Draco Malfoy.

Quando chegamos ao meu quarto eu o coloquei deitado na minha cama, com um pouco de protesto da parte dele.

- Draco, você esta machucado – eu disse impaciente.

- Estou, mas o Weasley está bem mais – ele respondeu.

Eu revirei os olhos e fechei o corte na boca e o corte a cima da testa dele com um feitiço. Depois peguei uma poção pra dor muscular, a mesma que eu havia tomado quando a caixa caiu na minha perna e dei para que ele bebesse.

- É pra dor. – Eu disse e sentei do lado dele na cama, passei a mão no cabelo dele – Daqui a pouco ela faz efeito.

- Com esse tratamento – ele disse – vou me envolver em brigas mais vezes.

- Desculpe por ter contado tudo para os meus amigos – eu disse séria.- E desculpe por Rony, as vezes ele é um idiota.

- Ele só é apaixonado por você – Draco riu – coitado.

Eu olhei pra baixo, apesar de tudo eu sabia que Rony estava sofrendo e ele ainda era meu amigo, eu não queria que tivesse sido assim.

- Mas tem uma coisa que ele disse, que eu quero saber se é verdade – Draco disse, sentando na cama e se aproximando de mim – Você é apaixonada por mim?

- Não – eu disse.

E ele abriu um sorriso imenso.

- Sabe que eu tenho certeza que esta mentindo não sabe? – e com essa frase ele se aproximou de mim e me beijou.

Foi um beijo suave, os lábios dele eram gentis nos meus. Ele me puxou pela cintura devagar, encostando meu corpo no dele. A sensação de te-lo tão perto, o perfume, a pele dele, os braços fortes que me envolviam, nossa... Eu nunca tinha sentido aquilo antes, nem com o Vitor e muito menos com o Rony. Eu finalmente entendi como era um beijo quando estávamos verdadeiramente apaixonados pela pessoa. Quando ele parou de me beijar, ele chegou o rosto mais perto da minha orelha e sussurou a mesma pergunta que havia feito na ultima vez que eu menti pra ele.

- Vai responder a minha pergunta sinceramente agora?

- Estou apaixonada por você – eu disse ainda de olhos fechados, meio boba com o beijo.

Ele se afastou, e eu abri os olhos, ele estava me encarando. Os olhos azuis acinzentados estavam firmes nos meus.

- Eu pensei que você me achasse um idiota.

- Desculpe – eu disse e senti a culpa me invadir ainda mais – Mas você não é uma pessoa fácil de decifrar, foi difícil te entender por trás do que você mostra pro mundo. E sobretudo, foi difícil entender que você poderia gostar de mim, eu estou bem longe de ser sangue puro.

- Eu sei. Eu tive muito medo – ele disse, e eu percebi que não era uma frase que ele dizia com freqüência – Medo de você pensar que eu era ruim, de você não entender o que eu sinto.

- E o que você sente, Draco? – perguntei sorrindo triunfal, sabendo que ele não poderia mentir.

- Eu te amo Hermione.

Eu o beijei. Entrelaçando os dedos em seus cabelos e o puxando pra mim, e ele correspondeu à altura, me puxando novamente pela cintura, me segurando firme, colada ao corpo dele. Ele explorava cada canto da minha boca e eu estava adorando tudo aquilo.

E bateram na porta.

- Hermione – disse a voz de Harry – sou eu, abra.

Porque será que Harry tinha o dom de sempre chegar em horas inconvenientes? Logo agora, que eu estava aproveitando esse doce furacão sonserino que era Draco Malfoy.  Levantei pra abrir a porta, batendo o pé, com uma expressão contrariada, Draco começou a rir.

- Calma, Mione – ele disse – Depois a gente continua.

Harry entrou no meu quarto e atrás dele Gina e Rony que vinha com a cabeça baixa. Assim que viu Rony, Draco levantou da minha cama e veio ficar ao meu lado, pondo o braço em volta da minha cintura. Olhei para o rosto dele, ele perdeu o riso e a face tinha o ar de superioridade de sempre.

- Bom – Disse Harry, que parecia estar lutando pra dizer aquilo – Quero te pedir desculpa Malfoy, pelo que eu disse ontem a noite, eu não sabia das circunstancias.

- É isso ai – disse Gina, que parecia bem mais a vontade – Trégua doninha?

Draco estendeu a mão pra Harry e Harry a apertou.

- Trégua Cicatriz. – disse ele, e depois olhou pra Gina – Trégua pobretona.

Os apelidos ainda eram os mesmos, mas já não havia ódio nem desdém nas palavras, eu sabia que eles nunca seriam amigos, mas se respeitariam agora, nem que fosse por mim.

- Rony também tem uma coisa a dizer – disse Harry encorajando o amigo.

- Desculpe Hermione. Eu não devia ter te beijado a força e nem te dito aquilo tudo – ele disse olhando pra mim, com dignidade.

- E o que mais Rony? – disse Gina.

- Desculpe Malfoy.

Draco levantou uma sobrancelha, mas disse calmo:

- Tudo bem Weasley.

Eles foram embora do meu quarto, Rony primeiro e depois Harry. E Gina, ainda na porta, murmurou pra mim:

- Eu ainda quero saber de tudo viu?

E depois ela saiu. Sentei na minha cama e Draco ao meu lado. E então ele perguntou:

- O que você teve com o Weasley hein?

- Ah... – eu disse sem saber como ia explicar, e então eu simplifiquei a historia – Eu achava que gostava dele e então a gente ficou. Mas quando o beijei eu não senti nada e percebi que só gostava dele como amigo.

- E quando você me beija, o que sente? – Draco disse, agora malicioso.

Eu não respondi, em parte porque não sabia o que responder e em parte porque mesmo que eu soubesse provavelmente seria alguma coisa bem melosa que eu não ia me dignar a falar. Eu somente o beijei novamente e ele pareceu esquecer da pergunta. Eu fiquei lá, por um bom tempo, curtindo a sensação de estar com ele. Ele me queria e me amava. E eu o amava também, eu havia me apaixonado pela alma linda de Draco Malfoy. 

Fim. 

Fic dedicada a Gisele, uma menina muito especial pra mim, viciada em Harry Potter :D 

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.