar.


-Vocês não podem estar falando sério! Estamos falando do Malfoy. -Rony diz incrédulo, na sua expressão o nojo pela ideia descabida.


-Estamos aqui fazendo planos estratégicos de guerra, se Draco está envolvido nisso temos que fazer de tudo pra descobrir antes que mais alguém vá para o St. Mungus em estado grave. -Pavarti se coloca firme, o tom beira ao sombrio, no fim chamando a atenção para a amiga hospitalizada.


-Eu tenho namorado, mas mesmo que não tivesse o sangue trouxa me tiraria do páreo assim como a Hermione. -Lilá lembra cautelosa.


-Não sairia com Draco Malfoy nem que minha vida dependesse disso. -Hermione diz resoluta, sua expressão denunciava o desgosto pela ideia como um todo.


-Deixa comigo. -A voz de Gina surpreendeu a todos. 


-Enlouqueceu? Além disso você tem namorado. -Rony protesta em rosnado.


-Sério que justamente você, que vive me vigiando, não sabia que terminamos? -Gina pergunta incrédula.


-Não é bem assim, foi mais um tempo... -Dino se manifesta também indignado.


-Estranho, porque me lembro de você ter dito as palavras. -Gina quase cantarola saboreando o pequeno momento de vingança.


-Eu estava fora de mim, disse aquilo no calor do momento...


-Quem você acha que eu sou? É mais fácil Snape entrar com roupa de bailarina dançando no salão comunal que Gina Weasley abaixar a cabeça pra "macho alfa". -Gina o enfrenta duramente, fazendo as garotas se segurarem para não darem gritinhos de apoio.


-Faz o que quiser, mas não vou compactuar com isso. -Dino vocifera enquanto saía furioso da sala precisa. Harry e Hermione trocaram olhares desanimados.


-Agora que já deu o troco, podemos voltar a falar sério? -Rony pergunta duramente a irmã, que sorri desdenhosa.


-Ronald, não me enche. Já disse que na Grifinória é comigo. -Gina garante e ganha apoio de Lilá e Pavarti.


-Gina, você não pode ser tão convencida a ponto de achar que Draco iria cair de quatro pela irmã do melhor amigo de Harry Potter, pertencente a uma família que declaradamente apoia Dumbledore. -Zacarias opina debochado e, pela primeira vez, Rony concorda de imediato.


-Justamente por Gina ser uma Weasley seria estratégico, como se ele fosse usá-la pra se infiltrar no nosso lado. Sobre ser amiga deles, não tem problema após O beijo. -Luna, apesar de seu jeito vago, explica mostrando o porquê era uma corvinas.


-Já explicamos que foi tudo por causa de um visgo. Além disso, se fosse pra brigarmos já teria acontecido. -Hermione minimiza a questão a fim de encerrar o assunto, afinal não fora a única a estar sob um visgo, mas era a única constantemente lembrada disto.


-Mas Gina pode não ter acreditado e ficado desconfiada, a obsessão culminando no fim do namoro e lhe dando liberdade para contratar o imperceptível Colin, aficionado por fotografia e fã declarado de Harry para segui-lo. Assim, após o flagrante de um quente encontro noturno entre a melhor amiga e o alvo de seu amor, Gina avançaria munida da prova fotográfica e impulsionada pelo propulsor da ira, até a traidora com o objetivo de dilacerar sua alma com suas palavras de rancor, para depois derramar seu sangue pra lavar sua honra. -As palavras sombrias foram ditas por Lilá como se contasse uma história de terror em torno de uma fogueira.


-Você tem talento, deveria ser escritora de mistérios. –Ana sugere impressionada, as palavras sombrias haviam deixado a todos surpresos.


-Traduzindo, a ideia é que Harry e Hermione deem uns amassos pra Colin fotografar e Gina usar pra armar um barraco na frente de todo mundo. –Miguel diz divertindo-se com a imagem que havia formado em sua mente.


-Isso é loucura! –Hermione se nega incrédula. –Nunca farei algo assim.


-Muito menos eu. Jamais iria expor Hermione e eu dessa forma. –Harry completa resoluto.


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A manhã chegara fria e silenciosa no castelo, os alunos mantinham-se em seus salões comunais estudando ou cochichando sobre as últimas notícias. Contudo, em movimento opostos aos demais alunos, Harry pegara sua capa e fora se encontrar com Rony e Hermione no jardim, não que estivesse achando uma boa ideia já que seus ossos estalavam e mal sentia seus dedos. Viu os amigos encolhidos em volta de uma fogueira, a qual não sabia como havia parado ali ou se sustinha com tanto frio.


-Chegou a tempo de ver Hermione exibindo mais um de seus feitiços nível NIEMs. –Rony desdenha irritado por estar do lado de fora do castelo.


-Não há local seguro lá dentro para testar a capa como se deve, alguém poderia nos ver e não teríamos desculpas a dar. –Hermione responde cansada das reclamações infindáveis do amigo.


-Vamos terminar com isso de uma vez. –Harry corta a briga dos amigos, estava sem ânimo para discussões ao ar livre. –Como faremos?


-Você veste a capa e nós mandamos uma chuva de feitiços. –Rony sugere como se fosse óbvio, fazendo Harry quase saltar do lugar.


-Não tem por que expor Harry desta forma. – Para alívio de Harry, Hermione explica cortando a ideia absurda. –Primeiro tentamos revelar a presença dele, depois levitar a capa, a seguir desarmar o Harry sob a capa, por fim, podemos tentar umas azarações leves, até porque a capa não é um escudo ou armadura.


Durante os vinte minutos seguintes Hermione e Rony lançaram uma chuva de feitiços em Harry. A bruxa tentou lançar todos os feitiços para revelar objetos e pessoas ocultas que conhecia, depois Rony e ela tentaram remover a capa, que não chegou a sequer se mover, por fim ao tentar desarmar Harry houve novas falhas, o moreno chegara a cochilar sob a capa até que um forte feitiço estuporante o lançou contra uma árvore o fazendo cair desacordado.


-Ei, não me olhe assim, agora sabemos que a capa só protege de feitiços fracos. –Rony se justifica sob o olhar rígido de Hermione, que havia ido verificar o amigo desacordado.


-Correção, agora temos certeza de que a capa é uma relíquia e que você é um idiota. –Hermione retruca antes de usar um feitiço de reanimação em Harry, uma pequena mancha vermelha começa a surgir na neve.


-Quer que eu chame ajuda? –Pergunta nervoso ao ver o sangue.


-O que houve? –Harry pergunta zonzo.


-Um acidente, mas logo ficará bem. –Hermione responde o ajudando a se sentar. -Rony, levanta ele e me ajuda a leva-lo pra enfermaria. –Pede enquanto escondia a capa sob seu pesado casaco.


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Harry se desencostou da parede ao ouvir barulhos de passos ao longe. Checou o Mapa do Maroto por precaução, enquanto Collin, ao seu lado, ficava tenso.


— Relaxa, Collin, é só Hermione.


Era noite, pouco depois do jantar, e apesar de terem combinado tudo, Hermione havia dito que tinha que fazer uma pesquisa inadiável na Biblioteca antes que fechasse naquele dia.


Não que Harry tenha se incomodado, não estava ansioso pelo teatrinho que fariam a seguir. Aliás, se a expressão de Hermione era um indicativo, nem ela. Diferentemente de Collin, que estava bastante ansioso e empolgado, e aceitara a responsabilidade do registro como se fosse seu presente de Natal antecipado.


Harry já desistira de falar com ele. Gostava de Collin, mas quando se tratava de fotos, o garoto ficava excitado. Passara meia hora sem descanso, falando sobre técnicas que poderia empregar na foto para que parecesse ter sido tirada ao acaso, mas com qualidade profissional. O moreno não podia deixar de dar crédito, as fotos de Collin sempre eram boas.


— Desculpem a demora, mas a pesquisa demorou mais do que eu tinha previsto. — desculpou-se, enquanto se aproximava dos dois garotos.


— Hey, não se preocupe, assim temos mais chances de não sermos pegos!


Hermione parou ao lado de Collin, sem saber o que fazer em seguida. Ela mordia o lábio inferior, observando o padrão que as pregas do vestido formavam no ajuste da cintura até a barra da saia, enquanto Harry verificava desnecessariamente o Mapa, atrás de possíveis delatores.


Collin pigarreou, notando o constrangimento dos dois amigos.


— Olhem, vou dar uns minutos para vocês conversarem um pouco e depois começamos, ok? — Perguntou tentando amenizar o clima.


Já ia saindo quando Harry lhe segurou pelo braço. Olhou, admirado a troca de olhar dos dois e então sem nem uma palavra Harry lhe sorriu.


— Fica, não vai ser necessário.


— Já está tarde e quanto antes terminarmos, melhor! — Concordou a morena, sorrindo amavelmente para Collin.


—Vocês quem mandam.


Como haviam discutido na reunião, a foto seria simples, no meio de um corredor, como se eles tivessem mesmo namorando e fossem flagrados, por acaso. Verificando a câmera, Collin foi para o corredor paralelo, o qual já havia escolhido como o melhor ponto para o 'flagra'.


Hermione começou a contorcer as mãos nervosamente.


— Sabe que não vamos ser pegos...


— Eu sei, Harry. É só que meu instinto diz que eu já deveria estar no Salão Comunal a essa hora…


Harry riu baixinho, enquanto encarava a parede oposta. Entretanto, deu-se conta que estavam no corredor da Sala Precisa. Assim, pensando que se realmente estivesse namorando e esse fosse o lugar onde se encontrassem, ponderou que deveria haver um local seguro para esses encontros, não um corredor vazio, sem esconderijo nenhum, por isso invocou a porta.


Hermione franziu as sobrancelhas, e sem esperar pela pergunta, expôs seu argumento.


— Você parece ter pensado bastante no assunto… — comentou o encarando fixamente, o fazendo corar.


— Por favor, é lógica e você sabe disso. Se fosse realmente querer namorar não seria em público. Por isso a porta.


— Dá margem a falação...


— Hermione, querida, somos eu e você, o que por si só será história. A porta? Detalhe pequeno. Você lembra do nosso quarto ano...


— Verdade.


Caíram num silêncio agradável, apesar da situação.


Sabiam que estavam postergando o momento, mas não sabiam mais como agir. Não tinham conversado sobre o beijo depois da festa por que assuntos mais importantes surgiram e por que, honestamente, os dois sabiam que aquilo fora só um beijo sem significado ou importância.


Mas ter que recriar o momento, com todas as margens de namoro e premeditação, como agora, isso já era mais desconfortável. E era só o começo, porque quando "assumissem", teriam que dançar conforme a música, e não estavam nem um pouco ansiosos por esse momento em especial.


— Talvez fosse melhor terminar logo com isso. — Hermione disse baixinho olhando para os pés. 


— Sim, er… talvez seja mesmo.


Apesar da confirmação nenhum dos dois se mexeu. Notando isso, ambos se encararam e começaram a rir, aliviando o clima.


— Olha, sei que me beijar não está na sua lista de coisas preferidas, mas...


— Sabe?! É estranho... só isso. — admitiu a morena, passando as mãos pelo rosto exasperada. — Olha, não é você... — ela parou um segundo e encarou o moreno seriamente. — Droga, é sim, você!


— Eu beijo mal? — Harry deixou escapar, assustado. Lembranças da noite de seu primeiro beijo logo voltaram a sua mente, Cho Chang chorando e depois a amiga lhe dizendo que era só má impressão dele. Ela teria mudado de ideia?


— Não! — Ao se dar conta que respondera, Hermione corou furiosamente, assim como o moreno. — Não é nada disso... o que eu quero dizer, é que acho difícil encarar você… romanticamente. Droga, estou mais acostumada a pegar no seu pé, ser sua professora ou cobaia, seja lá o que for. Namorada? Não parece certo!


— Acredite, eu sei. Não é que você beije mal ou qualquer coisa. — respondeu, corado. — Acontece que eu nem deveria saber se você beija bem. Você é minha melhor amiga, e melhores amigos não...


— Se beijam. — Hermione terminou, concordando com a cabeça. — Assino em baixo. Dessa vez nos superamos, não?


— Parece que sim... — Ele bagunçou ainda mais seus cabelos e indicou a porta. — Vamos terminar logo com isso e esquecer desse momento até que Gina dê início a fase dois do plano. Pelo menos vamos evitar enlouquecer.


— Soa como um bom objetivo... — Concordou a morena, inspirando profundamente, como se fosse um mergulhador antes de entrar na água.


Seguiu o moreno até perto da porta, mas nem tanto, queriam que a foto parecesse que estavam se cumprimentando antes de um encontro, não que iriam se pegar num lugar privado.


Harry pegou um cachinho rebelde, que deveria estar junto com os irmãos, no coque da morena, e o recolocou atrás da orelha, se aproximando com o movimento. Hermione sorriu, quase desconfortável. Fora abraços compartilhados, não tinham o hábito de ficarem assim, tão próximos.


Ela mordiscou o lábio inferior, para evitar começar a hiperventilar. Harry deslizou a mão dos cachos dela, para o maxilar, contornando-o com o dedo e delicadamente libertou o lábio dela, maltratado, conseguindo um olhar surpreso, enquanto ela corava.


Sem entender por que, ela se sentiu relaxar sob o toque dele. Não era invasivo ou agressivo. Diferente de muitos momentos, era terno e quase… doce. Por isso fez o que teria feito se ele fosse realmente seu namorado: sorriu e ergueu-se na ponta dos pés para lhe beijar.


Foi imediato.


Nenhum dos dois tivera a intensão de ser brusco, mas assim que seus lábios se encontraram, os corpos reagiram sem vontade ou pensamento consciente. Ele a envolveu pela cintura com um braço, juntando seus corpos, impedindo que ela perdesse o equilíbrio. Enquanto a outra mão criava vida própria e encontrava seu caminho até o pescoço, angulando o rosto e acariciando-a. Hermione se rendeu nas mesmas proporções. Abraçando-o pelos ombros, puxando-o para si pelos cabelos, arranhando levemente o couro cabeludo e se fartando com os fios sedosos.


Tanto seus corpos quanto suas bocas se entendiam maravilhosamente. Nenhum dos dois entendiam bem como é que podiam ser tão bons se beijando, já que quando não o estavam fazendo, ficavam tão assustados com essa possibilidade.


Mas a verdade é que tinham química. Talvez era isso que os tornava bons juntos. Ou explicava por que Harry sabia quando ir mais suavemente em sua exploração, dando alguns segundos para respirarem, enquanto mordiscava os lábios de Hermione, acariciando seus cabelos no processo, sempre a incentivando a continuar se entregando à ele. Ou quando ela demandava mais ímpeto, com certa ousadia e sensualidade, rendendo-o em seu jogo e vontade.


Foi difícil voltarem à tona, só o fizeram por que seus pulmões exigiam ar. E quando o fizeram, ouviam pigarrear as suas costas. Os dois se viraram rapidamente, corando furiosamente, ao verem Collin parado perto deles.


— Desculpem me intrometer, mas vocês terão que continuar, as fotos não ficarão boas daquele ângulo que eu escolhi… tem um archote no lugar errado. — Explicou, sentindo o próprio rosto corar, mas foi obrigado a reprimir o riso ao ver a expressão dos dois ao se encararem, chocados. — Eu realmente sinto muito.


— Hã… ok, Collin. Melhor saber agora do que quando você revelar as fotos. — A morena admitiu depois de relancear o olhar ao amigo que ainda a tinha segura pela cintura.


— Sim, claro... Hermione tem razão.


— Tudo bem, então. — Collin sorriu largamente, voltando a se empolgar. — Se vocês não se importarem, voltem ao beijo que eu vou ajeitando as fotos. Não se preocupem com nada. Cuido de tudo!


Surpreendida com a atitude de Collin, Hermione se virou para Harry, queria ver se ele havia entendido o que estava acontecendo com o garoto, mas o moreno também não tinha pista nenhuma.


Sabendo que talvez poderia estar fantasiando, Hermione suspirou, tentando encontrar alguma coragem para voltar a beijar Harry, erguendo seu olhar para encontrar os verdes de Harry.


Nessa breve troca de olhares, o desconforto e relutância se perderam. Estavam imersos naquele momento, onde só haviam eles dois, numa pequena bolha que representava seu mundo particular. E os dois descobriram que era complicado sair dali. Muito mais fácil se render aos encanto e feitiço do outro.


Não foi complicado se entregarem àquela sensação envolvente que havia se criado ali. Não parecia mais tão estranho estarem no meio de um corredor deserto, com um garoto saltitando ao redor deles, em busca do ângulo perfeito. Mesmo porque Collin sabia ser discreto. Foi simples ignorá-lo. Ignorarem a si mesmos e se concentrarem em apenas serem um cara e uma garota, que queriam um tempo para si mesmos e curtir como adolescentes.


O ímpeto anterior fora substituído pela preguiça e o desejo de se conhecerem a fundo. Os toques ávidos deram espaços para as carícias demoradas e gentis. A lenta exploração, pequenas arfadas, mordiscar e gemidos ligeiros. Foi a busca pelo melhor ângulo, o desejo de satisfazer o outro. Pura a simplesmente.


Quando se separaram mais uma vez, ambos arfantes, ainda colados, foi que repararam nos flashes e no clicar frenético da máquina. E como numa avalanche, a sensatez voltou num átimo de segundo. Se separaram aos poucos, testando a reação, para entenderem um pouco melhor o que estavam sentindo.


Já que não havia sentido nenhum irem de atordoados à frenéticos e daí para desconcertados. Não era assim que as coisas eram entre eles, sua relação sempre fora estável e descomplicada. Aquelas sensações e maquinações, se não fossem controladas, poderiam abalá-los seriamente, e naquele momento, ambos pareciam aceitar aquilo. Aceitavam a necessidade de compreender o que se passava com eles. Mas apesar disso, não importava o quanto ponderassem e pensassem, não conseguiam chegar a lugar nenhum.


Hermione inspirou fundo, repentinamente cansada, enquanto tomava uma distância segura de Harry, que a encarou, preocupado. Acabou forçando um sorriso convincente, não queria preocupar o garoto, só porque de repente parecia que suas emoções haviam entrado numa montanha russa muito maluca e desenfreada, e sequer fora avisada. Assim que tivesse um pouco de sossego conseguiria parar e pensar em tudo e tinha confiança que iria encontrar uma explicação satisfatória para tudo aquilo.


Harry se mexeu desconfortavelmente, desviando o olhar de Hermione, decidiu que era hora de Collin ajudar, por isso fez um sinal para que ele viesse até onde estavam.


Não sabia o que dizer. Não que o sentimento lhe fosse estranho, longe disso, mas qual era a regra de etiqueta, que você deveria seguir, depois de beijar sua melhor amiga, sem que estivesse completamente apaixonado por ela, e/ou o contrário? Desgrenhou os cabelos ainda mais, vendo Collin vir em sua direção, pensativo.


Queria um escape rápido. Conhecia-se bem o suficiente para saber que usualmente não era bom com garotas, mas tinha a tendência a, se não ser bom, ao menos entender Hermione, mas nunca numa situação assim. De verdade detestava ficar naquela posição: pisando em ovos porque era torpe demais para ter uma compreensão abrangente de onde toda aquela sequência de acontecimentos o levavam.


Collin pigarreou, parecendo animado. — Tenho ótimas notícias, acho que consegui boas fotos! Esse segundo beijo foi mesmo melhor... Vou revelar e analisar com cuidado. Mostro as melhores para vocês e depois, com calma, decidem se vamos precisar refazer tudo ou se vai ter como salvar algo.


— Confiamos em você, Collin, as fotos devem ter ficado incríveis! — Cortou Hermione, que corou furiosamente com o elogio. Harry sorriu em suporte.


— Sim, tenho certeza do seu bom trabalho.


Não muito mais foi dito enquanto iam rapidamente até o Salão Comunal, mesmo que ainda tivessem tempo até o toque de recolher.


Collin seguia calado, como os outros dois, absorvido no que tinha testemunhado e fotografado. Realmente acreditava que aqueles poucos minutos renderam fotos estupendas, mas seu instinto lhe avisava que era bom manter essa informação consigo ainda.


Já os dois morenos, sentiam como se estivessem caminhando lentamente por uma estrada tortuosa que ainda lhes renderiam muitas surpresas e tinham receio de que nem todas elas fossem agradáveis.


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Harry se espreguiçou enquanto se dirigia até o Salão Comunal. Gina tinha lhe mandado ficar por perto àquela hora, pois queria falar com ele e era absolutamente importante. Não viu motivos para não aparecer. Mesmo porque queria encontrar Hermione pelo caminho e a alertar sobre a batalha de neve épica que Rony estava planejando para sua primeira folga dos deveres e da AD.


A colega já havia se salvado de uma pequena briga naquela manhã, do pessoal da Grifinória. Ela simplesmente sumira a manhã toda, não que fosse mistério onde estaria, mas tanto ele quanto Rony e a própria Hermione sabiam que ela estava arrumando encrenca. Na noite anterior havia acontecido uma grande nevasca, portanto os terrenos do castelo estavam nas condições ideais para guerras de bolas de neve. Rony não perdoara a falta da morena, apesar de ter se acalmado um pouco, mas ainda tinha que achar Hermione e lhe avisar que o ruivo estava pronto para arrumar confusão.


E minutos atrás, checando o Mapa do Maroto, havia descoberto que sua amiga estava a caminho do salão para almoçar. Rony também se dirigia até lá com Lilá e Parvati. Por isso tivera a ideia de chegar a Hermione antes de todos e depois ver o que Gina queria consigo.


Saiu da passagem um segundo antes de Hermione entrar no Salão Principal. Já ia tomando fôlego para lhe chamar, quando ouviu o grito estrangulado cortar o ar, o assustando tanto quanto Hermione.


— Finalmente se desentocou!


Surpresa ao ouvir a voz de Gina, ela se virou. A ruiva vinha andando a passos largos, fechando rapidamente a distância entre as duas.


— Hey, Ginny. Aconteceu alguma coisa? — Hermione não soube interpretar a expressão da ruiva, só sabia que os olhos dela estavam faiscantes.


— Não se faça de sonsa!


— Gina?


— "Não! Você sabe que aquele beijo foi só por causa do visgo."


— Oh meu Merlin, Gina, do que você está falando? — Questionou Hermione, assombrada com o comportamento da ruiva.


Harry arregalou os olhos assombrado. Gina estava se entregando ao papel de amiga traída e Hermione estava seriamente cansada, pelo que conseguia ver. E não estava gostando da gritaria da ruiva, ficara mortificada com a constatação que aquele foi o momento que Gina decidira botar seu plano em prática.


— Gina, se acalme! — Luna atipicamente não tinha seu ar distraído.


Parado onde estava, Harry sentiu que ganhara alguma companhia. Se virou para ver Rony com Lilá agarrada nele e Parvarti mais trás, os três olhando divertidos o barraco que se desenvolvia em frente a seu olhos. O horário era cabal. O salão estava cheio de alunos, mas não professores, o que significava que a briga rolaria por algum tempo até que algum professor se desse conta que tinha alguma coisa estranha acontecendo no colégio. Tudo dependeria de quanto os quadros se entreteriam, já que as vezes eram eles a delatarem brigas aos professores...


— Luna, você pode me explicar o que isso significa? — Hermione perguntou vendo Gina se balançando nos próprios pés, corando rapidamente e resmungando sem sentido algum.


— Estávamos conversando, sabe, sobre a festa do Prof. Slughorn… — O nome pareceu trazer a ruiva de volta à terra.


—A FESTA… SUA HIPÓCRITA!


— Gina!


— Não venha com "Gina!" pra cima de mim! Você me garantiu, com todas as letras, que só beijou o Harry por causa do visgo! Só isso!


Hermione sentiu o estômago afundar. — Gina, foi só um beijo. Merlin, não significou nada!


A ruiva riu abertamente, os olhos ficando vermelhos por conta das lágrimas não derramadas.


— Sim, claro. E eu sou Circe! Você é uma mentirosa, sabia disso? Essa pose de certinha e de nariz sempre empinado… mas eu sei a verdade. Você não vale nada, garota, nada! Eu confiei em você!


— Ginny — Chamou baixinho, passando as mãos pelos cabelos, cansada. — Já conversamos. Foi como eu disse, ficamos sob um visgo e tivemos que nos beijar. Mas foi só. E aí que começou e terminou a história!


— AH-HA! VOCÊ ADMITE QUE COMEÇARAM UMA HISTÓRIA! — Hermione deu um passo em falso para trás, chocada com o dedo que a garota enfiou na sua cara. Depois franziu o cenho. Aquilo que ela segurava tão furiosamente era uma...?


— Merlin, isso é uma foto?


— Não me venha dizer que você não sabia dessa foto… É mesmo uma piranha!


Luna gemeu enquanto Hermione perdia a cor.


— Gina, não admito que fale assim comigo. — A morena tentou abaixar o tom de voz, a ruiva não parecia se preocupar com toda a atenção que estavam atraindo, mas ela sim. Era monitora! — Droga, sou sua amiga. Sabe disso e como foi a história e agora pare de palhaçada e me conte que foto é essa... não estou entendendo nada e ainda vou ter que aturar...


— Aturar o quê? Hã? — Gina bateu o pé fortemente no chão, a voz esganiçada, o rosto tão vermelho quanto os cabelos, olhando assim ela parecia meio demente. — Eu é que tenho que te aturar. Fingindo ser minhas amiga, me ouvindo, ha! Me aconselhando! E além de tudo ainda finge que não adorou ter um suvenir do momento da revelação!


— Revelação? Oh meu Merlin, você não está falando do...?


— Incrível beijo? Estonteante? Magnífico? É dele mesmo! Como se você não soubesse!


Gina ria abertamente ao ver a morena ajuntar a foto que lhe lançara.


Nela se via claramente Harry e Hermione. Juntos. Como um casal. Estavam bem vestidos, ele com um calça jeans bem justa ao corpo, seu melhor tênis, e o casaco verde de capuz que ela adorava e blazer escuro; cabelos despenteados e ligeiramente molhados, como se recém tivesse saído do banho e estivesse com pressa para secá-los apropriadamente. Já ela estava com um vestido leve e esvoaçante, rosa pálido que ia até a metade da coxa, folgadinho, mas com a cintura marcada, meia grossa preta e cardigã de lã azul escuro aberto, cobrindo um pouco do vestido. O coque dela estava a meio caminho de ser desfeito pelas mãos dele. E em vez dos habituais tênis, usava uma sapatilha delicada e feminina, que ficava bem com o conjunto todo. Estavam perto da entrada da Sala Precisa. O horário era indefinido, mas certamente noite, mas o local não.


— Pelo amor de Merlin! Tente ser uma atriz um pouco melhor, Hermione. Você vem há dias dizendo pra todo mundo que o beijo na festa não foi nada. Mas quero ver mentir agora, dizer que não tem nada com Harry… Que não é uma vagabunda! OLHE ISSO! Vai me dizer que é montagem? Por favor, é você sim. Sugando Harry! Cadê toda a moral agora, hã? O jeitinho certinho? Não sei como nunca vi como você realmente é! — A risada de Gina ia ficando cada vez mais histérica. — Vadia!


A ruiva parecia se deliciar com o rosto pálido de Hermione, que estava congelada no lugar, a foto na mão. Luna se inclinou para tentar ajudar a garota, mas Hermione estremeceu e balançou a cabeça. Depois, pigarreou e sorriu de leve.


— Boa piada, Gina. Realmente boa. Quem foi que você arranjou para fazer a foto? Por um momento cheguei a acreditar que você estava mesmo brava comigo e que tudo era real. — A morena olhou mais uma vez para a foto, rindo baixinho. — Deus! É realmente uma boa montagem! Genial!


— Montagem? — Gina grunhiu, fechando as mãos em punhos. — Não é uma montagem e você sabe disso! — A ruiva inspirou profundamente, de olhos fechados, procurando paciência, mas ao abrir os olhos e ver a expressão estoica de Hermione, perdeu o controle de seu temperamento — VOU FAZER VOCÊ ADMITIR, CADELA!


E chiando, se lançou sobre a morena. Harry prendeu a respiração com o salto de Gina, assim como todos os alunos que agora ignoravam a comida esfriando e se concentravam unicamente no duelo verbal que acontecia entre as grifinórias.


Hermione gritou de choque enquanto, no susto, Luna pulava para longe das duas. Ao ser atingida pelo primeiro tapa, Hermione reagiu, vendo a ruiva tomar distância e se preparando para mais, acabou entrando no clima e fechando os dela, tentando lembrar-se de qualquer coisa de suas aulas de defesa pessoal. Ou suas brigas com seu primo.


Vendo a determinação de Gina, que já estava ofegante, e pronta pro próximo soco, a atingiu em cheio. Não sabia ao certo se ela que batia fraco ou a outra estava tão louca assim da raiva, mas não viu efeito nenhum na colega, que simplesmente xingou gritando de raiva, partiu pra cima da morena, esquecendo os punhos e partindo para os chutes.


Pega de surpresa, não pôde manter o equilíbrio. Acabou caindo de costas e o choque lhe tirou o fôlego. Foi o que Gina necessitava para se firmar de joelhos, ao mesmo tempo em que a imobilizava e então a ruiva se lançou ao ataque: puxões de cabelos, alternados com tapas, arranhões, beliscões, sem nem respirar direito entre os golpes.


Muitos alunos estavam surpresos porque duas excelentes alunas, versadas em magia estavam brigando como trouxas, em pleno hall de entrada. Mas nenhum deles desperdiçou a chance de apostas e comentarem o estilo das duas.


Harry estremeceu ao ver Gina golpear duramente o rosto da amiga. Era difícil ficar vendo, deixar uma grande amiga, praticamente espancar sua melhor amiga. Já iria intervir quando foi segurado pelo braço. Rosnando se virou para olhar Rony. Ele tinha o rosto ligeiramente pálido, mas a expressão severa. Não disse nada, só apontou para as portas do Salão Principal, onde mais e mais alunos saiam, para ver o que eram todos aqueles gritos e ofegos. Muitos já estavam por perto, apenas cochichando sem entender e alguns até mesmo trocando galeões de mãos. Mas ainda não era uma boa plateia e Draco, e muitos sonserinnos, ainda estavam se dirigindo até a confusão.


— Cadela! — Hermione xingou, sem fôlego, sentindo o sangue escorrer do alto da sua bochecha até o maxilar. Gina sempre mantivera unhas compridas. E pelo jeito eram afiadas também.


Irritada, a morena segurou os pulsos da ruiva no seguinte puxão de cabelo, e apertou com força, fazendo a ruiva gritar de dor, o que lhe deu tempo suficiente de girá-la. Aproveitando que a ruiva estava se contorcendo de dor, a prendeu pelos braços contra o chão, empregando todo seu peso na tarefa.


— Chega! — com todas suas energias forçou sua voz a sair. Estava exausta. Não havia tomado um grande café da manhã, já perdera a força há horas atrás, estava com fome, agora dolorida e maltratada. Além de estar sendo insultada sem razão e estar chocada por sua melhor amiga estar brigando fisicamente com ela. E ainda, talvez, estar levando a pior. — Gina, ok, você venceu, já atraiu toda a atenção que queria, agora chega de criancices!


— Vagabunda! — usando todo o fôlego que lhe restava, ela gritou, se corcoveando e remexendo, desequilibrando a amiga e tendo as mãos libertas, já que Hermione a soltou a fim de evitar cair de cara no chão. Sem perder tempo, agarrou determinada os cabelos cacheados, o mais perto da raiz que pôde, queria toda a vantagem que podia conseguir. — Ca-de-la! — A cada sílaba, o puxão ficava mais forte, o efeito foi instantâneo, lágrimas rolaram pelos olhos da morena, que quase sem forças tentou soltar as mãos da ruiva do seu cabelo, Gina não largou, usou a vantagem adquirida deslealmente, e a rolou para o lado, ainda agarrando e sendo agarrada, fazendo questão de bater fortemente a cabeça da morena no processo.


Novamente por cima, Gina usou os punhos e não satisfeita, foi atrás de cada pedacinho que conseguia atingir. Usou de todas as armas que tinha: unhadas, socos, tapas, puxões de cabelo e mordidas. Era puro instinto. Não tinha muitas brigas com seus irmãos, mas quando as tinha, a coisa ficava feia. E aquele era seu território, sua vantagem. Não se deixou abater por nada, nem os xingamentos esporádicos de Hermione, nem seus golpes, nem os berros de Luna. Só parou quando foi puxada com violência. Mas mesmo assim continuou lutando.


— Continua e eu te nocauteio! — Avisou uma voz muito séria, que a trouxe a razão.


— Me larga que eu quero acabar com essa vagabunda, Rony! — Ela se retorceu, mas parou quando seus cabelos foram firmemente presos, trazendo as lágrimas tão rápidas aos seus olhos, quanto aos de Hermione, ao usar o mesmo movimento. Ela choramingou, desanimada, conhecia o golpe do irmão, aquele que era fatal: nunca conseguira escapar dele. — Só mais dois minutinhos e eu mato essa vadia! — Implorou ela, olhando com irritação Harry ajudar Hermione a levantar.


— Por Merlin! Você está bem? — Harry perguntou alarmado à Hermione, a enlaçando pela cintura e lhe dando estabilidade. Tonta, a morena o viu apalpar os bolsos, enquanto a mantinha firme no lugar, com certa prática. Ele puxou um lenço e com suavidade apertou contra o arranhões sangrentos que enchiam seu rosto e pescoço. — Acho que é melhor a levar até a ala hospitalar...


Ao ouvir o tom discretamente doce e delicado do moreno, Gina voltou a se debater.


— Não vou avisar uma segunda vez! — A ruiva enfiou os dentes no lábio inferior reconhecendo a ordem impregnada na voz do irmão mais velho.


Rony era bom lutando com ela, e diferente de muitos dos seus irmãos, não tinha nem pena e nem dó de lhe pôr a nocaute quando ela precisava. Como naquele momento, por isso respirou fundo, pensando seriamente no que fazer em seguida. Só tinha certeza que aquela briga não tinha terminado. Muito longe disso.


— Ainda faço você confessar! — Resmungou, ponderando se seria um bom momento para fingir submissão e quando seu captor estivesse distraído, partir pra cima da morena.


— Confessar o quê? — Inquiriu Harry, olhando alarmado para Gina.


Luna pigarreou, indicando a foto que tinha apanhado agora que as coisas estavam calmas. Harry arregalou os olhos, surpreso com a fotografia. Além de corado.


Pelo bem de toda a história, ele e Hermione haviam evitado de se envolverem na escolha do material divulgado. Não tinha conhecimento prévio das fotos, o que certamente lhe ajudara no momento, tanto como o fizera com Hermione antes. Tentou ignorar o fato que estava com uma prova tangível que esteve se agarrando com sua melhor amiga. Mas fora impossível. Sabia que o efeito fora bom, mas Collin realmente fizera um ótimo trabalho.


Suspirou, sabendo que logo teria que tomar coragem e analisar em profundidade os acontecimentos recentes. A foto parecia ser um bom começo. Balançou a cabeça, afastando aqueles pensamentos e se concentrando no presente. Olhou da foto para Gina e Rony, que observavam atentamente sua reação, como os demais alunos ali.


— Sério que brigavam sobre a foto?


— Ela me atacou, não tive muito o que fazer! — Admitiu Hermione, corando.


Harry teve que admitir que o plano de deixar abriga parcialmente combinada fora bom, as reações tanto de Gina quanto de Hermione estavam fantásticas. Apesar de sentir-se mal pelas duas, que estavam acabadas, sentia uma vontade pequena de rir, mas se o fizesse iria arruinar todo o plano. Por isso compôs sua expressão o melhor que conseguiu.


— Que foto é essa, Harry?


O moreno se virou para o amigo, que ainda prendia Gina firmemente e o encarava com curiosidade. — É uma foto minha e de Hermione.


— Ué, mas por que isso seria motivo de briga? — Perguntou o ruivo, o cenho franzido. Reprimindo a vontade absurda de corar, Harry ergueu uma sobrancelha, arrogantemente, apertando suavemente a morena em seus braços e estendeu a foto para o amigo olhar. Rony assoviou baixinho.


— Essa vadia não tinha o direito de agarrar o Harry! Não tinha!


— Por favor, Gina. Eu não fui agarrado. — O garoto encolheu ligeiramente os ombros, deixando um risinho maroto aflorar nos lábios.


— Ela não...


— Gina, nenhuma criança estourada e mimada como você, vai me dizer o que eu posso ou não. Ou à minha garota. Caso você ainda não tenha entendido, querida, eu a agarrei. Não o contrário. — Voltou a olhar a foto. Se sentia meio atordoado por toda a cena, mas era bom fazer aquilo bem feito. Olhou da foto para a amiga, ainda nos seus braços, ignorando de modo categórico toda a agitação ao seu redor, como se não estivesse ligando para aquela foto. — Como nos descobriram?


— Por favor, todo mundo a essa altura sabia! — Riu-se Rony. Gina perdeu o fôlego e recomeçou a se debater, xingando tanto Harry quanto Hermione.


— VOCÊS SÃO UNS FALSOS! HIPÓCRITAS! FAL-SOS! VOCÊS VÃO…


— O que é que está acontecendo aqui? — Justo quando a ruiva tomava novo fôlego e dava trabalho a Rony, a Prof.ª Minerva, junto com o Prof. Slughorn vinham descendo a escadaria principal apressados.


 — Essa vadia...!


Harry não se impediu de arregalar os olhos com a ousadia de Gina, e por instinto tentou confortar Hermione, que paria prestes a desmaiar nos seus braços. Tinham combinado tentar a maior atenção possível, mas nunca sonharam que iriam trazer logo McGonagall a cena. E sabia que Hermione queria morrer, ou ao menos desaparecer, porque a professora os encarava com um olhar de puro assombro, captando metade dos alunos que ainda estavam no colégio que estavam reunidos ali, sedentos pela nova fofoca.


— Srta. Weasley! Modos! Não vou permitir que se refira desse modo baixo a nenhuma das estudantes desse colégio. — Cortou-a McGonagall, severamente. O rosto contraído ao notar os cabelos despenteados da ruiva e suas vestes amarrotadas, assim como um inchaço no olho esquerdo, uns quantos arranhões no rosto e pescoço, outros tantos nos braços, onde uma das mangas se soltara durante a briga. — O que pensam que estavam fazendo? Sr. Weasley, queira soltar sua irmã.


— Desculpe professora, mas eu acho mais seguro não.


— Como é, rapaz? — Questionou o mestre de Poções, entre divertido e chocado.


— Gina não está pensando racionalmente agora, professor, e tendo já batido em Hermione antes de as termos separado...


— Batido? Como em brigando? Fisicamente?


A frase dita, no tom costumeiramente frio da professora, fez com que a pequena multidão que se encontrava ao redor dos cinco amigos se acalmasse imediatamente. Todos vinham incentivando ferozmente a briga de ambas as garotas e especulavam a respeito da foto que causa a mesma.


Minerva parecia pasma. — Srta. Granger, queira se explicar, por favor. Tenho certeza que foi um mal-entendido.


— Hã, na verdade foi professora. — Anunciou a morena, tentando se soltar de Harry, mas descobrindo que Gina lhe pregara uns bons golpes no quadril, que ardiam terrivelmente, sem opção, voltou a se apoiar nele, que lhe sorriu animadamente, fazendo-a revirar os olhos.


— Ótimo, foi um mal-entendido, mas agora queira me explicar como as duas estão machucadas? Devo dizer que estou ansiosa pela explicação.


Hermione fechou os olhos por alguns segundos, evitando olhar para Gina, que agora parecia estar se divertindo muito. Por que tinha que ser Minerva a aparecer?


— Acho que tudo começou com essa foto, professora... — Começou Rony, vendo que nenhuma das garotas parecia inclinada a dar a explicação que a professora queria.


Hermione começou a corar furiosamente quando a professora estendeu a mão, indicando que queria ver a foto. Ela e o Prof. Slughorn olharam a imagem fixamente por algum tempo, nenhum aluno em volta conseguiam ler nada da expressão dos dois.


— Isso é real? — Perguntou a mulher, seriamente.


Harry apertou gentilmente a cintura da amiga em apoio e, então, lentamente confirmou com um aceno.


— Sim, professora, é real. Hermione e eu estamos juntos. — McGonagall sorriu quase imperceptivelmente, mas os olhou seriamente, enquanto Slughorn soltava uma exclamação animada, baixinho.


— Srta. Weasley, seu irmão vai lhe soltar, não quero mais confusão com você hoje, estamos entendidas? — Ela esperou até Gina concordar para prosseguir. — Na minha sala, as duas, agora.


***************************************************************


N/A: Demorou, mas o capítulo chegou. Escrever em dupla é complicado, nem sempre as agendas batem, mas prometemos tentar manter as atualizações com mais frequência.


N/A²: As coisas estão começando a se resolver, já descobriram que a capa é uma relíquia, mas será que conseguirão descobrir onde estão as outras? E esse plano das meninas da AD, será que dará certo? Qual delas laçará o Draco (se é que alguma conseguirá)?


rosana franco: Então, conseguimos satisfazer sua curiosidade quanto a como o trio iria manter um olho nas atividades de Draco? :B Porque esperamos que sim! E como pode ver, a pesquisa continua, tem alguma ideia de como tudo vai continuar? E como Draco vai se comportar?


Coveiro: Ok, reconhecemos que demoramos, mas temos bons motivos, e você, como autor, sabe o quanto é complicado manter a vida pessoal e ao mesmo tempo escrever... Mas falando do capítulo, tivemos Hermione vermelha de novo, foi tão bom quanto no capítulo passado? E a briga das meninas, verídica o suficiente para Draco entrar no plano?


matthew malfoy: Essa história das Relíquias foi clara desde o começo: eles iriam ter que dar duro para compreenderem a história toda, nada de facilitar. E se pra isso tivéssemos que inventar a história dos Potter ou não, bem, faríamos. E é bom que tenha funcionado, porque é uma grande mudança e poderia muito bem não ter dado certo... Sem contar que deu um pouco de dor de cabeça também, mas foi divertido! Você iria gostar de ver mais coisas como isso novamente? De novo, pedimos desculpas pela demora, mas tente entender nosso lado, foram muitos os contratempos, mas o importante é que conseguimos voltar e vamos procurar manter nossos prazos e não ter tanta demora. Ok, eu, Punkeeslaw, concordo que as vezes Rony consegue ser sem noção, mas ele ficou chocado, tinha falado com os amigos e nenhum dos dois falou sobre beijo algum, e pra ele foi estranho ouvir que os amigos deles se beijaram, e Harry não falou na-da, enquanto ele fala sobre seu namoro. Foi mais o choque, do que qualquer outra coisa... ^^


hellen granger: Obrigada por passar por aqui toda semana, mesmo... eu, Punkeeslaw, entendo, porque eu enchia muito mesmo a Lílian, pra atualizar aqui com a maior frequência possível... :$ Não perdemos? Isso é bom de ouvir! Esperamos que esse esteja tão bom quanto. Eu concordo, se não fosse a Hermione, o trio não seria o mesmo. E provavelmente eles já teriam se machucado seriamente a muito tempo...mas isso não quer dizer que isso nunca venha a acontecer, porque você sabe, é uma guerra... Mas também não quer dizer que Rony ou Harry não possam se mostrar espertos e inteligentes, você sabe, as vezes eles podem acertar uma também... Como Rony nesse capítulo, sendo meio irresponsável, mas ainda foi uma boa descoberta, ou você não concorda?


PamyPotter: Sim, esses caras trabalham realmente duro, e parece que ainda não acabou. Viu que quando eles não estão de olho nas Relíquias, estão treinando e se aperfeiçoando, isso é que se chama de trabalho sério... rsrsrs. Sim, Hermione tem uma linha de raciocínio muito boa, nem sempre praticável, mas vez ou outra a coisa pode dar certo, como foi provado, mas temos que manter em mente que aquilo foi uma parte da história e ainda faltam duas Relíquias para serem descobertas, será que eles vão conseguir rapidinho também? O que você iria gostar mais? Beeem, o beijo realmente rendeu, não foi? E parece que ainda está rendendo e ainda tem algumas coisas a render, mantenha isso em mente e nos conte suas teorias!


Tito Shacklebolt Finnigan: Você nem voltou pra comentar, né, seu bobão! E volte a frequentar o Skype, sentimos sua falta! E trate de comentar! ;P


Thales Trindade de Bastos: Obrigado! Continuamos excelentes, porque nos esforçamos!


Márcio Black: Desculpe pela demora, acho que já deu pra você reler novamente os 5 primeiros, mas aqui está um novo capítulo e queremos saber se ainda tem em mente adotar esse como “original”...


Mari Sininho: Continua um sonho? E já que é um sonho, você tem desejos, porque não nos conta quais? Vai que podemos atendê-los?

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Comentários (5)

  • hellen granger

    And the oscar goes to...... MIONE e GINA...Adoreiiiiii... Tirei o chapeu.... e ri muito...acho q eh o sonho de todo menino ter duas meninas brigando por ele...com o harry nao foi diferente....A descriçao da Lila foi a melhor... Imaginei a cena...Queria ser uma mosquinha para ver a cara da mione qndo viu a mcgonagall...o proximo que ela vai querer matar alguem por causa das detençoes...Mas o momento mais fofo foi o beijo... Eles sao lindos juntos... a quimica entre eles eh gritante... ainda me pergunto como a jk nao viu issoo...esperando anciosamente pelos proximos..vcs sao incriveis...... 

    2013-11-24
  • Nety_Potter

    OMG! que briga foi essa? eu sinceramente amei kkkkkkk Mione e Gina são excelentes atrizes, e os beijos foram tão..... não sei dizer, mas estou louca para saber como vai ser daqui pra frente com os dois "Fingindo" namoro. O capitulo foi incrivel! eu realmente amei! Por favor, tenha dó dessas pobres almas mortais.... e poste outro capitulo logo. 

    2013-11-20
  • Tito Shacklebolt Finnigan

    Quando eu estava completamente desanimado com HP, eu venho aqui no site dar uma olhada nas novidades e enontro essa obra-prima. Que capítulo sensacional! Me deu saudade de HP... muito obrigado a vocês! Como já passam das 4 da manhã, entrarei novamente pra fazer um comentário mais apropriado!

    2013-11-19
  • Venatrix

    MEU DEUS! Que capitulooo! eu preciso de mais! Por favor!!!!!!!11

    2013-11-18
  • Coveiro

    Caraca... vcs são demais... ficou muito louco esse capitulo... eu realmente pensei que a briga das duas era real... muito perfeito...Agora que o Harry e a Mione vão acabar descobrindo cecrtos sentimentos... disso eu tenho certeza... afinal que beijos foram esses... quem ve sem saber que é armação acredita facinho facinho...Gostei de ver a Mione vermelha sim... acho lega a bruxinha mais seria de Hogwarts se portar como uma adolescente normal...kkkk... muito legal mesmo...Agora to loco pra saber o que vai rolar na sala da Minerva... serio... to super curioso... pq esse capitulo deixo um gosto forte pacas de quero mais... mas como vcs mesmo disseram eu sei que tempo pra escrever é tenso... ainda mais em dupla... mas tudo bem... vale a pena a espera e tortura... principalmente pq esse capitulo superou todas as expectaticas que eu tinha pra ele... serio quero mais.. muito mais... pq vou jogar fora meu sexto livro e adotar o de vcs como versão original... ta muito bom...Posta mais... por favor... continua...

    2013-10-30
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