VAI OU NÃO VAI



N/A: Capítulo modificado!




CAPÍTULO 03


VAI OU NÃO VAI



ERA MAIS UMA NOITE de um verão incomum. E, em seu quarto, na Rua dos Alfeneiros, Harry pouco se importava para esse estranho fato, pelo simples motivo de saber que era uma consequência da perda de controle dos dementadores, por parte do ministério. Acabara de sair do banho e agora arrumava seus pertences no seu já entulhado malão escolar. Fazia seu trabalho com pressa, pois às oito horas se aproximavam e era esse o horário em que Dumbledore definira por uma breve carta para se encontrarem na casa ao lado, da Sra. Figg.


O quarto estava uma verdadeira bagunça, restos de comida e de pergaminho jogados pelo chão e uma grande pilha de jornais precariamente equilibrados num dos cantos, perto da janela. Aquele que estava no topo da pilha continha uma grande manchete:


MINISTRO CAI, FUDGE É SUBSTITUIDO POR SCRIMGEOR.
 


Era aquele que havia chegado mais cedo e segundo o pensamento de Harry, comprovava o comprometimento do ministério em reverter a situação, algo que Fudge nem ao menos tentara durante todo o ano anterior.


Pegou os vários livros que se espalhavam pelo chão próximo à cama e os atirava sem piedade para dentro do malão, algo que certamente enfureceria sua amiga Hermione, enquanto divertiria Rony. Retirou as penas quebradas que encobriam sua escrivaninha e chegou à gaiola de Edwiges, abrindo-a e pegando a coruja alva.


Ficou observando a ave ganhar distância até virar um pequeno ponto branco, e suspirou. Retornou sua concentração ao malão percebendo que ainda faltava retirar as roupas trouxas do pequeno armário que fazia parte do quarto. Dobrou-as de qualquer jeito e as enfiou no malão, podendo enfim relaxar. Foi até a pilha de jornais, sem saber o que fazer com eles, pois certamente não poderia deixá-los lá. Imaginou se sua tia os jogasse no lixo e algum trouxa acabasse vendo um jornal com fotos que se mexiam.


Pegou um por um, olhando-os de relance, porém parando naquele que estava na base da pilha. Era o primeiro que chegara desde que entrara de férias e fora, com certeza, o que mais mexera com Harry.


AQUELE-QUE-NÃO-DEVE-SER-NOMEADO VISTO NO SAGUÃO MINISTERIAL, dizia a manchete.
 


Ontem, caros leitores, não foi um dia qualquer. Vários funcionários, inclusive o próprio Ministro, foram chamados às pressas para comparecerem ao ministério por ninguém menos que Albus Dumbledore, um notório procurado por conspiração. Pensou-se que o ex-diretor estava enfim se entregando, reconhecendo o poder superior que o ministério obviamente detinha. Porém, foram todos surpreendidos quando, ao chegarem, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado se fez presente, travando um incrível duelo com Dumbledore. Foi uma batalha de grande poder mágico, tendo como uma terrível consequência, a destruição da Fonte dos Irmãos Mágicos, mas que possibilitou comprovar o retorno do Lorde das Trevas, além da captura de vários de seus seguidores nas entranhas do ministério, mais especificamente no Departamento dos Mistérios, de acordo com uma fonte que prefere não se identificar. 


No entanto, o mais curioso é que Harry Potter, e alguns colegas, também estavam presentes na batalha. Isso nos leva a crer que o motivo para Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estar no ministério é algo relacionado à sua queda perante o Menino-Que-Sobreviveu, e opostamente, a presença de Harry Potter lutando contra o mesmo e seus Comensais, nos faz pensar que o estudante de Hogwarts pode estar escondendo algo relacionado ao Lorde das Trevas. Seria possível que Harry Potter não deseja contar ao mundo bruxo que foi escolhido? Seriam ele e Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado inimigos mortais? Potter é o Eleito para derrotar as trevas? Desejamos que sim, pois se já foi capaz de o fazer com apenas um ano, agora, com treinamento mágico, deve ser ainda mais fácil de se vencer.
 


Escreve para o Profeta Diário, Thommas McCarter (Cont. páginas 5, 6, 7 e 8)
 


Harry estremeceu levemente ao terminar de ler, os ecos da profecia sussurrando agourentos em seus ouvidos. Não precisava de jornais atiçando seus demônios como se aviva a chama de uma lareira. Tais pensamentos culminaram com o lançar dos jornais no lixo, a miniatura do dragão lançava pequenas chamas, porém eram suficientes para por fogo no pedacinho de papel, o desodorante ajudara o fogo a consumir as páginas cheias de especulações e excessos de bajulação como se pudessem apagar as difamações do ano anterior.


E, quando menos esperava, ouviu o sinal do alarme de seu novo relógio de pulso. Novo era apenas uma maneira de se referir, pois na realidade o encontrara quebrado e jogado num canto de seu quarto. Era provável que Duda não soubera consertar e o largara ali, um antigo costume. Mas fora simples colocá-lo em uso, bastara trocar a bateria. Eram agora cinco para às oito, e devia se dirigir para a casa de sua vizinha Sra. Figg.


Fechou precariamente o entulhado malão e carregou-o escada abaixo. Por ter que arrastá-lo, chamou a atenção dos Durleys, que vieram conferir o motivo de tanto barulho. Seus tios pouco se importaram com ele, porém Duda ficou ali um tempo, apenas observando-o. Deixou o malão perto da porta e subiu para buscar a gaiola de Edwiges. Quando voltou, Duda continuava parado, olhando.


- Estou indo embora. O professor Dumbledore vem me buscar. - disse Harry indo até a sala informar os tios.


- Alguém da sua laia está vindo aqui, hoje? - indagou tio Válter já vermelho.


- Dumbledore? - indagou tia Petúnia.


- Que seja, moleque, e não ouse vir para cá durante o Natal!


Após a resposta grossa de seu tio, Harry voltou para onde deixara suas coisas, e encontrou Duda ali ainda. Esbarrou no primo de propósito buscando seus pertences e saiu porta afora, indo em direção à casa vizinha. As flores do canteiro da casa nº4 agora estavam envelhecidas e descuidadas. Não havia mais alguém para ficar cuidando delas. Arrastou desajeitadamente o malão para que não derrubasse a gaiola que estava em cima do mesmo, ao chegar à porta da senhora que antigamente lhe causaria arrepios, tocou a campainha e escutou passos.


A senhora Figg educadamente abriu a porta e o convidou para entrar, levando-o para a sala que ainda continha um forte cheiro de gatos. Lá, sob um chamativo chapéu roxo cônico, estava sentado Albus Dumbledore. Lia uma revista que Harry estranhamente julgou ser de culinária.


- Arabella, depois deve me enviar uma dessas revistas. Acabo de encontrar uma incrível receita para fazer doces caseiros. – Diz primeiro para a amiga, depois, voltando-se para Harry, o observa por um momento. - Olá Harry, é muito prazeroso vê-lo novamente.


- O mesmo professor. – Diz e aceita o convite para se sentar.



- Bem, Harry, uma dificuldade surgiu, a qual espero eu que você possa resolver para nós. Por nós, eu quero dizer a Ordem da Fênix. Mas em primeiro lugar eu tenho que lhe falar que o testamento de Sirius foi descoberto há pouco tempo e ele deixou tudo que possuía para você. –Harry sentiu vontade de gritar que nada queria, mas decidiu não bancar novamente o rebelde inconformado. -Agora possui uma quantia razoável de ouro em sua conta no Gringotes e herdou todas as posses pessoais de Sirius. A parte ligeiramente problemática do legado, nosso problema, é que Sirius deixou pra você o Largo Grimmauld, número doze.

- Vocês podem continuar usando-a como sede. -Harry disse. -Eu não me importo. Eu realmente não a quero. -Harry não queria botar os pés no Largo Grimmauld, número doze, novamente, mas se ele pudesse ajudar. Pensou tendo certeza de que sempre seria assombrado pela memória de Sirius rondando seus quartos bolorentos e escuros solitário, encarcerado dentro do lugar que ele tinha querido partir tão desesperadamente.



-Isso é generoso - Dumbledore disse. -Porém, nós desocupamos o edifício temporariamente.



-Por quê? –Pergunta sentindo-se um pouco perdido.



-Bem, a tradição da família Black decretou que a casa fosse passada para as próximas gerações da linhagem direta, para o próximo homem com o nome de 'Black'. Sirius era o último da linhagem e, assim como seu irmão, Régulos, faleceu sem ter filhos. Embora o testamento deixe perfeitamente claro que Sirius desejava que a casa fosse sua, é possível que tenham lançado nela algum encantamento ou feitiço para garantir que não pertença a alguém de sangue impuro.



Uma imagem vívida do grito, saindo do retrato da mãe de Sirius que se manteve o corredor do Largo Grimmauld, número doze, brilhou na mente de Harry. -Eu aposto que lá tem, - Diz desanimado.



- E se tal encanto existe, então a propriedade da casa é provável passar para o mais antigo parente de Sirius vivo, que seria a prima dele, Bellatrix Lestrange. -Sem perceber o que ele estava fazendo, Harry fechou os punhos quase rasgando o braço da poltrona. Bellatrix Lestrange, a assassina de Sirius, herda a casa dele? -Bem, obviamente nós preferiríamos que ela não a adquirisse. A situação está carregada de complicações. Nós não sabemos se os encantos que nós mesmos colocamos lá, por exemplo, fazendo-a imapeável, se manterão agora que aquela propriedade passou das mãos de Sirius. Poderia ser que Bellatrix chegue ao degrau de entrada a qualquer momento. Naturalmente nós tivemos que nos mudar até esclarecermos esta posição.


-Mas como você vai descobrir se me permitem possuí-la?


-Felizmente há um teste simples. -Ele colocou sua xícara vazia em uma mesa pequena ao lado de sua cadeira. – Veja, se você herdou a casa realmente, você também herdou -Ele sacudiu sua varinha. Após um estalo alto um elfo doméstico apareceu, as orelhas de morcego gigantes e olhos sanguinolentos enormes, sobre o carpete de Figg, espantando os gatos. – Monstro. -Finalizou Dumbledore.


-Monstro não, Monstro não, Monstro não! -Resmungava o elfo-doméstico ruidosamente estampando seus pés longos, nodosos e puxando as suas orelhas. -Mostro pertence à Senhorita Bellatrix, oh sim, Monstro pertence aos Black, Monstro querer sua nova mestra, Monstro não querer ir com Potter pirralho, Monstro não vai, não vá, não…


- Como você pode ver, Harry, - Dumbledore disse ruidosamente, por cima do resmungo do elfo - Monstro está mostrando certa relutância em passar para sua propriedade.


-Eu não me preocupo -disse Harry novamente, olhando com desgosto o elfo doméstico se retorcendo e esperneando. -Eu não o quero.


-Você preferiria que ele passasse para a propriedade de Bellatrix Lestrange? Levando em consideração que ele viveu na sede da Ordem da Fênix todo o ano passado?

Harry encarou Dumbledore. Ele sabia que Monstro não poderia ser permitido ir e viver com Bellatrix Lestrange, mas a ideia de o possuir, de ter responsabilidade pela criatura que tinha traído Sirius, era repugnante.

-Dê a ele uma ordem, - disse Dumbledore. -Se ele passou para sua propriedade, ele terá que obedecer. Se não, então nós teRemoss que pensar em alguns outros meios de mantê-lo em seu mestre legítimo.

A voz de Monstro tinha se elevado a um grito. Harry poderia pensar que de nada para dizer a não ser, - Monstro, cale-se!


Passou um momento como se Monstro fosse se sufocar. Ele agarrou sua garganta, sua boca ainda trabalhando furiosamente, seus olhos inchando. Depois de alguns segundos de tragar frenético, ele se lançou adiante sobre o tapete e bateu o chão com as mãos e pés para um violento, mas completamente silencioso, acesso de raiva.


-Bem, isso simplifica as coisas. -Disse Dumbledore animadamente. -Parece que Sirius sabia o que ele estava fazendo. Você é o dono legítimo do Largo Grimmauld número doze e de Monstro.


-Eu - eu tenho que mantê-lo comigo? -Harry perguntou, espantado, Monstro batia ao redor de seus pés.


-Não se você não quer. Se eu puder sugerir, você poderia o enviar a Hogwarts para trabalhar na cozinha. Desse modo, os outros elfos-domésticos poderiam ficar de olho nele.

-Yeah, - disse Harry em alívio, - eu farei isso. Er - Monstro - eu o quero que você vá para Hogwarts e trabalhe lá na cozinha com os outros elfos-domésticos.


Monstro que estava agora deitado de costas com seus braços e pernas no ar deu a Harry um olhar de profunda abominação e, com outro estampido alto, desapareceu.


-Bom, há também a questão do hipogrifo, Bicuço. Hagrid tem cuidado dele desde que Sirius morreu, mas Bicuço agora é seu, assim se você preferisse fazer arranjos diferentes…


-Não! -Harry disse imediatamente. -Ele pode ficar com Hagrid. Eu penso que Bicuço preferiria isso.


-Hagrid ficará encantado - Dumbledore disse, sorrindo. -Ele estava excitado para ver Bicuço novamente. Incidentemente, nós decidimos, pelos interesses da segurança de Bicuço, rebatizá-lo de Runner por enquanto, embora eu duvide que o Ministério adivinhasse que ele é o hipogrifo que eles condenaram uma vez a morte. Agora, Harry, pronto para ir?


-Sim. –Diz se levantando.


Dumbledore para ao lado do baú de Harry no qual a gaiola de Edwiges estava presa. -Nós não queRemoss ficar sobrecarregados com isso justo agora. Eu os enviarei para A Toca para esperar por nós. Porém, eu gostaria que você trouxesse sua Capa de Invisibilidade… por via das dúvidas.


Harry extraiu a sua capa do baú com alguma dificuldade, tentando não mostrar a Dumbledore a bagunça dentro dele. Quando ele tinha colocado-a em um bolso interior da sua jaqueta, Dumbledore ondulou sua varinha e o baú e a gaiola desapareceram. –Obrigado Arabella! –Diz cortês ao que ela apenas acena, enquanto ambos saíam. - E agora Harry, vamos sair na noite e seguir uma excêntrica e sedutora aventura.


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N/A: Aguardamos comentários sobre nossa iniciativa e sugestões de coisas que para vocês deveriam ser mudadas tanto no livro 6 quanto no livro 7!

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Comentários (2)

  • Sirius Padfoot Black

    Ideia interessante esta de re-fazer o livro 6. Eu só posso dizer que ainda é muito pouco para tirar conclusões boas á respeito da fic... O que eu acho que vocês deveriam provdenciar seriam mudanças maiores do que as hoje vistas.Se forem apenas micromudanças, nesse nivel-mudando locais e minisculos fatos- creio que seja irrelevante sequer iscrivinhar a fic.

    2011-03-20
  • rosana franco

    A unica coisa que as vezes me irrita é esta dependencia q o Harry tem com o diretor.Dumbledore cometeu muitas falhas(como por exemplo nunca ter tentado saber do próprio Sirius oq aconteceu).

    2011-03-15
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